Talvez o que
estamos assistindo nessa campanha eleitoral só ocorra em um Estado como a
Bahia, onde os candidatos sem qualquer pudor tentam passar uma imagem
distorcida de sua prática. O pior é que tem a quem acredite
e o mais incrível é ter quem saia jurando ser verdade as
mentiras preconizadas, mesmo que, depois ao chegar em casa, se tranque no
quarto e comece a pedir perdão pelas inverdades apregoadas.
E assim tem sido a
campanha eleitoral na Bahia.
Começa a soar de
forma estranha, levando muitos a duvidar, das afirmativas da propaganda
eleitoral do candidato pelo PT à sucessão na Bahia, o deputado Rui Costa, de
que senão todas, pelo menos as principais obras nos últimos 08 anos na Bahia,
foram realizações ou tiveram sua participação direta.
O material divulgado
não passa de mais uma apelação eleitoral, coisa que o eleitorado já não engole
e, principalmente, tendo o conhecimento de que o Estado foi e está sendo
governado por Jaques Wagner, seu criador. Pelo menos nas peças oficiais, sua
Secretaria de Comunicação assim tem divulgado.
Ao se utilizar da
mentira para passar a imagem de “competente”, o candidato imposto pelo então
governador baiano, coloca o seu mentor em posição nada agradável, se não
ridícula, pois ao posar como o grande gestor (que não é) e responsável
pelas principais realizações do governo, dá a entender que o seu tutor político
tem no governo no máximo o papel da “rainha da Inglaterra”, governa mais não
manda.
Se esta estratégia utilizada pelos marqueteiros do partido, que se
acredita deva ser do conhecimento e autorizada pelo governador, dará certo aí é
outra conversa, mais ao querer atribuir a Rui a realização das principais obras
feitas ao longo destes dois mandatos consecutivos de Wagner, demonstra uma
completa forçação de barra e passa claramente a intenção do governo em querer
"inflar" o seu candidato, mesmo que não passem de factoides ridículos
e mentirosos, acreditando, que a população ainda continua ignorante
e que talvez, a tecnologia e as redes sociais são modernidades que o homem do interior ainda
não tem acesso. Se assim estão acreditando, estarão dando um tiro no
pé. Tudo que começa recheado de mentiras, nunca termina bem. Imagine o que não
será capaz de fazer após eleito?
Este modelo de fazer política que o PT baiano fez renascer, é um modelo
antigo, até arcaico, bastante utilizado na época mais aguda do coronelismo em
que o curral eleitoral era visível e ainda não havia chegado no interior o rádio e a televisão, de forma que os candidatos se apresentavam
para o eleitor, de posse de uma listagem de obras feitas ou realizadas durante
um certo período, executadas pelo conjunto dos governos e creditava
artificialmente a ele como o autor.
Ora, ao que se
sabe, apesar de ter sido um homem forte no governo baiano do PT, Rui foi
titular de duas secretarias no governo Wagner, a das Relações Institucionais
(Serin) e Casa Civil, e pelo que se tem conhecimento, são órgãos da estrutura
governamental que não participam de nenhuma obra diretamente sim, tratam mais
da interlocução governamental com outras secretarias, órgão e com os outros
poderes ou segmentos sociais.
Inclusive a passagem de Rui pela Casa Civil, secretaria que havia
assumido até sair candidato, não deixou boas marcas, principalmente se
considerarmos os critérios utilizados pelo titular para aprovar nomes para
assumir cargos no executivo, onde nomes totalmente desqualificados ou suspeitos
e até punidos pela Lei da Ficha Limpa, foram aprovados sem qualquer
questionamento ou restrição para assumir cargos e órgãos.
Quanta ao material
eleitoral publicitário, utilizam Rui Costa e sua equipe "da velha forma e
de antigos métodos de fazer campanha, com os marqueteiros querendo passar uma
imagem que sabem não ser verdadeira, sem discutir propostas ou projetos. Se
apegam na máxima de que “uma mentira repetida várias vezes, passa a ser
verdade”. Na realidade continuam com campanhas milionárias, apresentado efeitos
cinematográficos, vivendo o candidato do faz de conta e imaginando está
enganado a tudo e a todos. Inclusive a si mesmo.