sábado, 30 de agosto de 2014

Artigo: “Uma imagem desgastada e enganosa”


Talvez o que estamos assistindo nessa campanha eleitoral só ocorra em um Estado como a Bahia, onde os candidatos sem qualquer pudor tentam passar uma imagem distorcida de sua prática. O pior é que tem a quem acredite e o mais incrível é  ter quem saia jurando ser verdade as mentiras preconizadas, mesmo que, depois ao chegar em casa, se tranque no quarto e comece a pedir perdão pelas inverdades apregoadas.
E assim tem sido a campanha eleitoral na Bahia.
Começa a soar de forma estranha, levando muitos a duvidar, das afirmativas da propaganda eleitoral do candidato pelo PT à sucessão na Bahia, o deputado Rui Costa, de que senão todas, pelo menos as principais obras nos últimos 08 anos na Bahia, foram realizações ou tiveram sua participação direta.
O material divulgado não passa de mais uma apelação eleitoral, coisa que o eleitorado já não engole e, principalmente, tendo o conhecimento de que o Estado foi e está sendo governado por Jaques Wagner, seu criador. Pelo menos nas peças oficiais, sua Secretaria de Comunicação assim tem divulgado.
Ao se utilizar da mentira para passar a imagem de “competente”, o candidato imposto pelo então governador baiano, coloca o seu mentor em posição nada agradável, se não ridícula, pois ao posar  como o grande gestor (que não é) e responsável pelas principais realizações do governo, dá a entender que o seu tutor político tem no governo no máximo o papel da “rainha da Inglaterra”, governa mais não manda.
Se esta estratégia utilizada pelos marqueteiros do partido, que se acredita deva ser do conhecimento e autorizada pelo governador, dará certo aí é outra conversa, mais ao querer atribuir a Rui a realização das principais obras feitas ao longo destes dois mandatos consecutivos de Wagner, demonstra uma completa forçação de barra e passa claramente a intenção do governo em querer "inflar" o seu candidato, mesmo que não passem de factoides ridículos e mentirosos, acreditando, que  a população ainda continua ignorante e que talvez, a tecnologia e as redes sociais são modernidades que o homem do interior ainda não tem acesso. Se assim estão acreditando, estarão dando um tiro no pé. Tudo que começa recheado de mentiras, nunca termina bem. Imagine o que não será capaz de fazer após eleito?
Este modelo de fazer política que o PT baiano fez renascer, é um modelo antigo, até arcaico, bastante utilizado na época mais aguda do coronelismo em que o curral eleitoral era visível e ainda não havia chegado no interior o rádio e a televisão, de forma que os candidatos se apresentavam para o eleitor, de posse de uma listagem de obras feitas ou realizadas durante um certo período, executadas pelo conjunto dos governos e creditava artificialmente a ele como o autor.
Ora, ao que se sabe, apesar de ter sido um homem forte no governo baiano do PT, Rui foi titular de duas secretarias no governo Wagner, a das Relações Institucionais (Serin) e Casa Civil, e pelo que se tem conhecimento, são órgãos da estrutura governamental que não participam de nenhuma obra diretamente sim, tratam mais da interlocução governamental com outras secretarias, órgão e com os outros poderes ou segmentos sociais.
Inclusive a passagem de Rui pela Casa Civil, secretaria que havia assumido até sair candidato, não deixou boas marcas, principalmente se considerarmos os critérios utilizados pelo titular para aprovar nomes para assumir cargos no executivo, onde nomes totalmente desqualificados ou suspeitos e até punidos pela Lei da Ficha Limpa, foram aprovados sem qualquer questionamento ou restrição para assumir cargos e órgãos.
Quanta ao material eleitoral publicitário, utilizam Rui Costa e sua equipe "da velha forma e de antigos métodos de fazer campanha, com os marqueteiros querendo passar uma imagem que sabem não ser verdadeira, sem discutir propostas ou projetos. Se apegam na máxima de que “uma mentira repetida várias vezes, passa a ser verdade”. Na realidade continuam com campanhas milionárias, apresentado efeitos cinematográficos, vivendo o candidato do faz de conta e imaginando está enganado a tudo e a todos. Inclusive a si mesmo.



domingo, 24 de agosto de 2014

“Cuspe e promessa são os que mais se perdem”


Acompanhando diariamente a movimentação dos principais candidatos ao governo da Bahia, chegamos à conclusão, diante das promessas  feitas a cada visita a uma região, que o Estado na fase atual se encontra em tal situação de miséria, em termos organizacionais e administrativos, que ousaria até afirmar que o barco está a deriva, tamanho o volume de críticas, as quais não tem partido apenas da oposição, as quais teriam até sentido,  pois para eles, quanto pior melhor, mais, e principalmente, tomando por base as propostas apresentadas pelo candidato da situação, onde afirma claramente que na Bahia tudo está por fazer e por acontecer, dando a entender que nada existe em relação a projetos estruturantes no atual governo.
E olha que estamos falando de um candidato que passou quase os 08 anos em cargos de relevo e de tomada de decisões, sendo considerado se não o mais forte, mais um dos mais fortes assessores do atual governo baiano.
Pelas promessas que temos ouvido e lido, os candidatos dão a entender que dinheiro na sua gestão não será problema, apesar de reconhecerem que o Estado, na atual gestão passa por dificuldades financeiras, fruto de uma administração que cometeu erros primários, os quais por certo eles não cometerão e a grana irá jorrar as fartas.
Agora, como irão transformar o estado atual de penúria em um novo eldorado, isto eles não dizem, talvez possuam uma varinha de condão às escondidas, ou por certo, estarão a espera de passar as eleições e depois de empossado o vencedor, aí começará o chororô e as mesmas desculpas de sempre pelas promessas mão cumpridas, engavetadas e ou esquecidas. De repente ficarão com amnésia.
As propostas até agora apresentadas sobre forma de promessas, todas, tanto da oposição como situação, nada mais são do que críticas veladas a inoperância do Governo Wagner, um gestor que muito prometeu, que levou sonhos à população e pouco realizou, fruto da incompetência como administrador e pelas escolhas erradas de profissionais para assessorá-lo, cuja escolha primou por optar por pessoas do seu círculo de amizade ou partidária, mesmo que não tivessem méritos para exercer a função determinada. E o pior, que as burradas continuam se sucedendo até os dias atuais.
Isto ocorreu nas indicações para secretárias e órgãos vitais, como na  Fazenda, por exemplo, onde está localizado o coração do funcionamento da máquina administrativa, que teve por quase sete anos um dos piores profissionais que já assumiram aquela secretaria, cujo mérito maior, foi desmontar toda estrutura fazendária, levando o Estado quase a falência. Como ela, outras enfrentaram os mesmos problemas em relação a escolha do gestor, com nomes sem qualquer conhecimento técnico da área. Em outras, as dificuldades criadas em razão das constantes substituições do seu titular, como no caso do Planejamento, outro órgão vital para a estrutura administrativa.
Aliado a escolhas de nomes sem méritos para os cargos, os desmandos da gestão se acumularam ao promover o inchaço da máquina estatal, criando inúmeras secretarias e órgão, com um único objetivo, o de atender aos partidos aliados e ou para cooptar novos partidos e ou políticos fisiologistas que não sabem viver sem se servir dos cargos públicos, e logicamente sempre próximos ao Poder.
Transformaram a máquina pública em um monstrengo difícil de gerir e cujas secretarias e órgãos criados que até hoje a sociedade, que é quem financia, sequer sabe que existem e que por certo funcionariam  muito melhor se fosse um departamento ou até mesmo uma gerencia subordinada a uma secretaria.
Diante desse de quadro de ineficiência até se entenderia as críticas da oposição, mais não se compreende, pelo menos até o momento, que a situação não apresente à sociedade, propostas de continuidade de um governo o qual eles dizem ser exitoso, mas que nas suas andanças pela Bahia, pelo menos nas promessas, demonstra que tudo que aí está deve ser modificado e muita coisa deve ser criada e ou projetada.
Prometem no sertão construir barragens e buscar soluções para a seca, prometem no sul regionalizar a saúde, prometem no recôncavo construir hospitais, prometem no Oeste vias de escoamento da produção. E vão por ai prometendo. Por onde passam é só promessas, dando a entender que a Bahia será outra sobre o seu controle. Não se vê a continuidade ou conclusão de qualquer projeto do governo atual. Estranho não? Será que nada está sendo feito ou o que foi feito não presta?
Diante de tantas promessas, o eleitor fica sem entender qual a sua participação, pois tentam confudi-lo com propostas miraculosas e encherem sua cabeça de sonhos, que sabem que jamais tornarão em realidade. Querem apenas o voto. Isto é certo.
Não entendem os candidatos que a população já está cansada de sonhos e fantasias e o que ela deseja na realidade, são coisas simples, sem muitas promessas.
O que a sociedade quer são hospitais públicos, postos e outros serviços da área de saúde funcionando e bem, onde se estirpe do seu dia a dia o câncer maldito da ingerência política, onde para ser atendido tem que ter um bilhete de um político e os cargos loteados por nomes indicados por deputados, prefeitos e ou financiadores de campanha. Que o dinheiro seja aplicado de forma planejada e correta, sem o vício da corrupção e sem roubalheira ou desvio de finalidades.
O que a população quer é ver a escola pública funcionando e bem, com professores bem remunerados, motivados, sendo lhes dada as condições de trabalho ideias para que possam bem executar sua tarefa. O que se deseja são escolas com o mínimo de conforto, climatizadas bem equipadas que tragam ao aluno o desejo e a vontade de nela ficar ou permanecer, com boas bibliotecas e área para a prática esportiva.
O que a população deseja, é ter a certeza que vai sair de casa para trabalhar, ir ao comércio ou sair para o lazer e ter a certeza que voltará para o seu lar sem ter sofrido agressões, seja por marginais ou pela própria polícia, que esconde na violência contra o cidadão a sua incompetência em não saber combater eficientemente o crime. O que cidadão quer é segurança para si, familiares, seu patrimônio e para toda sociedade.
O que a população quer, são políticas publicas voltadas para o atendimento ao homem do campo, de enfrentamento da seca de forma que o sertanejo possa viver e conviver harmoniosamente com os longos períodos de estiagem, acabando de vez  o famigerado ‘carro pipa’, que só serve para enriquecer uma minoria de políticos mal intencionados e acoloiados pelo Poder, fazendo dessa necessidade moeda de troca eleitoral, transformando o homem do campo em eleitor encabrestado.
O que a população quer, é uma política pública voltada para facilitar e baratear o custo da produção, seja agrícola ou industrial, implantando um modal de transporte onde se utilize não apenas as rodovias para o seu escoamento, mais incluir neste modal o transporte ferroviário, fluvial e marítimo. O que se quer é que se monte uma infraestrutura eficiente e eficaz de mobilidade urbana e rural.

Enfim o que a sociedade quer e esperar é um serviço público eficiente e voltado para atender aos interesses de todos e não um Estado onde as ações são voltadas para atender os interesses de uma minoria que sempre vive à sombra do Poder.

sábado, 9 de agosto de 2014

Artigo: “Israel tem o direito de “se defender”? Hipocrisia!”


Incrível como a direita capitalista, interessada em manter o Estado Policial Burguês de Israel como polícia dos negócios capitalistas no Oriente Médio, coloca-se no lugar de vítima para justificar os ataques brutais e assassinatos de centenas de inocentes na Faixa de Gaza. Barack Obama, governo capitalista dos Estados Unidos, apoiado pela imprensa burguesa internacional, faz o discurso de que “Israel tem o direito de se defender”. A imprensa burguesa brasileira, a exemplo da Revista Veja, também faz o discurso de que Israel está exercendo o direito de “se defender” dos “terroristas” da Faixa de Gaza. Ora, mas quem mesmo está sofrendo um pesado ataque? Israelenses ou os palestinos?
Em outros termos, a linguagem usada é para, discursivamente, criar a imagem de que o Estado Policial Burguês de Israel é “vítima” dos “terroristas” palestinos, logo, assassinatos de centenas de palestinos na Faixa de Gaza deveriam ser vistos como “legítimos”, “normais”, consequência de um direito de autodefesa realizada pelo Estado Policial Burguês de Israel. Entretanto, a grande pergunta é: quem aterroriza mais aquela região? Os mísseis não teleguiados lançados do território palestino, a maioria interceptados pela artilharia israelense, ou os bombardeios aéreos lançados pelo poderoso exército de Israel que sempre mata muitas pessoas?
O que temos visto nessa guerra estúpida, estupidez que é própria de todas as guerras, é que os palestinos mal conseguem se defender com seus foguetes frágeis comparados com o poderio das armas israelenses. Portanto, é bastante hipócrita o suposto “direito de defesa” atribuído à Israel pelos governos da direita capitalista e da imprensa burguesa. Quem está sob pesado ataque e quem está sendo assassinado brutalmente são os palestinos, logo, parece-nos que se o “direito de se defender” caberia a alguém nesse conflito, tal direito caberia à parte que literalmente está sendo esmagada. E quem está sendo esmagado? Os palestinos.
Mas a hipocrisia é uma das essências do capitalismo, pois, no fundo, o grande objetivo do Estado Policial de Israel no Oriente Médio, tendo sua fundação apoiada diretamente pelos governos capitalistas dos EUA, não é ser um fomentador da paz e guardião do povo judeu, ao contrário, esse Estado Policial foi criado ali para ajudar a controlar-administrar-garantir os altos lucros dos negócios capitalistas naquela região. Ou alguém acha que é casual que Israel tenha um dos exércitos mais poderosos do mundo? Esse exército poderoso foi criado para proteger o povo trabalhador judeu? Claro que não. Esse é só o faz de conta. Tal Estado Policial foi criado para proteger os negócios da burguesia capitalista-imperialista no Oriente Médio.
Como sair dessa longa e estúpida guerra entre judeus e palestinos? É preciso que os trabalhadores judeus e os trabalhadores palestinos parem com essa mortandade e se unam, em uma única luta, para construir o Estado Socialista Livre Único dos Trabalhadores do Oriente Médio, vivendo em paz e harmonia uns com os outros. Essa é a única e verdadeira luta política que faria sentido naquela região. A verdadeira defesa dos trabalhadores palestinos e a verdadeira defesa dos trabalhadores judeus está em se unir em um Estado Socialista Livre Único, sem exploração do ser pelo ser, sem opressão do ser pelo ser, sem guerras, massacres e terror entre os mesmos. Entretanto, enquanto perdurarem os ditames das burguesias capitalistas da região, esse sonho está distante.


Por: Gílber Martins Duarte – Militante Socialista Livre do CSL/CAEP – Sind-UTE/Uberlândia/MG – Doutor em Análise do Discurso/UFU – Professor da Rede Estadual de Minas Gerais – Membro MEOB – CSP-CONLUTAS.


Artigo: “O discurso político da acusação sem averiguação!"


A sociedade política capitalista, tendo a imprensa burguesa como aliada, cria diariamente o espetáculo discursivo das acusações em averiguação, acentuando cada vez mais a sua falta de escrúpulo político. Acusar discursivamente políticos ou lideranças populares sem averiguações, simplesmente para tentar desgastá-los, puni-los, pública e politicamente, tem sido uma arma discursiva inescrupulosa largamente utilizada.
Vamos a alguns exemplos: a oposição de direita brasileira (PSDB/DEM) e admiradores, assim que descobriu prejuízos em negócios feitos na Petrobrás, sem qualquer averiguação profunda, fazendo politicagem eleitoreira, já tentou incriminar a Presidente Dilma Rousseff que, em 2006, era Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, aprovando a realização da compra da refinaria de Pasadena na ocasião, confiando nos relatórios dos membros responsáveis pelo negócio. Qual o intuito dessa acusação sem averiguaçãoem relação à Dilma Rousseff? Desgastar, pública e politicamente, a imagem da Presidente.
Mais recentemente, para que não se venha aqui nos acusar de unilaterais nessa nossa reflexão, o candidato da oposição de direita, Aécio Neves, provou do próprio veneno, ou seja, é acusado de beneficiar sua família, ao construir, supostamente com dinheiro público, um aeroporto privado na fazenda do tio-avô. Já foi feita toda a averiguação para que julguemos Aécio Neves como culpado? Sinceramente, nesse caso específico, ainda tenho minhas dúvidas, se não se trata do discurso da acusação sem averiguação para, em época de eleições, tentar desgastar a imagem do candidato. É preciso investigar melhor, para que possamos tecer uma opinião mais alicerçada sobre o tema.
A militante do PSOL, popularmente chamada de Sininho, e outros manifestantes no Rio de Janeiro, foram acusados sem averiguação e, como são pessoas do povo, sem poder político institucional, frutos dessa acusação politicamente montada, foram sumariamente condenados, julgados pela mídia burguesa e até presos como “quase terroristas”, supostamente acusados de preparação de “protestos violentos”. Conseguiram agora habeas corpus de soltura, para se fazer investigação com direito pelo menos à defesa, claro, depois de muita pressão política dos lutadores sociais e, inclusive, depois do escândalo diplomático causado, quando a advogada militante Eloísa Samy, defensora desses manifestantes, chegou a pedir asilo político à embaixada do Uruguai no Brasil, trazendo à tona a prática ditatorial que tem sido imposta pelo governo PMDBista no Rio de Janeiro.
Por outro lado, metroviários em São Paulo foram demitidos sumariamente pelo governo do PSDB, acusados de “vandalismo” sem averiguação, execrados pela mídia burguesa, supostamente por terem cometido o “crime” de lutar por melhores salários, desobedecendo às ordens judiciárias patronais de volta ao trabalho naquele Estado. Fazer greve não é um direito constitucional? Como pode o PSDB demitir trabalhadores grevistas assim, passando por cima da Constituição Federal? Trata-se de uma acusação sem averiguaçãosimplesmente para punir lutadores da classe trabalhadora.
No plano internacional, assim que o Boeing da Malaysia Airlines foi derrubado, uma tragédia, diga-se de passagem, choveram discursos da acusação sem averiguação, colocando a Rússia como responsável direta pelo atentado e a Revista Veja brasileira, inclusive, foi taxativa em dizer que “A culpa é de Putin”. Mas até agora não há provas internacionais de quem cometeu o atentado, tudo se resume a troca de acusações políticas. Qual o objetivo? Parece-nos que é dar razão ao imperialismo norte-americano, que tem interesse em se beneficiar com a exploração das riquezas produzidas pelos trabalhadores da Ucrânia.
Em outras palavras, acusação sem averiguação é um discurso sem escrúpulos, próprio da moral do vale-tudo do capitalismo, largamente praticado na política, cujo objetivo é queimar e desgastar a imagem de pessoas que possui algum poder de interferir na realidade sócio-histórica-econômica. Grupos políticos, partindo do pressuposto inescrupuloso de que vale-tudo para estar no poder ou para derrubar quem está no poder, fazem acusações graves sem averiguação sem o mínimo constrangimento. Isso, para dizer pouco, é muito feio.
Seria prudente, antes de sair por aí acusando gravemente os outros sem averiguação séria, que investigássemos melhor os fatos. Isso causaria menos erros e menos julgamentos levianos no mundo.


Por: Gílber Martins Duarte – Militante Socialista Livre do CSL/CAEP – Sind-UTE/Uberlândia/MG – Doutor em Análise do Discurso/UFU – Professor da Rede Estadual de Minas Gerais – Membro MEOB – CSP-CONLUTAS.


Artigo: “Pesquisas eleitorais: um jeito político de fazer políticos!


Terminado o espetáculo da Copa do Mundo, o Brasil entra agora no espetáculo midiático do processo eleitoral. Dentre a série de variantes desse espetáculo, é dada extrema relevância às pesquisas eleitorais. Toda semana é encomendada uma dada pesquisa eleitoral a um dado instituto para que a população engaje, de alguma forma, em alguma das candidaturas preferencialmente fabricadas pela grande mídia burguesa. Isso não é casual. As pesquisas eleitorais funcionam também como um jeito político de promover-legitimar-fabricar políticos dentro do processo.
Sabendo-se da cultura popular acrítica que vota em candidatos favoritos para não “desperdiçar” o voto, a mídia burguesa joga bem com as pesquisas eleitorais no intuito de induzir-inculcar-promover-construir, via repetição exaustiva, os nomes dos políticos preferidos para disputar um provável segundo turno. No Brasil, o grande esforço da mídia burguesa, com suas pesquisas eleitorais encomendadas, passa, por exemplo, por construir o favoritismo das candidaturas presidenciais alinhadas com a manutenção do sistema capitalista, como Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Ao mesmo tempo em que a mídia burguesa, através das pesquisas eleitorais, no caso das eleições para Presidente, constrói as candidaturas supostamente confiáveis ao sistema capitalista, a mesma mídia também tenta potencializar simulacros de possível segundo turno entre Dilma Rousseff e Aécio Neves ou entre Dilma Rousseff e Eduardo Campos, buscando, ao agir com essas simulações de segundo turno, polarizar o país entre o atual governo petista e as oposições supostamente “viáveis” e “confiáveis” que, segundo olhar da burguesia capitalista brasileira e internacional, são as únicas legítimas, afora o atual governo, que poderiam governar.
Cabe lembrar, entretanto, que existem outros candidatos inscritos na disputa do processo eleitoral, como os partidos da esquerda socialista, a quem, criticamente, apoiamos, como PCB , PCO, PSOL, PSTU, mas, dadas as regras das eleições republicano-burguesas, estas candidaturas serão escondidas pela grande mídia até que o espetáculo das pesquisas eleitorais semanais já tenham pavimentado o caminho para não haver nenhuma surpresa indesejável ao sistema capitalista de plantão.
Portanto, não há pesquisa eleitoral inocente, a serviço do esclarecimento do povo: trata-se de um jeito político de fazer políticos.


Por: Gílber Martins Duarte – Militante Socialista Livre do CSL/CAEP – Sind-UTE/Uberlândia/MG – Doutor em Análise do Discurso/UFU – Professor da Rede Estadual de Minas Gerais – Membro MEOB – CSP-CONLUTAS.

Artigo: “Um apelo à Cidadania”, por Valmir Fonseca


O povo brasileiro é reconhecido mundialmente por possuir uma série de qualidades e ser assolado por um elenco de defeitos.
Um amigo nos alertou que possuímos como indivíduos, virtudes e maus hábitos, entre os últimos, alguns que nem percebemos.
No momento, não pretendemos discorrer sobre as qualificações do povo nem sobre os seus vícios, ou maus costumes, exceto, apenas um, o egocentrismo arraigado.
O nome parece extravagante, contudo, como logo votaremos, este é um bom momento para rogar ao povo brasileiro que ao exercer a sua cidadania, por favor, esqueça por um segundo os seus interesses e pense no seu Brasil.
Talvez o elemento mais contundente do egocentrismo do homem nativo seja o abominável jeitinho brasileiro.
As suas consequências para o Brasil são tremendas e desmoralizantes, basta que vejamos as pesquisas internacionais, onde despontamos como o País de maior número de homicídios por ano, idem em acidentes de trabalho,  automobilísticos, de estupros  e outros atos desabonadores.
O jeitinho é um velho e carcomido hábito que em geral sublinha a falta de cidadania e, por osmose, a falta de responsabilidade.
Estamos certos que ao tentar de alguma forma obter vantagem em tudo, furando filas, entrando em festa sem ser convidado, rodando com carro no acostamento e uma infinidade de jeitinhos para se dar bem, o agente do golpe, pode estar buscando alguma vantagem para si, pecuniária ou a satisfação imoral de ser mais vivaldino que os outros.
Às vezes consegue, e julga que o macete é ser desleal e malicioso, e assim, considerar - se melhor do que os demais.
Será que por isso, não se importa quem governe o País? Quanto mais golpista é melhor?
Ou seja, o péssimo cidadão busca obter alguma vantagem, pagar menos, não pagar, ganhar algo sem fazer nada, e assim por diante. É o individuo do QI elevado em esperteza.
Este jeitoso individuo é vidrado nos seus direitos, mesmo que atropele os direitos dos outros, que julga são um bando de trouxas e imbecis.
O tal de dever é aquela obrigação que só serve para os idiotas. Como muitos pensam e agem assim, é fácil entender por que estamos à matroca. 
Hoje, próximos à votação, o nosso apelo é muito pequeno, apenas imploramos ao esperto nativo, que por um segundo, se esqueça das vantagens peculiares que a sua votação poderá trazer para si, e por uma boa ação no ato, vote em benefício da Pátria.
Acorda moleque inzoneiro, malandro de esquina, comedor de gilete e de outras guloseimas. Desperta, abra os olhos e veja que o País afunda pela sua omissão, ou melhor, submissão e falta de patriotismo.
Na prática, estamos implorando a você, que por um breve momento, seja um cidadão. Simples assim.
Pense na Pátria, no bem comum, vote consciente, num ato que se transforme em beneficio da Pátria e, portanto, no seu futuro e dos demais.
Sabemos que é difícil alguém pensar nos outros, ainda mais que cercados por cretinos, parece que o restante não vale nada. Ledo engano, a maioria é aquela que cumpre as suas obrigações.
Os patifes, os corruptos e corruptores são poucos em relação aos 200 milhões de brasileiros, e, portanto ao alijá - los de seu voto, você estará praticando a cidadania.
Não estamos citando em quem você deverá votar, pois a escolha é sua, mas mire a nossa ideológica educação, a nossa moribunda saúde, a nossa insegurança pública, a nossa ultrapassada infraestrutura, o bacanal de orgia das greves, e veja como estamos à beira de um profundo abismo.
Você que votará, deve ter capacidade para realizar uma boa escolha e por certo é lúcido o suficiente para avaliar como vamos mal, após mais de uma década de irresponsabilidades, um período em que grassou a impunidade, a corrupção e o desmando institucionalizado.
Acordar disposto a ser um cidadão brasileiro, votando pelo futuro desta maravilhosa terra é tudo que pedimos, ou melhor, imploramos, para o seu e para o nosso bem, e para os futuros cidadãos brasileiros.
Acorda, desligado, despreocupado e desinteressado e entra na nossa imensa fila para expurgar a virulenta praga que corre nas veias da Pátria e tem prostrado uma Nação, em coma econômico - financeiro e moral.



Autor: Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General de Brigada, reformado.