quinta-feira, 3 de novembro de 2011

AFINAL, QUAL É A PRIORIDADE?

De acordo com a Constituição Federal, no art. 5º, Inciso IV : “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Desta forma a nossa Carta Magna garante que todos posam se expressar desde que não se escondam sob o manto do anonimato. Desde que mostre a cara.
Portanto, temos que elogiar a iniciativa da presidente Dilma Rousseff em procurar aprofundar a discussão e buscar liderar a cooperação entre o governo federal e os estados para acabar com a miséria no Brasil.
Acredito ser este um sonho de todos que por aqui residem e que tenha o mínimo de consciência.
Assim, devemos não só desejar à nossa presidente sucesso nessa sua luta, mas também convocar a sociedade para a ela se juntar, pois assim agindo estaremos dando a nossa contribuição para acabar de vez, com a pior opção em relação a política econômica e da política nacional, que é o total e o completo loteamento do Estado voltado apenas para os interesses privados e para as elites.
Ao se engajar nesta luta, é importante que compreenda que ocasionada pela falta de liberdade econômica, a miséria é o resultado e efeito da causa principal, em razão de uma política econômica estabelecida, voltada para o capital financeiro e especulativo, em detrimento do capital produtivo. Aliada a esta falta de liberdade some-se à péssima educação pública oferecida, principalmente no ensino fundamental, e teremos o resultado final. A miséria.
É preciso que se tenha em conta, que a partir de meados da década de 90, através de medidas econômicas de austeridade e perseverante, aliado a políticas de leis de responsabilidade fiscal, conseguimos reduzir significativamente o imposto inflacionário, cujo imposto sempre cai para o lado mais fraco, ou seja para a classe mais pobre, contribuindo assim, para que houvesse uma melhoria na qualidade de vida de cerca de 40 milhões de brasileiros.
Porém, é necessário que a realidade seja enfrentada e que deixemos de lado esta utopia, de que através de políticas sociais, o Governo colocou 40 milhões na tal “classe média”, pois este tipo de classificação nada mais é de que uma ilusão ou fantasia criada por alguns, para agradar a alguém.
Esta realidade é tão utópica, que ao mesmo tempo em que é cantado em verso e prova a melhor condição de vida alcançada pelos 40 milhões de brasileiros, por outro lado, enfrentamos a triste realidade de assistir este mesmo País submeter milhares de famílias a viver sem o mínimo de dignidade e de jogar parcelas significativas da população nas drogas e na criminalidade, principalmente os nossos jovens, transformando o Brasil em um dos países mais violentos do mundo, que segundo alguns estudiosos, tem nos levado a tomar parte da diáspora econômica brasileira, ou como denomina Luciano Pires: Refugiados éticos.
Portanto, a questão fundamental para se atacar o problema é definir por onde começar. Assim, iniciar o combate pelo efeito, pode ser uma solução de curto prazo, a qual deveria começar pela desconcentração da renda, através de uma melhor e mais justa distribuição . Aí estaríamos atacando o efeito, que devemos reconhecer como fundamental, já que nos encontramos em uma situação emergencial.
Ao mesmo tempo em que atacamos os efeitos, deve o governo através de políticas públicas sérias, atuar em paralelo indo em busca das causas, atacando a raiz fundamental dos problemas. È claro que atingindo os efeitos, poderá trazer a esperança de uma possível solução em longo prazo.
No entanto, mesmo diante dos diversos problemas enfrentados por nosso País, tais como, a existência de milhões de brasileiro que nada possui para se alimentar, condenados à fome e a miséria; dos milhões de jovens condenados a pobreza, por falta de uma educação de qualidade; dos milhões de brasileiros que a todo o momento estão sofrendo humilhações quando necessitam recorrer aos serviços públicos de saúde, inclusive milhares de pessoas que chegam a morrer por falta de atendimento, sem que ninguém seja punido pelo crime cometido; das nossas rodovias a toda hora matando gente por falta de manutenção, mesmo as pedagiadas; enquanto a toda hora assiste-se escândalos e mais escândalos de desvios de milhões de reais, sem que ninguém seja punido, em razão de uma justiça conivente com este quadro que aí está, nos perguntamos, enfim qual é a prioridade?
A todo o momento o Governo vem acenando com a criação de novos impostos para a manutenção dos serviços básicos, tais como a saúde. Porém, recursos e verbas faraônicas não têm faltado para investir em estádios e outras obras supérfluas para a Copa do Mundo e Olímpiadas. Enquanto isto, o serviço público que deveriam servir para tirar a população do atual estágio de miséria em que se encontra, nunca tem recursos, apesar de sermos o País com a maior carga tributária do mundo.
Enquanto o governo joga pelo ralo da corrupção bilhões e bilhões de reais; distribui graciosamente milhões e milhões de reais para realizar a Copa do Mundo, com obras onde muito delas poderia ter os seus investimentos adiados ou realizados em outros momentos, além da população saber que a destinação e aplicação do dinheiro, que grande parte será desviada, por outro lado diariamente, se assiste o desespero de cidadãos carentes de um serviço público decente e humano, sem que os nossos governantes demonstrem a mínima sensibilidade.
De um lado a euforia de obras voltadas para um evento, que quando País foi escolhido, todos os seus dirigentes fizeram questão de afirmar em alto e bom som, que não teria dinheiro público, só privado e, passada a euforia, só se ver dinheiro público investido, do outro lado a cruel realidade que se traduz pela falência do ensino público, da segurança e da saúde pública, quando observamos famílias lutando desesperadamente por atendimento médico para seus filhos; macas com doentes pelos corredores aguardando atendimento; pacientes estendidos pelos chãos dos corredores dos hospitais públicos; médicos podendo optar por permanência menor em seus plantões, desde que cumpram metas quantitativas de atendimento; diversos equipamentos sem funcionarem por falta de manutenção; doentes descendo pelas escadas por falta de elevadores ou quando os tem estão sempre quebrados; médicos faltando aos seus plantões e enfermeiros atendendo no lugar dos médicos; profissionais mal treinados e em razão disso, errando nos diagnósticos e ministrando medicamentos errados aos pacientes; falta de cuidados elementares com a saúde daqueles que mais necessitam.
É claro que, os responsáveis pela gestão dos serviços públicos nem estão aí. Seus filhos estudam nas melhores escolas do País, quando não no exterior; quando viajam sempre o fazem por via área para não se submeterem às péssimas rodovias; quando se deslocam da residência oficial para o Palácio dos despachos, muitos quase vizinhos, o fazem de helicópteros, para fugirem da violência e dos engarrafamentos, como o faz o Governador da Bahia, em um trajeto de pouco mais de 3 quilômetros. Quando necessitam de cuidados médicos, para eles ou seus familiares, recorrem aos hospitais cinco estrelas – Sírio-Libanês, Albert Einstein, entre outros, com suas suítes milionárias de portas abertas. Porque será que não recorrem aos hospitais públicos. Não são os seus gestores? Não confiam?
Ora, como servidores públicos deveriam dar exemplo e quando necessitassem deveriam ser os primeiros a se servir de hospitais da rede pública (SUS), demonstrando confiança naqueles serviços que estão sob sua responsabilidade, passando assim para a sociedade credibilidade.
Enfim, qual é mesmo a prioridade?
Quanto a corrupção, a nossa população já entregou os pontos, senão vejamos:
Em enquete realizada aqui no blog a respeito do quadro de corrupção que reina hoje no Brasil, em apenas 20 dias, chegamos ao seguinte resultado:
> QUANDO O BRASIL VOLTAR TER UM POVO MAIS POLITIZADO E QUE BRIGUE CONTRA A CORRUPÇÃO = 74%;
> NUNCA. A CORRUPÇÃO JÁ FAZ PARTE DA POLÍTICA BRASILEIRA = 23%;
> EM 2012. QUANDO O MUNDO ACABAR = 3%.
Aí está o resultado para análise de cada um.

2 comentários:

Anônimo disse...

Palavras de Sábio!
Gosto muito desse seu blog, parabéns.
Gostaria de acrescentar uns detalhes.
Existem leis que na verdade foram criadas para se permitir essas questões que colocastes, e tais leis emplacaram de alguma forma e na mão de pessoas de carater absolutamente "libados". Essas empresas que pertenciam ao estado, são de areas estratégicas (comunicação, transporte e energia) e é evidente que se um setor estratégico fica nas mãos de interesses supranacionais, esse país está condenado. Setor estratégico tem que ser federalizado sempre!!! Não existe essa de empresas dominarem setores que ditam o andar de um país. Empresas não são confiáveis, são estruturas que visam lucro e isso não passa por bem estar social, ao contrário, passa pela concentração de renda e carteis. Como vemos, a coisa é pior ainda.
Só existe uma maneira de mudar isso, é a expropriação de todas essas empresas, entendendo que nenhuma delas devolveu ao BNDES o que o POVO bancou para que essas parasitas mamassem de forma imoral e acintosa. Depois de expropriadas , a prisão sumária dos diretores dessas sob a acuzação de roubo contra o povo, roubo por cobrar energia não transmitida, ligação não feita, combustível adulterado, ar bombeado em vez de água e todos os descumprimento à lei que essa turma pratica.
Depois é só estabelecer apenas dois impostos, o imposto sobre o lucro líquido e sobre o patrimônio. Quem não tem bens ou só tem o básico, não pode pagar nada, e quem tem paga proporcionalmente aos seus futeis bens, desde iates até mansões e ferraris. O imposto sobre lucro líquido, impede a ususra pois não adiantará aumentar a extorção sobre o povo, pois será tudo devolvido para o povo via imposto. O quadro de funcionalismo público será enxuto e os salários pagos igual em todas as instâncias desde os copeiros até o ministro, assim se acaba com a "vontade" de ser ministro, e todos os bens de funcionários públicos e contracheques tem que ser públicos, pois quem paga é o povo e ele tem que saber o que paga para essa cambada.
Só com isso que propuz o brasil virava Brasil!!

Anônimo disse...

Gosto muito dos seus textos. Neste você expõe a necessidade de atuar principalmente na causa do problema e como educadora tenho que destacar o valor da educação nesta proposta de mudança. Conheço bem a realidade da escola pública e da escola privada e sei a diferença gritante entre estas duas realidades. A falta de recursos, de instalações descentes, de acesso às novas tecnologias, de um esporte de qualidade, e outras coisas mais já colocam os alunos da escola pública em desvantagem aos demais. Essa realidade precisa mudar!!!
Angélica Basso