quarta-feira, 16 de novembro de 2011

INVERSÃO DE VALORES OU DE PRIORIDADES? FICA A DÚVIDA.


A escalada de coisas malfeitas em nosso País está chegando a um limite que hoje já não se sabe se o que está em jogo são valores ou prioridades.
A gente lê a toda hora preciosidades, que se fossem ditas pelo homem comum seria taxado de ridículo, porém, partindo de homens públicos, de senhores eleitos ou nomeados para administrar os bens públicos ou Estados, não dá para acreditar, nos levando a crer que estamos caminhando para o precipício, e o que é pior sem saída e sem volta. Mas há um ditado que diz que não há mal que nunca se acabe e bem que fique para sempre.
Aí você procura ler jornais, pesquisa material na internet e de repente se depara com uma entrevista do Governador da Bahia, que entre uma séries de preciosidades, vê ele afirmar em alto e bom sonho que é impossível se controlar os desvios dos recursos por parte das autoridades, porque o Brasil e a Bahia são muito grandes, o que impossibilitaria as condições de se tomar conhecimento dos “malfeitos” praticados, cabendo a sociedade o controle e denunciar. Isto significa dizer: “Roubem, pois da parte do Gestor não há controle, mas cuidado para que a sociedade não tome conhecimento”. Imaginem, em plena era da tecnologia, onde milhares de técnicas de controle estão disponíveis.
Comparando, vê se não há alguma relação com as afirmações do Governador do Rio de Janeiro, que diante das catástrofes ocorridas no seu Estado, quando milhares de família ficaram desalojadas, em razão das enchentes e deslizamentos de terras ocorridas, ocasionadas pela incompetência e por nada ter feito para precaver tais ocorrências, disse aos jornalistas que a culpa era dos pobres, que escolheram aqueles locais para irem morar. Como se aquelas famílias tivessem outras opções.
Achando pouco e não satisfeito, o governador baiano em entrevista à imprensa do seu Estado, diante do controle da sociedade (que ele defendeu na entrevista anterior) em razão da incompetência da empresa que administra os pedágios das rodovias federais na Bahia, transformadas em uma peneira de tantos buracos, solta mais esta carga d’água: “que a culpa foi do modelo de privatização escolhido, ou seja, a do menor preço”. Significa dizer que deveria ser o maior preço para que os administradores nadassem em dinheiro, como se os valores praticados fossem irrisórios para trafegar em rodovias sem a mínima segurança e condições de trafegabilidade. Ou está brincando com o povo, ou legislando em causa própria. Das duas uma.
E o direito constitucional de ir e vir que vá para a lixeira mais próxima, segundo o Exmo. Governador.
Claro ele não paga. Isto por enquanto. Ele esquece que em breve ele voltará a ser igual a todos, terá que andar e passar pelos mesmos locais. Aí talvez ele sinta o quanto foi falho e omisso como administrador. A não ser que continue andando de helicóptero como o faz atualmente.
Retornando aos malfeitos (desvio de dinheiro público deixou de ser roubo), voltemos aos escândalos que a cada dia surge em Brasília.
Esqueçamos por enquanto a Bahia, pois cada povo tem o governador que merece.
Após a posse da presidente Dilma, o caso Lupi é o sétimo e se mexer a coisa irá feder mais.
Diante da roubalheira que se espalhou e tem contaminado Brasília, sai o arauto da moralidade do PT, Sr. Zé Dirceu criticando a fiscalização e as denúncias da imprensa, achando talvez, que desviar dinheiro público deva ser visto como uma coisa das mais simples, de quinto plano, pois há coisas mais importantes para ser tratado.
Ora, que me desculpem os petistas de carteirinha e aos admiradores do sr. Zé Dirceu, mas não era assim que o partido se comportava quando estava fora do Poder, não acham? E o que é pior, é que tem platéia e ainda tem quem o aplauda.
Não entraremos em detalhes dos casos já ocorridos e das demissões dos envolvidos, porque mesmo vacilando a presidente tem afastado os culpados. Mas o caso do Ministério do Trabalho é sui generis. O Ministro mente para a presidente, mente para o congresso, mente para a sociedade e ainda existem defensores da sua manutenção.
Até onde iremos suportar tanto escândalo?
Aí nos lembramos do escândalo do Ministério dos Esportes. Toda tramoia começou quando ainda era gestor o atual Governador do Distrito Federal (triste sina a do povo brasiliense, nem bem se livrou dos roriz e .dos arrudas. aí ganha de presente um agnelo), que sem argumentos para justificar o dinheiro recebido quando estava na ANVISA (olha que não estamos falando do Ministério dos Esportes), sai com esta raridade: “a palavra do Governador é suficiente para ser confirmada a verdade”. Quando alguém já assistiu o criminoso dizer que cometeu o crime? Se a palavra por si só fosse suficiente para ser verdade, então os seus antecessores no governo de Brasília não tem nenhuma culpa no cartório, porque morrem afirmando de pés juntos que nada de ilegal cometeram, que tudo não passa de intriga da oposição.
Voltando ao assunto principal em relação aos valores e prioridades, aí ficamos estarrecidos quando abrimos os jornais e lemos estampada a manchete: PRESOS CUSTAM MAIS QUE ESTUDANTES. Diz a matéria: “Na Bahia o Estado gasta mensalmente com cada presidiário R$ 1,5 mil e com cada aluno, durante o mesmo período, R$ 220,21”. Mas segundo o governo, “a diferença de valores não tem nada a ver com prioridade de ações”. Será mesmo que não nem nada a ver com as prioridades? Só rindo.
Esta matéria foi publicada no Jornal Tribuna da Bahia, edição de 16/11/11, feita pelo repórter Carlos Vianna Júnior.
É claro que o ocorrido na Bahia, com certeza está se repetindo nas demais Unidades da Federação.
No conteúdo da matéria, o jornalista teve o cuidado de ouvir o advogado criminalista e conselheiro da OAB, Sérgio Reis, o qual afirma que a disparidade mostra uma falta de visão dos governantes, segue o jurista: “É claro que quanto mais alunos em escolas de qualidade, menos pessoas entrarão nas penitenciárias. Só não vê quem não quer”. Diz o advogado. Na continuação da sua lúcida análise, Sérgio Reis acrescenta: “o pior é que o gasto que se tem com os presos não pode ser considerado como investimentos, já que as penitenciárias estaduais não estão em condições de reinserir os presos na sociedade. Só pela superlotação é impossível fazer algum trabalho de ressocialização. Em alguns deles há revezamento para que uns sentem enquanto outros ficam de pé”.
Ao final da reportagem, Sérgio Reis faz um desafio: “Que o governo abra uma escola bem estruturada em tempo integral para dois ou três mil crianças e jovens no bairro Tancredo Neves (um dos mais violentos de Salvador), contrate bons professores e esperemos um período para ver se a violência no bairro não cai drasticamente”.
Ainda na matéria o repórter ouviu o Secretário Estadual de Educação, Osvaldo Barreto, que perguntado a respeito dos valores gastos, procurou justificar, afirmando que em relação ao preso, envolve alimentações diárias, o cuidado com a saúde, os encargos cotidianos com luz e agua, a vigilância prisional dentre outras. Ora, tirando a vigilância prisional, será que os nossos estudantes também não tem necessidade de uma merenda escolar de qualidade? Não devemos ter cuidados com a saúde? Não há necessidades de bons professores bem remunerados? Não há encargos com luz e água, entre outros, senhor secretário? E a resposta continua com outras baboseiras que se não tivesse lido, jamais iria imaginar que teria partido de um Secretário de Educação.
Esta denúncia vinculada na imprensa, só vem a demostrar a falta de visão e de prioridades dos nossos gestores públicos, ao deixar de investir pesado na educação, trazendo com isto, a cada dia que passa mais prejuízo para a sociedade, que vê a violência crescer assustadoramente, sem que aviste uma luz no final do túnel como saída.
Enquanto nossos governantes não entenderem que a educação é a única solução para o nosso País, dificilmente veremos a violência diminuir, muito pelo contrário, a tendência é aumentar, pois por falta de uma educação pública de qualidade, estamos formando cada vez mais homens revoltados, pela falta de oportunidade.
E para aumentar ainda mais a inversão de valores que reina impunemente em nosso Brasil, os nossos políticos ainda premiam os detentos com a Bolsa Presidiaria ou seja lá nome dado, no valor superior a R$ 900,00, usando como justificativa a preocupação para que família não venha passar necessidades.
Ora, ajudar e apoiar a família, é necessário e justo, principalmente neste momento. Mas o preso não deveria ter pensado antes de cometer o crime, que ele tinha uma família para sustentar? Será justo recair sobre os ombros da sociedade mais este ônus?
Enquanto isto, é justo um trabalhador tenha que dá duro 08 horas por dia e receba um salário mínimo que não chega a R$ 600,00 no final do mês para sustentar a sua família? Será justo que o idoso que levou a sua juventude trabalhando honestamente, depois de contribuir por mais de 35 anos, tenha o seu salário reduzido ou se submeter a ganhar um salário mínimo para se manter enquanto o preso com todo os custos assegurados conforme a reportagem, ainda tenha uma bolsa de mais de R$ 900,00, sem nada contribuir para a sociedade, exceto pelas condições prisionais a que está submetido, sem condição de ressocialização, por está colocado em um depósito de seres humanos em que foram transformados os nossos presídios e, diante deste quadro, está formando seres humanos ainda mais revoltados, que diante de falta de opções ao sair a tendência é cair na reincidência.
Para o trabalhador nada é oferecido como perspectiva em termos salariais.
Então está ou não havendo uma inversão de valores ou de prioridades?

Um comentário:

Anônimo disse...

OLÁ.

MESMO SEM SUA AUTORIZAÇÃO PUBLIQUEI SUA MATÉRIA (CITANDO A FONTE) NO MEU BLOG.
VOU COLOCAR UM LINK PARA O SEU.

ABS DO:
betocritica.blogspot.com