Eleições ganham-se ou perdem-se, dependendo como foi planejada e conforme o trabalho desenvolvido. Afinal, este trabalho não começa apenas no período eleitoral, e sim, deve ser planejado e realizado constantemente, até para servir como modelo de educação e conscientização da população, além de manter o candidato sempre vivo junto às bases, coisa que os nossos políticos não costumam fazer.
O processo eleitoral precisa ser compreendido por aqueles que desejam se candidatar, em toda sua abrangência no que se refere ao universo político, que no geral é composto de três áreas inter-relacionadas: a ideológica, a política e a eleitoral, cuja percepção em relação a suas autonomias escapa dos observadores menos prevenido, em razão de se apresentarem superpostas, dando a impressão de uma unidade, cabendo aqueles que irão cuidar do trabalho de marketing político estudar analiticamente, para que possam compreender a interatividade destas três áreas e assim, possam melhor planejar as ações, os atos e os passos a serem dados, de forma que possa alcançar a vitória, que é o desejo final de todos os envolvidos em uma campanha.
Apenas com o objetivo de colaborar com aqueles que estarão envolvidos no jogo eleitoral, faremos apenas uma tentativa de definir as três áreas de abrangência, não querendo com isto ser o dono da verdade. Mas podemos considerar o IDEOLOGICO como sendo o campo de jogo das idéias políticas subjetivas, com alto grau de abstração, os quais normalmente são conduzidos pelas minorias, os chamados intelectuais, cujos resultados em termos eleitorais são mínimos os seus efeitos, tendo pouco significado no resultado final.
Já o POLITICO figura no campo das ações objetivas da conquista do poder, sendo nesta área onde ocorrem as trocas de vantagens, um campo onde freqüentemente assisti-se a ocorrência do fisiologismo e do clientelismo, aliado as inúmeras promessas. É neste território onde a real política ocorre historicamente.
E para onde convergem o Ideológico e o Político? Naturalmente para o campo ELEITORAL caminhada final na luta da conquista democrática, local onde se encerra toda disputa, ou seja, a conquista do tão sonhado eleitor que se reflete no voto, cuja realidade final é o que separa os vencedores dos perdedores. É claro que, quando se fala no jogo político, a perda é sempre temporária, pois muitas vezes o derrotado de hoje, diante do fisiologismo e do clientelismo, poderá passar de derrotado a vencedor.
Em decorrência da existência dos três campos de abrangência, é importante que a propaganda a ser realizada também sofra uma análise utilizando-se do mesmo método, ou seja: a propaganda ideológica, a política e a eleitoral, sendo que esta deve ser vista como uma analogia a propaganda de consumo de bens, ou seja, o candidato, enquanto produto eleitoral, é um bem a ser consumido, é claro que estamos utilizando de uma metáfora, para tentar ser compreendido.
Diante desta visão, temos que reconhecer que a eleição seria uma venda e assim, ninguém melhor dos que os profissionais que estão atuando nesta área, os profissionais das empresas de comunicação e propaganda para planejar e operar o processo.
Deve-se tratar o Marketing Político como um trabalho sério, consistente e permanente e que não só deva ser desenvolvido nos períodos eleitorais, muito pelo contrário, ele deve ser trabalhado todos os dias do político, estabelecendo um vínculo permanente com a comunidade, não só solidificando a imagem perante o eleitor, mas utilizar-se deste instrumento para assentar valores, difundir a arte, a ciência, a ética, enfim fazer do Marketing Político um aliado junto a sociedade.
Infelizmente, ainda reina na cabeça dos nossos políticos, a visão imediatista, e que só pensa em se aproximar do povo nos períodos que antecedem as eleições, com isso é comum confundirem Marketing Político como sinônimo de marketing eleitoral, onde este tem como atividade e objetivos o resultado imediato, enquanto aquele desenvolve trabalhos antes durante e depois do mandato, uma atividade continuada, mantendo a estratégia de comunicação, com isto, preparar estrategicamente o amanhã do candidato, pois deve-se entender que todo dia, é dia de disputa eleitoral do político.
Tal qual um jogo de xadrez, a antecipação das jogadas do adversário pode evitar um xeque-mate.
Nos chavões do meio político, tem um bem interessante e que mais tem ocorrido: "O maior inimigo do candidato é o Político", definindo muito bem a essência de um posicionamento em relação a uma disputa eleitoral. Como tudo que ocorre neste meio, esta é uma caricatura que guarda traços fundamentais de verdade, basta qualquer pessoa acompanhar atentamente e facilmente observará.
Na realidade, para que o político possa fugir desta caricatura é importante que se utilize de técnicas entre as quais, obviamente está a do marketing político, entregando a quem tem treinamento e conhecimento para tal, entendendo que, no mundo de hoje, é improvável o sucesso numa eleição utilizando-se apenas dos meios unicamente políticos, sem contribuição e participação do marketing, uma técnica, relativamente eficiente, mesmo com as suas limitações, pois tem que se reconhecer que como toda técnica tem as suas limitações e as suas falhas, até porque a técnica do Marketing Político é recente, portanto ainda se encontra em um período de consolidação, porém, devemos reconhecer que tem se transformado cada vez mais como peça fundamental no processo eleitoral.
Já se foi o tempo em que se fazia campanha unicamente somente com panfletagem e comícios, hoje, diante de toda tecnologia, da necessidade de mais segurança, bem como sérias pesquisas de opinião pública, a boa comunicação são armas a serem empregadas na conquista do voto, e é claro, não devemos esquecer que a o marketing tem sido senão o maior mas um dos grandes aliados de promoção e de afirmação dos candidatos junto ao eleitorado.
Ao marketing político, cabe fornecer as ferramentas para que o marketing eleitoral venha a suprir as necessidades do eleitor. Como cabe ao marketing político projetar a imagem pessoal do político, como se fosse um produto ou serviço e será a qualidade desta imagem projetada, que irá fixar junto ao eleitorado o homem a ser votado.
Esse tipo de ferramenta é capaz de levar ao sucesso, se estrategicamente bem elaborado bem planejado e colocado na dose certa, de forma que se possa desenvolver e criar uma imagem consistente, trabalhando com coerência de forma que sua imagem, palavras e atitudes se tornem referências na comunidade.
Porém, nada disto se alcança sem que se utilize da estratégia e ou ferramenta fornecida pelas pesquisas de opinião, a quem caberá levar as informações, de forma que se possa elaborar estratégias eficazes tendo como base as informações coletadas junto ao público.
As pesquisas fornecem dados dos mais variados que vai desde como selecionar os públicos alvos, podendo identificar necessidades e expectativas da sociedade, colher o nível de satisfação, estrategicamente conhecer os adversários, obter junto ao eleitor as ameaça a sua candidatura, e por aí vai.
É preciso que todos entendam que o mundo mudou e estas mudanças aconteceram de forma repentina, pegando a todos desprevenidos. Tal qual o mundo, o Brasil também mudou e esta mudança inesperada ocorreu de forma irreversível e a ela todos devem se adaptar e aceita-la.
Com os novos tempos, novos fatos ocorreram como a globalização, a facilidade na comunicação, o novo papel assumido pela mulher na sociedade, tudo isso está dando origem a um novo cidadão e logicamente fez surgir um novo eleitor, conseqüentemente, um novo homem.
É importante observar que o povo brasileiro ainda está atravessando um período de aprendizagem democrática, começando a se interessar pela política, passando a conhecê-la e os seus instrumentos, assim, passou cada vez mais a ser exigente nas tomadas de decisões baseado nas informações e que o grande espetáculo proporcionado pelos comícios eleitorais esgotou a sua capacidade de produzir resultados.
Hoje quem reproduz resultados é a comunicação e quanto mais bem feita, mais bem planejada, mais frutos serão colhidos.
Todo candidato precisa se comunicar e bem com o eleitor e para isso deve apresentar a seus programas, suas idéias e conteúdos e, principalmente, seus compromissos. O resultado desta comunicação caberá ao eleitor, que ao analisar, interpretar e colocar na sua mente as propostas apresentadas pelo candidato, para que, no dia da eleição possa retroalimentá-lo, e responder ao apelo com o seu voto, pois este é o resultado final do trabalho do candidato, que é ter a consciência que sua mensagem chegou límpida e correta recebendo como resultado o voto que o irá consagrar.
Um comentário:
Não concordo com marketing político porque funções públicas eletivas, não devem ser alvo mistificações publicitárias ilusórias.
Qualquer função pública deve visar o bem estar social de todos os cidadãos brasileiros e isso nunca aconteceu nos desgovernos que passaram pelo Catete ou pelo Planalto.
Os políticos são hoje taxados como gente desonesta e grande maioria deles tem feito o possível para continuarem mantendo este descrédito junto da opinião pública brasileira.
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