Comer rápido economiza tempo, mas prejudica
sua saúde – saiba como
Nossas vidas modernas
e aceleradas frequentemente nos roubam tempo para atividades básicas, e
essenciais, como as refeições.
Muitos de nós
engolimos algo rápido no café da manhã ao sair de casa, ou devoramos o almoço
para ganhar um pouquinho mais de tempo para sermos produtivos no trabalho, ou
para nos dedicarmos às nossas vidas pessoais.
Além de reflexões mais
filosóficas sobre nossa cultura de pressa, vale a pena avaliar os impactos de
comer muito rápido em nossa saúde. Você já sentiu gases em excesso? Sofre
frequentemente de digestão difícil e pesada ou inchaço? Há quanto tempo você não
presta atenção na fome ou na saciedade que realmente sente?
• Excesso de gases
Em relação ao primeiro
desses problemas, há uma condição que envolve a deglutição de quantidades
excessivas de ar durante e entre as refeições rápidas, conhecida como
aerofagia.
Ela pode causar desde
um leve desconforto e uma sensação de peso e inchaço a dor e distensão
abdominal (um aumento visível no tamanho do abdome após comer).
A quantidade normal de
gás no trato digestivo, quando nossos estômagos estão vazios, é de cerca de 200
ml. Se essa quantidade aumentar significativamente, os mecanismos fisiológicos
para sua expulsão podem se tornar muito desconfortáveis.
O quanto de ar
engolido depende do equilíbrio entre a ingestão, a produção e a eliminação de
gás por meio de arrotos, flatulência ou seu consumo pela microbiota intestinal.
Comer rapidamente é um
dos principais fatores que aumentam a ingestão de ar e a produção de gases,
embora mascar chiclete, fumar e, também, as alterações na microbiota intestinal
possam contribuir.
• Não mastigar o suficiente
Ao comer com pressa,
temos menos tempo para mastigar, o que significa que o alimento chega ao
estômago quase inteiro. Portanto, são necessários mais ácidos estomacais para
digeri-los adequadamente.
Além de exigir um
esforço metabólico maior, isso também causa a sensação incômoda de peso e
indigestão que acompanha as refeições apressadas.
Outro efeito de não
mastigar o suficiente – não permitindo, assim, que as enzimas orais façam seu
trabalho – é a absorção de alimentos no intestino delgado. Apesar dos esforços
do estômago, os alimentos não mastigados podem chegar ao intestino sem serem suficientemente
digeridos.
• Não saber quando parar
Quando se trata de
sensações de fome e saciedade, o eixo intestino-cérebro entra em ação – o
cérebro é responsável por enviar os sinais que governam os processos
digestivos, além de nos fazer comer ou parar de comer.
Dois hormônios regulam
a sensação de saciedade ou fome – o grelina desencadeia a sensação de fome,
enquanto o hormônio leptina nos faz sentir saciados. Desde que vemos, sentimos
o cheiro e começamos a comer, leva de 20 a 30 minutos para a leptina se tornar
ativa.
Isso significa que,
quando comemos muito rápido, ingerimos mais do que realmente precisamos – a
leptina não tem tempo suficiente para entrar em ação e nos dizer que já comemos
o suficiente e estamos satisfeitos.
• Consequências mais graves
Comer muito rápido
pode ter repercussões mais severas para nossa saúde. Vários estudos mostram uma
relação entre a velocidade com que comemos e os fatores de risco
cardiovascular, níveis elevados de triglicerídeos e maiores chances de
desenvolver síndrome metabólica (até 59% maior), ou ficar acima do peso ou
obeso, especialmente entre os diabéticos.
Portanto,
definitivamente, vale a pena desacelerar e reservar um momento para desfrutar
de um café da manhã, almoço ou jantar mais tranquilo. Mastigue devagar e preste
atenção em quão você se sente saciado. Invista um pouco de tempo, e isso
renderá dividendos para sua saúde.
¨ Magnésio: saiba por que ele não pode faltar no seu prato
O magnésio aparece nas
castanhas, na banana, no espinafre, no feijão, entre tantos alimentos, e tem
marcado presença em estudos mundo afora. Um dos mais recentes, publicado no
periódico European Journal of Preventive Cardiology, comprova sua atuação em prol
da saúde das artérias.
Para o estudo,
pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, avaliaram dados
de mais de 15 mil adultos e observaram que entre aqueles que consumiam uma
dieta rica em magnésio havia menos risco para males cardiovasculares.
Embora seja um
trabalho observacional, isto é, que não estabelece uma relação de causa e
efeito, pela quantidade de estudos encontrados na literatura científica é
impossível deixar de considerar a hipótese. Até porque o mineral tem ação
antioxidante, o que ajuda a resguardar os vasos sanguíneos. Há ainda indícios
de que esteja envolvido em mecanismos que favorecem o controle da pressão arterial.
“O magnésio participa
de vários processos bioquímicos no nosso organismo”, comenta a nutricionista
Débora Donio, da Unidade de Check-Up do Hospital Israelita Albert Einstein. Ela
explica que ele atua na transmissão de impulsos nervosos e na produção de neurotransmissores
do bem-estar, daí a relação com o humor e o sono.
Vale destacar também
sua função no metabolismo energético e na síntese proteica, além do mecanismo
de contração e relaxamento muscular, o que impacta o desempenho físico. Existem
ainda evidências de que favoreça o aproveitamento da vitamina D. Não bastasse, o
mineral coopera para a mineralização óssea.
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Suplementar: sim ou não?
São diversos atributos
e, diante de tanta divulgação, muita gente lança mão de suplementos por conta própria — o que, segundo os especialistas
ouvidos pela Agência Einstein, pode ser perigoso. “Há uma crença de que, por
tratar-se de um nutriente e ser atrelado a algo ‘natural’, não traz malefícios,
mas o exagero pode desencadear problemas renais, entre outros danos”, avisa a
nutricionista Daniela Boulos, da Unidade de Check-Up do Hospital Israelita
Albert Einstein. Existem, inclusive, riscos de interações medicamentosas.
Algumas pessoas podem,
sim, precisar suplementar. Mas cada situação deve ser avaliada minuciosamente,
por meio de exames clínicos e de laboratório. “Atletas de alta performance, que
tendem a apresentar perdas de minerais pelo suor, são candidatos”, comenta
Débora Donio.
Idosos, sobretudo os
que portam dificuldades alimentares e distúrbios intestinais, também costumam
necessitar, assim como pacientes que fazem uso de determinados medicamentos
para tratar problemas de estômago.
“A deficiência
desencadeia alguns sintomas, mas, muitas vezes, os sinais podem vir de outras
carências nutricionais, contribuindo para confusões”, diz Boulos. Indisposição,
problemas na memória e cansaço são exemplos.
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Fontes de magnésio
Recomenda-se consumir
entre 300 e 400 mg por dia do mineral, meta que pode ser batida com um cardápio
recheado de castanhas, legumes, verduras, frutas e feijões. Confira alguns bons
fornecedores, segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos da Universidade
de São Paulo (USP):
- Castanha-do-pará (punhado de 30g) = 97 mg
- Castanha-de-caju (punhado de 30g) = 87 mg
- Semente de gergelim (colher sopa15g) = 54 mg
- Amendoim (punhado de 30g) = 47 mg
- Feijão carioca cozido (concha 80g) = 36 mg
- Banana prata (unidade 80g) = 23 mg
- Leite (copo 240 ml) = 23 mg
- Aveia (colher sopa 15g) = 17 mg
- Grão-de-bico cozido (colher servir 45g) = 16,7 mg
- Avocado (colher sopa 45 g) = 13 mg
- Couve crua (colher sopa 22g) = 9,4 mg
- Lentilha cozida (colher servir 35g) = 8,9 mg
- Espinafre cozido (colher sopa 25g) = 8 mg
Fonte: por Esther
Martínez Miguel e Silvia Gómez Senent, para The Conversation Brasil/CNN Brasil
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