Desaprovação de Macron sobe para 75% pela
1ª vez desde os Coletes Amarelos de 2018
Desde que os
manifestantes vandalizaram o icônico Arco do Triunfo de Paris em dezembro de
2018, nunca o índice de aprovação de Macron tinha caído tão baixo: 25%, com o
índice de desaprovação subindo para 75%, mostrou a pesquisa publicada pelo
Journal du Dimanche no sábado (21).
Três quartos dos
franceses estão decepcionados com o presidente Emmanuel Macron, apontou uma
pesquisa do Ifop, indicando que este é seu pior desempenho desde que os
protestos dos Coletes Amarelos abalaram a França em 2018.
Os entrevistados
acusaram o presidente de ter um "ego desproporcional que arruinou
tudo" e de tornar a França ingovernável ao dissolver o parlamento e
convocar eleições antecipadas, que se transformaram em um fiasco, segundo dados
da pesquisa.
Mais da metade dos
2.098 adultos franceses inquiridos de 11 a 20 de setembro disseram que
desaprovam a escolha de Macron para primeiro-ministro, Michel Barnier, dizendo
que o presidente havia desconsiderado a vontade das pessoas que votaram pela
mudança.
Milhares de pessoas
foram às ruas de Paris no sábado para protestar contra a nomeação de Barnier.
Macron nomeou o principal negociador do Brexit da União Europeia (UE) para a
chefia do gabinete francês após semanas de difíceis negociações. Barnier é amplamente
visto como um conservador. Ele defendeu a limitação da migração para a UE e até
propôs uma moratória de entrada de três a cinco anos para todos os migrantes,
exceto os requerentes de asilo e estudantes estrangeiros.
¨ Novo governo de centro-direita em França apresentado dois meses
após as eleições
A
coligação de esquerda obteve o maior número de lugares nas eleições
parlamentares de junho-julho, mas não conseguiu obter a maioria. O novo
governo, apresentado no sábado, é dominado por conservadores e centristas.
O palácio presidencial
francês anunciou no sábado um novo governo de centro-direita, dominado por
centristas e conservadores. O anúncio surge mais de dois meses após as eleições
que deram origem a um parlamento suspenso e aprofundaram as divisões políticas
no país. A coligação de esquerda Nova Frente Popular obteve o maior número
de lugares nas eleições legislativas, mas não conseguiu obter a maioria.
No sábado, grupos de
estudantes e ativistas do principal partido de esquerda, La France
Insoumise, manifestaram-se por todo o país contra um governo que,
segundo eles, rejeita a vontade dos eleitores.
O gabinete de 39
membros inclui principalmente ministros da aliança centrista de
Macron e conservadores republicanos.
No início deste mês, o
Presidente Emmanuel Macron nomeou o conservador Michel Barnier como
primeiro-ministro, apesar dos fracos resultados eleitorais do seu partido.
Barnier formou o novo
governo após difíceis negociações. Macron aprovou a nomeação e o anúncio foi
feito.
Jean-Noël
Barrot é o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros, um político centrista
conhecido pelo seu trabalho no domínio da transformação digital e dos assuntos
europeus. Possui uma vasta experiência na gestão de assuntos internacionais
complexos, especialmente na UE.
O novo ministro das
Finanças é Antoine Armand, uma figura emergente na política francesa,
agora encarregue de dirigir as políticas orçamentais da França e de gerir o
próximo orçamento em 2025, num contexto de pressão de Bruxelas para resolver o
problema da dívida crescente da França.
Sébastien
Lecornu mantém o seu cargo de Ministro da Defesa. Lecornu tem sido
fundamental para o reforço das capacidades militares da França, incluindo a
modernização dos sistemas de defesa e a gestão da assistência militar à
Ucrânia. A sua liderança no domínio da defesa será crucial no momento em que a
França se orienta para o seu papel no seio da NATO e gere as crescentes tensões
geopolíticas decorrentes das guerras na Ucrânia e no Médio Oriente.
A capacidade de
Barnier para governar eficazmente já está sob escrutínio, com os seus
adversários políticos à esquerda a prometerem desafiá-lo a cada passo e a
extrema-direita a dizer que vai vigiar de perto o governo.
A França é uma das
principais vozes na política da UE, uma das maiores economias do mundo e um
membro do Conselho de Segurança da ONU com poder de veto e com armas nucleares.
A composição e a direção do seu governo revestem-se, por conseguinte, de grande
importância internacional devido às suas potenciais implicações.
<><> A
oposição critica o novo governo
As reações da oposição
foram rápidas, com Marine LePen a criticar a medida como um "governo
de transição" na rede X.
"Os franceses
encontram-se esta noite com um governo reestruturado, muito longe do desejo de
mudança e alternância expresso em junho passado. Este governo de transição é
uma consequência do impasse criado pelas alianças antinaturais formadas durante
as eleições legislativas", comentou LePen nas redes sociais.
A coligação de
esquerda Nova Frente Popular surpreendeu muitos ao conquistar o maior
número de lugares nas arriscadas eleições antecipadas convocadas por Macron na
sequência da vitória da extrema-direita nas eleições para o Parlamento Europeu.
Mas a Nova Frente Popular não teve a oportunidade de formar um governo
minoritário e recusou-se a fazer concessões e a juntar-se a uma aliança
governamental mais à esquerda.
"Este governo é
uma união de perdedores, com alguns que estão mais ou menos lá por decoração,
uma farsa", disse o líder do La France Insoumise, Jean-Luc Mélenchon,
acrescentando que o seu partido não vai votar confiança no governo.
O primeiro grande
teste político de Barnier será a 1 de outubro, quando proferir o seu
discurso de política geral na Assembleia Nacional.
¨ Macron forma governo à direita apesar da vitória da esquerda na
última eleição
O presidente
francês Emmanuel Macron anunciou
a formação de seu novo governo quase três meses após uma eleição geral antecipada que modificou o parlamento.
A tão esperada nova
formação, liderada pelo primeiro-ministro Michel Barnier, marca uma mudança
decisiva para o campo da direita — embora uma aliança de esquerda tenha
conquistado a maioria dos assentos parlamentares.
Apesar da parceria
entre o partido centrista de Macron e os partidos da direita, o parlamento
continua fragmentado e dependerá do apoio de outras forças políticas para
aprovar novas leis e projetos.
Esse movimento de
Macron ocorre no momento em que a União Europeia faz
um alerta sobre a dívida crescente da França, que agora excede em muito as
regras do bloco.
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A nova distribuição do governo
Entre os nomes que
ganharam uma posição no novo gabinete está o de Bruno Retailleau, um
membro-chave do Partido Republicano conservador fundado pelo ex-presidente
Nicolas Sarkozy.
Ele foi nomeado
ministro do Interior, cujas atribuições envolvem temas relacionados à
imigração.
Um total de dez
políticos do Partido Republicano receberam cargos no gabinete, embora Macron
tenha mantido vários ministros antigos em cargos-chave da administração.
O aliado próximo de
Macron, Sébastien Lecornu, foi mantido como ministro da Defesa, e Jean-Noel
Barrot, antes ministro para Assuntos Europeus, foi promovido a ministro das
Relações Exteriores.
Apenas um político de
esquerda recebeu um cargo no gabinete: Didier Migaud, que não está vinculado a
nenhum partido e mantém uma posição independente, foi nomeado ministro da
Justiça.
O cargo de ministro
das Finanças foi para Antoine Armand, um membro do próprio partido Renascimento
de Macron que, até agora, tinha pouca fama política.
Armand tem a tarefa de
redigir o projeto de lei orçamentária do governo antes do ano novo para lidar
com o déficit da França.
Antes das eleições
antecipadas, o braço executivo da União Europeia alertou a França de que ela
seria disciplinada por violar as regras financeiras do bloco.
O déficit do setor
público da França está projetado para atingir cerca de 5,6% do PIB este ano e
ultrapassar 6% em 2025. A União Europeia tem um limite de 3% para déficits.
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Barnier, o primeiro-ministro
Michel Barnier, um
conservador veterano, foi nomeado primeiro-ministro de Macron no início deste
mês.
Barnier foi um dos
principais negociadores da saída do Reino Unido da União Europeia. Agora, ele
precisou enfrentar a tarefa de formar um novo governo capaz de sobreviver à
fragmentação do parlamento.
Membros da aliança de
esquerda, a Nova Frente Popular (NFP), ameaçaram uma moção de desconfiança do
novo governo.
Na eleição de julho, a
NFP ganhou mais assentos parlamentares do que qualquer bloco político, mas não
o suficiente para formar uma maioria.
O líder da esquerda
radical Jean-Luc Mélenchon pediu que o novo governo "fosse eliminado"
o mais rápido possível.
No sábado (21/9),
antes do anúncio da composição do novo gabinete, milhares de apoiadores de
esquerda se manifestaram em Paris contra o governo, argumentando que o
desempenho da esquerda na eleição não foi levado em consideração.
No entanto, a aliança
entre partidos de centro e conservadores para formar o gabinete de governo não
será suficiente para aprovar novos projetos de lei.
As votações no
parlamento dependerão de outras forças políticas, como o Reunião Nacional de
direita radical, liderado por Marine Le Pen.
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Os argumentos de Macron
Os primeiros protestos
contra a escolha do primeiro ministro começaram no dia 7 de setembro, quando
mais de 100 mil pessoas foram às ruas em toda a França.
As manifestações foram
convocadas por sindicatos e membros da NPF, que ficaram furiosos com o fato de
o candidato a primeiro-ministro do grupo tenha sido rejeitado por Macron.
Neste dia, Mélenchon
pediu a "mobilização mais poderosa possível" em marchas nacionais.
Os manifestantes
também usaram slogans como "negação da democracia" e "eleição
roubada".
A candidata à
primeira-ministra apontada pela esquerda foi Lucie Castets.
Mas ela foi rejeitada
por Macron, que disse que Castets não tinha chance de sobreviver a um voto de
confiança na Assembleia Nacional.
Na visão do presidente
francês, Barnier pode sobreviver a um voto de desconfiança porque a extrema
direita — que também ganhou um grande número de assentos —disse que não votará
automaticamente contra ele.
Fonte: Sputnik Brasil/Euronews/BBC
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