sexta-feira, 2 de junho de 2023

Zelensky diz que não encontrou Lula no G7 'por falta de interesse' do Brasil e questiona 'seriedade'

Segundo Zelensky, dizer que os presidentes não se reuniram porque o líder ucraniano não apareceu, como disse Lula, é uma declaração de gente que "não é séria ou substantiva".

Em entrevista à Folha de São Paulo publicada nesta quinta-feira (1º), o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, contradisse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao afirmar que no G7 seu encontro com Lula não aconteceu "por falta de interesse do Brasil".

"[…] Já ofereci a realização de uma reunião em qualquer formato. Já convidei várias vezes o presidente Lula para vir à Ucrânia. […] No G7, tive várias reuniões bilaterais. Disseram que a gente não havia tentado nem se esforçado para encontrá-lo, isto não é verdade. Não é gente séria, substantiva, que está dizendo isso. […] Já me dispus a encontrá-lo muitas vezes. Acredito que se criará uma nova oportunidade. Alguma coisa não deu certo [para o encontro] no G7, não quero entrar em detalhes, mas definitivamente não foi por nossa causa que não deu certo", afirmou o mandatário ucraniano.

Indagado do porquê é importante criar um tribunal especial internacional para julgar o conflito e se Kiev espera que o Brasil apoie a iniciativa – visto que em um primeiro momento Brasília não manifestou apoio à criação da corte –, Zelensky alfinetou o petista pela falta de apoio dizendo que o líder brasileiro quer ser "original" em suas propostas.

"Lula quer ser original, e devemos dar essa oportunidade a ele. Agora, é preciso responder a algumas perguntas muito simples. O presidente acha que assassinos devem ser condenados e presos? Creio que, se tiver a oportunidade, ele dirá que sim. Ele encontrará tempo para responder a essa questão? Ele não achou tempo para se reunir comigo, mas, talvez, tenha tempo para responder a essa pergunta", afirmou.

O líder ucraniano acrescentou que "tudo o que quero com meus discursos, com meu encontro com Lula, é dizer que é muito difícil ir até a América Latina durante a guerra, mas estou disposto e pedi [para ir] a quase todos os países".

Para entrevista, os jornalistas passaram por cinco checagens de segurança e só puderam levar seus blocos de anotações, deixando de fora telefones, bolsas e até as suas próprias canetas, item depois fornecido aos repórteres pelo governo ucraniano. O temor é que o sinal dos celulares seja rastreado, relatou a Folha de São Paulo.

·         Itamaraty refuta versão de Zelensky e diz que ofereceu 3 horários para reunião com Lula no G7

O Itamaraty contestou as declarações feitas pelo presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, de que o encontro dele com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à margem do G7 não aconteceu por conta de "falta de interesse" do Brasil.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro ofereceu três horários a Zelensky, que não foram aceitos pelos ucranianos, segundo o jornal O Globo. Em entrevista publicada hoje (1º) pela Folha de São Paulo, Zelensky questionou a seriedade de quem declarou que o encontro não aconteceu "por conta do lado ucraniano".

"[…] Disseram que a gente não havia tentado nem se esforçado para encontrá-lo, isto não é verdade. Não é gente séria, substantiva, que está dizendo isso. […] Já me dispus a encontrá-lo muitas vezes. Acredito que se criará uma nova oportunidade. Alguma coisa não deu certo [para o encontro] no G7, não quero entrar em detalhes, mas definitivamente não foi por nossa causa que não deu certo", afirmou o mandatário ucraniano.

Em declarações à imprensa no último dia da cúpula do G7, Lula disse que Zelensky não apareceu.

"Se ele teve um outro problema mais sério, um encontro mais importante, eu não sei. O dado concreto é que estava marcado aqui nesse salão às 15h15 o encontro com Zelensky. Esperamos, recebemos informação de que eles tinham atrasado e, enquanto isso, atendi o [líder do] Vietnã. Ele foi embora, e a Ucrânia não apareceu. Simplesmente foi isso que aconteceu", afirmou o líder brasileiro conforme noticiado.

O mandatário ucraniano fez o comentário durante uma entrevista a sete veículos da imprensa latino-americana, entre eles a Folha.

Zelensky também alfinetou o petista pela falta de apoio do Brasil para criação de um tribunal específico para o conflito, dizendo que o líder brasileiro quer ser "original".

 

Ø  CNOOC da China inicia produção de gás natural no Brasil em maior bloco de águas profundas do mundo

 

Em um comunicado emitido nesta quinta-feira (1º), a petrolífera estatal chinesa CNOOC anunciou o começo de produção de crude e gás natural no campo de Búzios 5 no Brasil.

A extração está sendo feito através de uma plataforma flutuante, com capacidade para armazenar 1,4 milhão de barris de crude por dia, que foi convertida na China em julho de 2022 e chegou ao Brasil em fevereiro, relata o Diário de Notícias.

O poço é a quinta fase do campo petrolífero de Búzios, na costa sudeste brasileira. Com profundidade média de 1.900 metros a 2.200 metros, o campo é o maior campo de petróleo pré-sal em águas profundas do mundo, com produção diária de 600.000 barris.

A CNOOC disse que já instalou cinco poços que produzirão até 150 mil barris de crude e seis milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

A subsidiária brasileira da CNOOC possui 7,34% do reservatório compartilhado de Búzios, que é 88,99% de propriedade da Petrobras.

A estatal chinesa pagou US$ 1,9 bilhão (R$ 9,59 bilhão) à petrolífera brasileira no ano passado para garantir uma participação de 5% em um acordo de compartilhamento de produção no campo, segundo a Reuters.

O comunicado publicado hoje (1º) garantiu que o projeto vai "contribuir para o desenvolvimento sustentável da indústria de petróleo e gás, economia e sociedade do Brasil".

A CNOOC é a maior produtora offshore de petróleo e gás da China e investiu em vários campos tecnicamente mais desafiadores no exterior, à medida que busca aumentar a produção.

 

Ø  Zelensky deixa claro que não irá à cúpula da OTAN e faz ultimato à aliança, diz mídia

 

O jornal Financial Times relatou que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, deixou claro para os líderes da OTAN que não comparecerá à cúpula de julho em Vilnius, Lituânia, a não ser que seja proposto um roteiro para o ingresso de Kiev na aliança.

Além do plano para o ingresso na aliança, Zelensky também quer garantias específicas da aliança, segundo o FT.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, afirmou que a Ucrânia não ficará satisfeita com nenhuma outra decisão da cúpula de julho a não ser o convite para ingressar na aliança.

Anteriormente, o presidente ucraniano afirmou que o país não ingressaria na OTAN até o final do conflito, mas gostaria do apoio de parceiros e um convite para a adesão.

Em setembro de 2022, Zelensky anunciou a candidatura da Ucrânia para integrar a OTAN de forma agilizada.

O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, reconheceu que a posição do bloco sobre o direito de cada país determinar seu próprio caminho e sobre a política de "portas abertas" se mantém, enfatizando que a aliança não pouparia esforços em ajudar Kiev a se defender.

·         Tenente-general americano: OTAN é mais forte, mas ainda não está pronta para confronto com Rússia

Aliança Atlântica fez grande progresso, especialmente com a adesão da Finlândia, mas continua incapaz de responder adequadamente a um potencial ataque russo, afirmou o tenente-general reformado Ben Hodges, ex-comandante do Exército dos EUA na Europa.

Hoje (31), durante a conferência Globsec em Bratislava, o tenente-general reformado alertou que no caso de um confronto, a Organização do Tratado do Atlântico Norte teria que proteger não apenas as cidades portuárias, mas toda a Europa, relatou a agência de notícias polonesa Niezalezna. De acordo com ele, a OTAN ainda não está pronta para uma potencial guerra com a Rússia.

Durante seu discurso, ex-comandante americano reconheceu que a OTAN tinha feito progressos significativos, incluindo países-membros individuais.

"No entanto, ainda estamos muito longe de onde deveríamos estar se quisermos lutar contra o ataque russo", disse ele.

Segundo Hodges, embora a OTAN tenha se fortalecido com a adesão da Finlândia, a aliança ainda é incapaz de mostrar a Moscou a capacidade de enviar rapidamente tropas. Como exemplo, ele citou as ferrovias estatais alemãs, que tinham apenas vagões de carga suficientes para transportar uma brigada e meia blindada simultaneamente.

"Isso é tudo o que podemos fazer, 1,5 tripulação, e devemos ser capazes de mover dez ou 12 de cada vez", explicou Hodges.

Na conferência, ele também chamou a atenção para a guerra eletrônica, durante a qual, disse ele, a Rússia está indo muito bem.

"Qualquer um que fale em um telefone ou rádio desprotegido será morto dentro de três a quatro minutos. Nenhum desses grupos de combate fortificado pode falar com segurança com qualquer outra pessoa do grupo de combate americano na Polônia", admitiu o general.

Segundo a sua avaliação, a OTAN tem agora de levar a sério a questão da interoperabilidade, dos arsenais de munições, da defesa antiaérea e antimíssil.

"Os russos mostraram claramente que usarão armas de precisão multimilionárias contra edifícios residenciais. Portanto, não se trata apenas da proteção de Gdansk, Klaipeda ou outros aeroportos e portos marítimos – trata-se da proteção de 500 milhões de cidadãos europeus. Não estamos prontos para isso", resumiu.

·         MD russo: grupo de militantes ucranianos tentou entrar na Rússia usando um rio, explodiu em minas

O Ministério da Defesa da Rússia relatou mais detalhes sobre o incidente da manhã de quinta-feira (1º) na fronteira com a Ucrânia, que envolveu uma tentativa de entrada de efetivos de Kiev.

Na manhã desta quinta-feira (1º) o agrupamento de tropas Zapad (Ocidente) da Rússia frustrou uma nova tentativa do regime de Kiev de realizar um ataque contra civis na cidade de Shebekino, na região de Belgorod, Rússia, comunicou o Ministério da Defesa da Rússia, que apresentou uma cronologia dos eventos.

Às 03h57 (horário local, 21h57, no horário de Brasília), após uma hora de bombardeio na fronteira russo-ucraniana, no posto de controle da estrada internacional de Shebekino, e nas áreas residenciais do vilarejo Novaya Tavolzhanka, o inimigo tentou atacar na direção de Volchansk com três veículos blindados de combate, quatro picapes e 30 efetivos. O fogo de artilharia atingiu o inimigo, destruindo um veículo blindado de combate e até dez dos militantes. O inimigo se retirou na direção de Pletenevka, de acordo com o ministério.

Além dele, continua, um grupo terrorista de 15 militantes tentou entrar em território russo ao longo da margem esquerda do rio Siversky Donets, na direção de Gatischevo, Novaya Tavolzhanka. Os terroristas ucranianos se explodiram em um campo minado e seus restos foram destruídos pela artilharia russa.

Houve ainda um outro grupo terrorista ucraniano, composto por 20 militantes e dois veículos blindados de combate, que avançou pela margem direita do Siversky Donets em direção a Novaya Tavolzhanka, explicou o órgão militar. Os insurgentes foram dispersados, com eles perdendo oito combatentes e um dos veículos.

Às 04h57 (horário local, 22h57, no horário de Brasília) a Força Aeroespacial da Rússia foi mencionada como tendo efetuado dois ataques no território da Ucrânia contra as reservas inimigas, nas áreas de Ogurtsovo e Gatischevo.

Entre as 06h05 e 06h45 (horário local, 00h05 e 00h45, respetivamente, no horário de Brasília), formações terroristas ucranianas, em uma tentativa de intensificar seus esforços, fizeram outra tentativa de invadir o território russo, agora a partir dos distritos de Pletnevka e Volchansk. O ataque envolveu até 70 militantes, cinco tanques, quatro veículos blindados de combate, sete picapes e um caminhão Kamaz.

As forças russas infligiram perdas ao inimigo entre as 06h10 e 06.50 (horário local, 00h10 e 00h50, respetivamente, no horário de Brasília), o que o forçou a se retirar na direção de Zhovtnevoe. Os terroristas ucranianos perderam 12 soldados, dois veículos blindados de combate e uma picape durante os combates, acrescentou o Ministério da Defesa da Rússia.

Já de 07h00 e 09.50 (horário local, 01h00 e 03h50, respetivamente, no horário de Brasília) os terroristas em retirada e as reservas inimigas foram atingidos por nove ataques aéreos perto de Ogurtsovo, Pletenevka, Staritsa e Volchansk.

No total, mais de 50 terroristas ucranianos, quatro veículos blindados de combate, um lançador múltiplo de foguetes BM-21 Grad e uma picape foram destruídos na área da fronteira ucraniana, resumiu o ministério russo.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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