domingo, 4 de junho de 2023

Ucrânia está pagando com banho de sangue pela entrega de armas do Ocidente, diz jornalista

Ucrânia está pagando pelas armas fornecidas pelo Ocidente com um banho sangue, escreve colunista Pablo Jofré Leal no portal Rebelión.

"Qualquer possibilidade de trégua é rejeitada não pela Ucrânia – ela simplesmente repete o que Bruxelas lhe impõe – mas pela organização atlântica [OTAN] que viu multiplicar o pedido de armas às custas de um banho de sangue", destacou ele.

Ele também observou que os "padrinhos do governo de Kiev" não se importam com as perdas do Exército ucraniano, pois não são os seus cidadãos que morrem. É esta a "estratégia sangrenta" dos países da OTAN, acrescentou Jofré Leal.

No "quadro de morte, corrupção e tráfico de armas" pode se incluir a decisão da OTAN de treinar soldados ultranacionalistas da Ucrânia. Estes treinamentos são conduzidos por países ocidentais sob pretexto de uma missão de assistência militar a Kiev.

Por fim, Jofré Leal destacou que os países ocidentais devem aprender com as experiências negativas no Afeganistão, Iraque e Líbia e parar de fazer passar por uma missão humanitária o treinamento de grupos terroristas, os milhões em comércio de armas e a crescente instabilidade global.

·         Polônia revela por que não pode dar caças F-16 ou sistemas Patriot à Ucrânia

O premiê polonês explicou as razões pelas quais Varsóvia não tem entregado algumas das armas mais cobiçadas por Kiev, e relatou a reação de Zelensky aos seus esforços.

Mateusz Morawiecki, primeiro-ministro da Polônia, disse na quinta-feira (1º) que seu país não tem um número suficiente de aeronaves F-16 e sistemas de defesa antiaérea Patriot para enviar à Ucrânia.

"Temos muito poucas aeronaves F-16, por isso, no momento, hoje, não há tais expectativas de nossa parte. Entregamos nossos MiG, bons aviões, bons caças, e isso é muito apreciado", disse Morawiecki em uma coletiva de imprensa durante uma cúpula da Comunidade Política Europeia (EPC, na sigla em inglês) realizada na Moldávia, citado na quinta-feira (1º) pela Rádio Polonesa.

Tanto a Polônia quanto a Eslováquia enviaram à Ucrânia alguns de seus MiG-29, produzidos na ex-URSS, para compensar as perdas sofridas por Kiev em 2022.

A Polônia, disse, também não poderá substituir os sistemas de defesa antiaérea Patriot danificados ou destruídos pelos ataques de mísseis russos.

"Da mesma forma que não temos caças F-16 suficientes, não podemos entregar nossos sistemas Patriot à Ucrânia pelo mesmo motivo", disse Morawiecki, acrescentando que era importante que outros países com esses sistemas os compartilhassem com a Ucrânia "o mais rápido possível".

O primeiro-ministro polonês notou que Vladimir Zelensky agradeceu pelo envolvimento de Varsóvia na organização da "coalizão" do F-16, em referência à pressão de vários Estados-membros da OTAN para fornecer esses caças a Kiev.

 

Ø  Zelenski diz que Ucrânia está preparada para contraofensiva

 

A Ucrânia está "preparada" para iniciar uma contraofensiva contra as tropas russas invasoras disse neste sábado (0/06) o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em uma entrevista ao diário americano Wall Street Journal. O líder ucraniano, no entanto, advertiu para o risco de o país sofrer baixas consideráveis se os países ocidentais não fornecerem mais armas.

Kiev afirma há vários meses que está preparando uma grande ofensiva que tentar recuperar os territórios ocupados desde o início da guerra de agressão lançada pelo Kremlin em fevereiro de 2022.

"Muitos soldados morrerão se Kiev não receber armamento para enfrentar o poder aéreo de Moscou", disse Zelenski. "Todos sabem perfeitamente que qualquer contraofensiva sem superioridade aérea é muito perigosa. Imaginem o sentimento de um soldado que sabe que não tem um teto e não entende por que os países vizinhos têm", disse.

Zelenski também destacou que o único armamento capaz de proteger a Ucrânia é o sistema de defesa antiaérea Patriot, fabricado pelos Estados Unidos, e pediu mais equipamentos.

Ainda assim, Zelenski disse que a Ucrânia está "preparada" para recuperar os territórios ocupados pelos invasores. "Acreditamos firmemente que seremos bem-sucedidos", disse. "Não sei quanto tempo vai demorar. Para ser honesto, pode acontecer de várias maneiras, completamente diferentes. Mas vamos fazer isso e estamos preparados."

As declarações coincidiram com novos bombardeios executados esta semana contra Kiev.

"A realidade é que 50 Patriots evitarão, na maioria das vezes, que as pessoas morram", afirmou.

Zelenski também expressou frustração antes da reunião de cúpula da Otan, a aliança militar da qual a Ucrânia deseja fazer parte, na capital da Lituânia no próximo mês.

"Se não formos reconhecidos e recebermos um sinal em Vilnius, acredito que não faz sentido para a Ucrânia estar nesta reunião de cúpula", disse.

·         EUA dizem que já forneceram o suficiente para contraofensiva

O governo dos EUA afirmou na sexta-feira que forneceram à Ucrânia tudo o que o país necessita para uma contraofensiva contra a Rússia, de acordo com o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

"Estamos muito confortáveis por termos respondido à necessidade da Ucrânia de realizar a sua contraofensiva, quando a quiserem iniciar", disse Kirby.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca explicou que os EUA estão confiantes de que fizeram tudo o que foi possível para preparar a Ucrânia para a contraofensiva, não apenas fornecendo sistemas de defesa antiaérea, mas também artilharia, blindagem, munições e treino.

"Trabalhamos muito nos últimos meses para garantir que a sua lista de fornecimentos esteja completa e que tenham o que precisam", acrescentou Kirby, lembrando que as defesas aéreas têm sido uma prioridade, à luz da decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de usar 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) iranianos e mísseis de cruzeiro para atingir alvos civis na Ucrânia.

Questionado sobre o número de baixas russas no conflito, Kirby limitou-se a repetir o mesmo número que deu há um mês, falando em 100 mil russos mortos e feridos nas frentes de guerra na Ucrânia desde dezembro passado. O porta-voz clarificou que essas baixas russas ocorreram sobretudo na região de Bakhmut, no leste da Ucrânia, que desde agosto tem sido palco dos combates mais duros em toda a frente.

·         Terroristas ucranianos usaram equipamento fornecido pela OTAN no ataque a Belgorod, diz mídia

Sabotadores ucranianos que se infiltraram na região russa de Belgorod, no final de maio, usaram veículos e armas originalmente fornecidos a Kiev pelos EUA, Polônia, República Tcheca e Bélgica, informou o Washington Post neste sábado (3), citando autoridades norte-americanas não identificadas.

Três dos veículos protegidos contra emboscadas e resistentes a minas (MRAPs, na sigla em inglês) que entraram no território russo foram enviados para a Ucrânia pelos EUA, enquanto o quarto veio da Polônia, diz a matéria da mídia norte-americana.

Os sabotadores também estavam equipados com fuzis fabricados na Bélgica e na República Tcheca e pelo menos uma arma antitanque AT-3, usada entre as tropas norte-americanas e ocidentais, disse o jornal, citando fotos verificadas. Segundo a apuração, dois mercenários norte-americanos na Ucrânia teriam informado que os fuzis BREN e SCAR são "comumente" entregues a militantes ucranianos e mercenários estrangeiros.

Um porta-voz do Ministério da Defesa belga se recusou a especificar o número de fuzis transferidos para a Ucrânia, afirmando que "as armas fornecidas sempre foram entregues às autoridades oficiais e ao Exército regular, que é responsável por elas".

No dia 22 de maio, o governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, disse que um grupo de sabotagem ucraniano havia se infiltrado no território do distrito Graivoronsky, na região da fronteira russa, e anunciou uma operação antiterrorista. No dia seguinte, a Rússia disse ter repelido o ataque e divulgou imagens mostrando vários veículos blindados queimados pertencentes aos atacantes, bem como Humvees de fabricação norte-americana, parcialmente presos em crateras devido à explosão de munição.

O Departamento de Estado dos EUA disse inicialmente que estava "cético" em relação aos relatos de que armas fornecidas pelos EUA foram usadas no recente ataque transfronteiriço na região de Belgorod. O presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley, disse mais tarde que sua equipe estava trabalhando com o Comando Europeu (EUCOM) para confirmar se o equipamento militar fornecido pelos EUA foi usado no ataque.

 

Ø  Ministério da Defesa da Turquia: enviaremos tropas ao Kosovo a pedido da OTAN

 

O órgão militar turco relatou que recebeu uma missão da aliança na autoproclamada República do Kosovo, onde têm ocorrido distúrbios recentemente.

Um destacamento de tropas turcas está sendo enviado ao Kosovo em resposta a uma solicitação da OTAN, comunicou neste sábado (3) o Ministério da Defesa da Turquia.

"Um batalhão de comandos agregado à 65ª Brigada de Infantaria Mecanizada foi designado como batalhão de reserva em resposta a uma solicitação do Estado-Maior Conjunto da OTAN em Nápoles após os eventos no Kosovo", disse o ministério em uma declaração.

O Ministério da Defesa sublinhou que Ancara pediu às partes envolvidas no conflito que demonstrassem moderação. O batalhão deve ser enviado à base de Sultan Murad, na autoproclamada República do Kosovo, no domingo (4) e segunda-feira (5).

·         Conflito no Kosovo

Os sérvios continuam seus protestos em frente aos municípios de Zvecan e Leposavic, no norte do Kosovo.

Os distúrbios começaram na noite de segunda-feira (29) no município de Zvecan. Os sérvios se reuniram em frente ao escritório do governo local e exigiram a retirada da polícia do Kosovo e do prefeito albanês. Seu caminho foi bloqueado pela polícia do Kosovo e pela Força do Kosovo (KFOR, na sigla em inglês) da OTAN. Eles abriram fogo contra os manifestantes, usaram cassetetes, lançaram gás lacrimogêneo e cerca de 30 granadas de atordoamento na multidão.

Durante os confrontos foram feridos 52 sérvios e 41 efetivos da KFOR, sendo a maioria dos últimos húngaros e italianos.

Representantes da Lista Sérvia, o maior partido dos sérvios do Kosovo, iniciaram na quarta-feira (31) conversas com os comandantes da KFOR sobre a segurança dos protestos. Na manhã de quinta-feira (1º) os sérvios do Kosovo se reuniram novamente em frente ao prédio da prefeitura de Zvecan, cercado pelos militares da OTAN.

Goran Rakic, líder da Lista Sérvia, disse na manhã de quinta-feira (1º) que "os sérvios não têm problemas com a KFOR".

 

Ø  Parlamento da Suíça rejeita reexportação de armas do país para a Ucrânia

 

Os legisladores suíços votaram com uma maioria negativa contra a possibilidade de armamentos do país enviados para outros países europeus poderem ser transferidos para as mãos de Kiev.

A Câmara dos Representantes da Suíça rejeitou na noite de quinta-feira (1º) uma proposta para autorizar a reexportação de material de guerra fabricado na Suíça para a Ucrânia, informou na sexta-feira (2) o portal Swissinfo.

A decisão parlamentar, que foi votada com 98 votos a favor, 75 contra e 2 abstenções, determinou que Berna não flexibilizará as regras de exportação de material bélico para a Ucrânia, algo que um comitê parlamentar recomendou em maio.

O Comitê de Política de Segurança aprovou anteriormente duas moções para flexibilizar as regras sobre a reexportação de armamentos suíços, que também foram aprovadas em um comitê do Senado.

Isso ocorreu depois que alguns países como Alemanha, Dinamarca, Espanha e os Países Baixos pediram à Suíça que enviasse algumas munições e armas fabricadas na Suíça para apoiar militarmente a Ucrânia contra a Rússia.

Enquanto isso, o Partido Popular Suíço, que detém a maioria dos assentos na Câmara dos Representantes, foi um dos principais oponentes dessa proposta.

O voto de rejeição aconteceu no mesmo dia em que Alain Berset, presidente da Suíça, se encontrou com seu homólogo ucraniano Vladimir Zelensky na cúpula da Comunidade Política Europeia (EPC, na sigla em inglês) na Moldávia.

 

Fonte: Sputnik Brasil/Deutsche Welle

 

Nenhum comentário: