Transplante
de ossos: saiba como funciona a técnica e quando é indicada
“Sentia dores constantes, não podia nem me
locomover, passava o tempo todo de muletas. Depois do transplante, nunca mais
senti dor”, diz o aposentado Altomar Pinto de Andrade, de 70 anos. O tratamento
pelo qual ele passou foi um transplante de ossos, técnica que
ainda é pouco conhecida da população.
No caso de Andrade, o tratamento foi feito com
enxerto ósseo de doadores desconhecidos. Ele passou pelo transplante no quadril
esquerdo em 2016 e, em 2022, no direito. Os ossos dos doadores foram usados
para substituir implantes que o paciente tinha desde os 40 anos por causa de
uma doença que provocou o enfraquecimento dos ossos da bacia dele.
“Quando falo
que tenho ossos transplantados muita gente fica curiosa, pois o procedimento é
pouco conhecido. Para mim, o resultado foi muito bom, me deu uma nova vida sem
as dores que eu sentia”, diz Andrade. Apesar de não ser tão popular quanto o
transplante de órgãos, a técnica de transplantar ossos já é realizada no Brasil
há mais de 20 anos.
O procedimento envolve a substituição de ossos
danificados ou doentes por ossos saudáveis de doadores, e tem o potencial de
tratar várias condições, desde osteoporose até traumas graves. Os transplantes
também são usados para substituir próteses desgastadas, como era o caso de
Altomar, e para repor áreas retiradas em razão de tumores.
“A maioria dos pacientes tem idade avançada e já foi
submetida a tratamentos cirúrgicos prévios. Após a cirurgia de transplante
ósseo, esses pacientes passam a ter maior mobilidade e ausência de dor,
deixando de usar cadeira de rodas e muletas”, explica o ortopedista Marcelo
Ferrer, do Hospital Santa Lúcia, que realiza o procedimento há uma década. O
banco de ossos do hospital particular é um dos dois em operação no DF.
Como é feita a doação?
O procedimento de doação dos ossos respeita um protocolo semelhante ao da doação de órgãos. É possível, no caso de parentes próximos, uma cirurgia para retirada de
partes do osso que beneficiarão os entes queridos. No geral, porém, a doação é
feita após a morte cerebral de um paciente quando a família sinaliza a intenção
de doação de órgãos e tecidos.
A vantagem da doação óssea, porém, é que ela é feita
com a possibilidade de manter o material por mais tempo que outros tecidos.
Depois de retirados e examinados, os ossos são extremamente limpos e congelados
a 80 graus negativos. Outros exames são realizados para detectar a existência
de bactérias ou fungos.
O risco de rejeição é praticamente nulo, de acordo
com os especialistas. O processo de recuperação, no entanto, envolve muita
fisioterapia para a adaptação das funções do corpo.
Fonte: Metrópoles

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