domingo, 25 de junho de 2023

Mundo tem 1,5 milhão de mortes ligadas a diabetes

O diabetes é caracterizado por altos níveis de glicose no sangue resultantes de defeitos na produção de insulina, ação da insulina ou ambos. A condição está associada a 1,5 milhão de mortes todos os anos, segundo Organização Mundial da Saúde (OMS).

A doença pode levar a complicações graves, como cegueira, danos nos rins, doenças cardiovasculares, amputações de membros e morte prematura.

Aqui está o que você precisa saber sobre diabetes, uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

•        Fatos

Pessoas com diabetes ou outras condições médicas subjacentes são mais propensas a ficar gravemente doentes se infectadas com Covid-19, de acordo com o CDC.

Em todo o mundo, o número de pessoas vivendo com a doença potencialmente fatal quadruplicou desde 1980 para cerca de 422 milhões, segundo a OMS.

37,3 milhões de pessoas nos Estados Unidos têm diabetes, cerca de 11,3% da população. 8,5 milhões (23%) de adultos com diabetes não são diagnosticados.

O diabetes foi a oitava principal causa de morte nos Estados Unidos em 2020, de acordo com dados provisórios do National Vital Statistics System.

Existem vários tipos de diabetes: tipo 1, tipo 2 e diabetes gestacional.

O pré-diabetes ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão acima do normal, mas ainda não altos o suficiente para ser diagnosticado como diabetes. Antes de desenvolver diabetes tipo 2, as pessoas quase sempre têm pré-diabetes. A pesquisa mostrou que alguns danos a longo prazo ao corpo podem ocorrer durante o pré-diabetes.

O diabetes tipo 1 se desenvolve quando o sistema imunológico do corpo destrói as células beta pancreáticas, as únicas células do corpo que produzem insulina. Esta forma de diabetes geralmente atinge crianças e adultos jovens. Apenas 5-10% das pessoas com diabetes têm diabetes tipo 1. Os fatores de risco para diabetes tipo 1 podem ser autoimunes, genéticos ou ambientais. Não há nenhuma maneira conhecida de prevenir o diabetes tipo 1.

O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não produz insulina suficiente ou as células não usam insulina adequadamente. O diabetes tipo 2 é a forma mais comum de diabetes e, em adultos, é responsável por cerca de 90% a 95% de todos os casos diagnosticados de diabetes.

Está associada a idade avançada, obesidade, histórico familiar, sedentarismo e raça/etnia. É mais comum em afro-americanos, latino-americanos, índios americanos, americanos asiáticos, havaianos nativos e outros habitantes das ilhas do Pacífico. O diabetes tipo 2 em crianças e adolescentes, embora ainda raro, está sendo diagnosticado com mais frequência.

A diabetes gestacional é uma forma de intolerância à glicose diagnosticada durante a gravidez. Afeta cerca de 4% de todas as mulheres grávidas. Um diagnóstico de diabetes gestacional não significa que uma mulher teve diabetes antes de conceber, ou que terá diabetes após o parto.

Outros tipos de diabetes resultam de condições genéticas, cirurgias, medicamentos, infecções e outras doenças. Esses tipos de diabetes representam de 1% a 5% de todos os casos diagnosticados.

<<<< Possíveis sintomas

•        Micção frequente

•        Sede excessiva

•        Perda de peso inexplicável

•        Fome extrema

•        Mudanças repentinas na visão

•        Dormência nas mãos ou pés

•        Cansaço

•        Pele seca

•        Feridas de cicatrização lenta

•        Infecções frequentes

•        Complicações

Adultos com diabetes têm taxas de mortalidade por doenças cardíacas cerca de duas a quatro vezes maiores do que adultos sem diabetes.

O risco de acidente vascular cerebral é duas a quatro vezes maior entre as pessoas com diabetes.

Pessoas com diabetes têm alto risco de pressão alta

A diabetes é a principal causa de novos casos de cegueira entre adultos de 20 a 74 anos.

A diabetes é a principal causa de insuficiência renal.

Entre 60% e 70% das pessoas com diabetes têm formas leves a graves de danos no sistema nervoso ou neuropatia.

•        Estatísticas de Diabetes dos EUA

1,4 milhão de novos casos são diagnosticados a cada ano nos Estados Unidos.

Em 2019, cerca de 96 milhões de pessoas com 18 anos ou mais tinham pré-diabetes.

Cerca de 286.000 pessoas com menos de 20 anos têm diabetes.

US$ 327 bilhões – Custo para tratar diabetes nos EUA em 2017.

•        Linha do tempo

1921 – A insulina é descoberta por Frederick Banting e Charles Best.

16 de novembro de 2012 – O CDC divulga um relatório mostrando que 18 estados tiveram um aumento de 100% ou mais na prevalência de diabetes de 1995 a 2010. Quarenta e dois estados tiveram um aumento de pelo menos 50%.

17 de janeiro de 2014 – Pela primeira vez, o relatório do cirurgião geral dos EUA sobre as consequências do tabagismo para a saúde inclui dados que indicam que fumar pode causar diabetes , bem como disfunção erétil, artrite reumatóide, degeneração macular, gravidez ectópica e função imunológica prejudicada. Fumantes têm um risco aumentado de 30% a 40% de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com não fumantes.

4 de maio de 2015 – Um estudo publicado no Journal of Clinical Investigation detecta uma possível conexão entre diabetes e doença de Alzheimer.

28 de setembro de 2016 – A Food and Drug Administration aprova o chamado pâncreas artificial . O primeiro dispositivo do tipo, do tamanho de um telefone celular, monitora e trata pacientes com diabetes tipo 1, também conhecido como diabetes juvenil.

28 de setembro de 2017 – A FDA aprova o “primeiro dispositivo de monitoramento contínuo de açúcar no sangue” que não exige que os pacientes piquem os dedos para obter amostras de sangue.

2 de dezembro de 2019 – Estima-se que 18% dos adolescentes de 12 a 18 anos e 24% dos adultos jovens de 19 a 34 anos nos Estados Unidos tenham pré-diabetes, de acordo com um estudo da JAMA Pediatrics cobrindo 2005-2016.

15 de maio de 2022 – Em seu boletim semestral de diabetes, o CDC observa uma diminuição nos casos recém-diagnosticados de diabetes após quase duas décadas de aumentos contínuos. Em 2019, o número de adultos recém-diagnosticados nos EUA diminuiu de 9,3 por 1.000 em 2009 para 5,9 por 1.000 adultos.

 

       Saiba como prevenir os riscos de complicações da doença

 

A Federação Internacional do Diabetes alerta para o aumento global contínuo na prevalência da doença, um desafio global significativo para a saúde e bem-estar de indivíduos famílias e comunidades.

O Dia Nacional do Diabetes, 26 de junho, promove a conscientização sobre fatores de risco, diagnóstico e prevenção contra a doença.

Dados da 10ª edição do Atlas Diabetes, realizado pela federação, indicam que 537 milhões de adultos (20 a 79 anos) vivem com diabetes –  o que representa uma em cada 10 pessoas. Estimativas apontam que esse número aumente para 643 milhões em 2030 e 784 milhões em 2045.

Segundo o levantamento, 4 entre 5 (81%) adultos com diabetes vivem em países de baixa e de média rendas. Em 2021, o diabetes foi responsável por 6,7 milhões de mortes: 1 a cada 5 segundos.

A carga da doença causou pelo menos US$ 966 bilhões em gastos com saúde: um aumento de 316% nos últimos 15 anos.

Ao menos 541 milhões de adultos têm tolerância à glicose diminuída, o que os coloca em alto risco de diabetes tipo 2.

•        Sobre o diabetes

A doença é causada por uma insuficiência na produção de insulina pelo pâncreas ou pela dificuldade de uso da insulina produzida pelo corpo.

“Nós temos um órgão dentro da cavidade abdominal chamado pâncreas, que tem a função de produzir um hormônio chamado insulina. Nas células, a insulina influencia a entrada da glicose. Então, você come, ingere os nutrientes que são absorvidos no aparelho digestivo, e na corrente sanguínea você tem a glicose, que entra dentro das diversas células do corpo através do trabalho desse hormônio”, explica o neurocirurgião Fernando Gomes, apresentador do Correspondente Médico da CNN.

O aumento da glicose no sangue pode causar danos aos olhos, rins e nervos, além de aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e os derrames vasculares.

“O diabetes não tratado a longo prazo pode causar malefícios para o corpo, como problemas na retina, problemas relacionados ao coração e ao cérebro. Em longo prazo, até amputações podem acontecer”, disse.

Um dos valores de referência que indica o desenvolvimento da doença é o resultado do teste de hemoglobina glicada, capaz de medir os níveis de açúcares no sangue também chamado de índice glicêmico.

“A taxa normal de hemoglobina glicada é de até 5,7% da hemoglobina total, a molécula que carrega oxigênio no sangue. Valores entre 5,7% e 6,5% o indivíduo é considerado com pré-diabetes. Acima de 6,5% é considerado um quadro de diabetes”, explica Domingos Malerbi, presidente do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

•        Diferentes tipos de diabetes

O diabetes é classificado em diferentes tipos (1 e 2), de acordo com a forma de apresentação da doença.

O mais comum é o tipo 2, que compreende cerca de 90 a 95% dos casos. A doença é caracterizada pela má absorção da insulina produzida pelo pâncreas, o que leva a uma dificuldade para manter o açúcar no sangue em níveis normais.

O desenvolvimento da diabetes tipo 1 está relacionado à destruição permanente da maior parte das células do pâncreas que produzem a insulina pelo próprio sistema imunológico do paciente. Quando isso acontece, o órgão passa a produzir pouca ou nenhuma insulina. Em geral, o tipo 1 atinge crianças, adolescentes e jovens adultos.

•        Como prevenir o diabetes

Assim como no caso da hipertensão, fatores comportamentais têm importante papel no surgimento do diabetes. O neurocirurgião Fernando Gomes alerta que a adoção de hábitos saudáveis pode ajudar a prevenir a doença.

Comer diariamente verduras e legumes, reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras, parar de fumar, manter o peso controlado e praticar exercícios físicos regularmente são as formas mais eficazes de se combater a doença.

“Manter alimentação saudável e equilibrada, seguir o tratamento orientado pelo especialista e a prática diária de atividade física são as principais formas para prevenir a evolução do diabetes e todas as consequências que a doença pode trazer”, explica Bruno Helman, Fundador e CEO do Instituto Correndo Pelo Diabetes, que foi diagnosticado com a doença aos 18 anos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a prevenção de complicações inclui a educação sobre o assunto tanto de pacientes como de seus cuidadores e até mesmo de equipes médicas, além de exames anuais para identificar indivíduos em risco de ulceração, cuidados com os pés e uso de calçados apropriados.

As medidas de prevenção também contam com o tratamento efetivo e imediato quando houver qualquer complicação nos pés e com a estruturação dos serviços de saúde, com o objetivo de atender às necessidades do paciente com relação a um cuidado crônico.

•        Complicações

Entre as inúmeras complicações que podem ser desencadeadas pela falta de controle do diabetes está a úlcera de pés diabéticos (UPD) que, em 85% dos casos, precede a amputação. Um milhão de indivíduos com diabetes mellitus sofre uma amputação em todo mundo.

A médica endocrinologista Denise Franco, do Instituto Correndo Pelo Diabetes (CPD), organização sem fins lucrativos, explica que o pé diabético progride de forma silenciosa e, em alguns casos, o paciente sente formigamento.

“No exame físico é possível perceber pele seca, rachaduras, unha encravada, com micose, calos, machucados, ausência de pelos, entre outros. É a causa mais comum de internações prolongadas e com custos elevados. Grande proporção dos leitos hospitalares em emergências e enfermarias, nos países em desenvolvimento, é ocupada por pacientes com úlcera de pés diabéticos”, afirma a especialista.

O diabetes, quando não tratado, pode reduzir a sensibilidade à dor e temperatura nas extremidades do corpo, por causa da hiperglicemia, que impede uma boa circulação sanguínea. Sem a oxigenação correta dos vasos naquela região, a resposta inflamatória fica comprometida, sendo assim, uma simples topada ou um calo de um sapato apertado não se regeneram e a ferida aumenta cada vez mais.

Estima-se que 40% dos pacientes com histórico de úlcera de pés diabéticos apresentem recidiva em um ano; 60%, em dois anos; 65% em até cinco anos, o que enfatiza a necessidade de estimular a adesão do paciente por meio de processo educativo, motivar o autocuidado e consultas regulares para avaliação por equipe especializada.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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