domingo, 4 de junho de 2023

“Moro fez de Curitiba a Guantánamo brasileira”, diz o empresário Tony Garcia

O empresário e ex-deputado estadual Antônio Celso Garcia, mais conhecido como Tony Garcia, participou do Boa Noite 247, da TV 247, nesta sexta-feira (2) e fez revelações bombásticas de novas ilegalidades cometidas por Sérgio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba. O empresário firmou acordo de delação premiada e revelou ter gravado conversas com o ex-governador do Paraná Beto Richa a mando de Sergio Moro.

Ao jornalista Joaquim de Carvalho, Tony Garcia disse ter sido vítima de métodos de tortura psicológica por parte do então juiz da Lava Jato. O empresário revelou um episódio em que prestou depoimento a Moro, com a participação dos procuradores Carlos Fernando dos Santos Lima e Januário Paludo, ambos da Lava Jato. “Quando eu disse que tinha interesse em fazer o acordo, ele [Moro] gravava, com um gravador comum. Quando eu respondia alguma coisa que não interessava para ele, ele desligava o gravador e chamava atenção dos advogados, que eu não tinha que falar assim, que eu tinha que falar que era propina. Ele botava na minha boca o que eu tinha que falar”, afirmou Garcia em entrevista à TV 247.

Tony Garcia comparou o método utilizado por Moro e pelo procuradores da Lava Jato como a tortura praticada pelos Estados Unidos na prisão de militar de Guantánamo, que ficou mundialmente conhecida por diversos casos de tortura de presos e agressões aos direitos humanos após os ataques de 11 de setembro de 2001.

“Eu estava preso, era pai de uma criança de um ano. Me jogaram num porão da Polícia Federal. Moro fez de Curitiba a Guantánamo brasileira. Ele fazia os mesmos métodos de tortura psicológica para tirar de você, preso, o que ele queria”, acrescentou o empresário.

Garcia contou também que Moro chegou a pedir para se retirarem da sala, para a “Justiça” decidir o que interessava do que ele havia falado. “Então eu falei: ‘então manda ele fazer um texto com o que ele quer que eu falo, que eu falo. Mas eu quero é sair daqui’. Então era isso Moro fazia, junto com Carlos Fernando e Januário Paludo”, afirmou.

Em outro trecho da entrevista, Tony Garcia revelou que o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, era alvo de chantagem de Moro e dos procuradores da Lava Jato.

       Tony Garcia: desembargadores do TRF-4 foram chantageados depois de participarem de “festa da cueca” com prostitutas em Curitiba

O delator Tony Garcia afirmou nesta sexta-feira (2), no programa Boa Noite 247, que desembargadores do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4-RS) foram chantageados depois de participar de uma 'festa da cueca' com garotas de programa em Curitiba (PR). No TRF4 são julgadas ações da segunda instância. 

"Teve até uma festa que chamaram de festa da cueca, feita com desembargadores em Curitiba, na suíte presidencial. Teve essa festa da cueca, tinha um monte de desembargador, mandaram prostitutas pro hotel", disse Garcia ao jornalista do 247 Joaquim de Carvalho.

O delator já havia dito que, a mando de Moro, gravou de forma ilegal o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) em 2018. Garcia afirmou que Moro transformou "Curitiba na Guantánamo brasileira". Disse que o senador chantageou a rede Walmart.

"Jamais tinha passado por uma coisa tão fora da lei. Queriam criminalizar a política. Falavam que políticos eram bandidos. Criminaliza políticos, tribunais superiores, jornalistas e advogados. Deltan, Carlos Fernando, Moro. O que eles botavam na minha boca... para buscar coisas contra o PT, para tirar o Lula da eleição", continuou.

"Fui instado a procurar coisas contra o PT através do Eduardo Cunha, que era meu amigo. Uma perseguição clara (contra o PT). Grande parte do estou falando, eu falei pra Gabriela Hardt. Eu denunciei, e nada acontece. Ela engavetou. O Brasil tem que passar isso a limpo. Eles (senadores) tinham de fazer uma CPI da Lava Jato", acrescentou.

Moro já havia sofrido uma de suas maiores derrotas judiciais em 2021, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a suspeição dele nos processos contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2022, o ex-juiz foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral. Por consequência, teve de ser candidato pelo estado do Paraná.

Em 2023, Dallagnol teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque, em 2022, quando resolver ser candidato, ele ainda tinha reclamações analisadas no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Em outra derrota para o ex-procurador, o Supremo Tribunal Federal determinou que ele indenize Lula em R$ 75 mil por causa da apresentação do Power Point em 2016.

A partir de 2019 começaram a ser divulgados na imprensa trechos de conversas entre Moro e procuradores do Ministério Público Federal (MPF-PR). De acordo com os diálogos, o ex-juiz interferia na elaboração de denúncias, que devem ser feitas apenas por promotores.

 

 

       Delação de Tony Garcia cita Deltan e mais três procuradores por atos ilegais na Lava Jato

Peça chave na prisão do ex-governador Beto Richa em 2018, o delator Tony Garcia trouxe à tona novas denúncias contra Sergio Moro e procuradores da força-tarefa de Curitiba, em relação a ilegalidades cometidas durante a Operação Lava Jato.

No próximo dia 9, Tony Garcia prestará um novo depoimento à Justiça, no qual detalhará suas queixas contra Moro e os procuradores da Lava-Jato. Além de Moro, o delator cita os procuradores Deltan Dallagnol, Carlos Fernando, Januário Paludo e Diogo Castor, informa a Veja.

Em um depoimento sigiloso, Garcia afirmou ter registrado conversas comprometedoras entre o ex-governador e outras autoridades, a mando de Moro e dos procuradores envolvidos na operação. As provas foram iniciadas clandestinamente e, segundo o delator, foram produzidas em troca de promessas de benefícios na Justiça. Garcia também alega que era obrigado a omitir essa parceria ilegal de seus advogados.

Ainda de acordo com a reportagem, as manifestações de Garcia contra  Moro, Deltal  e os procuradores da LavaJato, estão agora documentadas em uma petição recentemente enviada ao gabinete do ministro Dias Toffoli no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

       Tony Garcia revela que Moro chantageou a rede Walmart para receber multa de R$ 10 milhões em processo contra ele

 

O empresário paranaense Tony Garcia, ex-deputado estadual, revelou nesta sexta-feira (2), em entrevista à TV 247, uma série de ilegalidades cometidas pelo ex-juiz suspeito e atual senador, Sérgio Moro, na condução de processos contra ele na Lava Jato. O empresário firmou acordo de delação premiada e revelou ter gravado conversas com o ex-governador do Paraná Beto Richa a mando de Sergio Moro.

Em um dos casos, em 2006, Sérgio Moro condenou Tony Garcia a seis anos de prisão por crime contra o sistema financeiro, por suposta participação em irregularidades que levaram à falência do Consórcio Nacional Garibaldi. Além da pena de prisão, Moro condenou Garcia a pagar uma multa de R$ 10 milhões.

Em entrevista ao jornalista Joaquim de Carvalho, no Boa Noite 247, Tony Garcia contou que, na época, disse a Moro que não tinha o dinheiro para pagamento da multa e revelou a existência de um contrato da sua  família com a rede de supermercados estadunidense Walmart, pelo qual haveria recebíveis num prazo de 40 anos. “Eu falei para ele: ‘Sergio, só tem um jeito de eu pagar: tem um contrato da família, de 70 anos, com o Walmart. Eles pagaram 30 anos adiantado e tem ainda 40 anos para pagar. Se você falar que vai penhorar essa coisa deles para pagar a dívida, eles têm um monte de passivo ambiental no país e não querem ter uma demanda judicial, se você me ajudar a fazer isso, eu vendo esses 40 anos pelo preço que você está pedindo, pago e está tudo certo’", disse Garcia na entrevista.

"E ele simplesmente fez isso. E amedrontando, até que o presidente do Walmart veio ao Brasil, junto com o advogado, e eles compraram e depositaram na Justiça”, afirmou o empresário Tony Garcia. “Ou seja, isso é legal? Ele usou isso para chantagear o Walmart. E foi assim que eu cumpri o acordo e o processo transitou em julgado”, completou o empresário.

 

       PGR é acionada contra Carla Zambelli e deputada pode ser presa

 

O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), líder da bancada petista na Câmara, protocolou junto à Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta sexta-feira (2), uma notícia-crime contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), solicitando que a bolsonarista seja investigada na esfera criminal por, supostamente, ter fraudado documento e falsificado assinatura na prestação de contas da sua campanha enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo reportagem do site Metrópoles publicada no dia 26 de maio e repercutida pela Fórum, na prestação de contas de Zambelli há uma lista de doadores da campanha em que consta o nome do comerciante Roberto Habermann, de Ribeirão Preto (SP) e uma suposta doação de R$ 870 que teria sido feita por ele. O homem, entretanto, nega veementemente que tenha doado tal valor. Ele diz, ainda, que não prestou qualquer tipo de serviço e não teve nenhum envolvimento com a campanha da deputada.

Além do nome do comerciante que diz nunca ter doado nada para Zambelli, há na prestação de contas algo ainda mais grave: uma assinatura associada ao nome de Roberto Habermann que, segundo ele, foi falsificada. De acordo com o homem, trata-se de uma fraude grosseira que sequer é parecida com sua assinatura.

Fórum entrou em contato com a assessoria de imprensa da deputada Carla Zambelli para obter um posicionamento da deputada sobre a denúncia de falsificação de documento em sua prestação de contas ao TSE e, até a publicação desta matéria, não obteve retorno. O espaço está aberto para eventual manifestação.

Na representação contra Zambelli, Zeca Dirceu pede para que o órgão abra investigação rigorosa contra a deputada e cita o artigo 350 do Código Eleitoral, que versa sobre "omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais", e prevê pena de prisão de até 5 anos e pagamento de multa para quem incorrer nesta expediente.

 “Tratam-se, como se verifica, de condutas e práticas gravíssimas, que já estão sendo auscultadas pela Justiça Eleitoral no bojo da prestação de contas, mas que podem indicar, pelo conteúdo do que já foi divulgado, outras responsabilidades da parlamentar, inclusive na seara criminal”, diz trecho da notícia-crime.

•        Carla Zambelli: "Sou a próxima"

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) apareceu com expressão abatida em um vídeo divulgado nas redes sociais na última segunda-feira (29). Na publicação, a parlamentar, que é uma contumaz divulgadora de fake news, admite que deve ser cassada em breve pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Investigada no inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF) e alvo de ações no TSE, a bolsonarista compartilhou seu temor de perder o mandato após se deparar com uma matéria do jornal Estadão que trata sobre sua possível cassação e também da iminente declaração de inelegibilidade de Jair Bolsonaro por parte da Justiça Eleitoral.

No início do vídeo, Zambelli agradeceu o apoio que vem recebendo de seus eleitores e ainda expôs que está fazendo um tratamento médico de neuroestimulação, que consiste em aplicar estímulos sobre a medular espinhal para interromper os sinais de dor transmitidos para o cérebro.

"Tenho feito tratamento. Estou fazendo um tratamento de neuroestimulação, essa neuroestimulação pega duas regiões do cérebro que é onde aconteceu o bornout e onde tem as dores que eu sinto", detalha.

Na sequência, a bolsonarista passa a lamentar sua possível cassação pelo TSE e admitir que trata-se de uma possibilidade real.

"Eu queria dizer para vocês que, lógico, a gente se preocupa, sim. Eu vou ser a próxima cassada. É dado como certo, né? Eu confiou muito em Deu. O que tiver que ser, Deus permitirá ou não permitirá. E se ele permitir minha cassação é por algum motivo", declara.

 

Fonte: Brasil 247/Fórum

 

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