domingo, 25 de junho de 2023

Entenda o que aumenta o colesterol e a importância do controle para a saúde

Embora seja reconhecido como algo ruim, o colesterol desempenha funções importantes no organismo humano. Ele faz parte da estrutura das células do organismo e é essencial para a produção de alguns hormônios e de vitaminas. O colesterol também forma ácidos biliares, que são substâncias que atuam na digestão.

O colesterol passa a ser um problema quando existe o excesso da partícula LDL–colesterol, conhecida popularmente como colesterol ruim, no corpo e do tipo de gordura ingerida.

O índice de colesterol pode estar ligado ao estilo de vida, como má alimentação, tabagismo, sedentarismo e obesidade. Mas ele também pode estar associado a questões genéticas, que é chamado de hipercolesterolemia familiar (HF).

O controle é possível a partir de hábitos saudáveis de alimentação e atividade física. O assunto foi amplamente abordado por especialistas de diversas áreas no CNN Sinais Vitais.

Segundo o Ministério da Saúde, 4 em cada 10 brasileiros têm colesterol alto. “O colesterol ruim é aquele que está associado ao aumento do risco de problemas do coração nos infartos e derrames. O colesterol bom é aquele que teoricamente protege nosso organismo contra isso”, explica Raul Dias dos Santos Filho, diretor da Unidade Clínica de Lípides do Incor.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipercolesterolemia familiar (HF) acomete 10 milhões de pessoas no mundo e 300 mil no Brasil.

“Um hábito alimentar com consumo alto de carnes vermelhas, gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados, aliado ao baixo consumo de frutas e de hortaliças, favorece a hipercolesterolemia e aumenta o risco das doenças cardiovasculares”, explica a pesquisadora Ana Luisa Souza de Paiva Moura, da coordenação-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.

“Se o padrão alimentar for equilibrado, a pessoa pode ter uma vida saudável e manter o colesterol em concentrações adequadas”, completa.

A especialista alerta que o problema não está limitado a apenas uma faixa etária. “Pessoas de qualquer idade, até mesmo crianças, podem ter colesterol alto. Isso pode se dar por questões genéticas, mas em grande parte está ligado à inatividade física e à má alimentação”, afirma.

 

       Colesterol é um fator de risco e seu controle é importante, diz Kalil

 

O cardiologista e presidente do Incor, Roberto Kalil, alerta sobre os riscos do colesterol alto e os cuidados para sua prevenção.

Segundo o especialista, o colesterol é um fator de risco isolado e seu controle é importante. “Ele [o colesterol alto] agride as artérias, aumentando muito, as chances de um infarto ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, disse.

Kalil lembra também da importância do exame sanguíneo para identificar o índice de colesterol, já que ele não apresenta sintomas aos indivíduos.

“O colesterol alto não causa sintomas. Claro que as consequências do colesterol, como, por exemplo, o infarto, causa sintomas… Colesterol alto você não vai sentir absolutamente nada”.

Sobre a prevenção, o cardiologista salientou a importância da dieta e dos exercícios físicos. Mas lembrou que, para casos específicos, existe o uso de medicamentos para auxiliar no combate.

“A dieta é importante para o controle do colesterol, o exercício físico… essas duas medidas já ajudam bastante no controle dos níveis. Evidentemente, se você toma essas medidas com cautela e após alguns meses, seis meses, por exemplo, e você não tem resultado, aí sim, com orientação médica, pode utilizar algumas medicações”.

 

       HDL ou colesterol “bom” é menos benéfico do que se pensava, sugere estudo

 

Lipoproteína de alta densidade, ou HDL, colesterol – muitas vezes referido como o colesterol “bom” – pode não ser tão útil na previsão do risco de doença cardíaca e na proteção contra ela como se pensava anteriormente, de acordo com uma nova pesquisa financiada pelo National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos.

Um estudo da década de 1970 apontou que altos níveis de concentração de colesterol HDL estavam associados a baixo risco de doença cardíaca coronária, uma relação que desde então tem sido amplamente aceita e usada em avaliações de risco de doença cardíaca. No entanto, apenas americanos brancos foram incluídos nesse estudo.

Agora, uma pesquisa publicada na segunda-feira (21) no Journal of the American College of Cardiology revelou que baixos níveis de colesterol HDL estavam associados a um maior risco de ataque cardíaco entre adultos brancos, mas o mesmo não acontecia entre adultos negros. Além disso, níveis mais altos de colesterol HDL não reduziram o risco de doença cardiovascular em nenhum dos grupos.

 “Tem sido bem aceito que níveis baixos de colesterol HDL são prejudiciais, independentemente da raça. Nossa pesquisa testou essas suposições”, disse Nathalie Pamir, autora sênior do estudo e professora associada de medicina no Instituto Cardiovascular Knight da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, em Portland, em um comunicado à imprensa. “Isso pode significar que, no futuro, não receberemos um tapinha nas costas de nossos médicos por ter níveis de colesterol HDL mais altos”.

Os pesquisadores usaram dados de milhares de pessoas que foram inscritas na coorte Razões para Diferenças Geográficas e Raciais no AVC (Regards, em inglês). Os participantes tinham pelo menos 45 anos quando se inscreveram no programa entre 2003 e 2007, e sua saúde foi analisada em uma média de 10 anos.

Os especialistas descobriram que altos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL) e triglicerídeos “modestamente” previram o risco de doença cardíaca entre adultos negros e brancos.

Mas eles sugerem que são necessários estudos complementares para entender o que está impulsionando as diferenças raciais na ligação entre HDL e risco de doença cardíaca.

E, enquanto isso, as avaliações clínicas atuais para o risco de doença cardíaca “podem classificar erroneamente o risco em adultos negros, dificultando potencialmente os programas ideais de prevenção e gerenciamento de doenças cardiovasculares para esse grupo”, escreveram eles.

A correspondente médica da CNN, Tara Narula, diretora associada do Lenox Hill Women’s Heart Program, disse que o estudo “destaca a necessidade muito importante de mais pesquisas específicas de raça e etnia e que não existe uma abordagem única para todos. Além disso, esta pesquisa enfatiza a necessidade contínua de educar que altos níveis de HDL não são um passe livre e o foco deve ser colocado no controle de LDL elevado e outros marcadores conhecidos de risco cardiovascular aumentado”.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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