China
alerta que alianças 'tipo Otan' na Ásia-Pacífico podem levar a conflitos
O ministro da Defesa da China criticou neste domingo
(4) o estabelecimento de alianças militares do "tipo Otan" na região
Asia-Pacífico, que segundo ele podem resultar em uma série de conflitos.
As declarações do ministro Li Shangfu aconteceram um
dia após as manobras perigosas de navios militares da China e dos Estados
Unidos perto do Estreito de Taiwan, um evento que irritou as duas potências.
"As tentativas de estimular (alianças do) tipo
Otan na Ásia-Pacífico são uma forma de sequestrar os países da região e de
exagerar os conflitos e os confrontos", afirmou Li durante a reunião de
segurança Diálogo de Shangri-La, em Singapura, que também contou com a presença
de seu homólogo americano, Lloyd Austin.
Este tipo de aliança "vai apenas afundar a
Ásia-Pacífico em um turbilhão de disputas e conflitos", alertou o ministro
chinês na reunião mais importante sobre Segurança na região.
Li não mencionou nenhum país diretamente, mas o
discurso pareceu uma referência aos Estados Unidos, que reforçaram suas
alianças na região.
A maior potência do mundo integra a aliança AUKUS,
ao lado de Austrália e Reino Unido. Também integra o grupo QUAD, com Japão,
Índia e Austrália.
"Atualmente, a Ásia-Pacífico precisa de uma
cooperação aberta e inclusiva, não de pequenas camarilhas", insistiu Li.
"Não devemos esquecer os grandes desastres que
as duas guerras mundiais levaram às populações de todos os países. E não
devemos permitir a repetição de uma história tão trágica", acrescentou.
- "Atividades cada vez mais arriscadas" -
O chefe do Pentágono e o ministro Li apertaram as
mãos e conversaram rapidamente durante o jantar de abertura do encontro na
sexta-feira, mas não tiveram uma reunião formal como Washington havia
solicitado, depois que solicitação foi rejeitada por Pequim.
Porém, há alguns sinais de avanços no diálogo entre
os dois países.
No sábado, Austin afirmou que o diálogo na área de
Defesa entre as duas potências é "essencial" para reduzir os riscos
de conflito.
E o diretor da CIA, William Burns, fez uma viagem
secreta à China no mês passado, anunciou uma fonte do governo americano na
sexta-feira.
Nos próximos dias, o subsecretário de Estado para o
sudeste asiático, Daniel Kritenbrink, também visitará o país asiático.
Ao mesmo tempo, no entanto, os exércitos dos dois
países executaram manobras perigosas nas duas áreas mais sensíveis da região: o
Estreito de Taiwan e o Mar da China Meridional.
Navios de guerra dos Estados Unidos e Canadá
navegaram no sábado pelo Estreito que separa a China da ilha autogovernada de
Taiwan.
Washington acusou um navio militar chinês de
manobrar de "forma perigosa" perto de seu destróier Chung-Hoon.
"Peço às autoridades (chinesas) que adotem as
medidas necessárias para acabar com este tipo de comportamento", declarou
Austin neste domingo em Singapura, em referência ao incidente de sábado.
Também alertou que "podem acontecer acidentes
de grandes proporções".
"O melhor seria que todos os países, e em particular
seus aviões e navios de guerra, não entrassem no espaço aéreo e nas águas
territoriais de outros países", respondeu Li.
Há alguns dias, o governo dos Estados Unidos
denunciou uma "manobra desnecessariamente agressiva" de um caça
chinês diante de um de seus aviões de vigilância no Mar da China Meridional.
Pequim considera Taiwan parte de seu território e
também reivindica a soberania sobre a maior parte do Mar da China Meridional.
Em Singapura, o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder,
criticou as atividades cada vez mais arriscadas e coercitivas do Exército
Popular de Libertação na região, inclusive nas últimas semanas.
Uma fonte do Departamento de Defesa americano
afirmou à imprensa que "ações falam mais mais alto que palavras".
"O comportamento perigoso que observamos do
Exército Popular de Libertação ao redor do Estreito e nos mares do sul e leste
da China, e além, falam tudo", acrescentou.
Ø Confronto com EUA seria “desastre insuportável”, diz China
O ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, disse neste domingo (4.jun.2023) que um conflito com os Estados
Unidos seria um “desastre insuportável”, mas
que a China buscou o diálogo em vez do confronto. Ele está
em Cingapura para a Shangri-La Dialogue, a principal cúpula de
segurança da Ásia. As informações são da Reuters.
“A China e os EUA têm sistemas diferentes e são
diferentes de muitas outras maneiras”, falou. “No entanto, isso não deve
impedir os 2 lados de buscar um terreno comum e interesses comuns para aumentar
os laços bilaterais e aprofundar a cooperação”, continuou. “É inegável
que um conflito ou confronto severo entre a China e os EUA será um desastre
insuportável para o mundo.”
Também presente na cúpula, o secretário de Defesa
dos EUA, Lloyd
Austin, criticou, no sábado (3.jun.2023) a China por se
recusar a manter conversas em questões como Taiwan e disputas territoriais no Mar da China Meridional.
Para o secretário, o diálogo entre os Washington e
Pequim “é essencial” para evitar um conflito. A China recusou um pedido dos EUA para uma reunião bilateral
entre Austin e Li Shangfu.
As relações entre China e EUA estão tensas desde o
ano passado, com a visita da então presidente da Câmara dos
Representantes dos Estados Unidos Nancy Pelosi a Taiwan, em agosto. Apesar de a ilha ser governada de forma
independente desde 1949, a China a considera como parte de seu território, como
uma província dissidente.
A tensão escalou em fevereiro, quando os EUA
derrubaram balão chinês que estaria sendo usado para espionagem –o que
a China nega. Os norte-americanos ainda alertaram Pequim contra fornecer armas
à Rússia e permitiram que a presidente de Taiwan, Tsai
Ing-wen, fosse aos EUA e, entre outras coisas,
se encontrassem com o atual presidente da Câmara dos
Representantes, Kevin
McCarthy.
Em seu discurso neste domingo (4.jun), Li Shangfu
fez críticas veladas aos Estados Unidos, dizendo que “alguns países”
estão intensificando uma corrida armamentista e interferindo de forma
deliberada em assuntos internos de outras nações.
“Uma mentalidade de Guerra Fria agora está
ressurgindo, aumentando muito os riscos de segurança”, falou. “O
respeito mútuo deve prevalecer sobre o bullying e a hegemonia.”
Ø EUA dizem que não vão tolerar pressão da China por conta de Taiwan
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd J.
Austin 3º, disse que os EUA não querem conflito com a China por conta de
Taiwan, mas que Washington não iria tolerar a pressão de Pequim. A fala se deu
durante o Diálogo de Shangri-La, cúpula de defesa da Ásia realizada em
Singapura. O evento começou na 6ª feira (2.jun.2023).
Na conferência, Lloyd defendeu que um “Indo-Pacífico
livre, aberto e seguro em um mundo com regras e direitos” é a melhor
forma de impedir a influência da China na região. O secretário disse que os EUA
estão “empenhados” em assegurar que todos os países possam
transitar até onde quer que o direito internacional possa permitir.
“Todos os países, grandes ou pequenos, devem
permanecer livres para realizar atividades marítimas legais”, declarou o general.
O secretário ainda relembrou os feitos
norte-americanos na região, como o fornecimento de doses da vacina contra a
covid-19 durante a pandemia e ações para o combate às mudanças climáticas.
Em 30 de maio, a China rejeitou um pedido dos EUA
para a reunião de Lloyd e Li Shangfu, ministro da Defesa chinês. O encontro
deveria ser feito à margem do Diálogo de Shangri-La. O Pentágono disse que a
recusa da China para o encontro se deu “da noite para o dia”. O órgão
disse ter feito a solicitação no começo de maio.
As relações entre China e EUA estão tensas desde o
ano passado, com a visita da então presidente da Câmara dos
Representantes dos Estados Unidos Nancy Pelosi a Taiwan, em agosto. Apesar de a ilha ser governada de forma independente desde
1949, a China a considera como parte de seu território, como uma província
dissidente.
A tensão escalou em fevereiro, quando os EUA
derrubaram balão chinês que estaria sendo usado para espionagem –o que
a China nega. Os norte-americanos ainda alertaram Pequim contra fornecer armas
à Rússia e permitiram que a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, fosse
aos EUA e, entre outras coisas, se encontrassem com o atual presidente da Câmara dos
Representantes, Kevin McCarthy.
Ø Chefes de inteligência mundiais têm reunião secreta em Cingapura, diz
mídia
A mídia britânica relatou a realização de um
encontro entre dirigentes de serviços de inteligência de diferentes países,
incluindo dos EUA, China e Índia.
Autoridades de cerca de 20 serviços de inteligência
globais realizaram uma reunião secreta neste fim de semana em Cingapura,
informou no domingo (4) a agência britânica Reuters citando fontes.
De acordo com as fontes, tais reuniões têm sido
realizadas há vários anos no âmbito da conferência anual de segurança
intergovernamental da Ásia-Pacífico, conhecida como Diálogo de Shangri-La.
Entre os participantes da reunião estiveram Avril
Haines, diretora de inteligência nacional dos EUA, Samant Goel, chefe de
inteligência exterior da Índia, e um representante chinês não revelado, cujo
nome e cargo também não foram divulgados. Alguns dos tópicos discutidos teriam
sido o conflito na Ucrânia e o crime transnacional.
Um porta-voz do Ministério da Defesa de Cingapura
comentou, ao visitar o evento, que "os participantes, incluindo altos
funcionários de agências de inteligência, também aproveitam a oportunidade para
se reunir com seus colegas", e que o Ministério da Defesa "pode
facilitar algumas dessas reuniões bilaterais ou multilaterais". Enquanto
isso, participantes descreveram as reuniões como "benéficas".
"A reunião é um ponto importante na agenda
internacional paralela", disse uma das cinco fontes da Reuters.
"Dado o conjunto de países envolvidos, não se
trata de um festival de comércio, mas de uma forma de promover uma compreensão
mais profunda das intenções e dos resultados finais", acrescentou.
Li Shangfu, ministro da Defesa chinês, por sua vez,
em seu discurso público no fórum e em uma aparente crítica aos EUA, alertou
contra a formação de alianças do tipo da OTAN na Ásia-Pacífico, o que, segundo
ele, tem muitas consequências para a região.
Ele argumentou que "em essência, pressionar
por" tais alianças na região é "uma forma de sequestrar os países da
região e alimentar o confronto, o que apenas mergulhará a Ásia-Pacífico em um
redemoinho de disputas e conflitos".
"A Ásia-Pacífico de hoje precisa de uma
cooperação aberta e inclusiva, e não de pequenos grupos. Não devemos nos
esquecer dos graves desastres causados aos povos de todos os países pelas duas
guerras mundiais, e não devemos permitir que essa história trágica se
repita", ressaltou.
Ele advertiu em uma mensagem a "alguns
países" que "a mentalidade da Guerra Fria está ressurgindo,
aumentando consideravelmente os riscos à segurança". Ele sugeriu que
"o respeito mútuo deve prevalecer sobre a intimidação e a hegemonia".
Ao mesmo tempo, a embaixada dos EUA em Cingapura
disse que não tinha informações sobre a reunião, enquanto as autoridades
chinesas e indianas não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da
agência.
Ø Diplomata russa na ONU: EUA são a causa raiz das tensões na península da
Coreia
A principal causa de tensão na península coreana é o
desejo dos EUA e seus aliados de aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte,
disse na reunião do Conselho de Segurança da ONU a vice-representante
permanente da Rússia no órgão Anna Yevstigneeva.
"Nos últimos tempos, a situação na sub-região
deteriorou-se significativamente. Temos repetidamente apontado para a causa de
origem da atual espiral de tensão – o desejo dos EUA e seus aliados de aumentar
a pressão sobre a Coreia do Norte no âmbito do chamado conceito de
"dissuasão estendida", disse a representante russa na ONU.
Yevstigneeva apontou que, em 25 de maio, os EUA e
Coreia do Sul realizaram exercícios de fogo real perto da fronteira com a
Coreia do Norte, que segundo relatos da mídia contaram com 2.500 militares e
cerca de 610 sistemas de armas, incluindo caças, helicópteros de ataque,
drones, tanques e artilharia.
A diplomata acrescentou que tais ações não ajudam de
maneira alguma à desescalada das tensões na sub-região.
"Tais ações não só produzem efeitos
desestabilizadores na situação no Nordeste da Ásia e na região da Ásia-Pacífico
como um todo. Sua militarização contínua, as tentativas indisfarçadas de criar
lá novas linhas de demarcação têm um impacto negativo na estabilidade
global", concluiu a representante russa.
No final de maio, a mídia norte-coreana condenou as
ações militares de Seul e Washington, dizendo que elas aproximam um confronto
perigoso na região.
Ø Stoltenberg: Suécia cumpriu seus compromissos para aderir à OTAN
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, disse, após conversas na Turquia com o
presidente Recep Tayyip Erdogan, que a Suécia cumpriu todas suas obrigações
para aderir à aliança.
"A Suécia deu passos para cumprir suas
obrigações, a nova legislação sobre a luta contra o terrorismo entrou em vigor
há alguns dias", afirmou hoje (4) o secretário-geral da OTAN, Jens
Stoltenberg, após ter se reunido na Turquia com o presidente turco Recep Tayyip
Erdogan.
De acordo com ele, a Turquia, a Finlândia e a Suécia
assinaram um memorando trilateral que preparou o caminho para o ingresso na
OTAN na cúpula de Madri.
Segundo Stoltenberg, o memorando inclui o
estabelecimento de um mecanismo permanente para fortalecer a cooperação entre a
Turquia, a Finlândia e a Suécia, especialmente na área de combate ao
terrorismo.
"Hoje eu combinei com o presidente da Turquia
Erdogan que se realizaria um novo encontro [...] na semana a partir de 12 de
junho", especificou o secretário-geral.
Antes do início de 2023, 28 dos 30 países da OTAN
haviam ratificado as candidaturas sueca e finlandesa. Entretanto, a Hungria e a
Turquia desejaram considerar a candidatura sueca separadamente da finlandesa.
Na noite de 31 de março, foi finalizada a
ratificação da candidatura finlandesa à Aliança Atlântica por todos os membros.
A candidatura sueca ainda não recebeu a aprovação da Hungria e da Turquia.
Fonte: AFP/Poder 360/Sputnik Brasil

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