Além
da força dos negócios na área do petróleo, cristalizada no projeto de lei do
senador José Serra, uma das coisas que está por trás da movimentação da
oposição, que tem à frente Eduardo Cunha como a mais bem acabada expressão da
banda podre da política brasileira, é a ira latente pelo fim da política de
Estado de combate à corrupção.
A
oposição e Eduardo Cunha não estão aguentando ver os destroços da estrutura da
corrupção endêmica que sempre dominou a política brasileira.
Eles
não estão suportando olhar para o horizonte e ver o deserto em que está se
transformando o cenário político sem os esquemas de financiamento de campanhas
eleitorais e de domínio do poder econômico sobe a política.
Eduardo
Cunha foi eleito presidente da Câmara dos Deputados com os votos da oposição,
que optou por abandonar o candidato dela, Deputado Júlio Delgado, para derrotar
o candidato, Arlindo Chinaglia.
Em
seguida se juntou com Aécio Neves para o golpe, rompeu com o governo em 16 de
julho deste ano, jurou de morte o governo, por ter sido flagrado na Operação
Lava-Jato, e disse que faria uma tempestade na vida da Presidenta Dilma.
Eduardo
Cunha, em conluio com a oposição, conseguiu aprovar na Câmara, depois de
atropelar o Regimento, o financiamento de campanhas eleitorais por empresas
privadas, na lei da Reforma Política.
Dilma
vetou.
Eles
intensificaram as ameaças de impeachment.
Naquele
momento, o Supremo Tribunal Federal também havia decidido pela
inconstitucionalidade do financiamento de campanhas eleitorais por empresas
privadas.
O
ministro Gilmar Mendes, que costuma atuar na mesma linha política da oposição,
finalmente devolvera o processo, o qual ele havia pedido vista e engavetado,
mesmo tendo o STF decidido pela inconstitucionalidade por seis votos a um.
Em
seguida o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, produziu o
tal parecer das tais ” pedaladas fiscais”,
que mais parece uma peça de ficção, com intenções claras de dar à oposição e a Eduardo Cunha um
instrumento para articular o impeachment da Presidenta Dilma.
Augusto
Nardes está sendo investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal
por suspeita de ter embolsado R$ 1,65 milhões, segundo a Operação Pelotes.
O
que Eduardo Cunha e a banda podre da política querem é desmontar a política de
Estado criada pelo Presidente Lula e continuada pela Presidenta Dilma, de
combate à corrupção, que está implodindo as bases da estrutura de corrupção no
Brasil, levando grandes empresários, banqueiros e políticos inescrupulosos à
prisão.
Querem
voltar ao que era antes. Consta, por exemplo, nos arquivos do judiciário e do
Ministério Público, que durante os dois mandatos do ex-Presidente Fernando
Henrique Cardoso foram arquivadas 217 investigações e engavetadas outras 242,
envolvendo 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros, e quatro contra o próprio
ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.
O
“Mensalão Mineiro”, o escândalo do Metrô de São Paulo, e muitos outros, dormem
nos órgãos de fiscalização e controle e no judiciário.
Uma
oposição que quer esconder seu passado, assim como escondeu os escândalos dos
seus governantes, quando nomeava para cargos dos órgãos de fiscalização e
controle do país pessoas para bloquear as iniciativas de investigação dos
desmandos contra o Estado.
Laurez
Cerqueira: Autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes - vida e obra;
Florestan Fernandes – um mestre radical; e O Outro Lado do Real
Nenhum comentário:
Postar um comentário