Num
quadro político ainda tenso e marcado pelo embate democrático para defender o
mandato da presidenta Dilma das investidas golpistas conduzidas pela direita, a
principal batalha é construir a frente ampla das forças do campo progressista.
Os
partidos de esquerda procuram ajustar seu rumo. O PCdoB fez há poucos dias a
sua 10ª conferência nacional, na qual reafirmou a confiança na presidenta Dilma
e reiterou o apoio às suas opções de governo, somando-se às demais forças que
lutam pela constituição da frente ampla pela democracia, o desenvolvimento e os
direitos sociais.
Simultaneamente,
é notável o apelo de sua militância e bases sindicais, juvenis e nos demais
movimentos sociais por maior assertividade na defesa dos direitos sociais e
mais desengajamento das medidas do ajuste fiscal que sejam contraditórias com a
bandeira do desenvolvimento e com os direitos dos trabalhadores.
Por
seu turno, o PT realiza seu congresso nos próximos dias, na busca da
recomposição da unidade interna, da reaproximação com o povo, da restauração da
própria imagem e de pontos de convergência com o governo.
O
momento exige a união da esquerda. É positivo que tenha crescido a resistência
no interior do PSB à fusão com o PPS, partido que é linha auxiliar do PSDB. Há
importantes setores entre os socialistas que podem somar-se ao empenho pela
unidade progressista, reconduzindo o partido a suas históricas posições
democráticas, populares e patrióticas.
A
palavra de ordem da frente ampla pode assim ganhar força com as movimentações
desses três partidos, que, como bem lembrou Roberto Amaral, foram os fundadores
da Frente Brasil Popular, em 1989.
As
condições amadurecem para que a união de partidos, centrais sindicais,
organizações juvenis, de trabalhadores rurais e personalidades independentes se
torne realidade. É a única via para construir alternativas de ação que
impulsionem o governo no sentido da realização de reformas estruturais, da
defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores. A união das forças
democráticas e populares e a afirmação de uma tendência mais progressista no
governo são indispensáveis como contraponto às investidas reacionárias do
condomínio oposicionista e um alento para as batalhas que virão.
José Reinaldo
Carvalho: Jornalista, Diretor do Cebrapaz, membro da Rede de
Intelectuais em Defesa da Humanidade e editor do portal Vermelho
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