quinta-feira, 10 de julho de 2014

“A Copa e a Honra” por Oswaldo Colombo Filho


A Previdência e a Saúde Pública no Brasil não podem funcionar; são patentes engodos e o Governo e os políticos garantem isso. É o expresso interesse do clientelismo, e que apenas findará, quando forem instituídas cotas de uso permanente em presídios de segurança máxima a todo e qualquer canalha que disponibilizar seu cargo público como se um reles balcão de negócios fosse. Não estão preocupados com gastos, orçamentos e/ou com a vida de ninguém, muito menos com a sobrevida digna dos ex-contribuintes do INSS. Ninguém “se toca” com a fila de miseráveis nos postos do SUS e nem mesmo pelas mortes nos corredores de hospitais, e que em essência, começaram nos desvios de verbas nos labirintos escabrosos dos Ministérios.
Dias atrás, um jornal noticiou que os gastos da Copa representam quase nada perto do orçamento com Saúde Pública no Brasil. O irresponsável que assinou tal matéria e que pendeu seu o ritmo ao discurso governista, nem mesmo aduziu que tão somente na construção e reformas de estádios – ou seja – gasto especifico para que ocorresse a festa FIFA no Brasil, o povo já empregou pouco mais de R$ 150 milhões em média para custear cada jogo da Copa das Copas. Saiba que você paga por isso sem ir a um jogo sequer, e o boleto de cobrança fatalmente virá quando buscar a rede pública de saúde ou a sua aposentadoria. Lá, mui provavelmente, um canalha desprezível dirá que a Copa trouxe benefícios... É verdade! - aos políticos corruptos (coisa que não falta no Brasil), além das Construtoras que receberam muito mais por aquilo que mal e porcamente entregaram.
Cada jogo pela aproximada façanha de US$ 75 milhões (dólares) – oito vezes mais que o USA, a mais rica nação do planeta gastou 20 anos atrás para adaptar/construir estádios onde o futebol (soccer) sequer era mínima prioridade ou detinha algum interesse público e esportivo. Mais de seis vezes daquilo que a Alemanha gastou, e onde ocorreu a Copa que atraiu mais de 800 mil turistas.
Há mais uma notável diferença; ninguém nos países supracitados e tantos outros, publicaria paralelo algum desses gastos para com os da Saúde Pública; pois nem importa quanto gastaram em relação às suas Copas, pois lá eles têm Saúde e aqui temos arrecadação e orçamento pois pela saúde, educação e segurança nada recebemos; tudo é ficção e fonte de exploração seja ela eleitoral; seja ela pelo encaminhamento forçoso de milhões de brasileiros, a contratarem Previdência e Planos de Saúde privados para que possam escapar da fila do obituário e da indigência do SUS.
Não é uma questão de ideário, trata-se de um desabafo contra a bandidagem instituída no Brasil e apoiada por cidadãos alienados.
Tão somente o que se gastou em arenas e/ou campos de várzea, eliminaria o passivo bancário de TODAS 2500 Santa Casas do Brasil, que é advindo e mantido para financiar aquilo pelo qual o SUS não paga para remediar a vida de milhões de arrastados doentes no Brasil. Mister colocar, que esse notável endividamento é para com o mesmo cartel – dono dos Planos Médicos e de Previdência Privada. Nossas Santas Casas, além de exploradas pela tabela de remuneração aberrante do SUS, e para poderem continuar atendendo humanitariamente milhões de brasileiros, pagam um “pedágio deliberado” de cerca de R$ 25/32 milhões por mês entre juros e correções sobre “empréstimos concedidos”.   

Não somos a “pátria de chuteiras”, nem mesmo temos “complexo de vira-latas”- expressões históricas de Nelson Rodrigues; somos sim, um povo anômalo, uma pátria dirigida por párias; uma nação de ferraduras que permite que seus concidadãos doentes ou idosos sejam tratados como lixo. Uma nação sem honradez alguma, mas que adora festejar e ser ludibriada.  

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