sexta-feira, 5 de outubro de 2012

VIOLENCIA: suas causas e soluções


Desde que passamos a conviver e a ser vítimas da falta de segurança em que nos encontramos muito se tem discutido de como resolver o problema. 
Alguns melhores aquinhoados financeiramente têm buscado investir em sistemas de vigilância eletrônica dos mais modernos, em segurança pessoal armada, blindar o carro ou portas e janelas de casa com vidros a prova de bala, etc. 
Os menos bafejados financeiramente tem buscado se proteger, vivendo como presidiário, residindo em casas com muros cercados por telas elétricas e com portas e janelas fechadas com grades. 
Quanto aos cidadãos comuns, trabalhadores e donas de casa, jovens e idosos, moradores das periferias da cidade, estes vivem em uma situação que diria vexatória, quase sem solução, pois são assaltados nos ônibus, nas ruas, nos bairros, todos esperando contar com a proteção Divina. 
Isto tudo sem falar nas drogas, que está se transformando em uma guerra, e quem tem saído derrotado é o povo. 
Vivemos em comunidades, que em lugar de se transformarem em redutos de convívio familiar, hoje os moradores viraram reféns do uso desenfreado de bebidas e de drogas pesadas atingindo em cheio principalmente os jovens, que por falta de espaços e áreas de lazer e sem perspectiva de progresso social e econômico, tem buscado neste caminho a fuga da falta de ideais. 
E o que é pior. A fim de demonstrar serviço para sociedade, a nossa polícia, que deveria ser responsável pela segurança e pela legalidade dos atos, tem efetuado ações ilegais e até inconstitucionais, fazendo com que a justiça não acate muitas dessas ações, contribuindo para que a sociedade passe a acreditar e ter a sensação de impunidade, alimentado por ditos populares como “o crime compensa” ou “não adianta prender que o bandido sempre acaba solto”. 
Mas enfim, por que isto está acontecendo? Será por culpa do nosso modelo educacional público falido? O problema está na deformação moral nas famílias? Na grande concentração de renda que impera em nosso País, que tem impedido uma distribuição mais igual das condições de vida à população? Estará na falta de oportunidades para os jovens? 
Afinal, onde residirá o problema da violência, que alcançou um estágio altíssimo, onde o número de mortes se contabilizados ultrapassam muitas guerras? 
E o que é pior, a cada dia tem atingido mais a nossa juventude. Eles estão morrendo absurdamente. Existirá solução? 
É chegada a hora de sairmos do muro das lamentações e partirmos para ações práticas e buscas de soluções que amenizem a situação. 
Devemos buscar respostas concretas e duradouras de enfrentamento da violência, já que está comprovado que só a polícia não está sendo capaz de contê-la. 
Devemos nos conscientizar que não se faz defesa social apenas com polícia na rua, apesar de necessário e que se faça presente até ostensivamente. 
Temos que ter consciência que, o contingente policial em todos os Estados deste País além de reduzido demonstra não estarem preparados para enfrentar os novos modelos de violência que a cada dia se inova. Além de serem mal remunerados, muitos tendo inclusive de conviver parede e meia com marginais, não estão devidamente treinados. 
Deveríamos sim, iniciar uma campanha de construção de uma sociedade do diálogo e da tolerância, se desejamos realmente diminuir a violência. 
Que a sociedade pressione os governos para que as escolas funcionem a contento, os postos de saúde e hospitais públicos ofereçam um atendimento que não humilhe quem deles necessitam, a iluminação pública seja de qualidade, o transporte coletivo seja acessível a todos e com conforto. 
Enfim, que os serviços públicos e essenciais funcionem bem e voltadas para o atendimento da comunidade. 
Enquanto os serviços públicos estão capengando, os nossos jovens estão por aí perambulando, sem atividades, sem nenhuma diversão ou atividade educativa, vivendo na ociosidade. 
As escolas continuam fechadas nos finais de semana quando deveriam ser transformadas em equipamentos sociais, para uso da coletividade. 
Isto acontecendo, estaríamos oferecendo condições e atividades, principalmente nos bairros populares e nas periferias, melhorando o convívio social e a relação interpessoal nas comunidades. 
Sem diversão, ociosos e sem ter o que fazer os nossos jovens, principalmente, passam a ser presas fáceis da delinqüência e da criminalidade. 
O Brasil possui leis suficientes capazes de levar o País a excelente patamar de desenvolvimento, melhorando a qualidade de vida das pessoas, desde que essas leis sejam efetivamente aplicadas para todos. 
Porém, vivemos em uma nação, onde tudo ou quase tudo é resolvido na base dos acertos às escondidas ou da influência política ou econômica. Se tiver alguma "influência", tudo se resolve e os objetivos são facilmente alcançados, tais como: cargos públicos, saúde de qualidade, ajuda da polícia, cobertura do judiciário, e por aí vai... 
Este é o País em que vivemos.  E este é um dos fatores geradores de violência. 
Devemos pressionar o Congresso Nacional para que tomem medidas reais e eficazes para o combate e resolver o problema da violência, já que todos sabem que os nossos Congressistas só funcionam na base de muita pressão, do clamor público. 
Tem que acabar este cancro da progressão da pena, onde o criminoso sabe que por maior que seja apenado, só cumprirá no máximo 08 anos. Basta aparentar um ótimo comportamento. 
Ora, não queria ser punido, que tivesse um bom comportamento quando estava convivendo em sociedade. Isto tem gerado um estímulo à violência. 
Devemos sim, aumentar o tempo máximo da pena e julgar os culpados com mais rigor, independente da classe social, pois ao que se sabe, a Lei foi feita para todos, coisa que não parece em nosso País. Faça-se um levantamento das pessoas que estão nos presídios ou que foram julgadas. Veremos que só tem pobres, pretos e ladrões de galinhas. As elites são minoria e só estão lá talvez pela comoção do crime cometido. 
É fundamental resolver os problemas relacionados com as questões da educação pública, enfrentando de frente, acabando com os discursos demagógicos e colocando em prática de fato e não com enganações, onde os professores fingem que ensinam e os alunos que aprendem. 
Só quem perde com isso é a nação e a população pobre deste País, que terá uma massa fácil de ser manipulada e sem perspectiva de um futuro melhor. 
É esta educação oferecida, que hoje colhemos o apagão de mão de obra em diversos setores da economia e pagamos caro pelo alto índice de violência que reina. 
Acorda Brasil.

4 comentários:

Toninho disse...

Cronica perfeita do que vivemos,de um lado um estado inerte,do outro um sistema que nos aprisiona.Cada dia a violencia amplia seus passos e ficamos ilhados enjaulados.Educação é sempre o tema para buscar uma saida desta terrivel situação. Urge uma ação conjunta de toda sociedade,pois a situação é feia mesmo.Numa pesquisa sobre o que esperam dos novos eleitos, sempre a segurança vem com maior votação,mas não creio que seja meta deles.Há desesperança pela sociedade,por isso assistimos ao desprezo pelo voto. Quando os serviços publicos tornaram-se estas sucatas que vemos, o povo vai cada dia mais perdendo o estimulo,até de lutar.
Muito bom seu texto amigo.
Meu abraço e muita paz.

Reginaldo Bispo Pereira - Movimento Negro Unificado disse...

Francklin

Achei sua posição muito de classe média, cristã soteropolitana. É verdade, que é melhor isso, que a posição da mesma individualista, alienada e não solidária, ou dos adeptos dos partidos das oligarquias baianas e de J. Wagner.
Mas meu caro, isto não basta,se é solidário e quer discutir o assunto serio, discuta o e diagnostico e o prognóstico com os diretamente vitimados.Não só ouça a classe média e a burguesia branca e fascista de Salvador.

Policia tem até demais, mas diariamente vemos seus agentes envolvidos em crimes no pais inteiro. Não estou falando de crime de assassinato não, esses já tomaram a dimensão de genocídio, de uma guerra não declarada contra o povo negro, de extermínio da juventude negra, falo de trafico, de assaltos, de assalta a bancos, de capangagem e pistolagem a favor de latifundiários, jogos de azar ilegais, políticos, juízes e ricos.

Mas o estado e sua milicia, também fabrica e criminaliza a pobreza, quando perseguem jovens pretos, índios, sem terra, favelados e quilombolas. De tanta covardia e injustiça, essas pessoas passam a se conscientizar de que não há outra alternativa, senão buscar por seus próprios meios as soluções de âmbito individual,peitando quem OS DISCRIMINA E MATA.

VEJA o caso do Quilombo do Rio dos Macacos(sobre o qual já lhe pedi uma manifestação, sem sua resposta). O governo (Casa Civil, AGU, Ministério da Defesa, a Marinha, a justiça e o governo do Estado da BA)querem transformar uma comunidade quilombola, a quem a constituição protege, em favelados voluntários, com a Marinha praticando todo tipo de crime contra aquela população.

A ultima tentativa é obriga-los aceitar a redução de seus 250 hectares históricos e reconhecidos pelo INCRA, em 25, Tentando transformar assim, os quilombolas que ainda resistem em mais uma comunidade favelada em Salvador. Depois da-lhe policia e grupo de extermínio. Percebeu como o estado e o governo fabricam pobreza e marginalidade?
Reginaldo Bispo - Fração MNU de Lutas, autônomo e Independente, Coordenador Nacional de Organização do MNU-Movimento Negro Unificado

Nelson Pereira disse...

Os petistas estão envergonhados, decepcionados. José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares são vítimas. Mas são vítimas dos próprios desvios de caráter e de dinheiro público. Sim, o Brasil tem ódio da corrupção. O país tem ódio de quem rouba do povo. O país tem ódio de mensaleiros. Não passarão. Estão sendo perseguidos, sim. Pela Lei. Pela Justiça. Pelo Estado de Direito. Não tentem golpear a Democracia.

Mara Montezuma Assaf disse...

O PT é mestre em criar laços de vassalagem: esta história de declarar pertencente à classe média um cidadão que ganha os valores citados em texto, transmite uma massagem no ego do iludido...e uma gratidão sem fim.
Na prática, pouco ou quase nada muda na vida do cidadão, mas ele se ufana de ser um classe média.