terça-feira, 30 de março de 2010

EU TIVE UM SONHO


Certa noite eu tive um sonho, não o de ter o direito de ir e vir, pois este sem que menos esperemos podem nos tirar, não o direito à vida, pois também pode ser tirado. Este meu sonho me dava o direito à liberdade.
Residia em um Estado, em que o direito de expressão era praticado livremente por todos, e que as promessas feitas eram cumpridas. Enfim tive um sonho: eu era livre. Nós éramos livres.
Neste meu sonho tinham pessoas abnegadas que davam tudo de si para satisfazer as necessidades dos mais pobres, procurando nesta sua doação, levar esperanças para tornar realidade à inclusão de todos na sociedade, daqueles que por algum motivo tiveram seus sonhos jogados na vala comum da exclusão social.
Neste sonho, nos era apresentado um Estado mais justo politicamente, onde os direitos e as oportunidades eram iguais para todos, sem qualquer distinção. Que o acesso ao serviço público era feito através de concursos e que os cargos de chefia eram ocupados entre os servidores mais capazes, não através do “Q.I.” (Quem Indicou).
As imagens que apareciam, mostrava que o povo havia se unido para derrubar a dinastia que imperava no Estado por quase meio século, chefiado pelo nefasto coronelismo, comandada por uma facção política, que o transformara em um dos piores em relação aos índices de desenvolvimento, perdendo apenas para o Maranhão, que coincidentemente também era dominado pelo coronelismo político, chefiado pela clã dos Sarneys, cuja coincidência maior, todas as suas lideranças tiveram origem na antiga ARENA, transformado posteriormente em PFL que hoje responde por DEM.
Em nosso sonho, estes políticos profissionais, que por muitos anos estiveram no Poder e nada fizeram, muitos com seus nomes citado em atos de corrupções, mal versação do dinheiro público, fechamento de jornais, tentativas de amordaçar a imprensa, perseguição àqueles que não rezavam em sua cartilha, foram expurgados da vida pública.
Eles que transformaram o patrimônio do Estado em propriedade privada, serviço público em segmento a seu serviço, inchando os seus quadros, através da colocação de familiares, amigos e cabos eleitorais, não para servir a população, mas para se utilizarem do Estado para seus interesses, passaram a ser tripudiados pelo povo.
De repente, ainda durante o sonho, vejo que a população do Estado resolve dar um basta nesta situação. E de forma ordeira, opta por colocar estes coronéis no ostracismo e no ano de 2060, sem que ninguém acreditasse, até as pesquisas eleitorais diziam o contrário, o coronel de plantão é surpreendentemente derrotado, colocando em seu lugar o novo, aquele que apresentava uma mensagem de mudança. Mudança na forma de administrar, mudança nos paradigmas, onde o Estado estaria a serviço de todos principalmente dos mais pobres, onde o servidor público seria respeitado e valorizado, passando a ter orgulho de ser funcionário público; mudança nas prioridades, onde teríamos segurança, saúde e educação de qualidade. Mudança na escolha dos seus quadros, onde seriam escolhidos os melhores dentro do quadro de profissionais existentes para servirem a população e não ficarem a serviço do chefe de plantão. Enfim, optou o povo por novos métodos e ações políticas.
Neste nosso sonho, a população dizia claramente que não queria ver retornar ao Poder aqueles coronéis que tanto mal causaram ao Estado. Enfim,a população mandou uma mensagem que queria vê-los no ostracismo e que não admitiria que as políticas nefastas por eles praticadas continuassem a imperar.
Mas de repente acordei, e voltei à nossa realidade.
Vi que o povo baiano em 2006, havia tomado uma decisão. Mesmo contrariando todas as pesquisas, houvera optado por dar um basta ao coronelismo e a dinastia carlista que imperava e que era responsável pelo atraso que a Bahia se encontrava, pelo sofrimento que o povo passava, aonde a Bahia só ia bem na propaganda e na televisão de propriedade do grupo que a dominava.
Porém, passado 03 anos da derrubada do Poder da oligarquia, observo que o sonho de uma Bahia diferente, onde o funcionalismo público fosse respeitado e sentisse orgulho de ser servidor; que tivéssemos uma efetiva segurança pública; a educação fosse prioridade; a saúde tivesse um tratamento diferenciado e para ser bem atendido não haveria necessidade de se socorrer ao político de plantão; que os cargos de comando fossem ocupados pelos mais capazes e não pelo “Q.I”; que as políticas públicas fossem direcionadas para aqueles mais necessitados, não como um favor ou como moeda de troca, mas por uma obrigação e para resgatar a dívida social histórica. Vejo que tudo isto continua como antes, nada ou quase nada mudou.
Vejo agora que tudo isto foi apenas um sonho, igual ao sonhado.
Quando a população respondeu nas urnas que não queria a continuidade daquela nefasta política, deixou também bastante claro, que também não queria os seus executores, por tudo de ruim que eles haviam implementado ao povo baiano. Queriam aqueles homens no ostracismo, foi esta a resposta da população baiana.
Porém, àqueles a quem foi dado o Poder não entenderam ou não querem entender o recado dado pelo povo. E eis que de repente, aqueles que o povo expurgou do Poder retornam bravos e faceiros a linha de frente do governo, levados por aqueles que os derrotaram, com se nada de mal tivessem feito ao povo baiano. Em nome de uma reeleição. Ou seja em busca da manutenção do Poder.
Retornam e foram perdoados por eles, mas não sei se pela população. Aí só saberemos em outubro, quando as urnas forem abertas, se foram realmente perdoados ou se estão levando aqueles que o perdoaram para a lama em que sempre estiveram.
Todo mundo tem um sonho. Martin Luther King também o tinha. E como Martin Luther King eu também tenho o meu. E faço dele minhas palavras, é claro adaptando-as a nossa realidade: “Eu tenho um sonho que um dia a Bahia se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que meus filhos vão um dia viver em um Estado onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”.
Eu tive um sonho.
Não deixe ninguém roubar seus sonhos.

terça-feira, 23 de março de 2010

PUNIÇÃO OU PREMIAÇÃO? ESTA É A NOSSA JUSTIÇA.


Parte mais frágil na defesa de seus interesses, o cidadão tem no Judiciário a certeza em que obterá deste a proteção contra ameaças aos seus direitos, desvios na administração da coisa pública, tratamento desigual em situações idênticas e interpretação da lei em detrimento do justo, entre outras.
O judiciário brasileiro secularmente tem andado na contramão dos anseios da população e ferindo os princípios mínimos da ética nas decisões que envolvem o julgamento de seus membros. O Sistema Judiciário, que deveria ter como objetivo principal o de promover a justiça, tem se tornado um palco interno de injustiças, diante da quantidade de ações irregulares praticadas por diversos juízes, promotores, desembargadores, sem receberem as punições cabíveis, para os atos maléficos praticados contra sociedade. Muito pelo contrário, ao invés de serem punidos em razão das irregularidades praticadas, estes profissionais que tem manchado a magistratura nacional são premiados, contemplados com elevados salários através de uma aposentadoria compulsória.
Temos observado e lido em jornais de circulação nacional, juiz acusado de assassinato, que ao invés de ser julgado como uma pessoa qualquer, pelo crime cometido, ser premiado com aposentadoria, percebendo o salário de final de carreira, ou seja, o maior salário do judiciário.
Recentemente, uma Juíza do Tribunal de Justiça do ES, suspeita (ou envolvida), juntamente com outros membros da família, também integrantes daquele Tribunal, em diversas irregularidades judiciais no Estado, após 07 de exercício da magistratura, recebeu como condenação, a pena máxima, ou seja, foi condenada a aposentar-se aos 33 anos de idade.
Fora estes casos, porém, se tivermos a curiosidade de pesquisar os jornais e atos emanados por nossos Tribunais por certo veremos um sem número de outros juízes e desembargadores obrigados” a se “aposentar”, em razão de terem sido julgados, por ilícitos em suas decisões ou gestões.
Infelizmente, temos que reconhecer que por motivos desconhecidos, os responsáveis pelo julgamento de membros da justiça, a alta cúpula do judiciário, parecem ter esquecido-se do ensinamento que o corporativismo é antiético e o julgamento que eles tem realizado aos seus “colegas” em razão das ações e ou irregularidades praticadas, estão sendo corporativistas, até demais, portanto antiético.
Segundo os jornais, em 05 anos, o Conselho Nacional de Justiça, instância administrativa máxima do Judiciário, já condenou 16 magistrados e afastou oito preventivamente - a maioria por corrupção. Treze deles receberam a pena máxima: aposentadoria compulsória, mas com vencimentos mensais que chegam a R$ 24 mil. Seria esta pena realmente uma condenação ou uma premiação?
Já imaginaram que País das Maravilhas seria o nosso Brasil se todos os funcionários públicos ou privados fossem premiados com aposentadoria, quando fossem observados e ou flagrados por atos de irregularidades em seus serviços?
Está correto o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, quando diz: "Ter como pena máxima a aposentadoria é uma excrescência. Se a pessoa foi afastada da magistratura, também não tem condições morais e éticas para atuar na advocacia”. É uma afirmativa lógica, desta forma, deveria ter também os seus direitos para advogar cassados.
Deveria ir mais longe e em caso de ocorrer a condenação, além de perder a função e o cargo, deveria ter ainda como conseqüência a perda do salário.
Mais uma vez assiste-se o corporativismo vigorar, quando vemos a defesa realizada pelo presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, Mozart Valadares Pires: "Quando você aposenta um magistrado, tira o instrumento de quem estava cometendo a corrupção, que é a caneta". É uma afirmativa simplória demais. E as pessoas prejudicadas como ficam? E as leis só são para o cidadão comum? E a ética onde fica? A Lei não deveria ser para todos?
E a gente e a imprensa só está preocupada com os atos de corrupção de nossos políticos.

quarta-feira, 17 de março de 2010

CHEGA DE NEGOCIATAS. QUEREMOS ALTERNATIVAS


Entra e sai período eleitoral e todos os anos assistem-se os mesmos escândalos praticados por candidatos a governo - seja federal, estadual ou municipal -, ou a cargos no legislativo, com a prática de acordos e conchavos que deixa até aqueles mais desinformados de cabelo em pé, diante das negociatas feitas á luz do dia. A situação está de tal forma, que já se tornou corriqueiro. Ninguem esconde mais nada. Tudo é normal. Tudo em “nome” dos interesses do “Estado”, mas que traz no fundo a conquista ou manutenção do Poder, naquilo que eles denominam a “guerra” pelo nosso voto.
Sem contar os milhares de empregos prometidos para após as eleições. Ninguém liga para Justiça Eleitoral.
Portanto, esta prática apenas busca favorecer políticos com foro privilegiado, os quais através das “influências” que dizem possuir em diversos setores da sociedade são oferecidos secretarias, diretorias em estatais e distribuição dos cargos de confiança, tudo isso para obter segundos preciosos no horário político eleitoral. E falam em inclusão social.
Quando o ser humano escolhe um partido político, ele está optando pelos ideais programáticos defendidos em seu estatuto. Busca se identificar com a imagem que o partido através dos seus líderes transmite a sociedade. Muitos escolhem o partido com base nos seu manifesto, programa, estatuto partidários, levando em consideração as suas tendências se de esquerda, de direita, de centro, etc. Desta mesma forma age o eleitor em relação ao candidato.
Portanto caberia àqueles que se propõe a submeter o seu nome para escolha popular em ter como prioridade, em lugar dos conchavos e negociatas espúrias, apresentar ao eleitor, propostas, projetos e programas de governo factíveis, compondo a chapa com pessoas comprometidas com as suas propostas, em lugar da divisão e loteamento de cargos.
Será que se o Estado fosse uma empresa de sua propriedade eles agiriam assim?
A crise política por que passamos está colocando a descoberto alguns métodos utilizados por nossos políticos e as suas ligações espúrias em busca da manutenção ou tomada do Poder, cujos objetivos fica cada vez mais claro, que é o da utilização do poder político em benefício próprio, verificando-se claramente a ganância com que busca assaltar os cofres públicos.
Procuram de todas as formas criarem pontes que liguem o Poder aos seus negócios, tráfico de influências, abusos de poder e mesmo corrupção. As negociatas e a política institucional andam de mãos dadas em nosso meio político e até com alguns sindicatos e entidades não governamentais.
Infelizmente, os nossos trabalhadores não têm reagido de forma contundente diante dos fatos. Não devemos permitir que se continue a desviar os recursos públicos para as negociatas tramadas as caladas da noite, beneficiando àqueles que ao longo da nossa existência só têm explorado o povo e mais ainda, que estes recursos sejam retirados de setores importantes como a saúde, educação, etc.
O ato de governar exige daquele que se propõe o dever de compor uma equipe integrada devidamente entrosada com o programa e o projeto discutido e apresentado a sociedade, de forma que cada um desenvolva suas atividades onde venha facilitar o andamento dos projetos e programas de governo. E esta integração só ocorrerá se os escolhidos estiverem envolvidos desde os primeiros passos com o projeto.
Portanto, o desempenho de qualquer governo deve ser associado ao funcionamento de uma equipe de futebol, basquete, vôlei ou de qualquer atividade coletiva, as quais exigem que haja sintonia entre os seus componentes para que os resultados possam ser obtidos. O time tem que está entrosado.
Assim, em lugar de aumentar o número de Ministérios e Secretarias para acomodar companheiros ou adesistas de última hora, o governante deve está preocupado e da total ênfase na escolha daqueles que irão ocupar cargos no Executivo.
Como todos sabem, ser Ministro ou Secretário - do Estado ou do Município, é fator de grande prestígio pessoal, coisas de uma Nação e de uma sociedade onde a política é praticada como meio de enriquecimento fácil, desta forma, obrigam àqueles que irá selecionar os seus assessores a optar pelos mais capacitados, não só intelectualmente, mas e principalmente moralmente, colocá-los na função certa e onde tenham afinidades, uma vez que a eles caberão a responsabilidade de decidirem sobre os rumos do País. Sobre a minha, a sua, a nossa vida.
Não se deve brincar de governar. Não devemos governar com aqueles apenas porque são nossos amigos, correligionários e aliados, ou até mesmo porque nos conchavos resolveram aderir ao novo projeto. Deve-se governar sim, através de projetos e programas de governo discutido com a sociedade e formar o Governo colocando as pedras certas nos lugares certos e mesmo que no decorrer da administração haja a necessidade de se fazer alterações que se busque optar por quadros comprometidos com o programa desde o seu início.
Deve formar uma equipe entrosada nos seus fundamentos, não uma equipe que busque obter as vantagens que o Poder oferece e atender os seus interesses pessoais.

quinta-feira, 11 de março de 2010

UMA TRAIÇÃO ÀQUELES QUE COMERAM SAL E POEIRA.


No sistema parlamentarista é normal os acordos políticos antes das eleições objetivando ampliar a base de sustentação e oferecer condições para a governabilidade. No presidencialismo, onde o poder é centralizado nas mãos do Executivo, os acordos ocorrem após as eleições.
Porém, no presidencialismo à brasileira, o que se vê não são acordos e sim negociatas feita às escondidas, à surdina, em sua grande maioria não com os partidos políticos como legalmente deveria ocorrer e sim com esta ou aquela “liderança” fisiologista, que utilizam do mandato para satisfação e atendimento dos interesses pessoais ou para fugirem de processos judiciais, para a a posterior buscar atrair o partido.
Este tipo de acordo tem um custo elevado, sempre sai mais caro, como de fato tem acontecido. Aliado a estes acordos espúrios, o Chefe do Executivo, com a eterna desculpa da governabilidade, desrespeita a militância e até mesmo o eleitor, que ao decidir ou optar por um, está dizendo claramente que aquele outro, o derrotado, não deve ou não está dentro do projeto sonhado pelo eleitor.
E em nome da governabilidade, o eleitor é surpreendido vendo aquele que meses antes fora renegado, até pelo seu discurso contrário ao projeto apresentado pelo vitorioso, desfilando de braços dados, como se o que afirmava anteriormente não existisse. Este comportamento espúrio, chega a dá um nó em sua cabeça.
Quando o eleitor opta por um candidato, ele está apoiando e aprovando um projeto político apresentado e discutido com a sociedade no período eleitoral.
Portanto, aquele que foi derrotado fica subtendido que o seu projeto não foi aceito pela maioria da população.
Desta forma, não se entende a mudança repentina de idéias e os motivos que forças políticas tão antagônicas consigam se juntarem, pois nada garante a partir desta união qual o projeto realmente irá vigorar.
Cada governo tem seu estilo de negociar politicamente e fazer suas concessões partidárias mas o que se assiste hoje na Bahia, não é problema de governabilidade e sim, negociatas e mais negociatas. O que vemos na Bahia é uma traição aos eleitores, que em 2006 resolveu dá um basta a dinastia carlista, que imperava a quase 40 anos. Porém, passado 03 anos de governo, observa-se que os vencedores não entenderam a mensagem do povo baiano.
A serem corretos os fatos que os jornais vêm anunciando, é triste e até decepcionante a opção assumida pelo Governo Wagner ao atrair para o seu quadro, na ânsia de obter a reeleição a qualquer custo, quadros do DEM ou de outros partidos políticos que em nada soma à imagem do seu governo, muito pelo contrário, ao aderirem estão levando a lama em que sempre estiveram atolados na sua trajetória política.
As promessas feitas em 2006 com certeza não foram estas. Acaba-se a “panelinha” do DEM e traz os paneleiros para cozinha do seu governo.
Diante do que se anuncia no dia a dia, o que se observa é que os mesmos têm trazido inquietação ao eleitor que está se sentindo traído: afinal que propostas está em jogo? Ou será que ao trazer lideranças de origem não de centro, mas de extrema direita, o governo Wagner ainda tem um projeto de esquerda e de verdadeira mudança, pois os quadros que estão a aderir reconhecidamente não têm este perfil, muito pelo contrário, são pessoas envolvidas em falcatruas com dinheiro público e inclusive com tentativa de fechamento do Jornal A Tarde entre outros órgãos da imprensa, com o empreguismo, com a perseguição política, entre tantos outros fatos negativos.
Será que Wagner e aquele que os assessoram sabem disso?
Qual o modelo administrativo será apresentado a população com estes inusitados acordos?
Continuar matando o servidor público, como eles fizeram? Perseguir aqueles que não rezam em suas cartilhas, como sempre praticaram? Inchar os quadros do Estado com apadrinhados e cabos eleitorais, como sempre foram as suas práticas? Terminar o serviço mal acabado da roubalheira praticada na Cesta do Povo? Entre tantas outras falcatruas, como as denunciadas pelo jornalista e deputado pelo PT, Emiliano José sobre o final do governo Paulo Souto, ou pelo Secretário de Indústria e Comércio recentemente a respeito das negociatas no SUDIC?
Diante do que está ocorrendo, está ficando comprovado que com estes quadros e acordos espúrios, renegando os companheiros municipalistas, principalmente os vereadores da base de sustentação, que ao Governo Wagner faltam propostas, projetos, temas, sugestões. Pois se existissem, o maior entendimento não seria com pessoas de passado que nada honra a história política da Bahia e das esquerdas, Lídice da Mata que o diga quando foi prefeita.
Os acordos e entendimentos legitimos seriam sim, mas com o eleitorado, e não rasgando toda uma história de luta e o discurso sobre a natureza do exercício da política pregado pelo PT na Bahia.
Caso haja estes conchavos, como a imprensa tem colocado, o Governo Wagner estará contribuindo para que o debate político em nosso Estado continue viciado em seus próprios fundamentos, pois é sabido por todos que atrás do discurso de governabilidade vêm sempre associadas à submissão fisiológica na repartição de cargos e outras vantagens e benefícios de interesses pessoais.
O espetáculo chega a ser deprimente, porque não dizer chega às raias do ridículo.
Se analisarmos as adesões anteriores, as atuais já nem conseguem mascarar a entrega de secretarias, empresas estatais, cargos de confiança e por aí vai, embora utilizem de discursos e artifícios retóricos que o que está ocorrendo está fundamentado em uniões programáticas, que estão pensando no melhor para o Estado, como se esse discurso escondesse o principal, que é o loteamento da máquina estatal. Que o diga a Dep. Eliana Boaventura e outros que aderiram. Pois só sabem fazer política usando o Poder.
Utilizam deste artifício inclusive para acuar aqueles que se mantém fieis aos seus ideais partidários e continuam oposição,por não participarem desse loteamento em nome da negociata “partidária”, para uma suposta governabilidade, ou como em moda, em defesa de uma política nacional, visando a eleição de Dilma Russsef. Os eleitores destes, são de direita e jamais votarão em Dilma ou Wagner.
Assim, quem não participa da negociata é acusado de tramar contra o Estado.
E o eleitor que se lixe.

sexta-feira, 5 de março de 2010

08 DE MARÇO. UMA HOMENAGEM AS MULHERES: REBELEM-SE


No século XIX, pensadores admitiam de que no futuro, a tendência era termos uma sociedade governada pelas mulheres, que iria desbancar a sociedade patriarcal, governada por homens, na qual, as mulheres tinham pouco ou nenhum valor.
Naquela época às mulheres cabia basicamente, a responsabilidade pelos afazeres domésticos, trabalharem na lavoura e o direito a maternidade. A elas não era reconhecido o direito ao estudo e ao trabalho e muito menos ainda a perceberem salário, e, quando ocorria receber algum pagamento este era muito inferior ao salário dos homens.
Se o que os pensadores do sec. XIX buscavam admitir, se tornaria realidade ou não, só o tempo diria, Mas, reflexões à parte, o que se assiste hoje no mundo moderno, vem comprovar as reflexões daquela época, apresentando uma significativa predominância do mundo feminino sobre o masculino.
Como se sabe, antigamente havia empregos e serviços para “homens” e empregos e serviços para “mulheres”. Hoje, já não se observa tão grandemente esta divisão, uma vez que as mulheres já fazem todo tipo de serviço, e na maioria das vezes com melhor qualidade que os próprios homens.
Tornou-se comum vermos nos tribunais mulheres exercendo a profissão de advogadas, promotoras, juízas, profissões e funções estas que antigamente, eram exclusivas dos homens. Nos hospitais mulheres fazendo todo tipo de cirurgia. Nas estradas mulheres ao volante de enormes carretas e ônibus, executando o serviço com a mesma ou até mais habilidade e segurança do que muitos homens. Na construção civil, já é reconhecido a qualidade do trabalho feminino.
Assistimos hoje a presença da mulher em todos os campos e áreas de ação, seja a nível de executivos de empresas ou na esfera pública. Já se observa em muitos países a mulher como Chefe do Executivo, que, diga-se de passagem, tem exercido esses cargos com muita mais competência e honestidade que os homens, pela sua sensibilidade aos problemas sociais, são mais duras de serem corrompidas, administrando com competência, equidade e equilíbrio, aliado que a mulher tem mais pudor em corromper.
O Dia Internacional da Mulher é uma homenagem àquelas que lutaram e ainda lutam para terem os seus direitos respeitados e na busca da conquista pela sua igualdade.
Ao longo dos séculos, observa-se na história da humanidade, a luta de muitas mulheres em busca de sua liberdade e, em razão de suas lutas muitas foram punidas por desejarem o direito da igualdade aos homens. Algumas até chegaram a ser ouvidas, porém, milhares foram covardemente silenciadas.
Portanto, o dia da mulher apesar de ser uma das muitas conquistas obtidas, porém deve ser tratado como o reconhecimento de todos, em qualquer parte do mundo, não só como uma homenagem, mas, principalmente como o dia de reverenciar o martírio feminino ao longo dos séculos.
Devemos render homenagens a todas as mulheres, mais especialmente a mulher da classe operária, pois partiu delas no decorrer da história da humanidade, o início da organização e de enfrentamento dos desafios da época frente a opressão imposta pelas sociedades que diante de uma formação cultural reinante discriminavam e degradavam a imagem da mulher.
O direito de votar e ser votada, de andar nas ruas com o rosto descoberto, de poder escolher com quem casar, de estudar e trabalhar ao lado do homem sem preconceito, enfim, o direito de ser aceita como igual, são conquistas obtidas ao longo dos anos. E não foram fáceis. Quantas foram sacrificadas, para que hoje as mulheres pudessem comemorar a conquistas desses direitos.
Desta forma, o dia da mulher é um dia que em que devem lembrar desses direitos e conquistas obtidas. É um dia que deve servir de reflexão e não apenas para lembrar aos homens, mas principalmente às mulheres do significado das conquistas e reverenciar àquelas que no passado se sacrificaram na sua organização e lutas. Portanto, conquistar a igualdade e a justiça, sempre foi os objetivos que as mulheres buscaram alcançar. E esta luta não é de agora, ela começou a muito tempo e da forma como são tratadas, mesmo nos dias atuais, não tem prazo para acabar.
Estamos na era em da mulher batalhadora, independente, que busca de qualquer maneira se inserir no mercado de trabalho, conscientes dos seus deveres e direitos perante a comunidade que convive. Estamos na época da mulher que tem buscado derrubar tabus, quebrar as tradições e derrubar os muros restritos unicamente aos homens, acabou-se os “clubes do bolinha”. A mulher submissa, tratada como objeto, como uma boneca de louça e do "sexo frágil", está deixando de existir, é cada dia maia raro. Aliás, é um objeto em extinção.
Devemos reconhecer que muitas vitórias e resultados foram alcançados pelas mulheres, mas elas têm que está consciente que ainda tem muito a alcançar. O preconceito, a discriminação, a violência, as desigualdades sociais e salariais ainda são um tormento que atingem a mulher em cheio. E está aí, no seu dia – a – dia.
Por isso as nossas bravas mulheres não podem e não devem silenciar, devem sim, ir atrás de seus direitos e nunca deixarem se abater pelas dificuldades e obstáculos colocados a sua frente por esta sociedade ainda de caráter machista, que procura impor os dogmas masculinos nas suas relações.
Devem cada vez mais estarem unidas, trabalhando em grupos, para que possam denunciar e reagir contra a impunidade que infelizmente ainda impera, de forma que tenham os seus direitos reconhecidos e respeitados, não apenas como mulheres, mas como seres humanos.
Devemos reconhecer que são enormes as conquistas obtidas pelas mulheres em todas as áreas da vida social, ao longo das décadas, principalmente em relação da inclusão das mulheres no mercado de trabalho e ao seu reconhecimento profissional. Porém o problema por si só não está resolvido, cabendo as mulheres continuarem reivindicando cada vez mais seus direitos de cidadania abrindo novas formas e espaços de luta.
Da mesma forma que tem obtido diversas conquistas, por outro lado, não há como negar que todas estas conquistas arduamente conquistadas infelizmente ainda não estão consolidadas. Muito pelo contrário, elas são ameaçadas continuadamente por pressões machistas as mais conservadoras.
Porém, apesar de todas estas lutas e conquistas, ainda não entendemos o porque de tantas mulheres em locais públicos, muitas vezes são até maioria, onde são realizados shows musicais, se esbaldando e aplaudindo artistas e bandas musicais que tem o prazer de cantar letras que as humilham, as depreciam, as ofendem, onde ouve-se letras onde é pedido a ”patinha” da mulher, onde são chamadas de piriguetes, cachorras e ou letras com intenções dúbias, que tenho plena certeza estes autores não o fariam para suas mães.
Está também na hora, das mulheres se unirem e darem um basta neste tipo de ofensa, que tal como ocorria na idade média, também as humilha e lhes tira a dignidade. Está na hora das mulheres se unirem e darem um basta a este mau gosto musical. Está na hora das mulheres rebelarem-se, pois como nas demais conquistas, esta é uma vitória a ser obtida.