sexta-feira, 4 de abril de 2025

"Musk e Trump estão restringindo a liberdade de expressão" afirma eurodeputada

 A influência de grandes empresas de tecnologia em diversas áreas, que vão de infraestrutura crítica à opinião pública, representa uma ameaça à democracia pelo mundo. Para a defesa dos valores democráticos, Marietje Schaake, eurodeputada pela Holanda entre 2009 e 2019, defende uma regulamentação maior desse setor.

"Alertei sobre a ameaça sistêmica à democracia do poder descomunal das empresas de tecnologia e seus CEOs, mas tudo isso se acelerou com a sinergia entre Elon MuskDonald Trump", afirma à DW Schaake, que é autora do livro The Tech Coup: How to Save Democracy from the Sillicon Valley (O golpe tecnológico: como salvar a democracia do Vale do Silício, em tradução livre).

Em entrevista à DW, Schaake destaca o Brasil como um importante ambiente das disputas entre entes governamentais e as empresas de tecnologia, especialmente por conta das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) encabeçadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Em sua visão, o país pode ser parte importante de um esforço global para conter o poder deste segmento.

Atualmente, Schaake é diretora de política internacional no Centro de Política Cibernética da Universidade de Stanford e fellow de política internacional no Instituto de Inteligência Artificial Centrada no Homem de Stanford.

<><> Confira os principais trechos da entrevista:

·        Mesmo com os novos direcionamentos dos EUA, é possível acreditar em um avanço no controle das grandes empresas de tecnologia?

Marietje Schaake: Vai ser mais difícil porque os EUA não estão apenas se alinhando politicamente com os desejos dos bilionários da tecnologia, mas também porque estão se afastando de querer apoiar a democracia. Se você olhar de um ponto de vista global, esse é um grande problema. Mas acho que outros países entendem o que está acontecendo e podem realmente fazer mais porque querem enfrentar o risco do possível uso como arma das tecnologias dos EUA e da dinâmica geopolítica em mudança.

·        Em sua visão, é importante que governos busquem coalizões para lidar com o poder destas empresas. Nos últimos meses, Brasil e União Europeia fizeram sinalizações por uma maior regulamentação do tema, especialmente após a eleição de Donald Trump nos EUA. Uma colaboração pode ser efetiva?

Seria muito útil ter países que ainda querem uma estrutura democrática ou baseada no Estado de Direito em torno do uso da tecnologia trabalhando juntos para escalar e harmonizar suas abordagens. Até agora, vimos muitos adotando sua própria abordagem, o que leva à fragmentação. Mas se você quer apresentar um contrapeso, tanto para as empresas de tecnologia quanto para a administração dos EUA, então trabalhar juntos é muito útil. Acho que, de fato, este é um momento para novas e criativas coalizões. E espero que o Brasil possa fazer parte disso.

·        Quais as principais razões que colocam o Brasil atualmente como um ator global relevante neste âmbito?

Os exemplos que vimos do ministro Alexandre de Moraes foram muito encorajadores, porque ele realmente traçou linhas que poucos outros estavam dispostos a traçar em relação ao X, Musk e seu império empresarial. E vimos outros casos como a iniciativa NetMundial saindo do Brasil que mostrou uma abordagem local muito forte para a governança tecnológica. 

·        Uma crítica frequente às medidas de Moraes é a de que o ministro não teria sido eleito para tomar certas decisões, e que parte delas estaria ligada ao processo legislativo. Há risco de perda de legitimidade popular ao delegar tais decisões ao Judiciário?

No meu livro, falo sobre a necessidade de mudança ancorada em mandatos democráticos e responsabilização. Os mandatos dos juízes estão muito bem ancorados no Estado de direito. Então não vejo tensão entre as soluções que ofereço e o papel dos juízes das supremas cortes. Acho que os tribunais têm um papel crítico a desempenhar, mas não estão em posição de criar novas leis. Eles podem criar novas interpretações das existentes, o que é útil. Mas, às vezes, também precisamos de novas etapas, como litígios estratégicos ou a ação da sociedade civil.

·        Recentemente, a interferência de Musk na política europeia foi alvo de duras críticas de líderes na região, com destaque para a recente eleição na Alemanha. Quais são os principais riscos destas manobras?

Há muito escrutínio sobre o que Musk está fazendo de várias maneiras com sua conta no X, como suporte a candidatos específicos. Há pontos de interrogação sobre como a amplificação algorítmica do X funciona. Então, acho que será muito importante observar e aprender com os casos de retenção de dados do X na Romênia, que agora podem ser investigado por ter impulsionado a candidatura de um candidato, além das alegações de interferência estrangeira lá também.

·        Com as disputas entre Musk e o STF, o Brasil passou a ser um foco do bilionário. Entre os interesses nacionais em questão, estão a infraestrutura de internet por satélite Starlink e a influência de redes sociais na eleição presidencial do próximo ano. Como as motivações de Musk podem repercutir nestes temas? 

Vimos que ele está disposto a combater e que também se sente fortalecido pelo presidente Trump. Musk tem muito acesso para brigar com os juízes brasileiros. Parecia que ele estava entrando na briga com Moraes por causa de seu apoio a Bolsonaro, que seria o candidato que se encaixa no tipo de escola de nacionalistas de extrema direita que ele gosta de apoiar em todos os lugares. Não tenho certeza de quem concorrerá nas próximas eleições, mas devemos assumir que esse tipo de influência será exercida.

·        Um dos principais argumentos contra um avanço de regulamentação sobre as empresas de tecnologia, especialmente as de redes sociais, seria a suposta violação da liberdade de expressão. Quais os reais riscos para este direito em caso de maior controle?

Todas as palavras sobre liberdade de expressão estão muito distantes das ações sobre isso. Ouvimos Musk e Trump alegando que estão defendendo a liberdade de expressão, mas, na verdade, eles estão restringindo-a. É muito importante olhar para o que está acontecendo, não apenas ouvir o que eles dizem. 

É um momento muito bom para procurar alternativas para que as plataformas nas quais encontramos notícias e compartilhamos atualizações não possam ser usadas como armas contra a democracia. Pode levar um tempo para a transição, mas há muitas oportunidades. Olhando para os danos, não apenas políticos, mas também outros impactos da desinformação, este pode ser um bom momento para fazer essa transição.

·        Um dos controles mais fortes defendidos no livro é o sobre dados pessoais sensíveis em mão privadas. Recentemente, na América Latina, houve uma grande polêmica pelo processo de escaneamento de íris feito pela WorldCoin, que pagava um montante em criptomoedas pela coleta. Qual sua visão no tema?

Acho que a WorldCoin, em particular, realmente ataca pessoas muito vulneráveis, que não têm dinheiro. Elas são facilmente seduzidas a fazer algo por um pouco de dinheiro, que não sabem realmente o que são dados biométricos, porque vivem em países onde não há leis de privacidade, ou porque simplesmente não tiveram experiência com esses produtos ou ferramentas. É uma maneira cínica de tratar as pessoas para tentar oferecer algo a elas quando estão mais vulneráveis e não têm como supervisionar as consequências. Deveríamos ser muito mais críticos com esses tipos de produtos.

¨      O fenômeno Donald Trump. Por Daniel Aarão Reis

Na campanha eleitoral de 2016 ele surgiu como uma provocação improvável. Do palco de programas marotos de TV diretamente para a presidência da República. Contra todas as previsões, algumas do próprio partido, e apesar das baixarias, elegeu-se. Com menos votos que a oponente, mas contando com o mecanismo esdrúxulo, antidemocrático e antipopular de um Colégio Eleitoral criado em fins do século XVIII para conter a “canalha”.

Mas seu primeiro mandato não esteve à altura do demagogo que ele prometia ser. Perdeu a reeleição. Inconformado, esperneou, pressionou, corrompeu e acabou lançando suas hordas de fanáticos em cima do Congresso que se aprestava para confirmar os resultados eleitorais.

Perdeu ainda uma vez e, com muitos processos nas costas, foi dado como liquidado.

Mas deu a volta por cima. Apesar de escrachado, julgado, condenado, elegeu-se novamente em 2024. Como uma espécie de fênix, renasceu. Agora, com maioria de votos e fazendo maioria também nas duas Casas do Congresso. Uma vitória acachapante. Impossível analisar seus “feitos” atuais sem uma reflexão sobre o aparente despropósito de um homem desmoralizado conseguir ascender à presidência imperial da maior potência do mundo consagrado pela maioria dos eleitores.

Entre as explicações/interpretações correntes, considerarei o que me parece mais relevante.

De um lado, a revolução digital em curso, desde as duas últimas décadas do século XX, tem transformado profundamente os fundamentos econômicos, sociais, políticos e culturais das sociedades em todo o mundo. A ela se acopla agora a da Inteligência Artificial, com resultados ainda mal conhecidos, mas entrevistos, e já produzindo resultados alarmantes. O grau de monopolização da economia e, em especial, das comunicações, alcança patamares inéditos.

Desaparecem profissões. Relocalizam-se importantes centros industriais. Desdobra-se a economia informal. Aumenta o número de trabalhadores chamados autônomos, mas sem nenhuma autonomia real, pois inteiramente nas mãos impessoais dos aplicativos. Para muita gente o mundo está se tornando/já se tornou uma realidade de areias movediças. Suscitando perplexidade, medo, desamparo, alarme. Não gratuitamente, certezas consagradas cedem lugar a hesitações e a desconfianças que, antes, seriam consideradas pueris e incongruentes. E se cogita até se a humanidade não estará ingressando numa nova fase do capitalismo.

O processo é acompanhado de um crescimento demencial das desigualdades sociais, evidente na principal potência capitalista, os Estados Unidos. Ali, um punhado de homens brancos detém quase a metade da renda nacional. Segundo dados recentes do Federal Reserve Bank, a metade mais rica do país deteria 97,5% da renda total. A outra metade ficaria com apenas 2,5%. A mesma fonte informa: 133 mil famílias possuem 6 trilhões de dólares.

Em percentuais, no topo da pirâmide social, 0,1% da população controla 13,8% da riqueza total. E, segundo dados publicados por Thomas Piketty, a concentração da riqueza acelera-se e vai em ritmo crescente nos últimos trinta anos. Tais tendências manifestam-se também na Europa, atestadas pelo, e atestando o, declínio do Estado de Bem-Estar Social, laboriosamente construído entre 1945 e 1975 e, há alguns anos em plena decadência.

Embalando/incentivando o desespero e a dúvida das gentes, as chamadas mídias digitais, dominadas por alguns poucos monopólios privados ou, em certos países, por Estados ditatoriais, através de algoritmos previamente programados, tentam condicionar as escolhas e as opções, extremando e polarizando os debates, enfraquecendo as decisões autônomas, espalhando lixo por onde chegam, envenenando e apodrecendo a capacidade de pensar criticamente: a Ciência teria realmente fundamentos sólidos? A Terra seria mesmo redonda? As vacinas funcionariam? Tudo o que está acontecendo não seria resultado de sujeitos e conspirações ocultas?

As multidões reagem correndo para o abrigo supostamente seguro das versões fundamentalistas de velhas religiões. E para os braços e brados dos demagogos que oferecem poções mágicas, arquiteturas simplificadas, fórmulas salvacionistas.

O regime democrático não tem conseguido deter ou controlar estas tendências. A curva dos votos em branco ou as abstenções crescem a cada processo eleitoral. Sucessivos escândalos produzem um aumento da desconfiança nas lideranças e nos partidos tradicionais, considerados, com razão, uma elite desconectada com relação à sociedade e aos interesses das classes populares. As forças políticas ditas progressistas, com suas propostas reformistas “moles”, nem arranham o poder dos monopólios das comunicações e a hegemonia do capital financeiro. Apenas gerenciam o status quo e aparecem como antesalas involuntárias dos demagogos de extrema direita.

Confiram a intrigante sequência: nos EUA, aos dois mandatos de Barack Obama, sucedeu Trump 1. Depois de Joe Biden, Trump 2. No Brasil, Lula-Dilma Rousseff ensejaram Michel Temer-Jair Bolsonaro. Na Argentina, Javier Milei veio após Alberto Fernandez. Na França, François Holland socialista “gerou” o liberal Emmanuel Macron que, por sua vez, arrisca ser sucedido pelo partido de extrema direita.

É este contexto, aqui apenas esboçado, que nos permite compreender a ascensão e as vitórias eleitorais de Donald Trump.

Vale enfatizar, porém, que Donald Trump 2 não será “apenas” uma repetição de Donald Trump 1. Um novo projeto de poder já se anunciou com bastante nitidez nestes dois primeiros meses do novo governo.

Internamente, destacam-se o desmantelamento de estruturas estatais consideradas de oposição – real ou potencial – às intenções do novo governo; a intimidação de governos estaduais, sob a ameaça, velada ou aberta, de suspensão de verbas federais, indispensáveis para a realização de programas essenciais; o cerco às universidades, objeto de agressiva política repressiva, condicionando-se, também aí, a liberação de verbas federais à renúncia da autonomia acadêmica e política; as ameaças ao poder judiciário, sob pressão em duas frentes: grandes escritórios de advocacia são dissuadidos de assumir certas causas, enquanto juízes federais são submetidos a cerco midiático, com ameaças concretas à sua integridade física e à de suas famílias.

Nas ruas, às vezes sem mandato judicial, a polícia prende supostos imigrantes ilegais e/ou participantes de manifestações públicas que desagradam o poder. Estamos diante da marcha batida no sentido da construção da assim chamada “democracia iliberal”, consolidada e popularizada na Hungria, sob liderança de Victor Orbán, ditador virtual do país e mentor/inspirador de experiências similares pelo mundo afora.

“Democracia iliberal”, é um eufemismo para designar regimes sem nenhum conteúdo democrático, onde o governo de plantão é blindado contra eventuais alternâncias por uma série de mecanismos “legais” que inviabilizam o exercício da oposição política. A capacidade da sociedade norte-americana de resistir a este processo, infelizmente, é objeto de dúvidas e controvérsias.

Ainda mais inquietante é a projeção internacional das políticas lideradas por Donald Trump 2. Em repetidos e enfáticos pronunciamentos, o presidente dos EUA tem evidenciado ambições de vassalizar ou ocupar os territórios da Groenlândia, do Canadá e do Panamá. Em suas iniciativas concernentes à Ucrânia, privilegiou conversações diretas com Vladimir Putin, virtual ditador da Rússia e liderança da potência agressora, desprezando articulações com os estados europeus, tradicionais aliados, e com o próprio país invadido, a Ucrânia.

É o resgate da política de potência, de uso corrente em séculos passados, onde prima sobre a força do direito o direito da força. Da força bruta, sem mediações, numa demonstração de arrogância e prepotência que consagra o “direito” das grandes potências de resolver os conflitos e contradições internacionais entre elas e de usar, quando lhes parecer conveniente, a força armada para defender seus interesses particulares.

O assessor especial de Lula para as relações internacionais, Celso Amorim, equivoca-se ao declarar que a novidade é que apenas a hipocrisia foi deixada de lado. Legitimar a política de potência, como dizia um antigo cínico, é pior que um crime, é um erro. Assim como tem sido um erro a conciliação com a invasão da Ucrânia.

Sendo o Brasil uma potência mediana, sem armas nucleares, detentor apenas do soft power, é uma grande inconsequência apoiar velada ou abertamente invasões de quaisquer países, o que fere os princípios da autodeterminação dos povos e da não-intervenção, formulados pelas organizações internacionais e sobretudo pelos povos e governos da Ásia, África e América ao sul do Rio Grande que cuidaram de fazer destes princípios uma espécie de pedra angular de suas políticas externas para se resguardarem das ambições das grande potências.

O fato de que tais princípios tenham sido desrespeitados não deve levar à ideia de desconsiderá-los, subestimá-los ou enterrá-los, pois eles constituem uma linha de defesa preciosa nas frentes política e diplomática, dimensões que acompanham sempre os conflitos militares.

Donald Trump 2 e seus propósitos “iliberais” devem ser denunciados com a maior ênfase. Se a política de potência se afirmar como princípio nas relações internacionais será funesto para o mundo e para o Brasil em particular.

Cabe aos pequenos países e às potências medianas, como o Brasil, mobilizar a opinião pública internacional e organizar uma grande aliança – de povos e governos – que inviabilize, antes que seja tarde demais, o resgaste desta amaldiçoada política da força bruta que será capaz de levar o mundo a novas guerras e, em consequência, à hibernação da democracia por um longo período, eis que o regime democrático, como demonstra a História, nunca fez e nunca poderá fazer par com qualquer tipo de guerra, e sobretudo, com guerras de conquista.

¨      NYT revela ‘história secreta’ da interferência dos EUA no conflito na Ucrânia

A administração do presidente dos EUA, Joe Biden, esteve muito mais profundamente envolvida no apoio à luta da Ucrânia contra a Rússia do que anteriormente reconhecido, afirmou uma investigação ao New York Times, sublinhando que a inteligência de Washington era indispensável para as operações militares de Kiev.

O extenso relatório divulgado no último sábado (29) demonstra como a “parceria extraordinária de inteligência, estratégia, planeamento e tecnologia” se tornou a “arma secreta” de Kiev no combate à Rússia.

Embora o Pentágono tenha fornecido à Ucrânia milhões de dólares em ajuda militar, também forneceu informações cruciais que permitiram a Kiev atacar centros de comando e controlo russos e outros alvos de alto valor a partir de meados de 2022, disse a fonte ao NYT.

O cerne desta parceria reside nas instalações do Exército dos EUA em Wiesbaden, Alemanha, onde oficiais americanos e ucranianos estabelecem diariamente prioridades de alvos que alegadamente designaram como “pontos de interesse”, por medo de parecerem demasiado provocativos.

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Oficiais americanos e ucranianos planejaram grandes contraofensivas em conjunto e lançaram grandes ataques de longo alcance e alta precisão, usando armas fornecidas pelo Ocidente na Crimeia russa.

Os ataques com mísseis fornecidos pelo Ocidente causaram vítimas civis, com um ataque a uma praia de Sebastopol, em Junho de 2024, matando quatro pessoas e ferindo mais de 150.

Os EUA também enviaram dezenas de conselheiros militares para a Ucrânia, alguns dos quais foram autorizados a viajar perto da linha da frente.

Em 2024, os norte-americanos alargaram as suas permissões para permitir que a Ucrânia realizasse ataques limitados de longo alcance, utilizando armas fornecidas pelos EUA, em território russo reconhecido internacionalmente – durante anos considerado uma “linha vermelha”. Washington forneceu a Kyiv os dados de direcionamento dos ataques.

Um funcionário dos serviços secretos europeus ficou chocado com o nível de envolvimento dos EUA no conflito, dizendo ao Times que “agora eles fazem parte da cadeia de morte”.

A cooperação, no entanto, foi por vezes tênue devido a divergências sobre estratégia e objetivos, especialmente no período que antecedeu a fracassada contraofensiva da Ucrânia no setor sul da frente, no Verão de 2023.

As autoridades americanas consideraram os ucranianos demasiado ambiciosos e desdenhosos de conselhos estratégicos. Os ucranianos acusaram os americanos de serem excessivamente cautelosos. Durante a contraofensiva de 2023, a liderança ucraniana ficou dividida entre objetivos concorrentes – prosseguir um ataque a Melitopol e defender Artemovsk (Bakhmut).

Isto supostamente minou a estratégia unificada desenvolvida em Wiesbaden.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Ucrânia “não pode existir” sem apoio externo. Moscovo denunciou repetidamente o envolvimento ocidental no conflito, dizendo que apenas prolongaria as hostilidades sem alterar o seu resultado.

No entanto, a administração do Presidente dos EUA, Donald Trump, envolveu-se com a Rússia com o objetivo de pôr fim ao conflito, um compromisso que Moscou descreveu como produtivo.

 

Fonte: DW Brasil/A Terra é Redonda/Jornal GGN

 

 

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