Alejandro
Mantila Quijano: O governo de Petro - da crise
à mobilização?
O presidente colombiano
iniciou o último terço de seu mandato com tensões dentro do gabinete,
dificuldades no Parlamento e uma tentativa de remobilizar a população para
aprovar suas reformas, inclusive por meio de uma consulta popular. Enquanto
isso, todas as forças políticas começam a olhar para as eleições de 2026.
No
período entre 4 de fevereiro e 18 de março de 2025, o governo de Gustavo Petro passou por uma
crise interna, uma tentativa fracassada de recomposição, uma grave derrota
política e o início de um processo de mobilização. São 44 dias turbulentos que
evidenciam os contrastes do primeiro governo de esquerda e a estratégia de uma oposição
sem lideranças unificadas, mas com capacidade de bloquear as principais
iniciativas do governo. Em suma, são 44 dias que marcam o início do terço final
do mandato e antecipam os tempos conturbados da campanha eleitoral de 2026.
Embora Petro tenha
vencido as eleições com um programa e uma identidade associados à esquerda, seu
gabinete ministerial e sua bancada no Congresso são o resultado de
uma coalizão instável que inclui diversos dirigentes oriundos da política
tradicional. Esse traço é constitutivo do petrismo no poder e tem sua origem na
campanha eleitoral de 2022. Após as mobilizações de 2019 e 2021, diante da
crescente impopularidade do governo conservador de Iván Duque e da
falta de lideranças fortes na direita e no centro, setores vindos do partido do
ex-presidente Juan Manuel Santos (um ex-uribista
que se deslocou para posições menos radicais) buscaram convergir com
o Pacto Histórico de Petro. E, após a vitória, operadores de
campanha como Armando Benedetti tornaram-se
figuras-chave do novo governo.
A
instabilidade dessa aliança deixou de ser um risco latente para se tornar uma
situação evidente. O Conselho de Ministros televisionado de 4 de
fevereiro, por uma decisão governamental incompreensível, expôs as tensões
internas do governo diante de centenas de milhares de espectadores. As queixas
da vice-presidente – e ex-ministra da Igualdade – Francia Márquez, da então ministra
do Meio Ambiente Susana Muhamad, do diretor da
Unidade Nacional de Proteção, Augusto Rodríguez, e do diretor do
Departamento de Prosperidade Social, Gustavo Bolívar, foram dirigidas
a Benedetti e à polêmica Laura Sarabia, que hoje ocupam os
cargos de Ministro do Interior e de Relações Exteriores, respectivamente.
Benedetti é uma figura explosiva, e Sarabia, uma jovem funcionária de 31 anos
que teve uma ascensão meteórica no governo Petro.
Essa
tensão reflete a cisão estrutural do governo. De um lado, há lideranças
oriundas dos movimentos sociais, como Francia Márquez, ou que mantêm uma
longa proximidade com o presidente,
como Muhamad, Rodríguez e Bolívar. No outro lado,
está Benedetti, um político camaleônico que já foi aliado de Álvaro Uribe e depois
congressista próximo de Juan Manuel Santos. Apesar de seu
histórico sinuoso, chegou ao petrismo como chefe de campanha. Laura
Sarabia era desconhecida do público até sua entrada repentina no círculo
íntimo do presidente. Em dois anos e meio, passou de assessora de um senador (Armando Benedetti) a chefe de gabinete
presidencial, depois diretora do Departamento Administrativo da Presidência e,
por fim, Ministra das Relações Exteriores.
A
tensão entre esses grupos do governo se manifestou em pelo menos três aspectos.
O papel de Benedetti foi questionado no Conselho de
Ministros devido a graves acusações de violência de gênero contra sua
esposa, o que gerou fortes protestos de altas funcionárias do governo,
como Márquez e Muhamad, e de movimentos feministas que apoiaram
Petro nas eleições. Além disso, Benedetti é acusado de persistir em
práticas clientelistas que desvirtuam o discurso de renovação política de
Petro. Ele foi apontado, por exemplo, como facilitador de uma tentativa
frustrada de financiamento ilegal da campanha presidencial por um chefe do
contrabando. Sarabia, por sua vez, foi acusada de beneficiar sua família
graças à sua posição estratégica na Casa de Nariño e de favorecer um
lobista envolvido em pagamentos ilegais a instituições de saúde. Vários
funcionários anteriormente próximos a Petro, especialmente a ex-ministra
Muhamad, afirmam que Sarabia dificultou o acesso ao presidente e comprometeu a
coordenação dentro do Executivo.
É
importante notar que essas tensões internas acompanham o governo desde o
início. O primeiro gabinete ministerial teve vida curta devido a divergências
programáticas entre esses dois blocos. No entanto, parece que, nas últimas
semanas, houve uma mudança qualitativa. No início do
governo, Petro demonstrava preferência por funcionários mais
alinhados ao seu projeto político e ao programa de governo, algo que se
refletia nas recomposições periódicas do gabinete. Agora, apoia
incondicionalmente Benedetti, que atua como principal articulador político
do governo, e mantém Sarabia como chanceler da República.
A
competição interna projeta a imagem de um governo marcado por intrigas
palacianas que enfraquecem sua própria governabilidade. Curiosamente, algumas
vozes sugerem que essas fissuras são estimuladas pelo próprio Petro.
"O presidente gosta de nos ver brigando. Poderia adotar uma posição muito
mais ativa e não permitir que nos destruamos uns aos outros sem motivo",
afirmou um ministro ao jornal El País. Talvez essa postura reflita um
traço da personalidade do presidente: sua valorização da lealdade pessoal como
principal critério para delegação de responsabilidades. Isso pode explicar a
constante rotatividade em um gabinete que, na metade do mandato, já teve 52
ministros e 126 vice-ministros. Não é coincidência que, no Conselho de
Ministros, Petro tenha se distanciado de sua própria equipe ao
afirmar que "o presidente é revolucionário, mas o governo não". Essa
atitude pode fortalecer sua figura, mas dificulta a construção de um projeto
coletivo de longo prazo.
·
Entre
o Congresso e as ruas
As
tensões internas, as dificuldades para obter maiorias
no Congresso para aprovar as reformas trabalhista e
da saúde e a iminência do debate eleitoral de 2026 motivaram, na
primeira semana de fevereiro, o anúncio de uma mudança no gabinete. No entanto,
essa reconfiguração não alterou substancialmente a coalizão de governo. Além
disso, o presidente optou por incorporar novas figuras, sacrificando
funcionários mais experientes em áreas estratégicas como Trabalho, Meio Ambiente,
Minas, Fazenda e Defesa.
A
mudança no Ministério da Defesa merece
destaque. Petro nomeou Pedro Sánchez, um general da Força Aérea
que precisou renunciar para assumir o cargo. A última vez que um militar
chefiou essa pasta na Colômbia foi em 1991. É paradoxal que um governo
progressista tenha rompido uma tradição de 34 anos de direção civil da
segurança. Não surpreende que as principais organizações de direitos humanos
tenham criticado a nomeação e alertado para uma possível "deriva
militarista".
Benedetti marcou
uma vitória inicial ao conseguir a aprovação da reforma da saúde na Câmara dos
Representantes no início de março. Mas a alegria durou pouco. Dias depois, a
maioria da Comissão VII do Senado anunciou que rejeitaria a reforma trabalhista,
uma derrota para os novos ministros do Interior e do Trabalho. Para
reagir, Petro convocou uma mobilização popular paralela ao debate
legislativo e declarou que convocaria uma consulta popular para que o povo
decidisse sobre as reformas sociais diante da resistência do Congresso.
A
mobilização de 18 de março confirmou a capacidade do governo de mobilizar as
ruas, mas também evidenciou suas dificuldades no Congresso, pois não impediu o
fracasso da reforma trabalhista. Mais do que um embate entre Executivo e
Legislativo, cujo desfecho já era previsível, essa mobilização marcou o início
de uma campanha de agitação em favor da consulta popular para as reformas do
governo.
A
proposta de consulta popular busca neutralizar a oposição, que tem bloqueado as
principais iniciativas do governo no Congresso. A ideia é canalizar o
descontentamento contra o Legislativo e consolidar a base de apoio do
oficialismo. No entanto, a consulta extrapola as reformas que a motivam, pois
inaugura um cenário de mobilização que coincide com a reta final do governo,
visando ampliar o respaldo popular e pavimentar algum tipo de convergência para
as eleições de 2026.
A
estratégia complementar do governo envolve a aprovação de alguns pontos
da reforma trabalhista por decreto, contornando a resistência
legislativa. No entanto, isso levanta um debate jurídico sobre se tais mudanças
podem ser implementadas sem o status de lei. Mesmo que essa tática funcione,
fica a dúvida sobre por que demorou tanto para ser adotada.
A
consulta popular revela a habilidade política de Petro para
confrontar adversidades. Contudo, pode se tornar uma armadilha: além da
dificuldade de atingir o quórum necessário para aprovação das reformas, o
Congresso precisa autorizar a consulta – e Petro não controla o Legislativo.
Acima de tudo, a estratégia dá à oposição uma chance para se reorganizar e
assumir a iniciativa política.
·
Fracasso
na paz total?
A
mudança no Ministério da Defesa ocorre em meio à intensificação dos
confrontos entre diversos grupos armados. Somente na região de Catatumbo,
território fronteiriço com a Venezuela, a ofensiva do ELN contra
a dissidência das FARC, hoje conhecida como EMBF, provocou a morte de
76 pessoas (63 civis, 6 signatários da paz, 4 menores de idade e 3 líderes
sociais), o desaparecimento de cinco signatários da paz (membros de grupos
armados que depuseram as armas), o deslocamento forçado de 55.659 pessoas e o
confinamento de 23.860.
Além
disso, um confronto entre o EMBF e o Bloco Amazonas – outra
dissidência das FARC – comandado por alias Iván Mordisco, no departamento
de Guaviare, no sudeste do país, deixou pelo menos 20 mortos. Em meados de
fevereiro, uma incursão de integrantes do ELN gerou o deslocamento de 70
signatários da paz concentrados na Nova Área de Reincorporação Omaira
Díaz, localizada em Yondó, região do Magdalena Medio, hoje disputada entre
o ELN, grupos dissidentes das FARC e os paramilitares do Clã do Golfo. No
sudoeste do país, o distrito de El Plateado continua sob controle das
dissidências das FARC, apesar da retomada prometida pelo Exército Nacional.
Essa
onda de violência que marcou os primeiros meses do ano tem dois fatores em
comum. A assinatura do Acordo de Paz de 2016 abriu novos flancos de
guerra entre atores que buscam ocupar territórios antes controlados
pelas FARC ou que tentam expandir sua presença territorial em um
momento de reorganização dos atores do conflito. Além disso, diversos grupos
armados iniciaram negociações com o governo no âmbito da paz total,
estratégia promovida por Petro para dialogar com todos os grupos
armados mais representativos.
O
agravamento das tensões armadas pode ser interpretado como um sinal de fracasso
da política de resolução do conflito. No entanto, o governo afirma que vários
processos de paz avançam apesar das dificuldades. A mesa de negociação com
o EMBF, comandado por alias Calarcá Córdoba e atuante em Meta,
Guaviare e Caquetá, implementou acordos sobre titulação de terras. A mesa com a
Coordenadora Nacional Exército Bolivariano, proveniente das dissidências
das FARC e liderada por Walter Mendoza, conseguiu superar o impasse
gerado pela detenção de um de seus negociadores. Nos diálogos com os
paramilitares das Autodefesas Conquistadoras da Sierra Nevada, houve avanços em
acordos para proteção das comunidades. Em Buenaventura, a trégua entre as
gangues urbanas Los Shottas e Los Espartanos foi mantida, e
também avançam as negociações com os Comuneros del Sur, grupo dissidente
do ELN.
Resumindo,
dois movimentos marcam a política de paz. Por um lado, as mesas de diálogo
continuam, algumas com implementação de acordos, mas os confrontos armados se
intensificam. Por outro, os diálogos provocaram divisão e dispersão dos grupos
armados, dificultando ainda mais a construção de uma política de paz
abrangente. A fragmentação dos atores em um contexto de disputas territoriais e
conflitos armados pode incentivar a ocupação territorial e a luta pelo controle
de recursos, tornando ainda mais difícil alcançar uma política de paz
consistente e com resultados concretos.
·
A
oposição
Nos
dois anos e meio do governo Petro, a agenda da oposição de direita tem se
concentrado mais em obstruir os projetos do governo do que em apresentar uma
proposta própria. Sua forte crença no modelo neoliberal e na continuidade da
guerra como ferramenta de regulação política levou esses setores a uma
estratégia de persistência no bloqueio. Em outras palavras, seu projeto se
resume a celebrar os possíveis fracassos do governo. No entanto, a oposição
enfrenta dois problemas principais: a incapacidade de se unificar em um projeto
único e a ausência de uma liderança articuladora.
Não por
acaso, em vários momentos, a liderança da oposição
no Congresso esteve nas mãos de setores de centro que marcaram
distância do governo, especialmente na Câmara dos Representantes, com as
lideranças de Catherine Juvinao, Jennifer
Pedraza e Katherine Miranda.
O
cenário de uma consulta popular poderia reconfigurar o espectro político
opositor. De um lado, está se formando uma aliança entre partidos tradicionais,
incluindo liberais, conservadores, o Partido da U e o Novo
Liberalismo, que tentam agregar pequenas legendas alinhadas. O segundo ator
nesse espectro é Germán Vargas Lleras, cujo partido, Melhor Vargas
Lleras, busca articular setores da oposição, tanto do empresariado quanto do
poder político tradicional. O terceiro grupo é o bloco uribista, representado pelo Centro
Democrático, principal força da extrema direita colombiana. O Centro
Democrático tem várias pré-candidaturas presidenciais apoiadas pelo seu
líder máximo, o ex-presidente Álvaro Uribe.
Também
há a pré-candidatura de Vicky Dávila, uma jornalista que se apresenta como
uma outsider da extrema direita, tentando emular os discursos de Javier Milei, da Argentina,
e Nayib Bukele, de El Salvador. No
centro político, que não se alinha com Petro, destacam-se o ex-prefeito
de Medellín Sergio
Fajardo e
a ex-prefeita de Bogotá Claudia López, que provavelmente adotarão um
discurso contrário à polarização, baseando-se em suas experiências como
governantes locais.
A
consulta popular sobre as reformas sociais pode dar à oposição uma chance de
construir uma gramática comum, habilitar cenários de coordenação para reduzir
suas diferenças e medir a capacidade de mobilização de seus pré-candidatos
presidenciais, permitindo-lhes entrar antecipadamente na campanha eleitoral.
Embora, em tese, seja impopular se opor aos direitos da classe trabalhadora, a
experiência da vitória do "Não" no plebiscito pela paz de
2016 oferece lições que a oposição certamente buscará replicar, aproveitando o
momentum "libertário" que tem atraído jovens de setores
populares em várias partes do continente.
Cada um
desses setores enfrenta desafios objetivos. Se a aliança dos partidos
tradicionais for bem-sucedida, terá o maior potencial eleitoral, mas carece de
um candidato forte para unificar todo o espectro. Apesar de sua influência
política, Vargas Lleras não controla todo o eleitorado de seu
partido, o que pode levá-lo a um fracasso semelhante ao de 2018. O uribismo,
por sua vez, enfrenta problemas judiciais envolvendo seu líder natural, suas
pré-candidaturas não se destacam nas pesquisas e há dificuldades para mobilizar
eleitores em várias regiões, incluindo Bogotá; além disso, a candidatura
de Vicky Dávila enfraquece os demais candidatos do setor.
Dávila pode
se beneficiar de sua imagem de outsider, mas sua falta de experiência nos
debates públicos, desconhecimento do Estado e discurso extremista
podem limitar seu crescimento. Já os candidatos do centro político enfrentam o
desafio de se consolidar em um cenário polarizado entre uma frente ampla de
centro-esquerda e várias propostas de direita tentando se unir. Embora possam
crescer com críticas ao governo, correm o risco de perder parte de seu
eleitorado se se alinharem com a direita tradicional.
Ainda
assim, as estratégias de Fajardo e López podem seguir
caminhos diferentes. Enquanto Fajardo pode buscar uma coalizão ampla, inclusive
com setores ligados a Álvaro Uribe, Claudia López teria mais
dificuldade em se aliar a uma classe política tradicional que já criticou e
denunciou por vínculos com o paramilitarismo.
·
E
a esquerda pós-Petro?
No
último terço do governo, já se pode dizer que várias expectativas de seus
apoiadores foram limitadas, não cumpridas ou bloqueadas por atores externos. O
governo não conseguiu aprovar reformas sociais significativas nem impulsionar o
início de uma transição para outro modelo econômico; não vislumbra um caminho
claro para a substituição das economias do narcotráfico nem está perto de
concretizar novos acordos de paz.
Esse
resultado provisório depende de múltiplos fatores, entre os quais se destacam a
fragmentação interna do próprio governo, que dificultou a execução de suas
políticas, mas também a virulência da oposição, que bloqueou iniciativas
cruciais. Além disso, esses resultados também estão ligados ao bloqueio de
políticas estratégicas imposto pelas altas cortes – especialmente a Corte
Constitucional –, bem como ao ressurgimento da violência derivada do não
cumprimento do acordo de paz, da ação estratégica dos atores armados e das
dificuldades nas negociações em curso.
Apesar
das dificuldades, o governo não esteve isento de acertos. Embora ainda esteja
longe de reverter a histórica desigualdade na posse da terra, a política
agrária facilitou o acesso à propriedade para camponeses, indígenas e
afro-colombianos, atuou em casos emblemáticos de desapropriação e fortaleceu a
organização de comitês de reforma agrária em quase metade dos municípios do
país.
Com uma
campanha eleitoral que começa de forma antecipada, surge a questão sobre o
destino da esquerda. A ausência de pré-candidaturas fortes nesse campo revela
um problema de sucessão que precisa ser enfrentado (na Colômbia, não há
reeleição presidencial). Além disso, o protagonismo
de Benedetti e Sarabia revela que grande parte da liderança
governamental nesses anos não dependeu da esquerda nem dos movimentos sociais
que lideraram o levante social. Por isso, é provável que a proposta de frente
ampla que hoje se promove a partir do governo não seja liderada por um nome da
esquerda, mas por um dos aliados vindos do poder tradicional.
Esse
cenário obriga a esquerda a se redefinir como um projeto de longo
prazo que vá além das limitações e conquistas do governo Petro, que se
questione sobre a defesa de valores morais e ideias de redistribuição,
reconhecimento, comunidade e transformação, e que saiba aproveitar a
experiência de formação de gestores dentro do Estado, mas também valorizar a
centralidade dos processos populares à margem do Estado.
Fonte: Nueva Sociedad
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