sábado, 12 de abril de 2025

Quase R$ 1 milhão em caixas de papelão, Porsche, BMW e armas: o que foi apreendido na Operação Copia e Cola

Dois carros de luxo, armas e quase R$ 1 milhão em dinheiro foram apreendidos durante a operação "Copia e Cola", da Polícia Federal (PF) realizada nesta quinta-feira (10) e que visa desarticular uma organização suspeita de estar envolvida em desvios de recursos públicos na área da saúde por meio de uma Organização Social (OS).

A operação cumpriu 28 mandados de busca e apreensão em 13 cidades do estado de São Paulo e na Bahia, incluindo a casa do prefeito bolsonarista de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), e de Marco Silva Mott, amigo do prefeito, que é suspeito de ser lobista e de lavar dinheiro em diversos contratos da prefeitura.

A PF apreendeu de carros de luxo, mais de R$ 800 mil em caixas de papelão que estavam em endereços de líderes religiosos ligados ao prefeito de Sorocaba e diversas armas. Confira na lista abaixo os bens apreendidos:

•        Uma Porsche, uma BMW e um Toyota na casa de Marco Silva Mott, mas sem informações sobre o dono dos veículos;

•        R$ 863 mil em caixas de papelão que estavam em endereços de Josivaldo Souza, que se apresenta como bispo de uma igreja, e de Simone Rodrigues Frate de Souza, cunhada de Rodrigo Manga e irmã de Sirlange Frate Manganhato, primeira-dama de Sorocaba;

•        Seis armas de calibre longo;

•        11 pistolas;

•        Diversas munições de calibres diversos.

Marco Silva Mott também é investigado na área cível no caso da compra superfaturada de mais de R$ 10 milhões no prédio particular que seria usado para sediar a Secretaria de Educação (Seduc), no bairro Campolim, em Sorocaba.

<><> Operação Copia e Cola

A operação tinha como objetivo desarticular uma organização suspeita de desvios de recursos públicos na área da saúde por meio de uma Organização Social (OS).

As equipes da operação estiveram na sede da Prefeitura Municipal de Sorocaba (SP), na casa e no gabinete do prefeito, na Secretaria de Saúde da cidade, no Diretório Municipal do partido e na casa do ex-secretário da saúde, Vinicius Rodrigues.

Além do suposto envolvimento do ex-secretário Vinicius Rodrigues, a PF investiga a participação do ex-secretário de Governo e Administração Fausto Bossolo, que deixou o governo em 2022.

Bossolo foi condenado na ação que investigou o superfaturamento de mais de R$ 10 milhões na compra do prédio particular que seria usado como sede da Secretaria de Educação (Seduc), no bairro Campolim, em Sorocaba.

De acordo com a PF, a OS investigada teve, por determinação da Justiça, o sequestro de bens e valores que totalizam R$ 20 milhões, além da proibição de ser contratada pelo poder público.

A OS em questão é a Aceni, que fez a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Éden e, atualmente, faz a gestão da Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Oeste. O presidente da Aceni também foi alvo da operação.

Foram expedidos 28 mandados de busca e apreensão em 13 cidades do estado de São Paulo e da Bahia. Não há mandados de prisão. Veja as cidades abaixo.

•        Sorocaba (SP);

•        Araçoiaba da Serra (SP);

•        Votorantim (SP);

•        Itu (SP);

•        São Bernardo do Campo (SP);

•        São Paulo,

•        Santo André (SP);

•        São Caetano do Sul (SP);

•        Santos (SP);

•        Socorro (SP);

•        Santa Cruz do Rio Pardo (SP);

•        Osasco (SP);

•        Vitória da Conquista (BA).

<><> O que dizem os citados

Em vídeo postado no Instagram após a operação, o prefeito disse não ter medo de nenhuma autoridade incomodada com sua ascensão e debochou da ação policial.

“Mandaram a Polícia Federal aqui em casa por causa da denúncia. E acharam algumas coisas aqui em casa: bolo de cenoura, Nutella, e o Pokémon quo meu filho tanto ama".

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, após a operação da Polícia Federal, Manga comentou as acusações e os valores repassados para a organização social. Ele argumentou apenas que a investigação precisa acontecer que os serviços são fiscalizados.

Manga também disse que não sabe se ele é investigado na operação ou indiciado, e que a polícia levou apenas a cópia da chave do carro dele que estava no gabinete.

O prefeito também comentou sobre os objetos apreendidos. “Nenhuma daquelas imagens, nem dinheiro, nem Porsche, nem metralhadora, são da minha casa”, argumentou.

Rodrigo Manga se disse perseguido em função da sua ascensão nos últimos meses. Entretanto, ele comentou que a operação é legítima, mas que parte das forças policiais e da Justiça é eleitoreira, e que foi um ato político pontual. Também lembrou que a investigação é de 2022 e que, à época, foi aberto um procedimento para investigar o caso. Ainda conforme o prefeito, não há uma conclusão sobre os trabalhos.

O prefeito de Sorocaba também foi questionado sobre outros escândalos que ocorrem no seu governo, incluindo a compra de um prédio, com superfaturamento de R$ 10 milhões, já com sentença da Justiça, na qual dois secretários da gestão 2021/2024 foram condenados a prisão, e da compra de kits de robótica, no valor de R$ 26 milhões, em que, a pedido do MP, a Justiça bloqueou as contas de Rodrigo Manga.

Sobre isso, disse que os processos estão caindo e que o Tribunal de Contas julgou suas contas regulares. “Aquilo que está no poder público está sujeito a isso. Tá sujeito à exposição, tá sujeito a denúncias, e nós temos que superar isso.”

A Prefeitura de Sorocaba informou colaborar com as autoridades para a investigação e apontou ver "forças ocultas" que, segundo a nota, "se levantarem contra representantes que se projetam como uma alternativa ao sistema e dão voz ao povo. >>>> Leia a nota abaixo.

"A investigação da Polícia Federal envolvendo uma OS (Organização Social) acontece em 13 cidades, tais como São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, entre outras, sendo Sorocaba uma delas. Nesse sentido, está havendo plena colaboração com as autoridades, para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos, o mais brevemente possível.

Vale destacar que a operação acontece em um momento de grande projeção da cidade e do nome do prefeito Rodrigo Manga no cenário nacional, inclusive pontuando com destaque em pesquisas para governador do Estado de São Paulo e presidente do Brasil. Não é a primeira vez na história que vemos "forças ocultas" se levantarem contra representantes que se projetam como uma alternativa ao sistema e dão voz ao povo.

Recentemente, por exemplo, Rodrigo Manga entrou em embates contra o aumento de impostos de alimentos básicos, combustíveis e remédios, bem como a criação de novos pedágios".

A defesa de Marco Mott afirmou que prefere não se manifestar sobre a investigação, por enquanto. Fausto Bossolo não respondeu aos pedidos de posicionamento da reportagem. A Aceni também não se manifestou até a publicação da reportagem, assim como Josivaldo e Simone.

•        Prefeito tiktoker: PF apreende R$ 863 mil ligados a igreja de cunhada

A Operação Copia e Cola da Polícia Federal deflagrada nessa quinta-feira (10/4), que teve como um dos alvos o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), apreendeu mais de R$ 863 mil em espécie no porta-malas de um veículo, carros de luxo, armas e munições. A ação tem por objetivo desarticular uma organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos destinados à saúde.

O dinheiro em espécie foi apreendido durante diligências dos agentes na capital paulista. O montante estava em caixas de papelão no veículo de um investigado (veja vídeo abaixo) ligado a uma igreja que pertence à cunhada de Manga e ao marido dela. Ambos, que se identificam como bispos, são alvo da PF por transações financeiras suspeitas. A operação também está contabilizando dinheiro confiscado em um cofre.

O “prefeito tiktoker” é suspeito de receber propina de um suposto esquema de desvio de dinheiro envolvendo um contrato com uma Organização Social de Saúde (OSS) para gerir uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade do interior de São Paulo. Segundo apurou o Metrópoles, a investigação da PF partiu da suspeita de contratação emergencial da então Organização Social ACENI – atualmente denominada Instituto de Atenção à Saúde e Educação (IASE).

A partir da quebra de sigilo dos investigados, a PF identificou indícios de que Manga recebeu propina por meio de transações de imóveis e depósitos em espécie a operadores financeiros. Entre os operadores, segundo a investigação, estaria Marcos Mott, um amigo do prefeito e que também foi alvo da operação.

<><> Fraude

A investigação teve início no ano de 2022, após suspeitas de fraudes na contratação da OSS para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde no município de Sorocaba.

Segundo as investigações, a OSS está em nome de um testa de ferro e é comandada, na verdade, pelos empresários Paulo Korek e Anderson Luis Santana, donos de companhias subcontratadas pela entidade. Korek também é presidente do Água Santa, time de futebol de Diadema, na Grande São Paulo. Já Santana, segundo investigadores, tem histórico de prisão por tráfico de mais de 200 kg de cocaína.

Foram identificados atos de lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias.

Também foi determinado o sequestro de bens e valores no total de até R$ 20 milhões e a proibição da OSS investigada de contratar com o poder público.

Além de Manga, o ex-secretário de Saúde Vinicius Rodrigues foi alvo de buscas da PF.

•        Moradora de Águas Claras é presa nos EUA por associação criminosa

Uma brasiliense com um mandado de prisão em aberto por associação criminosa e furto foi presa em Nova Jersey, nos Estados Unidos (EUA), no último dia 4 de abril.

Fátima Fernandes Gonçalves foi condenada a mais de 13 anos de prisão, em regime fechado.

A investigada que trabalhava em uma loja de suplementos em Águas Claras e fugiu após ficar sabendo que era procurada.

A prisão foi efetuada depois de um simpósio no Rio de Janeiro que contou com a participação de policiais civis do Distrito Federal (PCDF) e de agentes norte-americanos.

No encontro, eles fecharam um acordo de cooperação e um delegado da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DCPI) comentou sobre Fátima.

Com o mandado de prisão expedido pela Vara de Execuções Penais (VEP), Fátima foi presa três dias depois. A investigada será deportada e levada à Polícia Civil.

 

Fonte: g1/Metrópoles

 

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