Glauber
Braga cita "perseguição” do MBL e “agente oculto” em cassação
Sob os
gritos de “vergonha” e “Glauber Fica”, a bancada do PSOL protestou durante
sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que decidiu hoje por 13
votos a favor e 5 contrários, pela cassação do mandato do deputado federal
Glauber Braga (PSOL-RJ), por quebra de decoro parlamentar. O político anunciou
que não vai deixar o Congresso diante da decisão e que fará “greve de fome” a
partir de hoje. Glauber ainda irá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) para que o caso não avance até o plenário da Casa, e aposta na pressão
social de seus apoiadores para não perder o cargo.
A
acusação contra Glauber Braga foi apresentada pelo Partido Novo em abril do ano
passado, por agressão ao militante do Movimento Brasil Livre (MBL), Guilherme
Costenaro, dentro da Câmara. Na ocasião, Costenaro insultou o parlamentar e
xingou a sua mãe. “Se tratou de uma reação de um sujeito que por sete vezes foi
me atacar, me provocar em espaços públicos onde eu estava fazendo alguma
atividade do mandato”, defendeu Glauber Braga em entrevista à Agência Pública
na véspera da votação da cassação.
O
deputado fluminense afirmou que não se arrepende do que fez “em defesa da honra
de sua mãe” e que é alvo de um processo político orquestrado pelo ex-presidente
da Câmara, deputado Arthur Lira (PP/AL). “O mandato denunciou de maneira
insistente o orçamento secreto”, justificou Glauber Braga. “Foram 21 ou 22
vezes que eu subi à tribuna para falar sobre isso”.
A
reportagem procurou Arthur Lira para comentar sobre as acusações de que estaria
por trás da cassação do mandato de Glauber Braga. Em nota, ele afirmou que
refuta “veementemente mais essa acusação ilegítima por parte do Deputado
Glauber Braga” e ressalta “que qualquer insinuação da prática de
irregularidades, descasada de elemento concreto de prova que a sustente, dará
ensejo à adoção das medidas judiciais cabíveis”.
Segundo
a assessoria de Arthur Lira, “o Deputado Paulo Magalhães é um Parlamentar
respeitado, experiente, que está no exercício de seu 7º mandato e que tem ampla
liberdade para analisar a temática, que ainda será submetida ao colegiado do
Conselho de Ética e, posteriormente, ao plenário da Casa”.
Já o
relator do processo, deputado federal Paulo Magalhães (PSD/BA), chamou de
“infundadas” as acusações sobre “a existência de uma armação no Conselho de
Ética”, ao longo da leitura de seu relatório, na quarta-feira passada,
favorável à perda de mandato do colega.
O
processo contra Glauber Braga iniciou na Comissão de Ética concomitantemente às
discussões envolvendo a cassação do mandato do deputado federal Chiquinho
Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle
Franco e o motorista Anderson Gomes. Preso, Brazão foi cassado no Conselho de
Ética em agosto do ano passado, mas o caso ainda não foi levado a plenário.
Paulo
Magalhães, que é o relator do processo de Glauber Braga e pediu pela cassação
de seu mandato, foi o único a se abster na votação contra Brazão. A
discrepância em relação ao posicionamento do parlamentar diante dos dois casos
foi criticada diversas vezes ao longo da reunião do Conselho de Ética de ontem.
LEIA A
ENTREVISTA:
• Deputado, qual é a sua principal linha
de defesa no processo?
A
acusação é difusa. Em relação ao provocador do MBL (Movimento Brasil Livre),
tratou-se de uma reação minha a um sujeito que por sete vezes veio me atacar em
espaços públicos onde eu estava fazendo alguma atividade do mandato. Da última
vez, no espaço da Câmara, ele me agrediu verbalmente, violentamente citou minha
mãe, que estava com Alzheimer avançado e que veio a falecer dias depois. Depois
desse episódio, por mais de duas vezes, esse mesmo sujeito esteve em atividades
em que eu estava para provocação.
Além
disso, utilizei-me do espaço no Conselho de Ética para demonstrar que isso é
uma forma de atuação do MBL, que o faz por dinheiro. Esse cara era pago e ganha
apoio político para fazer isso. Procurei utilizar os instrumentos que eu tinha
no Conselho para demonstrar o que é o MBL e as relações que eles têm com grupos
fascistas e supremacistas brancos.
Ele é o
agente oculto da representação contra mim no Conselho de Ética. Essa tentativa
de silenciamento é um modus operandi do próprio Lira. A minha defesa se baseou,
portanto, nesses pontos políticos e jurídicos, fazendo o questionamento sobre
acusações de natureza difusa e sobre a parcialidade do relator [Paulo
Magalhães] num acordo previamente fixado com o próprio Arthur Lira.
Durante
a minha defesa, depois da apresentação do voto do relator, apresentei o
cruzamento dos recursos que ele [Paulo Magalhães] já tinha indicado como
orçamento secreto para cidades da sua base eleitoral.
[Nota
do editor: Glauber Braga apresentou um levantamento com municípios baianos que
supostamente teriam recebido recursos do orçamento secreto, indicados por Paulo
Magalhães, como argumento de que ele estaria agindo sob a influência de Arthur
Lira, que era quem liberava os recursos].
• Por que o deputado Arthur Lira teria
interesse em tirar o seu mandato?
Primeiro,
ele já indicava há muito tempo que o faria. Chegou a dizer isso no microfone do
plenário, que ficaria muito feliz quando eu ali não estivesse mais. E porque o
mandato [do PSOL] denunciou de maneira insistente o orçamento secreto
associando às falcatruas dele. Foram 21 ou 22 vezes que eu subi à tribuna para
falar sobre isso. E com observações objetivas. Fiz na tribuna, fiz nas redes, e
fiz no meu depoimento à Polícia Federal também.
[Nota
do editor: Glauber Braga prestou depoimento à Polícia Federal em investigação
sobre uma suposta manobra de Arthur Lira para liberar R$ 4,2 bilhões em
emendas].
• Por que o Partido Novo foi o autor da
representação contra o senhor?
Porque
Gabriel Costenaro foi candidato pelo partido Novo [Costenaro foi candidato a
vereador em 2024 pela legenda]. Agora, uma curiosidade interessante: o partido
Novo não esteve presente em nenhuma sessão do Conselho de Ética com seus
parlamentares neste período de um ano, e foram muitas as reuniões. E o próprio
Paulo Magalhães, o relator, que pede a cassação, não me fez qualquer pergunta
na oitiva.
• No início, o senhor chegou a entrar com
o pedido para trocar o relator justificando parcialidade de Paulo Magalhães.
Quais eram seus argumentos?
Ele era
o julgador e ele já estava dizendo no microfone que eu merecia ser cassado [no
início do processo]. Esse foi um dos pontos que motivou o pedido de impedimento
dele.
• Quais as testemunhas o senhor apresentou
na sua defesa. Por que algumas não foram aceitas?
Apresentei
todas as que eu tinha direito: oito ou dez. Metade das testemunhas foram
negadas pelo relator. Ou seja, eu peguei pessoas ou representantes de veículos
de imprensa que, em algum momento da sua vida, passaram por uma tentativa de
silenciamento por parte do Lira. O objetivo era demonstrar que esse sujeito,
esse agente oculto, utiliza isso como prática. E ele [o relator] negou essas
testemunhas se baseando em postagens minhas nas redes sociais de que isso era
para fustigar o presidente da Câmara e não para tratar do processo em si. Do
lado deles, indicaram como testemunhas os deputados Alberto Fraga (PL/DF), Kim
Kataguiri (União/SP), o próprio provocador [Guilherme Costenaro], e chamaram
alguém da polícia legislativa que não prestou depoimento.
• E da sua parte, quem foi de testemunha?
O
Fábio, que é coordenador do meu mandato, e que o Costenaro já tinha ameaçado a
mãe dele dizendo: ‘Fabinho, eu sei onde sua mãe mora’. Isso antes do ocorrido
comigo, o que já levou a fazermos um boletim de ocorrência contra Costenaro.
Então além do Fábio, a deputada Luiza Erundina (PSOL/SP) e o Milton Temer
[ex-deputado federal e fundador do PSOL] falaram especificamente do que
representava a tentativa de silenciamento de um parlamentar por motivações
políticas. Além deles, Carolline Sardá [pesquisadora], que falou sobre o modus
operandi do MBL, porque é uma estudiosa de como o MBL age para desestabilizar
os seus inimigos e lucrar com isso.
• O senhor falou que o Guilherme Costenaro
já tinha aparecido outras vezes em eventos onde o senhor estava. O senhor pode
detalhar como o conheceu e como ocorreram esses encontros?
Eu faço
uma roda de conversa toda segunda-feira, meio-dia, no Largo da Carioca, há mais
de dez anos. Chego lá, caixote, caixa de som, abro o microfone para quem quiser
falar. Eu não conhecia o sujeito [Costenaro]. Ele chega ao final da roda e pede
para fazer uma entrevista. E ele começa a perguntar coisas do MST. Eu faço a
defesa do MST e ele vai ficando mais agressivo e eu respondo também de maneira
enfática. Foi ali que eu conheci ele. E aí ele começou a voltar. Então, ele
volta na segunda vez mais violento. Ele volta na terceira vez mais violento. E
vai fazendo vídeos cada vez mais violentos.
Naquele
dia, aqui na Câmara, ele disse que estava aqui para defender motoristas de
aplicativo. Tem uma controvérsia até hoje, porque na entrada está Nikolas
Ferreira (PL/MG) como quem o autorizou [a entrada do Costenaro na Câmara]. Ao
mesmo tempo, eles alegam que tinha sido o Partido Novo que o fez. Mas o Kim
Kataguiri que os recebeu. Ninguém do
Partido Novo assumiu que autorizou a entrada dele.
• O senhor se arrepende da sua reação?
Não me
arrependo porque como que eu me sentiria se não tivesse defendido a honra da
minha mãe em vida. Ela faleceu alguns dias depois. Agora, ao mesmo tempo, essa
foi a desculpa que eles utilizaram para dar prosseguimento a esse processo. Mas
se não fosse isso, utilizariam outra e dariam manutenção a essa máquina de
provocação.
E tem
uma questão para o diálogo. O que a esquerda faz com isso? Sou um cara que vive
na rua. O tempo inteiro eu faço audiência na rua, toda semana o mandato está na
rua. Eu faço emenda participativa na rua, discutindo com as comunidades,
formando comitê de acompanhamento. Se você pegar a minha agenda, é rua, rua,
rua. É uma organização política principalmente na base. E em todo lugar que
você chega tem um sujeito desse. É pago pra fazer isso. E aí? Como é que a
esquerda reage a isso? A essa tentativa de intimidação, que quer fazer com que
você saia da rua. Porque assim, isso exerceu uma influência muito negativa para
o mandato. Eles estavam conseguindo fazer o que queriam, que era botar medo. A
gente teve que contratar segurança para poder cuidar disso.
• Partidos aliados estão te apoiando caso
o processo de cassação avance?
Tem
quem já se declarou publicamente, e fez as suas respectivas publicações,
falando de solidariedade. Eu fui procurado por um grupo de deputados do PSOL,
perguntando se eu autorizava eles fazerem conversas com figuras públicas, com
líderes partidários, indicando o que estava acontecendo e falando que se
tratava de um absurdo. Eu falei ‘claro, fiquem à vontade, agradeço, inclusive’.
A única coisa que não vou fazer é desarmar minha linha política de denunciar
publicamente o que está acontecendo e apostar no processo de mobilização.
Então, tem conversas sendo realizadas.
• Greve de fome
Antes
mesmo da votação, Glauber Braga anunciou que estava em greve de fome como forma
de protesto contra o processo disciplinar.
"Eu
tomei a decisão inconciliável, irrefutável de que não vou ser derrotado por
Arthur Lira, não vou ser derrotado pelo orçamento secreto, não vou ser
derrotado pelo sócio minoritário dessa história que foi o MBL", disse ele.
O
parlamentar afirmou ainda que vai permanecer na Câmara até a votação em
plenário. "No dia de hoje, eu já iniciei, porque estou o dia inteiro em
jejum, e, a partir de agora, não vou, até o fechamento desse processo, me
alimentar. E vou permanecer aqui, aguardando com uma decisão irrevogável de que
não vou ser derrotado pelo orçamento secreto", disse o parlamentar.
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Carta aberta da líder do PSOL
A líder
da bancada do PSOL na Câmara, a deputada Talíria Petrone (RJ) divulgou uma
carta aberta enviada aos presidentes do Supremo Tribunal Federal, ministro Luis
Roberto Barroso, e do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Carmen Lúcia, em
relação à tentativa de cassação do mandato de Glauber Braga.
"Caso
a situação fosse submetida a uma análise jurídica de Vossas Excelências, o ato
cometido pelo deputado Glauber seria uma mera contravenção, como são as vias de
fato. Ressalte-se este ponto, não houve nenhuma lesão corporal ao Sr.
Costenaro. O fato se deu por o parlamentar num momento de emoção", aponta
Talíria. "Sua mãe, sua grande referência política, estava em seus últimos
dias de vida, e foi ofendida por um cidadão que de modo contumaz o provoca com
ofensas. Neste dia, em dor pelas condições de saúde de sua mãe, o parlamentar
reagiu. Mas sua reação seria caracterizada tão somente como uma mera
contravenção de vias de fato sem nenhuma consequência à integridade física do
Sr. Costenaro."
A
parlamentar pontua ainda que o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara
dos Deputados "padece de um vício estrutural, que meu partido irá se
esmerar em sanar, não existe uma designação proporcional entre conduta e
atribuição de responsabilidade".
"O
Código de Ética e Decoro Parlamentar, portanto, não faz uma subsunção direta
entre conduta e pena e por isto há distorções como a que se encontra ocorrendo
neste momento, no qual um parlamentar pode ter seu mandato cassado e se tornar
inelegível por oito anos, por ter, sob violenta emoção, expulsado um cidadão
que ofendia a honra de sua mãe das dependências da Câmara. Sem, repita-se à
exaustão, causar qualquer dano à integridade deste cidadão", explica
Talíria.
A
deputada anuncia ainda que, caso a cassação de Glauber Braga seja aprovada, o
partido irá recorrer à Justiça. "Por isso, caros Ministros fiz questão de
ler esta carta aberta endereçada a Vossas Excelências para anunciar que o
Partido Socialismo e Liberdade, PSOL, irá lutar com todos os meios jurídicos a
nossa disposição contra a injustiça deste relatório e a desfaçatez deste
julgamento e temos certeza que os mais Altos Tribunais brasileiros serão o
palco adequado para mais uma vez garantir que nossa democracia não padeça, que
os votos dos cidadãos brasileiros sejam respeitados e nossa liberdade
assegurada."
• Psol e PT repudiam cassação e anunciam
obstrução no Plenário
Deputados
do Psol e do PT anunciaram obstrução às votações em Plenário como crítica à
condução do processo contra o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) no Conselho de
Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. O colegiado aprovou o pedido de cassação
do deputado fluminense por 13 votos a 5, e a decisão final caberá ao Plenário.
Para o
líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), a reunião de hoje do Conselho de
Ética trouxe "para o colo" da Câmara uma crise de enorme proporções.
"Temos um deputado em uma sala de comissão em greve de fome. E quem
decidiu acompanhá-lo foi Luiza Erundina. Uma saída tem de ser encontrada",
disse Lindbergh.
Ele se
referiu ao anúncio do deputado Glauber Braga de permanecer sem se alimentar
enquanto durar seu processo de cassação. Logo após a decisão de Braga, a
deputada Luiza Erundina (Psol-SP), de 90 anos, decidiu se juntar ao protesto e
permanecer ao lado do deputado no plenário do Conselho de Ética.
O
deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), vice-líder do Psol, questionou o
fato de a Ordem do Dia (fase de votações) do Plenário ter começado próxima das
19h nesta quarta-feira (9). "Desde que o presidente Hugo Motta assumiu,
ele se comprometeu a começar a Ordem do Dia às 16h. E assim tem acontecido
sempre, no máximo às 17h. Hoje, excepcionalmente, a Ordem do Dia só começou
agora com a votação da cassação do Glauber", afirmou.
A
dinâmica de votações foi aprovada pelos líderes partidários poucos dias após a
eleição de Motta para presidir a Câmara.
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Decisão do conselho
A líder
do Psol, deputada Talíria Petrone (RJ), afirmou que há um acordo para silenciar
o deputado Glauber Braga. "O problema não é Glauber. É um ataque à
esquerda, à democracia, a este Parlamento. Essa decisão absurda envergonha o
Brasil", disse.
Para
ela, a decisão do Conselho de Ética é autoritária e absurda. "Cassar o
deputado Glauber é uma decisão desproporcional e abre um precedente
inenarrável", disse a líder do Psol.
Já o
deputado André Fernandes (PL-CE) criticou a obstrução. "O PT e o Psol
estão dando um recado de que os interesses pessoais estão acima dos interesses
da população brasileira", afirmou, ao defender a aprovação do Projeto de
Lei 127/24, que cria programa de saúde mental para pessoas idosas. O projeto
foi aprovado em seguida no Plenário.
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Processo de cassação
O
processo contra Glauber Braga foi aberto a pedido do partido Novo, que acusou o
parlamentar de quebra de decoro por ter expulsado da Câmara, em abril do ano
passado, com empurrões e chutes, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL)
Gabriel Costenaro. A cena foi filmada.
Glauber
Braga afirmou que reagiu a provocações do integrante do MBL, que tem, segundo
ele, um histórico de provocações em sequência.
• Aos 90 anos, Erundina anuncia que ficará
na Câmara ao lado de Glauber Braga: "Não vou para casa"
A
deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) emocionou parlamentares na noite
desta quarta-feira (9) ao fazer um discurso histórico e anunciar que
permanecerá no Conselho de Ética da Câmara em solidariedade ao deputado Glauber
Braga (PSOL-RJ), alvo de um processo de cassação por quebra de decoro.
O
colegiado aprovou o parecer do relator do caso, deputado Paulo Magalhães, que
acusa Glauber Braga de desvio de conduta ao expulsar, com chutes, um militante
do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, do interior da Casa, em
abril de 2024. A decisão final, contudo, caberá ao plenário da Casa, onde a
perda do mandato, para ser confirmada, precisa ser votada por pelo menos 257
dos 513 deputados.
Antes
mesmo da votação, Glauber Braga anunciou que estava em greve de fome como forma
de protesto contra o processo disciplinar.
"Eu
tomei a decisão inconciliável, irrefutável de que não vou ser derrotado por
Arthur Lira, não vou ser derrotado pelo orçamento secreto, não vou ser
derrotado pelo sócio minoritário dessa história que foi o MBL", disse ele.
O
parlamentar afirmou ainda que vai permanecer na Câmara até a votação em
plenário. "No dia de hoje, eu já iniciei, porque estou o dia inteiro em
jejum, e, a partir de agora, não vou, até o fechamento desse processo, me
alimentar. E vou permanecer aqui, aguardando com uma decisão irrevogável de que
não vou ser derrotado pelo orçamento secreto", afirmou Glauber Braga.
Erundina,
então, decidiu se unir ao deputado, anunciando que permanecerá ao seu lado na
Câmara até o desfecho do processo, e convocando seus correligionários a fazerem
o mesmo.
"Eu
quero fazer uma proposta para o coletivo, que permaneçamos junto com o Glauber,
nessa sala, até os desdobramentos desse processo. Também não vamos para casa
achando que tudo bem. Tudo bem não! Está se confrontando o mandato popular. O
povo do Rio de Janeiro não merece esse tratamento. A democracia precisa ser
afirmada. Eu ficarei nessa sala e convido que fiquemos com esse companheiro até
o desfecho desse processo que já estava determinado", disse, de forma
incisiva, Erundina.
Fonte:
Por Alice Maciel, da Agencia Pública/Fórum
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