terça-feira, 17 de setembro de 2024

Ex-agente da CIA revela plano dos EUA para evitar destruição da Ucrânia antes das eleições

O plano da atual administração dos EUA é evitar que a Ucrânia seja derrotada antes das eleições presidenciais de 5 de novembro, disse o ex-analista da CIA Larry Johnson em entrevista ao canal de YouTube Dialogue Works.

“Os EUA estão tentando salvar a Ucrânia da derrota até 5 de novembro, porque os democratas não precisam de outra derrota militar total", disse o especialista.

Ele observou que é exatamente por isso que em Washington estão pensando em permitir que o Exército ucraniano use armas de longo alcance no território russo. A liderança dos Estados Unidos está pronta para escalar apenas para permanecer no poder, acredita Johnson.

As eleições presidenciais dos EUA serão realizadas em 5 de novembro. O Partido Democrata será representado pela atual vice-presidente Kamala Harris e o Partido Republicano pelo ex-chefe da Casa Branca Donald Trump.

<><> Forças russas encontram mapa de base militar dos EUA com veículo de combate ucraniano capturado

Soldados russos descobriram um mapa da base militar dos Estados Unidos em Fort Irwin em um veículo norte-americano de combate Bradley transferido para a Ucrânia e que foi posteriormente capturado na área de Kupyansk, informou um correspondente da Sputnik nesta sexta-feira (14).

Fort Irwin é um dos maiores centros de treinamento militar dos Estados Unidos, localizado no deserto de Mojave, na Califórnia, onde soldados treinam para operar veículos blindados como parte de brigadas.

Desde o início do conflito na Ucrânia, os Estados Unidos forneceram a Kiev mais de 300 veículos Bradley. Um número significativo deles foi destruído pelas forças russas no campo de batalha na Ucrânia.

O Kremlin tem advertido consistentemente contra a continuidade das entregas de armas a Kiev, afirmando que isso levaria a uma escalada adicional do conflito. Em abril de 2022, a Rússia enviou uma nota diplomática a todos os países da OTAN sobre o fornecimento de armas para a Ucrânia.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, advertiu que qualquer carga contendo armas para a Ucrânia se tornaria um alvo legítimo para a Rússia.

¨      Kennedy Jr. pede à Casa Branca que interrompa a escalada imprudente na Ucrânia

O ex-candidato independente à presidência dos EUA Robert Kennedy Jr. conclamou o governo a interromper a escalada imprudente relacionada às discussões sobre permitir que a Ucrânia use armas ocidentais para atacar o território russo em profundidade.

Recentemente, o presidente russo Vladimir Putin disse que ataques com mísseis de longo alcance ocidentais ao interior do território russo significarão o envolvimento direto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no conflito na Ucrânia, já que somente os militares da OTAN, não os ucranianos, têm a capacidade de operar essas armas.

Ele acrescentou que o envolvimento direto dos países ocidentais no conflito ucraniano muda a natureza das hostilidades e que a Rússia vai ser forçada a tomar decisões com base nessas ameaças.

"Secretário [de Estado] Blinken, presidente Biden – parem com isso! Parem com essa escalada imprudente. Digo isso não como um guerrilheiro político, mas simplesmente como um cidadão do mundo", escreveu Kennedy Jr. comentando o vídeo da advertência de Putin.

Anteriormente, a Casa Branca, na declaração final após a reunião entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, não informou sobre a decisão de autorizar ataques de longo alcance das Forças Armadas ucranianas com mísseis ocidentais nas profundezas do território russo.

¨      Promessa de Trump de encerrar conflito na Ucrânia pressiona planos militares do atual governo

As declarações do presidente Donald Trump de que resolverá o conflito entre a Ucrânia e a Rússia assim que for eleito podem já estar acelerando os planos militares dos EUA para esse fim, disse Karen Kwiatkowski, ex-analista do Pentágono e tenente-coronel aposentada da Força Aérea dos EUA, à Sputnik.

No seu primeiro debate contra a vice-presidente Kamala Harris, Trump prometeu encerrar imediatamente o conflito Rússia-Ucrânia se for eleito presidente em novembro. Trump afirmou que pretende até mesmo "resolver isso" antes de assumir o cargo de presidente eleito. O companheiro de chapa de Trump, o senador JD Vance, em uma entrevista na última quinta-feira (12), disse que o plano envolveria a Rússia mantendo os atuais territórios e o estabelecimento de uma zona desmilitarizada.

"Falando sobre a facilidade e a rapidez com que ele irá 'acabar com a guerra' na Ucrânia, Trump já alavancou uma corrida para o fim pela administração atual. Ao avançar com a ideia de um fim rápido, ele já levou o Estado Profundo a acelerar seu próprio planejamento, principalmente para garantir que os fluxos de dinheiro público e privado para a reabilitação de recursos, extração e bases militares estejam todos preparados e prontos antes que Trump chegue", disse Kwiatkowski.

O conflito fomentado pelos EUA na Ucrânia já cumpriu seus objetivos principais, incluindo a tentativa de reduzir o poder e a influência da Rússia e aumentar a justificativa para os gastos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

"Os EUA e a OTAN estão amplamente esgotados em termos de capacidade convencional para processar a guerra contra a Rússia através da Ucrânia, e a própria Ucrânia também está exausta logisticamente e economicamente", afirmou.

Apesar da retórica dos neoconservadores e da própria Harris, Kwiatkowski acredita que a administração Biden já tenta reduzir o conflito, diminuindo apoio e se posicionando a favor da paz, com intenções similares da Alemanha e outros aliados da OTAN neste mês.

O plano, acrescentou Kwiatkowski, poderia envolver a Rússia mantendo o que já possui, além de extensas garantias de segurança, e Polônia, Romênia e Lituânia sendo compensadas por sua lealdade. Os EUA continuarão suas atividades na região, incluindo o estabelecimento de bases, acrescentou ela.

"Os EUA pretendem continuar construindo bases maciças como o Camp Bondsteel não apenas na Romênia e na Polônia, mas nas terras desoladas recém-estabelecidas e despovoadas do leste da Ucrânia, e isso anda de mãos dadas com outras formas de exploração econômica", disse Kwiatkowski.

O plano dos EUA para fortalecer o Leste Europeu seria aceitável para a Europa Ocidental, "que não quer instalações dos EUA, campos de testes e laboratórios militares biológicos em seus próprios países", acrescentou Kwiatkowski.

<><> Opções de Donald Trump

Entre as ações que Trump poderia tomar nesse meio tempo estão anunciar cargos no Departamento de Estado, na CIA e no Departamento de Defesa, como especialistas como o coronel aposentado do Exército dos EUA Douglas MacGregor e o professor Jeffrey Sachs, entre outros, disse a ex-analista do Pentágono. Trump também poderia estabelecer canais de comunicação com líderes russos e ucranianos, acrescentou Kwiatkowski.

A razão pela qual Trump ainda não fez isso, acrescentou, é para evitar o clamor reacionário neoconservador de "Rússia! Rússia! Rússia!". A equipe de Biden já está tentando silenciar esses possíveis nomeados, provavelmente por essa razão, disse Kwiatkowski.

"Se Trump nomear sua 'equipe da Ucrânia' agora, pode, ou não, ser capaz de se antecipar e superar os agentes do Estado Profundo que já estão se movendo para encerrar esta fase do conflito por procuração EUA-Rússia em termos que atendam aos seus próprios objetivos traiçoeiros e imperiais naquela parte do mundo", disse Kwiatkowski.

Se Trump for eleito, em janeiro de 2025 pode encerrar o apoio dos EUA à Ucrânia, o que encerrará a maior parte dos combates ativos, e trazer uma nova liderança ucraniana, disse Kwiatkowski.

No entanto, para "encerrar" o conflito dessa forma, Trump terá que prometer que os investimentos já planejados para a reconstrução da Ucrânia continuarão na mesa para vender um programa de paz ao "Congresso inclinado ao neoconservadorismo e fortemente democrata", disse Kwiatkowski.

¨      EUA podem perder a possibilidade de fornecer assistência militar à Ucrânia

Os EUA perderão a possibilidade de fornecer à Ucrânia US$ 5,8 bilhões (R$ 32,7 bilhões) em ajuda militar no final de setembro se o Congresso não estender a autorização para o Pentágono usar recursos do programa PDA, informa a agência AP com referência aos oficiais americanos.

Os republicanos e democratas no Congresso devem concordar sobre um novo projeto de orçamento antes de 30 de setembro, caso contrário o governo federal pode suspender o trabalho no início de outubro, ou seja, haverá shutdown.

"A possibilidade de o [Pentágono] usar US$ 5,8 bilhões no âmbito do programa presidencial de transferência de armas (PDA) expirará", aponta a notícia.

No entanto, os funcionários citados pela agência expressaram a esperança de que os poderes dos órgãos governamentais para financiar seus programas sejam estendidos pelos legisladores por um ano.

Já Moscou advertiu reiteradamente que a OTAN está "brincando com o fogo" ao fornecer armas para a Ucrânia, e que os comboios com equipamentos militares estrangeiros seriam um "alvo legítimo" para seu exército assim que cruzassem a fronteira. Segundo o Kremlin, a política ocidental não contribui para as negociações entre Rússia e Ucrânia e tem um efeito muito negativo.

¨      Trudeau declara total apoio do Canadá ao uso de armas de longo alcance por Kiev em território russo

O Canadá incentiva totalmente a Ucrânia a usar armamento de longo alcance para "prevenir e interditar a capacidade contínua da Rússia de degradar a infraestrutura civil ucraniana", disse o primeiro-ministro Justin Trudeau nesta sexta-feira (13).

Trudeau faz a declaração no mesmo momento em que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está sinalizando uma nova abertura, ao permitir que a Ucrânia dispare mísseis fornecidos pelo Ocidente contra alvos no interior da Rússia. Biden discutirá hoje o assunto com o premiê britânico, Keir Starmer, na Casa Branca.

As discussões envolvem mísseis de cruzeiro do Reino Unido apoiados por dados do Pentágono.

Trudeau disse a repórteres que "o Canadá e outros são inequívocos em [afirmar] que a Ucrânia deve vencer esta guerra contra a Rússia", disse o premiê, citado pela Reuters.

O Departamento de Estado norte-americano também afirmou hoje que "permitir ataques ucranianos" nas profundezas da Rússia não quer dizer que Washington esteja entrando no conflito.

Dentro do governo Biden, escreveu a CNN, o debate colocou algumas autoridades que apoiam o afrouxamento das restrições contra outras que parecem mais céticas, cautelosas tanto quanto ao risco de escalada quanto à utilidade de tal medida.

Os EUA, que impuseram restrições ao seu hardware usado em ataques dentro da Rússia, atualmente não permitem que seus dados de navegação sejam usados. A administração Biden citou o risco de intensificar o conflito com a ação.

Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse na quinta-feira (12) que tal passo significaria que "os países da OTAN — os Estados Unidos e os países europeus — estão em guerra com a Rússia". Conforme "a própria essência do conflito" muda, a Rússia "tomará decisões apropriadas", com base em novas ameaças, disse Putin.

<><> Permitir à Ucrânia atacar Rússia em profundidade pode ter consequências dramáticas, diz mídia

Se o Ocidente permitir que Kiev lance mísseis contra o interior do território russo, há um alto risco de isso levar a uma séria escalada do conflito, escreve o jornal The Guardian.

O artigo chama a atenção para os sérios problemas que podem surgir se Kiev cometer um erro de cálculo no uso de tais mísseis, resultando na morte de um grande número de civis.

Também não há um grande estoque das armas que a Ucrânia está exigindo, o que está causando ceticismo nos EUA em relação à possibilidade de virar a maré, segundo o The Guardian.

"Há muitos riscos. Permitir que a Ucrânia lance armas de fabricação ocidental contra o interior da Rússia poderia ter um impacto político dramático no curso da guerra", diz o jornal.

Recentemente, o presidente russo Vladimir Putin disse que ataques com mísseis de longo alcance ocidentais ao interior do território russo significarão o envolvimento direto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no conflito na Ucrânia, já que somente os militares da OTAN, não os ucranianos, têm a capacidade de operar essas armas.

Ele acrescentou que o envolvimento direto dos países ocidentais no conflito ucraniano muda a natureza das hostilidades e que a Rússia vai ser forçada a tomar decisões com base nessas ameaças.

<><> Especialista explica o que os EUA fizeram ao equipamento destinado a 'grande guerra com Rússia'

Rússia destruiu na Ucrânia as armas dos EUA necessárias para uma grande guerra com ela, declarou ex-conselheiro do Pentágono Jim Webb ao canal de YouTube The Duran.

"Se olharmos para a quantidade de equipamentos que enviamos para a Ucrânia, desde drones de ataque até sistemas de artilharia, mesmo tanques, veículos de combate de infantaria Bradley, todos esses sistemas foram projetados para uma grande guerra com a Rússia. E o que fizemos? Nós transferimos à Ucrânia nossas melhores armas […] e permitimos que os russos destruíssem essa tecnologia por partes", disse ele.

De acordo com o especialista, o Exército russo não só ganhou acesso ao equipamento americano, mas também estudou as táticas desenvolvidas de guerra com ele.

"E todas as vantagens tecnológicas que poderíamos usar em nosso conflito, se ele existisse, agora estão perdidas", concluiu Webb.

Já Moscou advertiu reiteradamente que a OTAN está "brincando com o fogo" ao fornecer armas para a Ucrânia, e que os comboios com equipamentos militares estrangeiros seriam um "alvo legítimo" para seu Exército assim que cruzassem a fronteira. Segundo o Kremlin, a política ocidental não contribui para as negociações entre Rússia e Ucrânia e tem um efeito muito negativo.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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