quarta-feira, 18 de setembro de 2024

“A vitória do Trump seria uma alforria para o fascista Bolsonaro no Brasil”, afirma Lejeune Mirhan

Durante entrevista ao programa Bom Dia 247, o especialista em geopolítica internacional Lejeune Mirhan analisou o cenário das eleições presidenciais dos Estados Unidos, destacando o impacto de uma possível vitória do candidato republicano Donald Trump, tanto para os Estados Unidos quanto para o Brasil.

Mirhan foi categórico ao afirmar que “a vitória do Trump seria uma alforria para o fascista Bolsonaro no Brasil”. Segundo ele, a reeleição de Trump não apenas reforçaria o discurso de extrema-direita, como também abriria espaço para o fortalecimento de figuras políticas como o ex-presidente Jair Bolsonaro no cenário brasileiro.

Além disso, o especialista enfatizou a importância de os progressistas apoiarem a candidatura de Kamala Harris, mesmo que suas políticas ainda mantenham o status quo do império americano. "Os progressistas têm que apostar todas as fichas na Kamala Harris, mesmo que ela mantenha a política do império", declarou Mirhan.

Em sua análise, ele também comentou a postura dos comunistas nos Estados Unidos em relação às eleições, destacando que, tradicionalmente, esses grupos optam por apoiar os democratas como forma de barrar o avanço de políticas consideradas mais prejudiciais. "Os comunistas nos Estados Unidos, em geral, votam nos democratas contra o mal maior", observou.

Mirhan destacou ainda que uma vitória de Trump traria consequências econômicas negativas para o Brasil, mencionando o caráter protecionista dos republicanos. “Trump seria muito pior para o Brasil também por razões econômicas. Os republicanos são mais protecionistas”, afirmou.

A disputa acirrada entre Trump e Harris, segundo pesquisa recente do The New York Times e Siena College, tem despertado preocupações sobre os rumos que a política externa e interna dos Estados Unidos pode tomar nos próximos anos, com impactos globais que incluem diretamente o Brasil.

¨      Jane Fonda diz que Trump representa risco para a Humanidade e que ricos também serão afetados pela catástrofe climática

Em uma entrevista concedida ao apresentador Jimmy Kimmel, a atriz Jane Fonda, ativista de direitos humanos, falou sobre suas preocupações com a crise climática, as eleições presidenciais americanas e o ex-presidente Donald Trump. Aos 87 anos, com duas estatuetas do Oscar e décadas de ativismo nas costas, Fonda não poupou palavras ao destacar o que acredita ser um dos maiores desafios de nosso tempo: a crise ambiental. "Não podemos perder mais quatro anos para a crise climática. O outro candidato [Trump] representa 'perfurar, perfurar, perfurar', e isso vai nos queimar", declarou.

Fonda se mostrou otimista com o desempenho de Kamala Harris no debate presidencial, afirmando que a vice-presidente demonstrou empatia e preocupação com os problemas cotidianos dos americanos, como as questões ambientais. "Acho que ela tocou em assuntos essenciais, especialmente sobre o meio ambiente. Precisamos de alguém que esteja disposto a agir rapidamente", enfatizou. A atriz também criticou o fato de que, no debate, demorou-se "uma hora e meia para se falar sobre o clima", tema que considera crucial.

Além de expressar suas opiniões sobre a corrida eleitoral, Fonda também compartilhou memórias de seu passado com Trump. Ela lembrou de uma promessa feita por ele durante o tempo em que ela era casada com Ted Turner, ex-marido de Marla Maples, então esposa de Trump. "Ele prometeu ajudar uma organização que eu havia criado para jovens em Atlanta, mas nunca cumpriu", disse Fonda, mostrando que sua relação com o ex-presidente foi, no mínimo, conturbada.

O tom mais leve da entrevista ficou por conta de uma anedota envolvendo a ingestão de animais de estimação em Ohio, que, de forma sarcástica, Fonda atribuiu a Robert Kennedy Jr., o qual, segundo ela, teria sido contratado por Trump para lidar com essa "crise". "Se eu fosse republicana, isso já estaria em todos os canais da Fox News", brincou, arrancando risadas da plateia.

No entanto, a leveza do momento rapidamente deu lugar a um alerta sério. Fonda enfatizou que o aquecimento global é uma ameaça que afeta a todos, independentemente da classe social. "Os ricos também serão afetados. Não é algo que eles ou seus netos poderão evitar. Isso é algo que todos deveríamos estar focados", disse a ativista, destacando que muitos políticos, tanto democratas quanto republicanos, estão comprometidos com a indústria de combustíveis fósseis, o que impede avanços na legislação ambiental.

Sobre seu legado, Fonda deixou claro que sua luta pelo clima é uma questão pessoal e intergeracional. "Quando votamos em um presidente, não estamos nos casando com eles, nem namorando. Eles não são perfeitos. Mas precisamos votar com o clima em nossos corações. Façam isso pelos seus filhos, netos, sobrinhos e sobrinhas, porque o outro cara vai nos queimar", advertiu.

Além da crise climática, a atriz também falou sobre a possibilidade de Trump, caso reeleito, punir seus críticos. "Ele vai atrás dos críticos dele. Eu e você talvez fiquemos na mesma cela", comentou, em tom bem-humorado, com o entrevistador. No entanto, Fonda não demonstrou medo, mesmo ao relembrar suas experiências com o ex-presidente Richard Nixon, que chegou a ter sua casa invadida e seus telefonemas grampeados. "Trump é muito mais perigoso", afirmou categoricamente.

Aos 87 anos, Fonda se mostrou destemida diante da ideia de enfrentar mais uma luta. "Quando você fica mais velho, pensa muito sobre a morte e sobre como quer se sentir nos seus últimos dias. Eu sei que quero ter feito a diferença, quero que meus filhos saibam que lutei por eles", afirmou. Segundo ela, se precisar escolher entre ir para a prisão ou deixar de lutar pelo que acredita, ela não hesitaria: "Eu iria para a prisão."

Fonda encerrou a entrevista com um pedido ao público: "Quando votarem, votem com o coração no clima. O futuro dos nossos filhos depende disso." Com a firmeza de quem dedicou grande parte de sua vida à luta por um mundo mais justo, Jane Fonda se reafirma, mais uma vez, como uma das vozes mais apaixonadas e influentes da atualidade no combate à crise climática.

 

¨      Vice de Trump defende o direito de espalhar fake news sobre haitianos que comeriam pets

Em uma surpreendente declaração, o candidato à vice-presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, JD Vance, admitiu estar disposto a "criar histórias" para atrair a atenção da mídia durante sua campanha. O comentário, que gerou indignação e debate, foi feito durante uma aparição no programa State of the Union, da CNN, no último domingo.

Segundo reportagem do The Guardian, Vance estava defendendo a disseminação de rumores falsos e racistas sobre sequestros e consumo de animais de estimação em Springfield, Ohio, uma cidade em seu estado natal. Quando questionado pela apresentadora Dana Bash se esses rumores eram “uma história que você criou”, Vance respondeu sem hesitação: “Sim!”. Ele alegou que as histórias se baseavam em “relatos de constituintes” e que tanto ele quanto o candidato presidencial republicano, Donald Trump, mencionaram o assunto para destacar a situação da comunidade haitiana da cidade.

A confissão provocou uma reação imediata do Secretário de Transportes dos EUA, Pete Buttigieg, que apoia a candidata democrata Kamala Harris. Em uma postagem no X, Buttigieg criticou duramente a postura de Vance: “Confissão notável de JD Vance ao dizer que ‘cria histórias’ (ou seja, mente) para redirecionar a mídia. Tudo isso para desviar o foco de questões importantes, como o direito ao aborto, empregos na manufatura e a taxação dos ricos”.

Vance também insultou a comunidade haitiana de Springfield ao chamar seus integrantes de “ilegais”, embora a maioria deles esteja no país de forma regular, sob status de proteção temporária (TPS), devido à violência e instabilidade no Haiti. Esse status precisa ser renovado a cada 18 meses.

O efeito dos rumores em Springfield foi devastador, com ameaças de bomba sendo direcionadas a hospitais e prédios públicos. Apesar disso, Vance afirmou que seria “nojento” a sugestão de que suas palavras poderiam ter incentivado tais atos, culpando a mídia por amplificar as ameaças, em vez de assumir responsabilidade.

<><> O foco na imigração e a polêmica envolvendo os haitianos

A narrativa promovida por Vance e Trump visava, segundo eles, chamar atenção para as políticas de imigração do governo de Joe Biden, com Harris como vice-presidente. “Eu não estou bravo com os migrantes haitianos por quererem uma vida melhor”, disse Vance. “Estamos bravos com Kamala Harris por permitir que isso aconteça.”

Entretanto, líderes locais de Springfield e autoridades têm refutado veementemente essas acusações. A própria criadora de um post viral no Facebook, que ajudou a espalhar os rumores, admitiu que a história era apenas um boato sem fundamento.

A cidade de Springfield, que tem cerca de 60 mil habitantes, começou a receber imigrantes haitianos em 2017, atraídos por empregos em fábricas de embalagens e usinagem. O governador republicano de Ohio, Mike DeWine, também defendeu a comunidade haitiana, afirmando que eles estão no país legalmente. "Os empregadores dizem que não sabem o que fariam sem eles. Eles estão trabalhando duro e se integrando à comunidade”, disse DeWine em entrevista à ABC.

<><> A política de desinformação e as tensões sociais

Ainda que os republicanos estejam vulneráveis em temas como os direitos reprodutivos, eles têm aproveitado o descontentamento popular com as políticas migratórias democratas para espalhar teorias xenófobas. A estratégia visa capitalizar a insatisfação do eleitorado, mesmo que à custa da verdade.

Além de tentar minimizar o impacto da polêmica em torno dos haitianos, Vance também buscou se distanciar de outro escândalo. Em uma entrevista ao programa Meet the Press, da NBC, ele rejeitou os comentários racistas de Laura Loomer, aliada da campanha de Trump, que afirmou que a Casa Branca “cheiraria a curry” caso Harris vencesse a eleição. Vance, que é casado com uma mulher de ascendência indiana, rebateu: “Eu faço um excelente frango ao curry, mas não acho que seja insultante falar sobre preferências alimentares”.

<><> A defesa de Vance e os desafios de sua campanha

Apesar de suas repetidas defesas, JD Vance passou grande parte de sua corrida à vice-presidência respondendo a controvérsias. Suas declarações sobre mulheres que optam por carreiras profissionais ao invés de se dedicarem exclusivamente à família também causaram indignação. Segundo Vance, essas mulheres seriam “infelizes”, o que gerou uma onda de críticas, especialmente de grupos feministas e eleitoras.

A confissão de que está disposto a criar histórias para chamar atenção coloca em dúvida a integridade da campanha de Vance e lança um olhar crítico sobre as táticas usadas por políticos em busca de poder. Num cenário eleitoral já polarizado, a declaração pode ter consequências significativas para o futuro de sua candidatura e para o debate público sobre ética e verdade na política.

<><> FBI investiga ameaças contra haitianos em universidade após Trump divulgar fake news

O FBI afirmou neste domingo (15) que está investigando ameaças contra haitianos na Universidade de Wittenberg, após as alegações infundadas do candidato republicano à presidência, Donald Trump, de que os migrantes na cidade estavam comendo gatos e cachorros. As ameaças de abrir fogo contra migrantes haitianos forçaram a escola em Springfield, Ohio, a fechar seu campus por um dia.

A intervenção do FBI segue ameaças semelhantes feitas contra migrantes na cidade depois que Trump e o companheiro de chapa, o senador republicano JD Vance, de Ohio, destacaram alegações falsas de que os haitianos que se estabeleceram na cidade estavam comendo os gatos e cachorros dos residentes. Wittenberg anunciou no sábado à noite que todos os eventos programados para o domingo seriam cancelados após a ameaça enviada por e-mail e alertou estudantes, professores e funcionários a terem extrema cautela no campus.

"O FBI está trabalhando em coordenação com o departamento de polícia de Springfield e a Universidade de Wittenberg para determinar a credibilidade das recentes ameaças, compartilhar informações e tomar as ações investigativas apropriadas", de acordo com um comunicado do escritório do FBI em Cincinnati. Os haitianos na cidade agora dizem temer pela sua segurança.

A porta-voz da universidade, Karen Gerboth, disse no domingo que a universidade havia recebido uma segunda ameaça "mas que foi rapidamente neutralizada no campus". A universidade também informou em uma atualização que pelo menos outro campus da área, cujo nome não foi divulgado, havia recebido ameaças semelhantes. Em uma postagem na rede social X, o Clark State College informou que havia cancelado as aulas em um prédio na quinta e sexta-feira "devido a uma situação de segurança" na cidade. Um porta-voz do Clark não pôde ser contatado.

O sargento Atkins, do Departamento de Polícia de Springfield, que preferiu não revelar seu primeiro nome, disse à Reuters que não havia atividade significativa a relatar na área do campus na manhã de domingo.

Em uma série de aparições em canais de TV a cabo e de transmissão no domingo, Vance defendeu as alegações infundadas, mantendo que elas não eram totalmente sem fundamento e ajudaram a chamar a atenção para os problemas sociais da área que, de outra forma, seriam ignorados pela mídia.

 

Fonte: Brasil 247/Reuters

 

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