“A vitória do Trump seria uma alforria para
o fascista Bolsonaro no Brasil”, afirma Lejeune Mirhan
Durante entrevista ao
programa Bom Dia 247, o especialista em geopolítica internacional
Lejeune Mirhan analisou o cenário das eleições presidenciais dos Estados
Unidos, destacando o impacto de uma possível vitória do candidato republicano
Donald Trump, tanto para os Estados Unidos quanto para o Brasil.
Mirhan foi categórico
ao afirmar que “a vitória do Trump seria uma alforria para o fascista Bolsonaro
no Brasil”. Segundo ele, a reeleição de Trump não apenas reforçaria o discurso
de extrema-direita, como também abriria espaço para o fortalecimento de figuras
políticas como o ex-presidente Jair Bolsonaro no cenário brasileiro.
Além disso, o
especialista enfatizou a importância de os progressistas apoiarem a candidatura
de Kamala Harris, mesmo que suas políticas ainda mantenham o status quo do
império americano. "Os progressistas têm que apostar todas as fichas na
Kamala Harris, mesmo que ela mantenha a política do império", declarou
Mirhan.
Em sua análise, ele
também comentou a postura dos comunistas nos Estados Unidos em relação às
eleições, destacando que, tradicionalmente, esses grupos optam por apoiar os
democratas como forma de barrar o avanço de políticas consideradas mais
prejudiciais. "Os comunistas nos Estados Unidos, em geral, votam nos
democratas contra o mal maior", observou.
Mirhan destacou ainda
que uma vitória de Trump traria consequências econômicas negativas para o
Brasil, mencionando o caráter protecionista dos republicanos. “Trump seria
muito pior para o Brasil também por razões econômicas. Os republicanos são mais
protecionistas”, afirmou.
A disputa acirrada
entre Trump e Harris, segundo pesquisa recente do The New York Times e Siena
College, tem despertado preocupações sobre os rumos que a política externa e
interna dos Estados Unidos pode tomar nos próximos anos, com impactos globais
que incluem diretamente o Brasil.
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Jane Fonda diz que
Trump representa risco para a Humanidade e que ricos também serão afetados pela
catástrofe climática
Em uma entrevista
concedida ao apresentador Jimmy Kimmel, a atriz Jane Fonda, ativista de direitos
humanos, falou sobre suas preocupações com a crise climática, as eleições
presidenciais americanas e o ex-presidente Donald Trump. Aos 87 anos, com duas
estatuetas do Oscar e décadas de ativismo nas costas, Fonda não poupou palavras
ao destacar o que acredita ser um dos maiores desafios de nosso tempo: a crise
ambiental. "Não podemos perder mais quatro anos para a crise climática. O
outro candidato [Trump] representa 'perfurar, perfurar, perfurar', e isso vai
nos queimar", declarou.
Fonda se mostrou
otimista com o desempenho de Kamala Harris no debate presidencial, afirmando
que a vice-presidente demonstrou empatia e preocupação com os problemas
cotidianos dos americanos, como as questões ambientais. "Acho que ela
tocou em assuntos essenciais, especialmente sobre o meio ambiente. Precisamos
de alguém que esteja disposto a agir rapidamente", enfatizou. A atriz
também criticou o fato de que, no debate, demorou-se "uma hora e meia para
se falar sobre o clima", tema que considera crucial.
Além de expressar suas
opiniões sobre a corrida eleitoral, Fonda também compartilhou memórias de seu
passado com Trump. Ela lembrou de uma promessa feita por ele durante o tempo em
que ela era casada com Ted Turner, ex-marido de Marla Maples, então esposa de
Trump. "Ele prometeu ajudar uma organização que eu havia criado para
jovens em Atlanta, mas nunca cumpriu", disse Fonda, mostrando que sua
relação com o ex-presidente foi, no mínimo, conturbada.
O tom mais leve da
entrevista ficou por conta de uma anedota envolvendo a ingestão de animais de
estimação em Ohio, que, de forma sarcástica, Fonda atribuiu a Robert Kennedy
Jr., o qual, segundo ela, teria sido contratado por Trump para lidar com essa "crise".
"Se eu fosse republicana, isso já estaria em todos os canais da Fox
News", brincou, arrancando risadas da plateia.
No entanto, a leveza
do momento rapidamente deu lugar a um alerta sério. Fonda enfatizou que o
aquecimento global é uma ameaça que afeta a todos, independentemente da classe
social. "Os ricos também serão afetados. Não é algo que eles ou seus netos
poderão evitar. Isso é algo que todos deveríamos estar focados", disse a
ativista, destacando que muitos políticos, tanto democratas quanto
republicanos, estão comprometidos com a indústria de combustíveis fósseis, o
que impede avanços na legislação ambiental.
Sobre seu legado,
Fonda deixou claro que sua luta pelo clima é uma questão pessoal e
intergeracional. "Quando votamos em um presidente, não estamos nos casando
com eles, nem namorando. Eles não são perfeitos. Mas precisamos votar com o
clima em nossos corações. Façam isso pelos seus filhos, netos, sobrinhos e
sobrinhas, porque o outro cara vai nos queimar", advertiu.
Além da crise
climática, a atriz também falou sobre a possibilidade de Trump, caso reeleito,
punir seus críticos. "Ele vai atrás dos críticos dele. Eu e você talvez
fiquemos na mesma cela", comentou, em tom bem-humorado, com o
entrevistador. No entanto, Fonda não demonstrou medo, mesmo ao relembrar suas
experiências com o ex-presidente Richard Nixon, que chegou a ter sua casa
invadida e seus telefonemas grampeados. "Trump é muito mais
perigoso", afirmou categoricamente.
Aos 87 anos, Fonda se
mostrou destemida diante da ideia de enfrentar mais uma luta. "Quando você
fica mais velho, pensa muito sobre a morte e sobre como quer se sentir nos seus
últimos dias. Eu sei que quero ter feito a diferença, quero que meus filhos
saibam que lutei por eles", afirmou. Segundo ela, se precisar escolher
entre ir para a prisão ou deixar de lutar pelo que acredita, ela não hesitaria:
"Eu iria para a prisão."
Fonda encerrou a
entrevista com um pedido ao público: "Quando votarem, votem com o coração
no clima. O futuro dos nossos filhos depende disso." Com a firmeza de quem
dedicou grande parte de sua vida à luta por um mundo mais justo, Jane Fonda se
reafirma, mais uma vez, como uma das vozes mais apaixonadas e influentes da
atualidade no combate à crise climática.
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Vice de Trump defende
o direito de espalhar fake news sobre haitianos que comeriam pets
Em uma surpreendente
declaração, o candidato à vice-presidência dos Estados Unidos pelo Partido
Republicano, JD Vance, admitiu estar disposto a "criar histórias"
para atrair a atenção da mídia durante sua campanha. O comentário, que gerou
indignação e debate, foi feito durante uma aparição no programa State of the
Union, da CNN, no último domingo.
Segundo reportagem do The Guardian, Vance estava defendendo a disseminação de rumores falsos e
racistas sobre sequestros e consumo de animais de estimação em Springfield,
Ohio, uma cidade em seu estado natal. Quando questionado pela apresentadora
Dana Bash se esses rumores eram “uma história que você criou”, Vance respondeu
sem hesitação: “Sim!”. Ele alegou que as histórias se baseavam em “relatos de
constituintes” e que tanto ele quanto o candidato presidencial republicano,
Donald Trump, mencionaram o assunto para destacar a situação da comunidade
haitiana da cidade.
A confissão provocou
uma reação imediata do Secretário de Transportes dos EUA, Pete Buttigieg, que
apoia a candidata democrata Kamala Harris. Em uma postagem no X, Buttigieg
criticou duramente a postura de Vance: “Confissão notável de JD Vance ao dizer
que ‘cria histórias’ (ou seja, mente) para redirecionar a mídia. Tudo isso para
desviar o foco de questões importantes, como o direito ao aborto, empregos na
manufatura e a taxação dos ricos”.
Vance também insultou
a comunidade haitiana de Springfield ao chamar seus integrantes de “ilegais”,
embora a maioria deles esteja no país de forma regular, sob status de proteção
temporária (TPS), devido à violência e instabilidade no Haiti. Esse status precisa
ser renovado a cada 18 meses.
O efeito dos rumores
em Springfield foi devastador, com ameaças de bomba sendo direcionadas a
hospitais e prédios públicos. Apesar disso, Vance afirmou que seria “nojento” a
sugestão de que suas palavras poderiam ter incentivado tais atos, culpando a
mídia por amplificar as ameaças, em vez de assumir responsabilidade.
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O foco na imigração e a polêmica envolvendo os haitianos
A narrativa promovida
por Vance e Trump visava, segundo eles, chamar atenção para as políticas de
imigração do governo de Joe Biden, com Harris como vice-presidente. “Eu não
estou bravo com os migrantes haitianos por quererem uma vida melhor”, disse
Vance. “Estamos bravos com Kamala Harris por permitir que isso aconteça.”
Entretanto, líderes
locais de Springfield e autoridades têm refutado veementemente essas acusações.
A própria criadora de um post viral no Facebook, que ajudou a espalhar os
rumores, admitiu que a história era apenas um boato sem fundamento.
A cidade de
Springfield, que tem cerca de 60 mil habitantes, começou a receber imigrantes
haitianos em 2017, atraídos por empregos em fábricas de embalagens e usinagem.
O governador republicano de Ohio, Mike DeWine, também defendeu a comunidade
haitiana, afirmando que eles estão no país legalmente. "Os empregadores
dizem que não sabem o que fariam sem eles. Eles estão trabalhando duro e se
integrando à comunidade”, disse DeWine em entrevista à ABC.
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A política de desinformação e as tensões sociais
Ainda que os
republicanos estejam vulneráveis em temas como os direitos reprodutivos, eles
têm aproveitado o descontentamento popular com as políticas migratórias
democratas para espalhar teorias xenófobas. A estratégia visa capitalizar a
insatisfação do eleitorado, mesmo que à custa da verdade.
Além de tentar
minimizar o impacto da polêmica em torno dos haitianos, Vance também buscou se
distanciar de outro escândalo. Em uma entrevista ao programa Meet the Press, da
NBC, ele rejeitou os comentários racistas de Laura Loomer, aliada da campanha
de Trump, que afirmou que a Casa Branca “cheiraria a curry” caso Harris
vencesse a eleição. Vance, que é casado com uma mulher de ascendência indiana,
rebateu: “Eu faço um excelente frango ao curry, mas não acho que seja
insultante falar sobre preferências alimentares”.
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A defesa de Vance e os desafios de sua campanha
Apesar de suas
repetidas defesas, JD Vance passou grande parte de sua corrida à
vice-presidência respondendo a controvérsias. Suas declarações sobre mulheres
que optam por carreiras profissionais ao invés de se dedicarem exclusivamente à
família também causaram indignação. Segundo Vance, essas mulheres seriam
“infelizes”, o que gerou uma onda de críticas, especialmente de grupos
feministas e eleitoras.
A confissão de que
está disposto a criar histórias para chamar atenção coloca em dúvida a
integridade da campanha de Vance e lança um olhar crítico sobre as táticas
usadas por políticos em busca de poder. Num cenário eleitoral já polarizado, a
declaração pode ter consequências significativas para o futuro de sua candidatura
e para o debate público sobre ética e verdade na política.
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FBI investiga ameaças contra haitianos em universidade após Trump divulgar fake
news
O FBI afirmou neste
domingo (15) que está investigando ameaças contra haitianos na Universidade de
Wittenberg, após as alegações infundadas do candidato republicano à
presidência, Donald Trump, de que os migrantes na cidade estavam comendo gatos
e cachorros. As ameaças de abrir fogo contra migrantes haitianos forçaram a
escola em Springfield, Ohio, a fechar seu campus por um dia.
A intervenção do FBI
segue ameaças semelhantes feitas contra migrantes na cidade depois que Trump e
o companheiro de chapa, o senador republicano JD Vance, de Ohio, destacaram
alegações falsas de que os haitianos que se estabeleceram na cidade estavam comendo
os gatos e cachorros dos residentes. Wittenberg anunciou no sábado à noite que
todos os eventos programados para o domingo seriam cancelados após a ameaça
enviada por e-mail e alertou estudantes, professores e funcionários a terem
extrema cautela no campus.
"O FBI está
trabalhando em coordenação com o departamento de polícia de Springfield e a
Universidade de Wittenberg para determinar a credibilidade das recentes
ameaças, compartilhar informações e tomar as ações investigativas
apropriadas", de acordo com um comunicado do escritório do FBI em
Cincinnati. Os haitianos na cidade agora dizem temer pela sua segurança.
A porta-voz da
universidade, Karen Gerboth, disse no domingo que a universidade havia recebido
uma segunda ameaça "mas que foi rapidamente neutralizada no campus".
A universidade também informou em uma atualização que pelo menos outro campus
da área, cujo nome não foi divulgado, havia recebido ameaças semelhantes. Em
uma postagem na rede social X, o Clark State College informou que havia
cancelado as aulas em um prédio na quinta e sexta-feira "devido a uma
situação de segurança" na cidade. Um porta-voz do Clark não pôde ser
contatado.
O sargento Atkins, do
Departamento de Polícia de Springfield, que preferiu não revelar seu primeiro
nome, disse à Reuters que não havia atividade significativa a relatar na área
do campus na manhã de domingo.
Em uma série de
aparições em canais de TV a cabo e de transmissão no domingo, Vance defendeu as
alegações infundadas, mantendo que elas não eram totalmente sem fundamento e
ajudaram a chamar a atenção para os problemas sociais da área que, de outra
forma, seriam ignorados pela mídia.
Fonte: Brasil
247/Reuters
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