terça-feira, 17 de setembro de 2024

As pessoas mais felizes no trabalho seguem a regra dos três metros, de acordo com um especialista em bem-estar

Na Escandinávia há uma palavra que não existe em outra língua: arbejdsglaede. Parece um trava-língua, mas tem um significado que traduzido é “Felicidade no trabalho”. Vem da junção das palavras “Arbejds” que significa trabalho e “Glaede” que significa felicidade.

Essa palavra refere-se de forma simples a quanto você se sente bem no trabalho. Você gosta do que faz, seu trabalho te deixa orgulhoso e você gosta das pessoas que trabalham com você, segundo Alexander Kjerulf , autor dinamarquês do livro ' Happy hour é das 9 às 5'.

Para alguns, isso pode até parecer impossível de ver na vida real, mas para os escandinavos, é bem real. Na verdade, é tão real que, segundo dados do Eurostat, eles são um dos trabalhadores mais felizes do mundo (2 em cada 3 afirmam ter elevada satisfação profissional) e o fato mais surpreendente: 58% deles não deixariam de trabalhar mesmo se eles já tivessem ou não precisassem do dinheiro.

Mas qual é o segredo? Segundo Meik Wiking, considerado o homem mais feliz do mundo e um dos pesquisadores associados do World Happiness Database, também membro do comitê consultivo do Global Happiness Policy Report e fundador do Museu da Felicidade de Copenhague, tudo começa com a regra dos três metros.

•        O que é “a regra dos três metros”?

Como Wiking explica em seu livro recentemente publicado 'Hygge work: How to find happy at work and in daily life', a “regra dos três metros” consiste em assumirmos a responsabilidade pelo que acontece ao nosso redor, como se fizéssemos um círculo de três metros em diâmetro.

Um exemplo para você entender: se um colega de trabalho precisar de ajuda e estiver a três metros de você, ajude-o. É uma questão de se sentir útil em um espaço limitado. Não se trata de mantermos o trabalho de toda a equipe, mas sim de não nos limitarmos a fazer apenas o que temos que fazer, mas numa pequena área somos os donos e os patrões. Parte da felicidade no trabalho, segundo o especialista, está na nossa autonomia e a forma de promovê-la pode ser nos tornarmos donos daquele espaço de três metros.

Nas palavras de Wiking, esta regra “transmite empoderamento, responsabilidade e independência”, porque em vez de o chefe vigiar, cada um é responsável por suas próprias coisas. E o patrão também está libertado. Funciona. Pelo menos de acordo com Wiking.

“Essa regra deve ser seguida por todos. Independentemente de ser vice-presidente ou garçom. Assim, cada funcionário deve agir como anfitrião do parque, resolver os problemas dos visitantes, manter a sua área limpa e comportar-se como um bom colega”, naquele pequeno raio de três metros, como explica no seu livro.

Wiking também conta em seu artigo que existem alguns princípios fundamentais que tornam o ambiente de trabalho dinamarquês um dos mais satisfatórios do mundo. Buscar a nossa felicidade e responsabilizar-nos de alguma forma por ela é o primeiro passo.

“Sua felicidade no trabalho é sua responsabilidade. Se você quer “Arbjegdsglaede”, você não pode esperar que seus colegas ou seu chefe façam alguma coisa. Você tem que começar por você mesmo”, explica o especialista em bem-estar.

Não deve ser confundido com o positivismo tóxico ou com a crença igualmente tóxica de que “podemos fazer tudo”, o que só gera frustração para quem o vivencia. Refere-se ao fato de que se quisermos ser felizes no nosso trabalho, teremos que buscar ativamente essa felicidade.

•        Mais truques para procurar o “Arbjegdsglaede”

Alexander Kjerulf propõe mais três coisas para procurar esse “Arbjegdsglaede”, começando com um “bom dia nível 5”, ou seja, dizer bom dia aos seus colegas de trabalho de forma calorosa, amigável e alegre. Olhando nos olhos deles, conversando com eles e mostrando que você quer passar o dia com eles.

Ele também garante que para promover a sua felicidade no trabalho você pode tentar um exercício de gratidão: todos os dias antes de sair do trabalho faça uma lista de três coisas boas que aconteceram com você durante o dia. Por menores que pareçam, importa apenas que tenham ocorrido durante o dia.

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Assim você treina seu cérebro para perceber de forma mais simples o lado bom do trabalho. No vídeo, o especialista garante que outra coisa importante é comemorar as vitórias. “Quando algo vai bem no trabalho, quando você tiver sucesso, comemore.” Em vez de focar no que não está funcionando, concentre-se no que dá certo.

 

•        7 hábitos que podem levar qualquer um a ser feliz de acordo com a ciência

Um estudo realizado pela Universidade de Bristol, no Reino Unido, analisou os resultados obtidos no curso “Ciência da Felicidade”, que ajuda estudantes a conquistarem um senso de bem-estar.  O trabalho concluiu que é possível que a felicidade pessoal seja alcançada por meio da adoção de hábitos baseados em evidências científicas.

“O conteúdo do curso envolve informações de conceitos errados sobre felicidade e compreensão de nossos preconceitos cognitivos. A intenção era que, ao final do curso, os alunos tivessem uma compreensão abrangente dos vários fatores que podem contribuir para o seu próprio bem-estar, em vez de uma lista de atividades”, declarou Bruce Hood, autor do estudo, ao Medical News Today.

Saiba quais são os 7 hábitos que podem levar qualquer um a ser feliz, segundo o estudo, e sua importância para a conquista da felicidade.

1. Desempenhar atos de bondade

Ter atos de bondade com o próximo é um dos principais fatores que levam a felicidade, de acordo com o trabalho científico. Segundo a psicóloga Larissa Fonseca, a bondade é capaz de ativar áreas do cérebro associadas à recompensa, criando um ciclo de positividade e bem-estar.

“A bondade libera ocitocina, hormônio do bem-estar que reduz o estresse. Praticar bondade nos torna mais felizes porque promove um senso de pertencimento, valor e um sentido de conexão. Além disso, ajudar os outros pode aumentar nossa autoestima e proporcionar um propósito maior em nossas vidas”, explica a especialista.

2. Ampliar conexões sociais

O estudo indica que ampliar conexões sociais, principalmente ao iniciar conversas com desconhecidos, pode promover a sensação de felicidade. A neuropsicóloga  Leninha Wagner informa que as interações sociais também acionam o sistema de recompensas do cérebro, além de hormônios como dopamina e ocitocina.

“Conexões sociais fornecem suporte emocional, o que é crucial para lidar com o estresse e as adversidades. Ter uma rede de apoio de amigos e familiares aumenta o senso de pertencimento e reduz sentimentos de solidão e isolamento, que são fatores de risco para a depressão e ansiedade”, esclarece.

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3. Apreciar suas próprias experiências

Aprender a contemplar suas próprias experiências faz com que prestemos atenção a pequenas e grandes conquistas da vida. O hábito está associado às práticas de gratidão e positividade, que irão transformar a forma com que encaramos as experiências.

4. Prestar atenção a eventos positivos do dia

Conforme explicação de Larissa Fonseca, observar com positividade os eventos da rotina auxilia no enfrentamento das situações adversas com menos negatividade. “A positividade, auxilia na criação de uma mentalidade resiliente, permitindo-nos lidar melhor com os desafios e encontrar alegria nas pequenas coisas do dia a dia”, afirma.

5. Praticar gratidão

Ser grato é outro fator ensinado no programa “Ciência da Felicidade”. O sentimento de gratidão ajuda a afastar a negatividade e promove maior satisfação com a vida. “Do ponto de vista da psicologia, praticar a gratidão e manter uma atitude positiva tem efeitos profundos para a conquista da felicidade. A gratidão nos ajuda a focar no que é bom em nossas vidas, promovendo uma visão mais otimista e reduzindo a tendência a ruminar sobre problemas e negatividade”, indica Wagner.

6. Ser fisicamente ativo

Se manter ativo fisicamente possui grande influência para a sensação de bem-estar e contribui para a redução de sintomas de depressão e ansiedade. Um estudo, publicado no British Journal of Sports Medicine, indicou que a prática de atividade física pode ser até mais eficaz do que o uso de antidepressivos.

7. Explorar técnicas de atenção plena

Técnicas de atenção plena, como meditação e mindfulness são aconselhadas no programa da Universidade de Bristol. Os métodos ajudam a reduzir os níveis de estresse, ansiedade e promovem maior controle emocional.

“A prática regular da atenção plena pode alterar a estrutura do cérebro, aumentando a atividade em áreas associadas à regulação emocional e à empatia. Isso nos permite estar mais presentes no momento, apreciar as experiências atuais e responder de maneira mais equilibrada aos desafios da vida”, informa Fonseca.

 

Fonte: Bem Estar

 

 

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