sábado, 28 de setembro de 2024


 “Atletas de fim de semana” têm menor risco de ter 264 doenças, diz estudo

Pessoas que treinam só aos finais de semana — conhecidos popularmente como “atletas de fim de semana” — podem obter os mesmos benefícios com a prática que aqueles que treinam em mais dias. Um novo estudo mostrou que essas pessoas podem estar protegidas do risco de desenvolver 264 doenças no futuro, sendo tão eficaz para essa proteção quanto exercícios físicos mais distribuídos ao longo da semana.

Os resultados do estudo foram publicados nesta quinta-feira (26) na revista Circulation e foram lideradas por pesquisadores do Massachusetts General Hospital, um membro fundador do sistema de saúde Mass General Brigham, nos Estados Unidos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são recomendados, pelo menos, 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana para a saúde geral. Recentemente, diversos estudos têm tentando descobrir se pessoas que treinam apenas aos finais de semana — devido a uma rotina rigorosa de trabalho e tarefas durante a semana — se beneficiam com os exercícios físicos da mesma forma que aqueles que conseguem distribuir esses 150 minutos ao longo de vários dias da semana.

Os pesquisadores do atual estudo analisaram informações sobre 89.573 pessoas que estavam inscritas no UK Biobank, um grande banco de dados de saúde do Reino Unido. Essas pessoas usaram acelerômetros — dispositivos que medem a aceleração ou vibração de um movimento, bastante comuns em smartphones e em smartwatches — de pulso que registraram o total de atividade física realizada e o tempo gasto em diferentes intensidades de exercício ao longo da semana.

Os padrões dessas atividades físicas dos participantes foram categorizados como “guerreiro de fim de semana“, “regular” ou “inativo”, usando como limite as diretrizes da OMS de 150 minutos de atividade física semanal. Em seguida, a equipe procurou associações entre padrões de atividade física e incidência de 678 condições em 16 tipos de doenças, incluindo saúde mental, digestiva, neurológica e outras categorias.

Segundo os pesquisadores, tanto o padrão de “guerreiro de fim de semana” quanto o padrão regular foi associado a riscos substancialmente menores de desenvolver mais de 200 doenças no futuro em comparação à inatividade — principalmente para condições cardiometabólicas, como hipertensão (risco 23% e 28% menor, respectivamente) e diabetes (43% e 46%, respectivamente).

“A atividade física é conhecida por afetar o risco de muitas doenças”, comenta o coautor sênior do estudo, Shaan Khurshid, membro do corpo docente do Demoulas Center for Cardiac Arrhythmias no Massachusetts General Hospital, em comunicado. “Aqui, mostramos os benefícios potenciais da atividade de guerreiro de fim de semana para o risco não apenas de doenças cardiovasculares, como mostramos no passado, mas também de doenças futuras abrangendo todo o espectro, variando de condições como doença renal crônica a transtornos de humor e além”.

Segundo Khurshid, as descobertas do estudo “foram consistentes em muitas definições diferentes de atividade guerreira de fim de semana, bem como em outros limites usados para categorizar pessoas como ativas”. Além disso, o autor acredita que intervenções futuras podem garantir a eficácia da atividade física concentrada em poucos dias para melhorar a saúde pública, além de encorajar pacientes a se envolverem em atividades físicas em padrões que funcionam melhor para suas rotinas.

 

        Exercício pode ajudar a acumular gordura de um jeito saudável, sugere estudo

O exercício físico não apenas ajuda a perder gordura, mas também pode promover um acúmulo mais saudável de gordura, conforme aponta com um novo estudo.

“Viver um estilo de vida fisicamente ativo, exercitar-se regularmente ao longo do tempo, torna nosso tecido adiposo um lugar mais receptivo para armazenar energia extra em condições de ganho de peso”, disse o autor sênior do estudo, Jeffrey Horowitz, professor de estudos do movimento na escola de cinesiologia da Universidade de Michigan.

Para ver como o exercício impacta o tecido adiposo, os pesquisadores compararam a gordura logo abaixo da pele de dois grupos de 16 pessoas com obesidade: aqueles que relataram fazer exercícios pelo menos quatro vezes por semana por no mínimo 2 anos e aqueles que não se exercitavam regularmente, conforme o estudo publicado na terça-feira (10) na revista Nature Metabolism.

Quem tinha histórico de exercícios regulares apresentava células com características que aumentavam a capacidade de armazenar gordura — maior quantidade de vasos sanguíneos, composição de proteínas e menos células inflamatórias, disse Horowitz.

É importante que o tecido adiposo sob a pele tenha maior capacidade para que, se uma pessoa ganhar peso, ele possa ir para lá em vez de locais mais perigosos, como o coração ou o fígado, acrescentou.

“Infelizmente, a maioria de nós, até mesmo os que se exercitam regularmente, ganham peso à medida que envelhecem”, afirmou. “Se tivermos uma maior capacidade de armazenar isso no nosso tecido adiposo, menos irá para o fígado, menos irá para o coração, menos irá para todos esses outros lugares que, em excesso, podem ser realmente problemáticos.”

Este estudo mostra que os pesquisadores precisam aprender mais sobre o tecido adiposo e como ele está relacionado à saúde metabólica e às mudanças no estilo de vida, disse o Andrew Freeman, diretor de prevenção cardiovascular e bem-estar no National Jewish Health em Denver. Ele não participou deste estudo.

“Estar acima do peso pode não ser toda a história”, disse ele.

<><> Um tecido adiposo melhor

Muitas pessoas têm uma reação imediata negativa à palavra “gordura”. Mas isso nem sempre é útil, disse Horowitz.

“O tecido adiposo é muito, muito importante para a saúde”, disse ele. “Na verdade, ele é um importante reservatório da nossa energia extra.”

Antes, acreditava-se que o tecido adiposo servia apenas para armazenar energia, mas os pesquisadores estão começando a descobrir que ele tem muitas outras funções, disse Freeman. “Faz sentido ter algum grau de gordura para ter uma reserva, mas não a ponto de chegar ao nível típico dos americanos”, acrescentou.

O objetivo não é ter mais tecido adiposo, mas sim uma maior capacidade de armazená-lo, disse Horowitz. O tecido adiposo deve ser armazenado sob a pele, e se ele não puder ir para lá, ele irá para outros lugares como o fígado, coração ou pâncreas, acrescentou. Mais gordura nesses órgãos prejudica o bom funcionamento deles, disse Horowitz.

<><> Recomendações de exercícios

A principal conclusão do estudo é que um armazenamento de gordura mais saudável é apenas mais um bom motivo para levar uma vida fisicamente ativa, disse Horowitz.

“Não estamos mudando a recomendação, mas estamos ampliando o entendimento de por que é útil se exercitar”, afirmou ele.

Se você quiser começar, Freeman recomenda experimentar o exercício logo pela manhã.

“Funciona como um estimulante natural, tão bem quanto o café em muitos casos”, disse ele. E você não precisa se preocupar em ir ou pagar por uma academia.

“Existem muitas maneiras de se exercitar, e descobrir uma forma de fazer isso parte da rotina diária, para que se torne um hábito, é o mais importante de tudo”, acrescentou Freeman.

O objetivo é conseguir 30 minutos diários de atividade intensa que te deixe ofegante, mas você pode começar apenas caminhando ao redor do quarteirão, ele disse.

“Claro, você deve consultar seu médico primeiro para garantir que seja seguro”, acrescentou Freeman.

 

Fonte: CNN Brasil

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