segunda-feira, 26 de junho de 2023

TOC: como rituais diários podem se tornar um problema de saúde mental

Muitas pessoas têm apreço por manter suas coisas em ordem, sabendo exatamente a localização de cada item. Essa meticulosidade pode levantar questões sobre se elas sofrem de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). No entanto, a paixão pela organização não é necessariamente um indicativo de TOC, já que o diagnóstico desse distúrbio é mais complexo do que essa simples descrição.

A maioria de nós possui hábitos quase ritualísticos que realizamos diariamente, como verificar a presença do celular na bolsa ou se a porta de casa está devidamente trancada. Esses rituais, contudo, se tornam problemáticos quando começam a consumir uma quantidade significativa de tempo e interferem em áreas vitais da vida do indivíduo, como trabalho e vida social.

O TOC é um transtorno que afeta muitas pessoas, causando sofrimento e perda de tempo considerável. Esse distúrbio é caracterizado por duas categorias principais: obsessões e compulsões.

As obsessões são pensamentos e imagens persistentes, involuntárias e angustiantes, que podem envolver temas como higiene, medo de doenças, organização excessiva, medo de contaminação por germes, imagens obscenas e preocupações constantes. Para aliviar a ansiedade gerada por esses pensamentos obsessivos, o indivíduo pode desenvolver rituais, chamados de compulsões.

Você pode pensar que tem TOC simplesmente por gostar de manter a casa organizada. No entanto, o TOC é caracterizado quando a obsessão vai além do que é considerado normal, causando sofrimento significativo e interferindo na rotina da pessoa.

Pessoas com TOC tendem a ter uma personalidade perfeccionista e a sentir uma forte sensação de culpa. Elas geralmente são formais nas relações sociais, metódicas, controladoras e inseguras.

“É essencial entender que o TOC é uma doença mental séria que requer atenção e apoio adequados. A busca por ajuda profissional pode proporcionar alívio e melhorar a qualidade de vida daqueles que sofrem deste transtorno.” - Joselene Alvim, psicóloga.

 

Risco de demência na velhice pode ser ampliado por hipertensão

 

Um estudo recente, conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia e publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA), sugere que adultos que não mantêm controle adequado sobre a pressão arterial correm maior risco de desenvolver demência na velhice. A pesquisa indica que a doença pode causar atrofia cerebral de longo prazo e aumentar o risco de declínio cognitivo.

Os pesquisadores fizeram um estudo observacional com 427 voluntários, incluindo uma parcela significativa de indivíduos negros, grupo populacional frequentemente menos avaliado, mas altamente afetado por demências. As pressões arteriais dos participantes foram comparadas ao longo da vida com exames de imagem do cérebro feitos na velhice.

Os voluntários passaram por duas avaliações médicas, a primeira entre os 30 e 40 anos e a segunda por volta dos 70 anos, que incluíam ressonâncias magnéticas. A análise dos dados revelou que aqueles com pressão alta ou que desenvolveram hipertensão ao longo da vida apresentaram um volume cerebral menor na terceira idade.

•        Fatores de risco

A geriatra Thais Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que "fatores de risco cardiovascular, como hipertensão, colesterol alto ou tabagismo, também são fatores de risco para o desenvolvimento de demências no futuro".

Além disso, a hipertensão de longa duração pode danificar as artérias cerebrais, especialmente as de pequeno calibre, resultando em declínio cognitivo e aumentando o risco de AVC.

A demência vascular, um tipo específico de demência, ocorre devido à atrofia cerebral causada por microinfartos cerebrais. Esse processo leva à redução do tamanho do cérebro, o que pode ser agravado pela hipertensão de longo prazo.

O estudo reitera a necessidade crucial de gerenciar fatores de risco modificáveis, como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, obesidade, estresse e tabagismo, para prevenir o desenvolvimento de qualquer forma de demência.

 

Fonte: Correio Braziliense

 

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