sexta-feira, 2 de junho de 2023

Guardar segredos pode te deixar doente

O ato de guardar segredos significa não compartilhar com ninguém informações que devem ser ocultadas. Todo mundo já teve um segredo em algum momento da vida, mas nem todos conseguem compartilhá-lo com outras pessoas. 

Confiar em alguém para guardar uma informação confidencial é difícil. No entanto, a responsabilidade de manter as informações confidenciais de outras pessoas pode ser ainda mais desgastante. 

De fato, pesquisas já comprovaram que guardar segredos pode ser prejudicial ao bem-estar. Ao todo, o sigilo já foi associado ao aumento da ansiedadedepressão, sintomas de problemas de saúde e até mesmo a progressão mais rápida de doenças. Mas por que isso acontece? 

·         Por que guardar segredos faz mal? 

Uma pesquisa, realizada na Universidade Columbia nos EUA, evidenciou que o ato de guardar segredos não faz mal necessariamente pelo sigilo envolvido nesse ato, mas sim porque os indivíduos precisam viver com essas informações e pensar nelas. Às vezes, os problemas tornam-se maiores através da ruminação mental consequente do ato de manter informações secretas. 

Embora o conceito de sigilo possa evocar uma imagem de duas pessoas conversando, com uma pessoa escondendo algo da outra, muitas vezes essa dinâmica não ocorre. Ao guardar um segredo, é mais fácil ficar preso na própria mente. 

Similarmente, a possibilidade de deixar escapar uma informação confidencial em alguma interação social é algo cansativo e que pode induzir à ansiedade. 

·         Efeitos do sigilo na saúde

De acordo com uma pesquisa de 2015, guardar segredos pode causar uma série de resultados negativos que variam entre ansiedade e depressão até a menor satisfação com o relacionamento e má saúde física.

Por outro lado, o sigilo pode fazer com que o ser humano se sinta menos autêntico ou verdadeiro. Isso, por sua vez, resulta na deterioração da saúde mental, e até mesmo da autoestima humana.

“Nossos segredos podem nos machucar. Mas a parte difícil de tê-los não é que tenhamos que escondê-los; é que temos que conviver com eles em nossos pensamentos”, diz Michael Slepian, autor do novo livro “The Secret Life of Secrets“. 

Slepian passou 10 anos conduzindo centenas de estudos sobre guardar segredos, analisando o peso que esses atos possuem sobre a mente humana. Após entrevistar cerca de 50 mil pessoas, o especialista chegou à conclusão que quando as pessoas guardam segredos, elas podem sofrer danos físicos e emocionais.

Muitas pessoas se veem como indivíduos morais e bons. Porém, a desonestidade associada aos segredos mancha essa imagem.

“Quanto mais imoral você julgar seu segredo, mais ele evocará vergonha, uma punição particularmente dolorosa que as pessoas infligem a si mesmas. Os segredos podem fazer com que as pessoas se sintam isoladas e se isolem dos outros”, completou Slepian. 

·         Tipos de segredos

Existem três tipos de segredos: naturais, prometidos e confiados.

  • Segredo natural: um conhecimento oculto sobre outro que não pode ser divulgado porque sua divulgação pode causar dor, ofensa ou prejuízo ao dono do segredo. Vem da lei natural de honrar e guardar segredos de outras pessoas.
  • Segredo prometido: obrigação específica de uma promessa feita, após a aquisição do conhecimento, de não divulgá-lo. Geralmente, esse tipo de segredo é dado livremente para outra pessoa.
  • Segredo confiado: divulgado abertamente por outras pessoas através de uma relação de confiança. A vontade de guardá-lo pode vir de um acordo explícito ou implícito. 

Guardar todo tipo de informação e segredo pode resultar nos efeitos listados anteriormente.

 

Ø  Pensamentos podem causar dores no pescoço e nas costas, revela estudo

 

Quando você acredita em uma coisa, mas suas ações não se alinham com essa crença, você vivencia dissonância cognitiva. Essa tensão mental pode fazer com que você se sinta desconfortável ou ansioso.

Novas pesquisas agora sugerem que esse estresse psicológico também pode causar tensão física em seu corpo, principalmente no pescoço e na região lombar.

Um estudo realizado na Ohio State University fez com que os participantes realizassem tarefas de redução de precisão em um ambiente de laboratório. Inicialmente, os pesquisadores disseram aos participantes que eles estavam indo bem.

No entanto, quando o feedback mudou para indicar um desempenho ruim, os movimentos dos participantes resultaram em aumento da carga no pescoço e nas vértebras lombares.

A extensão dessa carga espinhal estava diretamente relacionada ao nível de dissonância cognitiva vivenciado pelos participantes.

Essa descoberta indica que a dissonância cognitiva pode ser um fator de risco não identificado anteriormente para dores no pescoço e na região lombar, impactando potencialmente as estratégias de prevenção de riscos no local de trabalho.

Estudos anteriores já haviam identificado que o estresse psicológico poderia influenciar a biomecânica da coluna.

No entanto, esta nova pesquisa adotou uma abordagem diferente, concentrando-se na dissonância cognitiva. O estudo envolveu 17 participantes que completaram três fases de um experimento.

Depois de fornecer feedback positivo inicialmente, os pesquisadores sugeriram progressivamente que os participantes estavam tendo um desempenho ruim.

Os escores de dissonância cognitiva dos participantes foram calculados com base nas mudanças na pressão sanguínea e na variabilidade da frequência cardíaca, juntamente com as respostas do questionário.

Quanto maior a pontuação de dissonância cognitiva, maior a carga espinhal durante o experimento.

Os resultados da pesquisa sugerem que a dissonância cognitiva pode ter implicações significativas para a segurança no local de trabalho.

Como Marras explicou: “Esse aumento da carga na coluna ocorreu em apenas uma condição com uma carga bastante leve – você pode imaginar como seria com tarefas mais complexas ou cargas mais altas”.

Mais pesquisas sobre dissonância cognitiva e seu impacto na tensão física podem levar a novas estratégias para prevenir lesões e distúrbios no local de trabalho.

Por enquanto, Marras está conduzindo um ensaio clínico multi-institucional para avaliar diferentes tratamentos para dor lombar.

As descobertas deste estudo mostram que a dissonância cognitiva é mais do que apenas um fenômeno psicológico. Pode ter efeitos físicos reais em nossa saúde.

Compreender a interação entre saúde mental e física pode ajudar a melhorar as estratégias de tratamento para vários distúrbios e melhorar o bem-estar geral.

Como diz Marras, “assim como todo o sistema deve estar certo para um carro funcionar corretamente, estamos aprendendo que é assim com a coluna vertebral”.

O estudo foi publicado na revista Ergonomics e divulgado pela Know Ridge.

 

Fonte: eCycle

 

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