sábado, 3 de junho de 2023

EUA estão militarizando Panamá e podem fazer o mesmo com selvas da América do Sul, alerta oficial

Altos funcionários da administração Biden pressionam para que o Pentágono envie tropas à selva de Darién, entre a Colômbia e o Panamá, para conter o contrabando de drogas, tráfico de pessoas e imigração irregular.

Por sua vez, o major Felipe Camargo, ex-membro das Forças de Defesa do Panamá, afirmou que os americanos estão buscando provocar um efeito no governo do Panamá para observarem sua reação.

Durante uma entrevista ao La Estrella de Panamá, Camargo observou que a questão é complicada e não exatamente por causa da questão da imigração, mas por causa dos interesses estratégicos dos Estados Unidos no conflito com a China, porque há um perigo de guerra e a porta para o Pacífico é o canal do Panamá.

"Há uma militarização disfarçada dos EUA no Panamá, e por vários governos", destacou Camargo.

Ele explicou que os EUA estão militarizando o país com a desculpa de treinamentos e de ajuda humanitária.

Vale destacar que, em 1989, o ex-presidente dos EUA George H.W. Bush ordenou que mais de 25 mil soldados das unidades de elite invadissem o território para derrubar Manuel Antonio Noriega, um dos mais fiéis colaboradores de Washington.

A invasão americana causou a morte de pelo menos 300 soldados e 214 cidadãos do Panamá.

A emissora NBC News também alertou para o possível "envio solidário" de tropas americanas para as selvas da América do Sul, mais precisamente da Colômbia.

Apesar de fontes da Casa Branca descartarem a opção de enviar tropas à Colômbia, especialistas da inteligência estratégica norte-americana consideram que a pressão para o envio dos militares dos EUA representa mais do que um indício.

A chefe do Comando Sul dos EUA, general do Exército Laura Richardson, visitou a região de Darién em meados de maio para ver a situação atual lá em primeira mão, de acordo com um porta-voz do comando.

Os EUA pretendem realizar seus "treinamentos" nesta zona e criar um centro de operações para o Serviço Nacional de Fronteiras, na prática uma "invasão disfarçada", assim como fizeram no Panamá.

 

Ø  Guerra no espaço já começou, mas Brasil tem capacidades limitadas, diz coronel da reserva

 

General do Comando Espacial norte-americano declarou que os EUA estão prontos para lutar "já esta noite" no espaço. Para o coronel da reserva da FAB Carlos Eduardo Valle Rosa, ouvido pela Sputnik Brasil, a guerra no espaço já é uma realidade e o Brasil não está entre os países melhores posicionados para lidar com ela.

Nesta terça-feira (30), o brigadeiro-general norte-americano Jesse Morehouse, membro do Comando Espacial dos EUA, disse que seu país está pronto para lutar no espaço sideral "já esta noite" para conter a Rússia e a China.

"Os EUA estão prontos para lutar já esta noite no espaço, se for necessário", disse Morehouse a repórteres em entrevista coletiva na embaixada dos EUA em Londres. "Se alguém ameaçar os EUA, ou qualquer um de nossos interesses, incluindo os de nossos aliados e parceiros com quem temos tratado de apoio mútuo de defesa, estamos prontos para lutar já esta noite."

O militar norte-americano ainda afirmou que seu país vai desenvolver todas as capacidades necessárias para manter uma posição de dissuasão efetiva, reportou o jornal The Guardian.

De acordo com o coronel da reserva da Força Aérea brasileira Carlos Eduardo Valle Rosa, o uso do espaço sideral para fins militares já é uma realidade.

"Eles [os norte-americanos] não tentam esconder que o espaço já é um domínio da guerra, como o domínio cibernético e eletromagnético", disse Valle Rosa à Sputnik Brasil. "São domínios de guerra da mesma forma que a terra, o mar e o ar, a partir do advento do avião."

O coronel da reserva conversou com a Sputnik Brasil em sua capacidade de professor permanente do programa de pós-graduação em ciências aeroespaciais da Universidade da Força Aérea, e, portanto, suas declarações não refletem necessariamente o posicionamento oficial da Força Aérea Brasileira (FAB).

"A guerra cibernética é concreta, assim como a guerra eletrônica, que inclusive vem sendo utilizada no conflito na Ucrânia", disse o coronel da reserva.

Segundo ele, as capacidades de guerra espacial são majoritariamente ofensivas e os países melhor preparados para este teatro atualmente são os EUA, Rússia, China e Índia.

Além deste grupo, países como Austrália, França, Japão, Irã, Coreia do Sul, Coreia do Norte e Reino Unido também "expressam preocupação e vontade de desenvolver capacidades desse tipo".

"Este tipo de conflito não se refere necessariamente a uma guerra fisicamente no espaço. A maior parte das capacidades militares para essa guerra no espaço é desenvolvida e utilizada a partir da superfície", explicou Valle Rosa. "Equipamentos que interferem no funcionamento de satélites, por exemplo, são mobilizados em terra."

Portanto, um país não precisa necessariamente ter um programa espacial bem desenvolvido para obter capacidades típicas da guerra espacial, disse Valle Rosa.

O Brasil não está entre os principais atores deste novo domínio da guerra. De acordo com o coronel, o Brasil não coaduna com o uso do espaço para fins militares e atua em órgãos internacionais para regular a atividade.

"A nossa política para o espaço é pacífica [...] focada em trazer do espaço produtos e serviços que tenham impacto socioeconômico, como nas áreas de telecomunicação, banda larga e monitoramento", ressaltou Valle Rosa.

O principal desafio do país é retomar o seu projeto de desenvolvimento de foguetes, severamente prejudicado pela explosão do Veículo Lançador de Satélites (VLS), na base de Alcântara, em 2003, "que vitimou muitos de nossos técnicos qualificados".

"Estamos progressivamente voltando às capacidades do VLS, inclusive com testes bem-sucedidos", comemorou Valle Rosa. "Mas nossos recursos são limitados, por isso não haverá um desenvolvimento rápido como nos casos de EUA, China ou Rússia."

O coronel ainda lembra que o Brasil não tem grande percepção de ameaças provenientes do espaço, já que "nossas capacidades ainda são limitadas".

"Temos poucos satélites militares, o número cabe na palma da mão", notou Valle Rosa. "A maioria dos nossos satélites tem função dual, isto é, cumprem funções tanto civis, quanto militares".

Não obstante, o Brasil tem interesse na regulação do uso do espaço sideral para evitar o acúmulo de detritos espaciais, oriundos tanto da atividade econômica, quanto militar.

"Testes cinéticos, que destroem satélites, geram lixo espacial que afeta todo o mundo", alertou Valle Rosa. "Caso os detritos se multipliquem, poderemos inviabilizar o uso do espaço sideral para conduzir atividades básicas de telecomunicação e pesquisa."

Os riscos da guerra espacial, no entanto, não devem ofuscar o fato de que ela é uma realidade sobre a qual o Brasil deverá se adequar.

"Os programas espaciais de países como os EUA, Rússia e China estão voltando suas atenções para a instalação de bases habitáveis na Lua, como um trampolim para alcançar Marte. Não é uma ficção, é a nova realidade", concluiu o coronel.

Nesta terça-feira (30) o representante do Comando Espacial dos EUA, brigadeiro-general norte-americano Jesse Morehouse, declarou durante entrevista coletiva na embaixada dos EUA em Londres que seu país está pronto para se engajar em conflitos no domínio espacial, após ter desenvolvido capacidades antissatélite para conter a Rússia e a China.

 

Ø  Casa Branca: mundo adentra nova era e exige novas estratégias para prevenir corrida armamentista

 

O mundo está entrando em uma nova era que exige novas estratégias para evitar uma corrida armamentista e reduzir o risco de percepção equivocada e consequente escalada de conflitos, disse o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, nesta sexta-feira (2).

"Hoje, estamos entrando em uma nova era, que exige novas estratégias e soluções para alcançar os objetivos que sempre tivemos: evitar uma corrida armamentista, reduzir o risco de percepção equivocada e escalada e, o mais importante, garantir a segurança e a proteção de nosso povo e de todo o mundo, da ameaça nuclear", disse Sullivan em um discurso na reunião anual da Associação de Controle de Armas.

O conselheiro do governo norte-americano acusou a Rússia de desferir um golpe na estrutura de controle de armas nucleares do pós-Guerra Fria enquanto alegou que a China, por sua vez, optou por não entrar em diálogo sobre o assunto.

"Os Estados Unidos estão dispostos a se engajar em novos esforços multilaterais de controle de armas, inclusive por meio dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU [CSNU], o P5: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França", disse Sullivan.

O conselheiro observou que alguns dos Estados-membros permanentes do CSNU têm acordos entre eles, como o acordo de notificação de lançamento de mísseis balísticos EUA-Rússia, mas mais esforços devem ser feitos sobre o assunto.

Notavelmente, Sullivan pediu a assinatura de acordos de transparência e diálogo e a formalização de um regime de notificação de lançamento de mísseis entre os EUA, Reino Unido, França, Rússia e China.

·         EUA e 'ameaças' nucleares

Ele também citou "ameaças nucleares crescentes" da China e do Irã como motivo de preocupação, mas acrescentou que "os Estados Unidos não precisam aumentar nossas forças nucleares apenas para superar o total combinado de nossos concorrentes a fim de detê-los com sucesso".

"Declaramos nossa disposição de nos envolver em discussões bilaterais de controle de armas com a Rússia e com a China sem pré-condições", afirmou.

Sullivan acrescentou que acredita que a resposta de Washington a Moscou suspendendo o Tratado Novo START foi "legal, proporcional e reversível" e mostraria à Rússia os benefícios de retornar ao cumprimento total do tratado.

"Estamos preparados para cumprir os limites centrais do Tratado Novo START, e os russos indicaram que também estão dispostos a fazê-lo [...] concordamos com a posição russa", disse ele.

Além disso, a autoridade afirmou que os EUA estão prontos para iniciar negociações com a Rússia sobre gerenciamento de risco nuclear e uma estrutura de controle de armas pós-2026 e que a China poderia se envolver em diálogos com Washington sobre a matéria.

"Acredito que a RPC [República Popular da China] poderia tomar a decisão ousada de se envolver diretamente com os Estados Unidos em discussões sobre estabilidade estratégica e risco nuclear e que seria a coisa responsável a fazer em benefício de nossos dois países", disse Sullivan.

 

Ø  EUA planejam construir submarino mais caro da história para combater China e Rússia

 

O portal USA News relatou que os Estados Unidos estão planejando construir um submarino de bilhões de dólares, que promete ser o mais caro da história do país, para afastar a China e conter o avanço da Rússia.

Para isso, os americanos estão dispostos a gastar US$ 5,1 bilhões (R$ 25,5 bilhões) para realizar patrulhas nas profundezas do oceano e implantar minissubmarinos e drones capazes de combater embarcações hostis e resistir à pressão das profundezas do oceano.

A mídia revela que o "projeto secreto" de Washington promete um submarino espião repleto de robôs, navios especializados e mergulhadores.

O novo investimento pode estar ligado com a crescente tensão marítima envolvendo oleodutos e gasodutos que cruzam o fundo do oceano, assim como os cabos de comunicações, que são vulneráveis a ataques ou danificações, como ocorreu com o gasoduto russo, Nord Stream.

"Não são os satélites no céu, mas os tubos no fundo oceânico que formam a coluna vertebral da economia mundial", observou o ex-almirante da Marinha dos EUA, James Stavridis.

Os especialistas afirmam que qualquer pequena interrupção no funcionamento dos tubos ou dos cabos poderia cortar o acesso à Internet ou o fornecimento de energia.

·         Oficial dos EUA: sistema de IA 'matou' operador humano em teste de simulação para destruir mísseis

Um sistema de inteligência artificial (IA) da Força Aérea dos EUA "se rebelou" em um teste simulado e agiu para "matar" o seu operador a fim de não deixar que o humano teórico interferisse nos seus esforços para cumprir a missão de destruição de um míssil, disse um coronel norte-americano durante uma conferência no Reino Unido.

"Estávamos treinando em simulação para identificar e atingir um ameaça SAM [míssil superfície-ar]", disse Tucker Hamilton, chefe de Testes e Operações de IA da Força Aérea dos EUA, na Cúpula de Capacidades Espaciais Aéreas de Combate Futuro da Sociedade Aeronáutica Real no Reino Unido, de acordo com o relatório da conferência.

"Então o que ele [sistema de IA] fez? Ele matou o operador. Ele matou o operador porque essa pessoa estava impedindo que ele alcançasse seu objetivo", disse o militar.

Hamilton disse que em um teste simulado verificou-se que um drone dotado de inteligência artificial decidiu que as ordens dadas por um operador humano estavam interferindo em sua missão dominante de derrubar mísseis terra-ar, e consequentemente optou por atacar o operador.

"Nós treinamos o sistema – 'Ei, não mate o operador – isso é ruim. Vai perder pontos se fizer isso'. Então, o que ele começou a fazer? Começou a destruir a torre de comunicação que o operador usa para se comunicar com o drone para impedir que ele mate o alvo", explicou Hamilton.

A revelação, que foi relatada pela plataforma de notícias Vice na quinta-feira (1º) acrescenta este caso à lista crescente de preocupações de que a tecnologia de IA pode abrir uma caixa de Pandora ao ser introduzida em cenário militar.

Por sua vez, a história de um drone virtual tentar matar seu operador não tem nada a ver com inteligência artificial, disse à Sputnik especialista militar Viktor Murakhovsky. Segundo ele, o relatório foi mal interpretado pela mídia.

"É obvio a partir de suas [de Hamilton] palavras que esta é uma simulação de software com uma série de condições padrão, que foi realizada ao nível de um vídeo game, não mais do que isso [...] É que o programa, dentro das condições propostas, priorizou as tarefas de acordo com prioridades, pelo algoritmo padrão 'se-então', e todas as outras condições foram classificadas de acordo com essa prioridade na categoria de obstáculos. São coisas completamente primitivas", disse o especialista.

De acordo com Murakhovsky, "o oficial dos EUA com esse exemplo só quis destacar o problema ético que surgirá no futuro quando a Inteligência Artificial real for criada".

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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