EUA
estão militarizando Panamá e podem fazer o mesmo com selvas da América do Sul,
alerta oficial
Altos funcionários da administração Biden pressionam
para que o Pentágono envie tropas à selva de Darién, entre a Colômbia e o
Panamá, para conter o contrabando de drogas, tráfico de pessoas e imigração
irregular.
Por sua vez, o major Felipe Camargo, ex-membro das
Forças de Defesa do Panamá, afirmou que os americanos estão buscando provocar
um efeito no governo do Panamá para observarem sua reação.
Durante uma entrevista ao La Estrella de Panamá,
Camargo observou que a questão é complicada e não exatamente por causa da
questão da imigração, mas por causa dos interesses estratégicos dos Estados
Unidos no conflito com a China, porque há um perigo de guerra e a porta para o
Pacífico é o canal do Panamá.
"Há uma militarização disfarçada dos EUA no
Panamá, e por vários governos", destacou Camargo.
Ele explicou que os EUA estão militarizando o país
com a desculpa de treinamentos e de ajuda humanitária.
Vale destacar que, em 1989, o ex-presidente dos EUA
George H.W. Bush ordenou que mais de 25 mil soldados das unidades de elite
invadissem o território para derrubar Manuel Antonio Noriega, um dos mais fiéis
colaboradores de Washington.
A invasão americana causou a morte de pelo menos 300
soldados e 214 cidadãos do Panamá.
A emissora NBC News também alertou para o possível
"envio solidário" de tropas americanas para as selvas da América do
Sul, mais precisamente da Colômbia.
Apesar de fontes da Casa Branca descartarem a opção
de enviar tropas à Colômbia, especialistas da inteligência estratégica
norte-americana consideram que a pressão para o envio dos militares dos EUA
representa mais do que um indício.
A chefe do Comando Sul dos EUA, general do Exército
Laura Richardson, visitou a região de Darién em meados de maio para ver a
situação atual lá em primeira mão, de acordo com um porta-voz do comando.
Os EUA pretendem realizar seus
"treinamentos" nesta zona e criar um centro de operações para o
Serviço Nacional de Fronteiras, na prática uma "invasão disfarçada",
assim como fizeram no Panamá.
Ø Guerra no espaço já começou, mas Brasil tem capacidades limitadas, diz
coronel da reserva
General do Comando Espacial norte-americano declarou
que os EUA estão prontos para lutar "já esta noite" no espaço. Para o
coronel da reserva da FAB Carlos Eduardo Valle Rosa, ouvido pela Sputnik Brasil,
a guerra no espaço já é uma realidade e o Brasil não está entre os países
melhores posicionados para lidar com ela.
Nesta terça-feira (30), o brigadeiro-general
norte-americano Jesse Morehouse, membro do Comando Espacial dos EUA, disse que
seu país está pronto para lutar no espaço sideral "já esta noite"
para conter a Rússia e a China.
"Os EUA estão prontos para lutar já esta noite
no espaço, se for necessário", disse Morehouse a repórteres em entrevista
coletiva na embaixada dos EUA em Londres. "Se alguém ameaçar os EUA, ou
qualquer um de nossos interesses, incluindo os de nossos aliados e parceiros
com quem temos tratado de apoio mútuo de defesa, estamos prontos para lutar já
esta noite."
O militar norte-americano ainda afirmou que seu país
vai desenvolver todas as capacidades necessárias para manter uma posição de
dissuasão efetiva, reportou o jornal The Guardian.
De acordo com o coronel da reserva da Força Aérea
brasileira Carlos Eduardo Valle Rosa, o uso do espaço sideral para fins
militares já é uma realidade.
"Eles [os norte-americanos] não tentam esconder
que o espaço já é um domínio da guerra, como o domínio cibernético e
eletromagnético", disse Valle Rosa à Sputnik Brasil. "São domínios de
guerra da mesma forma que a terra, o mar e o ar, a partir do advento do
avião."
O coronel da reserva conversou com a Sputnik Brasil
em sua capacidade de professor permanente do programa de pós-graduação em
ciências aeroespaciais da Universidade da Força Aérea, e, portanto, suas
declarações não refletem necessariamente o posicionamento oficial da Força
Aérea Brasileira (FAB).
"A guerra cibernética é concreta, assim como a
guerra eletrônica, que inclusive vem sendo utilizada no conflito na
Ucrânia", disse o coronel da reserva.
Segundo ele, as capacidades de guerra espacial são
majoritariamente ofensivas e os países melhor preparados para este teatro
atualmente são os EUA, Rússia, China e Índia.
Além deste grupo, países como Austrália, França,
Japão, Irã, Coreia do Sul, Coreia do Norte e Reino Unido também "expressam
preocupação e vontade de desenvolver capacidades desse tipo".
"Este tipo de conflito não se refere
necessariamente a uma guerra fisicamente no espaço. A maior parte das
capacidades militares para essa guerra no espaço é desenvolvida e utilizada a
partir da superfície", explicou Valle Rosa. "Equipamentos que
interferem no funcionamento de satélites, por exemplo, são mobilizados em
terra."
Portanto, um país não precisa necessariamente ter um
programa espacial bem desenvolvido para obter capacidades típicas da guerra
espacial, disse Valle Rosa.
O Brasil não está entre os principais atores deste
novo domínio da guerra. De acordo com o coronel, o Brasil não coaduna com o uso
do espaço para fins militares e atua em órgãos internacionais para regular a
atividade.
"A nossa política para o espaço é pacífica
[...] focada em trazer do espaço produtos e serviços que tenham impacto
socioeconômico, como nas áreas de telecomunicação, banda larga e
monitoramento", ressaltou Valle Rosa.
O principal desafio do país é retomar o seu projeto
de desenvolvimento de foguetes, severamente prejudicado pela explosão do
Veículo Lançador de Satélites (VLS), na base de Alcântara, em 2003, "que
vitimou muitos de nossos técnicos qualificados".
"Estamos progressivamente voltando às capacidades
do VLS, inclusive com testes bem-sucedidos", comemorou Valle Rosa.
"Mas nossos recursos são limitados, por isso não haverá um desenvolvimento
rápido como nos casos de EUA, China ou Rússia."
O coronel ainda lembra que o Brasil não tem grande
percepção de ameaças provenientes do espaço, já que "nossas capacidades
ainda são limitadas".
"Temos poucos satélites militares, o número
cabe na palma da mão", notou Valle Rosa. "A maioria dos nossos
satélites tem função dual, isto é, cumprem funções tanto civis, quanto
militares".
Não obstante, o Brasil tem interesse na regulação do
uso do espaço sideral para evitar o acúmulo de detritos espaciais, oriundos
tanto da atividade econômica, quanto militar.
"Testes cinéticos, que destroem satélites,
geram lixo espacial que afeta todo o mundo", alertou Valle Rosa.
"Caso os detritos se multipliquem, poderemos inviabilizar o uso do espaço
sideral para conduzir atividades básicas de telecomunicação e pesquisa."
Os riscos da guerra espacial, no entanto, não devem
ofuscar o fato de que ela é uma realidade sobre a qual o Brasil deverá se
adequar.
"Os programas espaciais de países como os EUA,
Rússia e China estão voltando suas atenções para a instalação de bases
habitáveis na Lua, como um trampolim para alcançar Marte. Não é uma ficção, é a
nova realidade", concluiu o coronel.
Nesta terça-feira (30) o representante do Comando
Espacial dos EUA, brigadeiro-general norte-americano Jesse Morehouse, declarou
durante entrevista coletiva na embaixada dos EUA em Londres que seu país está
pronto para se engajar em conflitos no domínio espacial, após ter desenvolvido
capacidades antissatélite para conter a Rússia e a China.
Ø Casa Branca: mundo adentra nova era e exige novas estratégias para
prevenir corrida armamentista
O mundo está entrando em uma nova era que exige
novas estratégias para evitar uma corrida armamentista e reduzir o risco de
percepção equivocada e consequente escalada de conflitos, disse o conselheiro
de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, nesta sexta-feira (2).
"Hoje, estamos entrando em uma nova era, que
exige novas estratégias e soluções para alcançar os objetivos que sempre
tivemos: evitar uma corrida armamentista, reduzir o risco de percepção
equivocada e escalada e, o mais importante, garantir a segurança e a proteção
de nosso povo e de todo o mundo, da ameaça nuclear", disse Sullivan em um
discurso na reunião anual da Associação de Controle de Armas.
O conselheiro do governo norte-americano acusou a
Rússia de desferir um golpe na estrutura de controle de armas nucleares do
pós-Guerra Fria enquanto alegou que a China, por sua vez, optou por não entrar
em diálogo sobre o assunto.
"Os Estados Unidos estão dispostos a se engajar
em novos esforços multilaterais de controle de armas, inclusive por meio dos
cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU [CSNU], o P5: Estados
Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França", disse Sullivan.
O conselheiro observou que alguns dos
Estados-membros permanentes do CSNU têm acordos entre eles, como o acordo de
notificação de lançamento de mísseis balísticos EUA-Rússia, mas mais esforços
devem ser feitos sobre o assunto.
Notavelmente, Sullivan pediu a assinatura de acordos
de transparência e diálogo e a formalização de um regime de notificação de
lançamento de mísseis entre os EUA, Reino Unido, França, Rússia e China.
·
EUA e 'ameaças' nucleares
Ele também citou "ameaças nucleares
crescentes" da China e do Irã como motivo de preocupação, mas acrescentou
que "os Estados Unidos não precisam aumentar nossas forças nucleares apenas
para superar o total combinado de nossos concorrentes a fim de detê-los com
sucesso".
"Declaramos nossa disposição de nos envolver em
discussões bilaterais de controle de armas com a Rússia e com a China sem
pré-condições", afirmou.
Sullivan acrescentou que acredita que a resposta de
Washington a Moscou suspendendo o Tratado Novo START foi "legal,
proporcional e reversível" e mostraria à Rússia os benefícios de retornar
ao cumprimento total do tratado.
"Estamos preparados para cumprir os limites
centrais do Tratado Novo START, e os russos indicaram que também estão
dispostos a fazê-lo [...] concordamos com a posição russa", disse ele.
Além disso, a autoridade afirmou que os EUA estão
prontos para iniciar negociações com a Rússia sobre gerenciamento de risco
nuclear e uma estrutura de controle de armas pós-2026 e que a China poderia se
envolver em diálogos com Washington sobre a matéria.
"Acredito que a RPC [República Popular da
China] poderia tomar a decisão ousada de se envolver diretamente com os Estados
Unidos em discussões sobre estabilidade estratégica e risco nuclear e que seria
a coisa responsável a fazer em benefício de nossos dois países", disse
Sullivan.
Ø EUA planejam construir submarino mais caro da história para combater
China e Rússia
O portal USA News relatou que os Estados Unidos
estão planejando construir um submarino de bilhões de dólares, que promete ser
o mais caro da história do país, para afastar a China e conter o avanço da
Rússia.
Para isso, os americanos estão dispostos a gastar
US$ 5,1 bilhões (R$ 25,5 bilhões) para realizar patrulhas nas profundezas do
oceano e implantar minissubmarinos e drones capazes de combater embarcações
hostis e resistir à pressão das profundezas do oceano.
A mídia revela que o "projeto secreto" de
Washington promete um submarino espião repleto de robôs, navios especializados
e mergulhadores.
O novo investimento pode estar ligado com a
crescente tensão marítima envolvendo oleodutos e gasodutos que cruzam o fundo
do oceano, assim como os cabos de comunicações, que são vulneráveis a ataques
ou danificações, como ocorreu com o gasoduto russo, Nord Stream.
"Não são os satélites no céu, mas os tubos no
fundo oceânico que formam a coluna vertebral da economia mundial",
observou o ex-almirante da Marinha dos EUA, James Stavridis.
Os especialistas afirmam que qualquer pequena
interrupção no funcionamento dos tubos ou dos cabos poderia cortar o acesso à
Internet ou o fornecimento de energia.
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Oficial dos EUA: sistema de IA 'matou' operador
humano em teste de simulação para destruir mísseis
Um sistema de inteligência artificial (IA) da Força
Aérea dos EUA "se rebelou" em um teste simulado e agiu para
"matar" o seu operador a fim de não deixar que o humano teórico
interferisse nos seus esforços para cumprir a missão de destruição de um
míssil, disse um coronel norte-americano durante uma conferência no Reino
Unido.
"Estávamos treinando em simulação para
identificar e atingir um ameaça SAM [míssil superfície-ar]", disse Tucker
Hamilton, chefe de Testes e Operações de IA da Força Aérea dos EUA, na Cúpula
de Capacidades Espaciais Aéreas de Combate Futuro da Sociedade Aeronáutica Real
no Reino Unido, de acordo com o relatório da conferência.
"Então o que ele [sistema de IA] fez? Ele matou
o operador. Ele matou o operador porque essa pessoa estava impedindo que ele
alcançasse seu objetivo", disse o militar.
Hamilton disse que em um teste simulado verificou-se
que um drone dotado de inteligência artificial decidiu que as ordens dadas por
um operador humano estavam interferindo em sua missão dominante de derrubar
mísseis terra-ar, e consequentemente optou por atacar o operador.
"Nós treinamos o sistema – 'Ei, não mate o
operador – isso é ruim. Vai perder pontos se fizer isso'. Então, o que ele
começou a fazer? Começou a destruir a torre de comunicação que o operador usa
para se comunicar com o drone para impedir que ele mate o alvo", explicou
Hamilton.
A revelação, que foi relatada pela plataforma de
notícias Vice na quinta-feira (1º) acrescenta este caso à lista crescente de
preocupações de que a tecnologia de IA pode abrir uma caixa de Pandora ao ser
introduzida em cenário militar.
Por sua vez, a história de um drone virtual tentar
matar seu operador não tem nada a ver com inteligência artificial, disse à
Sputnik especialista militar Viktor Murakhovsky. Segundo ele, o relatório foi
mal interpretado pela mídia.
"É obvio a partir de suas [de Hamilton]
palavras que esta é uma simulação de software com uma série de condições
padrão, que foi realizada ao nível de um vídeo game, não mais do que isso [...]
É que o programa, dentro das condições propostas, priorizou as tarefas de
acordo com prioridades, pelo algoritmo padrão 'se-então', e todas as outras
condições foram classificadas de acordo com essa prioridade na categoria de
obstáculos. São coisas completamente primitivas", disse o especialista.
De acordo com Murakhovsky, "o oficial dos EUA
com esse exemplo só quis destacar o problema ético que surgirá no futuro quando
a Inteligência Artificial real for criada".
Fonte: Sputnik Brasil

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