'Cargos
no exterior, altos salários': saiba por que militares brasileiros querem
alinhamento com EUA
Disputa sobre presença de militares chineses em
seminário do Exército expõe desejo da força de manter alinhamento automático
com os EUA. Para especialista ouvida pela Sputnik Brasil, militares brasileiros
preferem manter cargos e salários em Washington do que diversificar parcerias
na área de defesa.
Nesta semana foi concluído o 1º Seminário
Internacional de Doutrina Militar Terrestre do Exército Brasileiro, organizado
pelo Comando de Operações Terrestres, palco de mais um embate entre o governo
Lula e a classe militar.
O Exército optou inicialmente por não convidar
militares chineses para o evento, apesar das mudanças na política externa
brasileira, que preveem a retomada de cooperação em defesa com Pequim. Na lista
de convidados figuravam somente países como EUA, Reino Unido, Alemanha, França,
Espanha, Japão, África do Sul, Angola, Chile e Argentina.
A ausência de convite para a China foi mal recebida
pelo governo, Itamaraty e comunidade acadêmica, que pressionaram para que o
ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, adequasse a lista de convidados às
diretrizes da política externa e convidasse militares chineses para o
seminário.
Como resultado, no dia 30 de maio, 20 militares
chineses, em sua maioria oficiais-generais, desembarcaram em Brasília para
participar do evento. Os convidados chineses também foram recebidos pelo
Quartel-General do Exército e pela Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de
Janeiro.
De acordo com professora do curso de Defesa e Gestão
Estratégica Internacional da UFRJ Adriana Marques, as Forças Armadas devem
alinhar suas diretrizes de segurança à política externa do governo e
diversificar parcerias na área de defesa.
"A diplomacia brasileira é racional ao querer
manter os laços já existentes com os EUA, mas também tentar fortalecer laços
com a China", disse Marques à Sputnik Brasil. "Isso mostra que o
Brasil não tem mais um alinhamento automático com os EUA no campo de segurança,
como aconteceu no governo anterior."
A decisão brasileira de convidar militares chineses
levou a embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Baglei, a solicitar
uma reunião com o ministro Múcio para debater as relações na área de defesa.
Pouco depois, os EUA enviaram a Brasília uma
delegação liderada pela general Laura Richardson, chefe do Comando Sul das
Forças Armadas dos EUA, para reuniões com os comandantes da Marinha, almirante
Marcos Olsen, do Exército, general Tomás Paiva, da Aeronáutica, brigadeiro
Marcelo Damasceno, e com o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas,
almirante Renato Rodrigues de Aguiar Freire, conforme reportou o Estado de São
Paulo.
A professora do curso de Defesa e Gestão Estratégica
Internacional da UFRJ Adriana Marques reconhece a importância da parceria
brasileira com os EUA na área de defesa, cujos laços históricos remontam à
Segunda Guerra Mundial.
"Os militares brasileiros se espelham nos seus
colegas norte-americanos e querem ter tudo o que eles têm. Só não querem se
subordinar às diretrizes do governo, como os norte-americanos fazem",
ressaltou Marques.
·
Diversificar parceiros
De acordo com a especialista, a cooperação militar
com a China foi iniciada ainda no governo do general João Figueiredo, mas
reduzida drasticamente desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"A China teria muito a oferecer ao Brasil,
principalmente no que diz respeito à transferência de tecnologia dos
equipamentos militares que compramos. A China é mais disposta a transferir
tecnologia do que os EUA", notou Marques. "Mas isso dependerá muito
de como as relações bilaterais com Pequim serão reconstruídas."
Os projetos de cooperação com países da América do
Sul também sofreram retrocesso, o que pode retardar o potencial para o
desenvolvimento de tecnologias regionais próprias.
"Após a deposição de Dilma, os militares
passaram a defender que o Brasil deveria priorizar a cooperação militar com
países do chamado 'Arco do Conhecimento', isto é, EUA e europeus", relatou
Marques. "A justificativa era a de que a cooperação com a América do Sul
era improdutiva e destituída de ganhos tecnológicos."
O verdadeiro interesse das Forças Armadas, no
entanto, é de manter as benesses que a cooperação com os EUA garante para a
corporação.
"Para os militares essa cooperação é boa, já
que cria cargos no exterior e fornece ótimos salários", apontou Marques.
"Os militares parecem preferir um cargo em Washington do que precisar ir
morar na Bolívia ou no Equador."
Caso de destaque é o do escritório das Forças
Armadas em Washington, que realizou gastos de mais de R$ 20 bilhões entre 2018
e 2022. O escritório sedia a Comissão Naval Brasileira em Washington (CNBW), a
Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW) e a Comissão Aeronáutica
Brasileira em Washington (CABW) e atualmente é objeto de auditoria do Tribunal
de Contas da União.
"Infelizmente, essa geração de militares pensa
de maneira corporativista: se a cooperação com os EUA trará mais cargos fora do
Brasil e fornecer equipamentos de última geração, sem que eles precisem queimar
neurônios para desenvolver o seu próprio, ela será priorizada [...] A visão de
desenvolvimento tecnológico e científico nacional se perdeu", lamentou a
especialista.
Entre os dias 30 de maio e 1º de junho, o Comando de
Operações Terrestres do Exército Brasileiro realizou o 1º Seminário
Internacional de Doutrina Militar Terrestre, em Brasília. Após o governo
federal pressionar para a inclusão da China entre os países convidados,
representantes de cerca de 35 nações participaram do evento.
Ø Posição neutra do Brasil deve ser respeitada: deputado do PT critica
seminário militar
O 1.º Seminário Internacional de Doutrina Militar Terrestre do Exército Brasileiro ocorreu nesta semana, de 30 de maio a 1º de
junho. Organizado pelo Comando de Operações Terrestres (COTER), o evento
buscou, segundo seus idealizadores, estudar "conceitos e linhas de
esforços" para superar possíveis ameaças contemporâneas.
Entre os países convidados, na lista original, eram
34. Desses estavam representantes dos Estados Unidos, Argentina, México,
Colômbia, África do Sul, Nigéria, Emirados Árabes, Israel, entre outros.
No entanto, representantes da China, por exemplo,
não estavam inseridos. Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo relatou que alas petistas e o Itamaraty estranharam a falta do país
asiático na lista, além de defenderem que o seminário explicitava o
"comprometimento político dos convidados nas operações de multidomínio do
exército dos Estados Unidos".
Após a repercussão, e a pedido do ministro da
Defesa, José Múcio, o Exército incluiu representantes de Pequim entre os convidados do seminário.
Opera Mundi conversou com o deputado Carlos
Zarattini (PT-SP), que já havia manifestado seu posicionamento, durante a
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, acerca dessa
possível disputa com os militares em relação à política externa do país.
Para Zarattini, não é real que haja uma pressão para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enquadre os
militares, mas há um estranhamento de que o Ministério da
Defesa organize encontros para "discutir temas militares num desenho onde
o Brasil só conversa com um lado".
"Se a gente tem uma posição de neutralidade,
nós deveríamos conversar com todos os lados, com a China, Rússia, com
todos", disse.
Segundo o deputado, é importante que o Brasil
mantenha trocas de informações militares. Porém, destaca a importância que a
relação do Brasil com "todos os países seja preservada”. “Talvez o Brasil
devesse elaborar essas conferências de uma outra forma. Eu não sei nem se é
conveniente fazer um encontro desse no momento atual", afirmou Zarattini.
<<< Leia a entrevista:
·
Deputado, está sendo veiculado que existe uma pressão
de petistas e do Itamaraty para que o presidente Lula enquadre alas militares
no que tange à política externa do país. Essa disputa é verdadeira?
Carlos
Zarattini: uma pressão que não é verdade, não ocorre. O que
ocorre é que alguns deputados, eu inclusive, estranhamos muito que o Ministério
da Defesa, particularmente o Exército, organizem encontros, conferências, para
discutir temas militares, num desenho onde o Brasil só conversa com o lado,
vamos dizer da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e não dialoga
com o outro lado. Porque se a gente tem uma posição de neutralidade, nós
deveríamos conversar com todos os lados, com a China, Rússia, com todos.
·
Na sua avaliação, quais os perigos da falta de uma
estratégia nacional de defesa ancorada na neutralidade, como vem defendendo o
governo?
A Otan, por exemplo, tem trabalhado muito para armar
a Ucrânia e não está fazendo nenhum movimento em direção à paz, está fazendo um
movimento de reforçar os armamentos da Ucrânia para enfrentar a Rússia. Então,
e o próprio papo do Volodymyr Zelensky é só esse, de ter apoio militar.
Se é para o Brasil e o Ministério da Defesa ouvir as
opiniões sobre a conjuntura militar mundial, não pode ficar restrito a uma
visão. Então, nós temos que articular a nossa proposta de relações exteriores,
o nosso posicionamento de neutralidade, de negociação pela paz, nesse âmbito
militar também.
·
O 1.º Seminário Internacional de Doutrina Militar
Terrestre do Exército Brasileiro ameaçou a neutralidade brasileira em relação à
guerra na Ucrânia, por conta de quem foi convidado?
Não ameaça a neutralidade brasileira porque a
posição do Brasil é definida pelo presidente da República. Então, de forma
alguma não existe uma ameaça à posição de neutralidade, mas é estranho por
conta dessa posição. Talvez o Brasil devesse elaborar essas conferências de uma
outra forma. Eu não sei nem se é conveniente fazer um encontro desse no momento
atual.
·
Então, na sua opinião, não havia necessidade desse
seminário?
Eu acho que é extemporâneo. É importante que a
relação do Brasil com todos os países tenha que ser preservada, inclusive
trocando informações militares. Mas é necessário que isso se dê num contexto
mais amplo. Então, acredito que nesse momento aqui, dessa forma, não foi
conveniente.
·
A lista original de convidados para o seminário não
incluiu a China. A pedido do ministro da Defesa, José Múcio, o Exército chamou
representantes chineses para o evento. Esse convite pode ter sido por alguma
pressão do Itamaraty e também dos petistas?
Não vamos dizer por pressão do Itamaraty, não sei,
não sei o que o Itamaraty fez, mas acho que foi muito positivo eles terem
convidado, não sabia, não tinha essa informação.
·
A Ucrânia solicitou ao Ministério da Defesa do Brasil a
compra de veículos blindados Guarani em versão ambulância. Uma matéria do
jornal O Estado de S. Paulo diz que o governo brasileiro não teve
conhecimento desse pedido. É preocupante que a pasta não tenha informado ao
governo brasileiro em relação a essa solicitação ucraniana?
Bom, o Ministério da Defesa é parte do governo. E o
que precisa ter é uma informação interna melhorada. Esse tipo de coisa tem que
ser bem clara. Esse tipo de venda, ela incide nas relações diplomáticas. Tem
que haver dentro do governo um canal de decisão que seja compartilhado.
Entre vários órgãos, como os Ministérios da Relação Exterior, Defesa,
Casa Civil.
·
O presidente Lula tem defendido o diálogo entre as
partes para o fim do conflito. O senhor também compartilha desse
posicionamento? Esse é o caminho que o Brasil deve tomar?
Isso. O presidente está postulando que haja um
cessar-fogo e a partir desse cessar-fogo sentem as partes numa mesa para
negociar uma solução. Eu acho que é o caminho correto.
Ø Gastos militares dos EUA poderiam cair abaixo de 3% do PIB pela 1ª vez em
um quarto de século
O acordo do teto da dívida do país norte-americano
deve reduzir os gastos militares reais, segundo um artigo de opinião publicado
na mídia norte-americana.
Vários senadores alertaram que o acordo do teto da
dívida dos EUA leva a cortes nos gastos militares, escreveu na sexta-feira (2)
o jornal norte-americano The Wall Street Journal (WSJ).
Os republicanos conseguiram reduzir gastos
domésticos, como pretendiam, mas o preço político foi concordar com o pedido de
orçamento de defesa do presidente Joe Biden de US$ 886 bilhões (R$ 4,39
trilhões) para 2024 e US$ 895 bilhões (R$ 4,43 bilhões) em 2025. Ajustando ao
atual nível da inflação, o acordo significa uma queda real dos gastos
militares, com eles podendo cair para menos de 3% da economia "pela
primeira vez desde o auge do dividendo da paz pós-Guerra Fria no final da
década de 1990", diz o WSJ.
Assim, o orçamento de Biden reduz a Marinha dos EUA
para 286 navios até 2025, enquanto a da China aumenta para uma frota de 400
navios necessária para controlar Taiwan, nota o artigo de opinião do jornal.
Segundo o senador Tom Cotton, a diferença entre o
compromisso atingido e "o crescimento anual real de 5% de que o Pentágono
precisa" equivale a cinco porta-aviões da classe Gerald Ford ou 90.000
mísseis Stinger. Ele acusa os legisladores democratas de excessiva preocupação
com os gastos no bem-estar social, o que, segundo o veículo de imprensa,
poderia retornar os EUA aos tempos do conflito orçamentário de 2011, que
"devastou a prontidão militar".
Uma das críticas é que o Pentágono poderia gastar
melhor o seu dinheiro, com propostas como a reforma do serviço civil, do
sistema de saúde militar e o corte de serviços como mercearias do Departamento
de Defesa ou aluguéis de canoas subsidiados nas bases militares. No entanto, sem
passos mais controversos como a redução de tempo de manutenção ou de voo, seria
impossível ultrapassar o fato de o país norte-americano possuir uma frota naval
que é cerca de metade da dos tempos da Guerra Fria.
"A pior parte do acordo da dívida pode ser a
mensagem que ele envia aos investidores. Os norte-americanos aprenderam
recentemente que uma base industrial de defesa frágil não está preparada para
aumentar o número de armas para contingências como a guerra na Ucrânia. As
empresas não investirão, por exemplo, na expansão de estaleiros quando
Washington anunciar que os gastos com defesa estão caindo", argumenta a
coluna.
O artigo acrescenta que apesar das garantias no
sentido contrário do presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, "a
verdade" é que o país "está entrando em um período perigoso, com um
Exército vulnerável".
·
Joe Biden destruirá a OTAN apaziguando a Turquia por
causa da Suécia?
A política do governo do presidente dos EUA, Joe
Biden, na direção turca é extremamente perigosa – na verdade, ele é suscetível
a chantagem pelo líder turco Recep Tayyip Erdogan, escreve o observador da
19FortyFive Michael Rubin.
De acordo com Rubin, tal curso poderia eventualmente
levar a um conflito armado entre a Turquia e a Grécia, o que comprometeria a
existência da Aliança Atlântica.
Quando Recep Erdogan anunciou a sua vitória nas
eleições presidenciais turcas, o secretário de Estado dos EUA Antony Blinken
"não perdeu tempo": o chefe da diplomacia americana, que estava
naquele momento na cidade sueca de Lulea, apelou a Ancara para finalmente
concluir o processo de adesão da Suécia à OTAN, escreve Michael Rubin.
Como lembra autor do artigo, Erdogan, irritado com o
comportamento de Estocolmo, que não só tolera a "atividade política"
dos curdos, mas também aceita jornalistas que deixaram a Turquia, anteriormente
usou o veto turco e bloqueou a entrada dos suecos na aliança, exigindo que o
país cumpra uma série de requisitos não relacionados à OTAN.
Embora Blinken não tenha ligado publicamente a
questão da adesão da Suécia à aliança com as entregas de F-16 que o governo
turco há muito exige de Washington, os apoiadores da "troca" para
aprovação da entrada de Estocolmo propuseram isso anteriormente ao presidente
dos EUA Biden, bem como vários funcionários do Departamento de Estado já
conversaram com membros do Congresso americano, cujo consentimento será
necessário para a aprovação dos suprimentos, observa Rubin.
Enquanto isso, embora a administração Biden possa
acreditar que a adesão da Suécia é de interesse primordial para a OTAN, o
impulso da Casa Branca para continuar a negociar com a Turquia sobre a Suécia é
um grande erro.
Mesmo que Washington consiga trocar os F-16 e os
componentes para a sua modernização pela abolição do veto por Erdogan, seria
uma vitória de Pirro.
De acordo com Rubin, a Rússia pode ser uma ameaça à
aliança, mas a adesão da Suécia à OTAN no contexto dessa ameaça é irrelevante,
especialmente se a aliança e Estocolmo concordarem em agir juntas.
A perspectiva de uma guerra entre a Turquia e a
Grécia é um perigo muito maior para a OTAN, porque, como salientaram alguns
analistas, um conflito desse tipo, se se incendiar, ameaçará a própria
existência da aliança.
Sucumbir à "chantagem" de Erdogan é ruim,
porque tal curso não só encorajará o líder turco a repetir tais táticas, como
também encorajará outros países da OTAN a negociar várias concessões em troca
da futura admissão de novos membros à aliança, argumenta Rubin.
Enquanto isso, líder turco tem reivindicações não só
perante a Suécia, mas também perante os aliados da OTAN, e especialmente a
Grécia. Ao mesmo tempo, Washington não toma nenhuma medida séria para parar as
ações "desestabilizadoras" de Ancara.
Assim, segundo Rubin, acelerando a adesão da Suécia
à OTAN, a ação do governo de Biden equivale a "tratar uma unha encravada
cortando o pé".
Estocolmo acabará por se tornar parte da aliança, e
"acelerar essa adesão, colocando a OTAN no caminho de uma guerra
intra-OTAN que vai rasgar a aliança por dentro, no entanto, é incompetência
estratégica ao extremo", enfatiza autor.
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Moscou: contramedidas dos EUA para Tratado Novo START
não são uma surpresa
As contramedidas dos EUA ao Tratado de Redução de
Armas Estratégicas (Novo START) não foram uma surpresa para Moscou, já que
Washington alertou sobre sua preparação, afirmou o vice-ministro das Relações
Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov.
"Primeiro, isso não foi uma surpresa para nós
[...] Eles [os americanos] avisaram oficialmente, embora o tenham feito em sua
maneira, que se tornou recentemente habitual, de estabelecer condições – da
série 'você tem que fazer algo, então não haverá tais medidas'. Mas é claro que
a linguagem dos ultimatos não funcionará conosco", disse Ryabkov.
Segundo ele, a decisão de Moscou de suspender o
Tratado Novo START é inabalável, quaisquer que sejam as contramedidas
americanas.
"E nossa própria condição para um retorno ao
pleno funcionamento do Tratado é a rejeição pelos EUA da política
fundamentalmente hostil em relação à Rússia", acrescentou ele.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia
também declarou que as afirmações recentes do conselheiro de Segurança Nacional
da Casa Branca, Jake Sullivan, sobre o controle de armas possuem uma carga
destrutiva e visam continuar a linha de Washington de quebrar o equilíbrio de
interesses.
Em resposta à pergunta se as contramedidas dos EUA
relativamente ao Novo START poderiam exacerbar a situação do controle de armas,
o diplomata observou que "já é extremamente aguda".
"E por culpa dos Estados Unidos, muitos
elementos da arquitetura anterior nesta esfera ou foram completamente
destruídos ou foram colocados em um estado semiletal", enfatizou Ryabkov.
A partir de 1º de junho, Washington suspendeu a
transmissão a Moscou de informações sobre o status e a localização das armas
estratégicas americanas que se enquadram no Novo START.
Os Estados Unidos também estão cancelando os vistos
emitidos aos especialistas russos para realizar inspeções sob o Tratado Novo
START e não emitirão novos vistos. Além disso, Washington não fornecerá a
Moscou informações telemétricas sobre lançamentos de mísseis balísticos
intercontinentais americanos.
Fonte: Sputnik Brasil/Opera Mundi

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