O Brasil é o grande perdedor antecipado da
eleição presidencial de 2014. Se a situação vencer, tudo pode ficar ainda pior.
Se a “oposição” ganhar, as chances de mudança do quadro atual parecem remotas.
A conjuntura política e econômica é surreal. A classe política brasileira,
parceira da governança do crime organizado, não demonstra interesse em mudar
nosso modelo de Estado – arcaico, ineficiente, inchado e corrompido. Assim,
torna-se antecipada e previsível a derrota do ignorante eleitorado brasileiro,
obrigado a votar no modernoso cassino eleitoreiro das urnas sem chance de
auditoria por voto impresso.
As pesquisas eleitorais divulgadas são
absolutamente inconfiáveis. Ainda dá para acreditar, um pouco mais, naquelas
que não acabam divulgadas aos eleitores profanos. Caríssimos e feitos para
consumo dos marketeiros, na elaboração de políticas e estratégias de campanha,
os estudos sigilosos revelam um dado que coincide com as enquetes divulgáveis
para a massa. Um percentual de 65% a 70% exigem uma mudança (imediata) do
governo. Ou seja, a insatisfação com a gestão petista é concreta e objetiva.
Portanto, o PT e aliados só ganham a eleição na base da falcatrua eletrônica.
“#Fora, petralhada!” é uma possibilidade
concreta. Mais pelo voto do que por qualquer outro golpe institucional menos
votado. Quem decide a eleição no Brasil é o poderio econômico que controla o
País de fora para dentro. A Oligarquia Financeira Transnacional já manifestou,
explicitamente, o desejo de trocar o PT. O lamentável é que a substituição
tende a ser na base do “seis pela meia dúzia”. Os cavalos favoritos na disputa
presidencial têm o patrocínio do mesmo “dono”. Assim, não faz diferença tirar a
mula sem cabeça, substituindo-a pelos nobres “puros-sangues” social democrata
ou socialista. O Brasil já sairá derrotado previamente do páreo.
Não existe previsão de mudança, após a eleição,
do falido, improdutivo e corrupto modelo político e econômico brasileiro. É
mais fácil até o Brasil ganhar a guerra da Copa da Fifa com o time meio
envelhecido e sem experiência de grandes combates armado pelo Felipão. O Brasil
tende a continuar o mesmo – o que significa a desgraça das tragédias. O sistema
Capimunista – que varia entre o intervencionismo estatal, o oportunismo
empresarial e a hegemonia especulativa financeira – não sofrerá alterações
profundas.
Não há dúvidas de que o País, as zelites e seu
povinho continuarão subjugados pelos verdadeiros poderosos de plantão: os
“banqueiros” que lucram de maneira cada vez mais recorde na parceria que gera a
mais absurda dívida pública do planeta dos macaquitos. No Brasil, os bancos não
funcionam como bancos de verdade. Faturam alto emprestando, a juros
estratosféricos, o dinheiro que não é deles. No dia em que tivermos bancos
investindo o próprio dinheiro de seus acionistas – e não a grana pública -,
seremos outra Nação. Do jeito que a coisa vai, talvez isto aconteça no Dia de
São Nunca (30 de fevereiro).
Grupos empresariais que se reúnem para analisar
a conjuntura nunca produziram tanta confusão como agora. As conclusões de
recentes encontros – a cujo conteúdo o Alerta Total teve acesso – são
desanimadoras e indicam que os atuais paradigmas não conseguem entender – e
muito menos explicar – o fenômeno brasileiro. Todos concordam que o Brasil
cresce menos do que deveria, com inflação alta no presente e no curto e no
médio prazo, e com a máquina estatal desperdiçando mais recursos que o normal.
Mas não se chega a um consenso sobre a solução para alterar o rumo do Titanic
na direção do iceberg. Situação e Oposição nunca foram tão parecidas, confusas
e sem direção e sentido.
O “medinho” parece ser a tendência mais perigosa
do momento. Alguns empresários (em uma incômoda e aparente “zona de conforto”)
já fazem o discurso de que, “mesmo estando ruim, parece melhor deixar como
está”. Tal pensamento resulta e reflete a contaminação do vírus petralha da
marketagem em favor do continuísmo. Para piorar a situação, falta clareza na
mensagem alternativa da tal “oposição”. Quem apresenta um projeto claro e
objetivo realmente diferente do PT? Até agora, ninguém. Quem fizer isto, mesmo
que na base da promessa ilusionista, vence a eleição.
Governar, depois, será tarefa para o Tom Cruise
na próxima edição do “Missão Impossível”. O próximo governo terá grandes
dificuldades com o aparelhamento que o PT e comparsas fizeram da máquina
federal. Como de costume, o fiel da balança será o PMDB (governista para
sempre, onde o governo estiver, tal como a rêmora que aproveita os restos
deixados pelo tubarão). A cúpula peemedebista é tão esperta e pragmática que já
se dividiu. Uma parte maior finge que continua aliada do PT. Outra banda
promove uma “traiçãozinha” na união instável com Aécio Neves. Também podem
pular no barquinho do Eduardo Campos (caso ele cresça nas intenções de voto).
A eleição presidencial de outubro, com grandes
chances de decisão no segundo turno de novembro, é a mais embolada desde 1989.
A pouca diferença de propósitos entre os candidatos é assustadora. Dilma
Rousseff será fatalmente acuada pelas denúncias de corrupção – que devem
crescer em número, gênero e grau quando a campanha esquentar. A esperança
petista é que uma eventual vitória brasileira na Copa do Mundo da Fifa ajude a
iludir a torcida eleitoral, neutralizando as broncas. O temor petista é que os
protestos saiam de controle, e transformem a competição em uma temporada de
desgastes. Por isso, é altíssima a aposta no triunfo da Seleção da CBF. O fato
de Lula e Dilma negarem, sempre que podem, que o resultado da Copa “pouco
importa” é a prova do “medinho” deles.
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