sábado, 24 de novembro de 2012

SERIA PEDIR MUITO?



Não dá para entender o ufanismo de alguns, ao afirmarem que estamos acabando com a miséria e na primeira calamidade, os Institutos Médicos Legais se vêem à volta com amontoados de mortos, as famílias começam a procurar os desaparecidos e a defesa civil contar os milhares de desabrigados.
Neste momento aparece a realidade nua e crua, apesar das autoridades insistirem em negar, porém, verão que a maioria dos envolvidos são pessoas que não tem onde morar ou foram se abrigar em áreas de risco, pois foi esta a única opção que lhe deram.
Ora, é muito fácil para o gestor público omisso e irresponsável culpar as condições climáticas ou mesmo transferi-la para as famílias que sem opção foram residir em áreas de riscos, não acha? O difícil é assumirem a responsabilidade pela omissão em nada fazerem para modificar a situação, uma vez que as intempéries são fatos que tem ocorrido todos os anos, não se tratando de algo raro, são previsíveis.
São situações que tem se repetido anos após anos, mudando apenas sua intensidade, em locais repetidos e a cada tragédia tem levado a vida de várias pessoas e deixado milhares de famílias desabrigadas.
Fatos como as enchentes em São Paulo há décadas vem se repetindo, e que tem feito o poder público paulista para solucionar?  E no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, entre outros?
Pergunta-se: os problemas não têm ocorrido anualmente, sempre no mesmo período? O que tem feito os  dirigentes, para de forma planejada e organizada encontrar uma saída para situação?
Como sempre nada, pois se não são incompetentes então são mal intencionados, se assim não o fossem, já se teria encontrado uma saída.
Claro, esta situação normalmente ocorre em bairros pobres. Nos das elites os problemas são rapidamente equacionados e para eles nunca falta recursos.
Quando falamos das calamidades, também queremos incluir as secas cíclicas que tem ocorrido no sul e no nordeste do Brasil, sem que os governantes de plantão se dignem a apresentar soluções que não só minimizem os seus efeitos, mas que sejam dadas as condições das famílias de enfrentá-las.
Exemplos de irresponsabilidades praticadas existem as mãos cheias, só que os governantes de hoje, para se eximirem da culpa, preferem transferir a responsabilidade para o passado, transferindo a sua omissão para aqueles que já se foram.
Quer um exemplo? A catástrofe que ocorreu no Rio de Janeiro e que arrasou a região serrana era do conhecimento do governo carioca da possibilidade de vir a ocorrer, desde novembro de 2008, através de estudos técnicos, que apontava o risco de deslizamentos de terras naquela área.
Porém, mesmo com estudos em mãos, o que o governo fez para proteger aquela população? Nada, exceto, depois do fato ocorrido, jogar a culpa nos governos passados. Muito fácil, mas o crime cometido  fica impune.
É mais fácil jogar a culpa no passado ou na natureza do que assumir a responsabilidade, mesmo tendo em mãos pareceres técnicos que aponte para o problema. Culpar o passado é fácil, até porque muitos daqueles do passado já não tem como responder e outros, por acordos ou adesões encontram-se bem aquinhoados na atual administração e não irá desagradar o chefe com desmentidos ou defesas.
Culpar a natureza é muita cara de pau, até porque esta não tem como se defender e, transferir para as famílias pobres é chover no molhado.
Mas o que deixa indignado, é ver a imprensa que dá tanto espaço aos políticos, não aproveitar o momento, para transformar a situação em uma peça de investigação jornalística e ir a fundo para ver de quem é realmente a culpa, que com certeza não será dos pobres ou da natureza.
Ao jogar a culpa nas famílias pobres pelas tragédias, é querer tripudiar com a inteligência do povo brasileiro. É simplesmente fugir das suas responsabilidades.
Senão vejamos: dados divulgados pelo Ministério das Cidades, mostra que existem 10 milhões de moradias em condições precárias. Se conseguiram identificar a situação então sabe onde estão localizadas.
Agora pergunto: o que tem feito os nossos gestores em fomentar ações e políticas públicas para minorar estas condições de precariedade? Pelo que se sabe e se tem conhecimento, nada ou quase nada. Ficam sempre a espera de uma nova calamidade, para justificar a gastança e o desvio dos recursos públicos, em proveito próprio.
Ninguém procura morar em condições precárias ou em áreas de riscos, pelo espírito de aventura ou por querer aparecer para a sociedade como heróis, são as condições que lhe deram que o fizeram ou o forçaram a buscar estes locais, pois são os únicos que lhe restam.
Ou alguém em sã consciência acha que a pessoa procura construir um barraco em uma  área de risco, levando mulher e filhos, apenas pelo simples fato de gostar de aventura? Ora isto é uma piada de mau gosto. Estas são as condições  e as oportunidades que lhes são dadas.
Esta tem sido a dura realidade que estas famílias têm que enfrentar, apesar dos discursos bonitos.
São pessoas desempregadas, muitas sem educação, que vivem basicamente da renda da bolsa família, ou quando conseguem trabalho se sujeitam a receberem salário inferior ao mínimo necessário para a subsistência sua e de sua família. São pessoas que vivem na miséria, em estado de penúria, e ainda vem os nossos governantes culpá-las? É muita maldade.
Apenas para que sirva de analise, vejamos alguns dados de fundamental importância e cujas informações são inquestionáveis: no Brasil temos cerca de 30 milhões de pessoas  que sobrevivem com menos de R$ 150,00 por mês, sendo que deste total cerca de 12 milhões vivem com R$ 70,00. Acrescido a este 30 milhões, temos mais cerca de 40 milhões de trabalhadores e ou aposentados que percebem um salário mínimo. Desta forma, temos 70 milhões de pessoas e ou famílias, que conseguem sobreviver com até um salário mínimo.
Se acrescentarmos as crianças e adolescentes, mais os desempregados então chegarão a uma população próxima dos 130 milhões de pessoas no País, que sobrevivem com esta renda.
Então, será este o tipo de populismo a que querem se referir alguns dirigentes? Será que com este rendimento, estariam dadas as condições para que as pessoas possam residir em locais que não lhes traga algum risco?
Está na hora dos nossos dirigentes públicos de assumirem a responsabilidade pela sua omissão.
Quando será que teremos governantes que reconhecerá que apesar de estarmos em um País rico, porém, conscientemente pagamos um dos piores salários ao trabalhador brasileiro? Quando será que teremos governantes que em lugar de jogar a culpa para os antecessores, chamará a responsabilidade para si e buscará encontrar as soluções para os problemas estruturais? Quando será que teremos gestores públicos que em lugar de culpar os pobres ou o populismo praticado por alguns, irá ter a coragem de assumir publicamente que a culpa está na superexploraçao a que está submetido o trabalhador e na ganância insaciável de nossa elite empresarial, com o aval do Poder Público, cuja sede pelo lucro tem transformado o trabalhador brasileiro em escravos?
Seria pedir muito à classe dirigente deste País que continua deitado em berço esplêndido?


10 comentários:

Mara Moreira disse...

Rosemary Noronha foi abandonada muitas vezes depois que estourou o mais novo escândalo do governo petista:...
A primeira, quando pediu ajuda ao poderoso Zé Dirceu, seu ex-chefe por 12 anos, e ele alegou nada poder fazer.
A segunda, quando tentou falar com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e ele nem lhe atendeu a ligação.
A terceira, quando ao procurar o ministro-chefe da Secretaria Geral Gilberto Carvalho ele disse-lhe não poder ajudá-la.
A mais recente dispensada que levou foi através da imprensa quando através dela soube que Lula, ao chegar da Índia , repetiu a frase , agora gasta , de que se sentiu traído: "Eu me senti apunhalado pelas costas. Tenho muito orgulho do escritório da Presidência, onde eram feitos encontros com empresários para projetos de interesse do País" desabafou Lula. Imagino o tamanho de seu orgulho...O problema para o PT começa quando Rosemary , abandonada por todos, ameaça não cair sozinha.
E é aí , justamente, onde começa nossa esperança: de que ela abra o bico!

Luiza Dantas disse...

De um lado , Lula , "o modesto", passando doce em governantes africanos e asiáticos para indicarem seu nome para concorrer ao Nobel da Paz em 2013. É sua forma de tentar compensar os estragos que o julgamento do mensalão lhe causou.
Do outro uma ex-chefe de Gabinete da Presidência da República em São Paulo , nomeada por Lula e em deferência a ele mantida no cargo por Dilma, é acusada de fazer parte uma quadrilha (outra!) infiltrada em órgãos federais com a finalidade de , em troca de polpudas propinas, conseguir laudos técnicos fraudulentos para empresários e advogados corruptos. A descoberta de focos de corrupção no Brasil parece não ter fim e só nos dá a confirmação da suspeita do como e do porque o PT se alçou ao poder e nele se mantém

Antonio Lins disse...

Vejo a eleição de ACM Neto favorável. Em 2014 teremos eleições para governador. ACM terá, mesmo que não queira, de realizar uma prefeitura histórica para se qualificar e qualificar os partidos de oposição ao PT. Terá que mostrar trabalho, realizações, melhorias e avanços na cidade de Salvador, essa cidade será vitrine local e nacional para as campanhas. Wagner, mesmo que não queira, e não o quer, é incompetente administrativamente, mas se acha bom articulador político, terá que trabalhar, para também qualificar o seu indicado a competir com o Neto ou outro da oposição. Melhor ainda, será pressionado a dar muito duro, reduzir as folgas e o divertimento, até parar de andar com o helicóptero, e sair mais pelas ruas a pé, expulsar a preguiça e a acabar com as ressacas. A competição será muito boa para a cidade.
Exemplo disso já foi à definição de Salvador não aderir ao horário de verão. Uns 20 empresários que deram dinheiro para companha queriam, mas o povo não, ele nem ligou para o povo, mas, por conta da competição com ACM Neto teve que voltar atrás, mesmo não querendo, a população de Salvador ameaçou boicotar o seu candidato. Veja como é boa a oposição, a competição.

Arildo Freijó disse...


Se o Pelegrino ganhasse, o PT e Wagner, que já se achavam os donos da Bahia, os bababãs, instalariam a tirania petista no estado. Veríamos os piores dias do estado, muita coisa ruim aconteceriam, pois, os piores quadros do PT estão aqui nessa terra. Analisem bem e vejam a arrogância de Wagner: veiculou na sua propaganda a seguinte frase; Imaginem como seria a Bahia sem Wagner? Realmente subiu para a cabeça a vaidade desse louco.
Agora Wagner - JW Johnnie Walker - terá que cumprir promessas sérias, como: Construir nos dois anos restantes a PONTE SALVADOR ILHA DE ITAPARICA! Pessoal que mentirão é esse! Qual a desculpa que o PT dará nas próximas eleições?
O governo federal liberou na gestão Lula, prevendo uma longa seca no Nordeste, rios de dinheiro para Wagner, o objetivo era construir aguadas, açudes, dutos, canais, etc. JW não fez nada, o povo no sertão sofre, e o dinheiro sumiu!
E o Ferry Boat? O que é que vão dizer?
Sobre o cerco a Salvador de pedágios? Elegeu-se garantindo que não faria pedágios. E agora? Cade as duplicações e melhorias das estradas pedagiadas?

PP Santos disse...

E o discurso tiranico e antidemocrático de boicotar as prefeituras não petistas. Voltamos ao fascismo? O discurso de mesmo prefeito, mesmo governador e mesmo presidente é péssimo. Todas as prefeituras do estado tem que ser do PT? Tivemos várias prefeituras do PT na Bahia. Qual delas foi melhor que as dos partidos de oposição ao PT? O alinhamento serviu para que? Se for do PT ou não, não interessa. Interessa é se o eleito tem competência, compromisso, honestidade e seriedade para administrar Salvador ou qualquer outra cidade.

Principe Charles Brasileiro disse...

E o discurso da volta do carlismo? Que furada em PT! Wagner ressuscitou a banda podre do carlismo e da ARENA. Otto Alencar estava fora da política, doente, a família não queria mais que ele voltasse para a política. Wagner vai lá remove as cinzas, e ressuscita um carlista banda podre. Depois ressuscita outro, o César Borges. Esse estava perdido, nenhum partido queria ele, lá vai o Wagner de novo e ressuscita mais um, depois foi o João Leão, Pedro Alcântara, Marcelo Nilo e tantos outros. Agora critica ACMNeto, Neto é moderno, comparado com os que estão juntos ao PT. Lula pediu apoio de ACM, o velho, e deu-lhe forças políticas, inclusive o elogiava. PT ressuscitou e mantem forte Maluf, Calheiros, Sarney, Collor, Temer e vários outros gangsteres. Esse partido quer ir para onde?

Pedro Luiz Sagres disse...


Mentiras como: Construir 138 creches em 04 anos, não cola mais. Teria que inaugurar uma a cada 10 dias, nem de papelão o PT construiria uma creche. E mais tantos absurdos prometidos!
Vimos vários funcionários públicos do estado com cargos fazendo campanha no horário de trabalho, pelas ruas da cidade distribuindo panfletos, inclusive a primeira dama (a mesma de vários empregos públicos estadual com altos salários – JW não explicou a janelada). Um dos locais foi no largo do Tamarineiro no Pau Miúdo, no horário de trabalho. Vários foram ameaçados de demissão se não participassem da campanha. O secretário de saúde abusou do uso da maquina pública, e a saúde foi o maior alvo de critica, por sua incompetência e malandragem. Vários contratos irregulares, terceirizações, esquemas com medicamentos, fraude no concurso público, redução dos salários dos servidores, embromação com o plano de cargos. Como é que mantém um roedor sangue-suga na saúde.

Luiz Carlos Gomes disse...

ACMNeto ganhou por que Wagner ressuscitou o Carlismo. A culpa é de Wagner. Agora se vire lá com Neto.
Vai também uma lição: Nunca pague com traição a quem sempre lhe deu a mão! Os servidores públicos sempre bancaram sua campanha e dos outros candidatos do PT e você traiu todos. Agora receba o troco. Policiais, professores, profissionais da saúde e todos do serviço público estadual e municipal se vingaram de Wagner. Agora o governador e o PT escolhem: Vai continuar traindo ou vai repensar e tentar realizar um governo sério com a sociedade baiana e respeitar os trabalhadores.
A sociedade baiana já está fazendo campanha para 2014 e o PT hoje é o partido mais antipatizado, o Wagner não desce mais na guela da sociedade baiana. É difícil, mas, O CARIOCA Wagner terá que se esforçar muito para ganhar a simpatia de todos os BAIANOS.

Helio Correia disse...

É preciso disciplinar a questão de cargos de confiança que na administração federal do Brasil chegaram a mais de 30 mil. Países com melhores e mais eficientes administrações tem número muito reduzido de pessoas nomeadas, sendo que na Inglaterra, um país razoavelmente administrado, o número chega a apenas 100. É importante a diminuição dessa quantidade, oferecendo, então, mais possibilidades aos funcionários públicos concursados que poderão ter progressos atualmente limitados pelos políticos e seus protegidos. Entretanto, a diminuição da corrupção no Brasil seria o grande benefício. Verifica-se, em todos os casos ultimamente divulgados que há uma casta, misturada com políticos, ocupando a maioria de cargos de confiança sendo que muitos deles já se tornaram, em algum momento, objeto de investigação ou processo por irregularidades. Mudam governos e as alianças negociadas mantém esses elementos na cúpula. Não fosse isso, poderíamos estar com a metade dos 39 ministérios que temos, como nos Estados Unidos por exemplo, país que funciona, também, com razoável eficiência na coisa publica. Mas isso não interessa aos políticos. Cargos são “moeda de troca” e fornecimento disfarçado de recursos públicos para a manutenção das máquinas partidárias, como tem sido comprovado.

Paulo Silveira disse...

Conheça um pouco dos 'honoráveis bandidos' (título do livro do Jornalista Palmério Dória, que traz na capa uma
foto do José Sarney - à semelhança do Poderoso Chefão) que narra a trajetória do fotografado. Veja no livro
como apoderar-se de coisas públicas, ganhar muito dinheiro sujo e dominar gente humilde. O livro já tem dois ou
tres anos de lançado (é proibido ser vendido no Marahão por força de uma ação judicial im petrada pelo biografado.
Ele é um retrato do nosso velho Brasil e, talvez, tenha até servido de orientação aos que vieram depois dele e saquearam
os cofres públicos com muita competencia.