sábado, 27 de outubro de 2012

A OMISSÃO DO ESTADO NA QUESTÃO DOS INDIOS GUARANI-KAIOWÁ



A situação enfrentada pela tribo guarani-kaiowá,  no Mato Grosso do Sul, tem mobilizado a população brasileira, diante da omissão do Estado, a quem cabe a tutela e pela decisão da Justiça Federal, cuja ação tem gerado o aumento da violência contra a vida desse povo, além de ignorar os direitos de sua sobrevivência..
Mesmo sem muita divulgação de parte da imprensa, por não dá audiência e nem vender jornal, talvez, se o ocorrido fosse o contrário, aí sim estariam bradando, chamando-os de invasores e outros adjetivos ainda mais pejorativos, como fazem contra os Sem Terras, este povo  vem  enfrentando uma  luta, que já dura anos, contra as investidas de latifundiários do agronegócio, de multinacionais e dos pistoleiros contratados pelos fazendeiros, sem contar com o mínimo apoio dos governos federal ou estadual.
A difícil situação que os guarani-kaiowá têm enfrentado, não é muito diferente do que podemos assistir em  outras regiões brasileira, ou seja, um processo organizado e calculado de expropriação territorial, que tem como único objetivo, apropriar-se dos recursos naturais existentes, sem respeitar os básicos direitos das populações ali já instaladas, violando-os sem o mínimo pudor, e que é pior, muitas vezes,  com o apoio do judiciário, quando não do próprio governo.
Quando nossas autoridades irão compreender que, quando o Brasil foi “descoberto” quem recepcionou os portugueses foram os índios? Que eles estão aqui a mais de 1.600 anos, e que não deveriam permitir que o “homem branco”  os desrespeitassem? Será que o governo federal não entende que o que os índios querem não é  toda a extensão de terra a que teriam direito e sim, uma quantidade de terra que seja suficiente para eles se estabelecerem e poderem se desenvolverem e crescerem, além de produzir o necessário para a sua sobrevivência hoje e futura e cujas áreas sejam agricultáveis e próximas aos rios, como o era antes do descobrimento?
Que os nossos índios querem é ter um tratamento de humanos e que sejam estabelecidos programas sociais voltados para a causa indígena, além de que seja combatida  a corrupção e os desvios de recursos pela Funai.
Hoje o que se vê é que mesmo nas áreas já demarcadas o atendimento é feito de forma precária. São escolas caindo aos pedaços, com uma grade curricular que busca aculturar os povos e  prefeitos de diversas cidades  demitindo professores indígenas sem consultar às comunidades, substituindo por brancos para seus postos.  Na saúde, as denúncias de desvios e ineficiência são uma constante. Na área de habitação, casas são construídas com verba federal, entregues cheias de defeitos e com acabamento precário, sem que a Funai assuma a mínima responsabilidade pela sua fiscalização.
O que impressiona na causa da tribo guarani-kaiowá é, a dimensão que o problema assumiu e o grau de acirramento dos conflitos. Quem trabalha ou estuda as causas indígenas, sabe que no Mato Grosso do Sul, depois da Amazônia é onde está localizada a segunda maior população indígena do País, com  73.295 pessoas. São grupos indígenas que por falta de demarcação de suas terras vivem distribuídas por mais de 30 terras indígenas e 31 acampamentos à beira de estradas ou em pequenas porções de terra dentro de fazendas.
Relatórios de diversas entidades nacionais e internacionais a respeito da situação dos guarani-kaiowá, apontam como um dos maiores desafios atuais do governo brasileiro na área dos direitos humanos.
É do conhecimento dos envolvidos com a causa indígena, que um dos fatores que tem contribuído para o agravamento da situação no Mato Grosso do Sul e particularmente dos guarani-kaiowás é o grande poder político das elites, acentuado na conjuntura atual, onde o agronegócio se tornou um dos pilares da política econômica.
O que se vê na região é um mar de soja, cana-de-açúcar e pastagens para o gado bovino, explorados por grandes empresas nacionais e multinacionais, todos eles implantados sobre as terras reivindicadas pelos nativos, cujas terras outrora, fora uma região de grande biodiversidade, com matas ricas em madeiras nobres, como a peroba, o cedro e a aroeira.
Este poder econômico e político hoje  fortemente associado ao capital transnacional e maior financiador do agronegócio, tem demonstrado sua força e protelado ao máximo o processo de demarcação das terras na região.
O que se tem visto de forma clara é que desde que o movimento indígena Aty Guasu passou a organizar ocupações de terra como estratégia para pressionar o Estado brasileiro a agir na região, o governo federal através da Funai tem atuado de forma pontual, procurando apenas minimizar o problema, sem buscar uma solução estrutural definitiva  para os conflitos.
Como exemplo desta situação inusitada é que, quando uma área é ocupada,  somente a partir daí é que a Funai age, iniciando o processo de identificação e delimitação, apenas daquela área, sem se preocupar com as demais. Se não é um crime pelo menos uma alta irresponsabilidade ou conveniência com as elitas locais..
O movimento guarani-kaiowá luta pela recuperação das terras, não é de agora, ele surgiu na década 80, no bojo da redemocratização, ao mesmo tempo em que se organizavam os setores populares de todo o País.
Ao longo de sua luta, os guarani-kaiowá tem assistido seu território ser invadido por milhares de colonos, fazendeiros, empresas nacionais e até multinacionais, contando com incentivo oficial, tanto federal quanto estadual, sem que pudessem reagir a espoliação que estavam sendo submetidos, sob pena de serem tachados pelos órgão que se diziam indigenistas, de “comunistas” ou “subversivos, por estarem impedindo o desenvolvimento do estado.  
Apesar de alguns organismos acreditarem que os casos de morte dos índios não estão relacionados com a disputa judicial, coincidentemente, os problemas começaram a surgir, a partir do momento que os recursos naturais das antigas áreas se esgotarma, há cerca de 30 anos. A partir daí, os guarani-kaiowá vem enfrentando situações constrangedoras, como: conflitos entre as famílias, suicídios dos jovens, desnutrição infantil, motivados pela falta de terras, o que tem obrigados aos homens, saírem em busca de trabalho, muitas vezes para longe da família, principalmente nas usinas de cana-de-açúcar, cujas denúncias da precariedade das condições trabalhistas, tem sido comum. Isto sem contar com a situação de faltas de oportunidades para os jovens, levando-os ao desespero.
Hoje vivem confinados em pequenas porções de terras insuficientes para as necessidades das comunidades, fruto de uma política perversa de demarcação praticada pela Funai, de pequenos lotes, para não prejudicar o agronegócio.
A partir do instante que as demarcações passaram a contemplar áreas maiores, os fazendeiros contaram com o apoio do judiciário. Das três áreas homologadas no governo Lula, duas foi barrada por liminares de ministros do Supremo Tribunal Federal. Uma em 2005, suspensa por Nelson Jobim, e, em 2009, embargada por Gilmar Mendes. Com essas decisões, os fazendeiros da região se sentiram fortalecidos, tornando as disputas cada vez mais violentas.
Os assassinatos de lideranças ocorreram e tem ocorrido sem que esferas policiais e jurídicas ajam contra os culpados. São crimes que tem alcançado repercussão internacional, como o da morte de Marçal de Souza, em 1983, e de Marcos Verón em 2003, lideranças de destaque no movimento. Entre 2005 e 2006, ganhou destaque as mortes das crianças indígenas em decorrência da desnutrição infantil. Como forma de combater o problema, o governo intensificou a distribuição de cestas básicas. Porém, a solução definitiva, que é a demarcação de área que lhes dê condições de sobreviverem, esta não é tomada.
Em 2007, a Funai assina com o testemunho das lideranças indígenas, Compromisso de Ajuste de Conduta se comprometendo resolver definitivamente a situação. Em julho de 2008, tem início os trabalhos para identificar e delimitar as terras indígenas, divididas de acordo com as bacias hidrográficas da região. Estamos chegando ao final de 2012, e os problemas persistem por omissão do governo, através da Funai.
Na época, fazendeiros e políticos do estado difundiram a versão, desmentida pela Funai, de que as terras a serem demarcadas poderiam chegar a 12 milhões de hectares, quase um terço do Estado, quando na verdade não passava de 600.000.
Enquanto os políticos pressionavam o governo federal, os fazendeiros buscavam impedir o trabalho das equipes da Funai usando todo tipo de artifício jurídico. E assim tem sido a situação até os dias atuais. O resultado da omissão tem sido uma série de conflitos sangrentos, desde 2009. Sem uma ação mais contundente do poder público, certamente os problemas continuarão a ocorrer.
Cada vez mais fortalecidos, os fazendeiros se rodearam de pistoleiros, que ameaçam diuturnamente os índios, quando não os “requisitam” para exercerem o trabalho as escravo, enquanto as mulheres são estupradas e ou transformadas em prostitutas para servirem aos bandidos armados. Esta é a situação e o gverno, de quem se espera uma ação, continua omisso.  

sábado, 20 de outubro de 2012

NOVO FENÔMENO BRASILEIRO. Classe Média que ganha 291 reais.

É incrível como os bur(r)ocratas brasileiros são criativos, principalmente quando estes profissionais estão a serviço do governo e este governo tem como meta não acabar a miséria, mas estabelecer critérios “técnicos” que visa enganar ou iludir a população para uma “realidade” que não existe. 
E porque estamos a dizer isto. 
Não é que o governo brasileiro, sobre a administração petista, anda a se vangloriar que durante a sua gestão, de pouco mais de 11 anos, tirou mais de 50 milhões de famílias da pobreza colocando-as na classe média? 
Claro que este fato mereceria aplausos se não fosse irreal. 
E porque estamos a dizer que este fato é irreal! 
Ora, não dá para acreditar que o governo possa se vangloriar de tal fato, quando para chegar a este número, este mesmo governo, através dos seus institutos técnicos, define como renda mínima familiar para está na nova classe média valores entre R$ 291 e R$ 1.091 per capita/mês, conforme estabeleceu uma comissão de "especialistas" formada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. 
Esta renda estabelecida posso afirmar sem medo de errar, não é praticada em nenhum país do mundo, principalmente naqueles que se diz em desenvolvimento. 
Fica uma pergunta: em que país em desenvolvimento ou desenvolvido uma pessoa que percebe até 02 salários mínimos é considerado como classe média? 
Apenas para citar como exemplo, nos EUA, a renda da classe C é de até US$ 123 mil. Aqui não chega a R$ 30 mil. Dá pra comemorar então? 
Pelo que se observa, a realidade é bem diferente. 
Na verdade, a nova classe média brasileira está bem distante de ser chamada de média de fato, porque o governo ao considerar a renda familiar de R$ 2 mil com sendo classe média, nos EUA ou na França ou Alemanha, seria considerada miserável, mesmo com toda a crise que se defrontam essas nações. Diante do fato comemorado pelos governistas, poderíamos considerar como um fenômeno inédito e impressionante. 
Reconhecemos que nos últimos anos ocorreu um aumento da renda de uma grande parte da população situada na a área de risco, melhorando o seu padrão de vida e oferecendo acessibilidade à segurança alimentar, recursos tecnológicos e conforto. 
Devemos reconhecer ainda, que a ascensão desse contingente populacional está diretamente ligada às mudanças econômicas ocorridas desde a implantação do Plano Real, que teve como meta o controle da inflação, a valorização do salário mínimo, aliado aos programas de transferência de renda e ao crescimento econômico dos últimos anos que possibilitou um impulso na renda para os trabalhadores.
Entretanto a classificação dessa nova classe média brasileira é ilusória frágil e perigosa, pois nada a diferencia da população de baixa renda dos demais países da América Latina. 
Ao estabelecer os critérios de renda mínima, cujo valor sequer permite uma sobrevivência digna, esquecem os seus idealizadores de outros fatores essenciais para a evolução social. 
Itens como educação, saneamento, saúde pública, energia, transportes e segurança, entre outros, que compõem o Colchão Social são bem mais eficazes e duradouros que, somente, a renda. 
Seria importante lembrar que os itens acima especificados inevitavelmente levam ao aumento da renda, evitando gastos desnecessários, qualificando a mão-de-obra e melhorando a saúde pública. 
É obrigação de qualquer governo estabelecer políticas públicas que visem a elevação e ou manutenção da renda e do consumo, entretanto é necessário que paralelo a esse processo, seja fortalecido o Colchão Social e que os recursos sociais sejam universalizados e colocados como prioridades pelos governantes, setor produtivo e pela própria classe em ascensão. 
E neste critério, o Brasil está bem distante. 
Ora, se levarmos em consideração que país para ser considerado desenvolvido, segundo os padrões das sociedades consumistas deve ter um PIB per capita superior e possuir um índice de desenvolvimento humano (IDH) elevado, logo veremos que os países da nossa América Latina não preenche ainda estes critérios, assim, levando em conta alguns deles como Brasil, Chile, Argentina e México possuem um elevado IDH e um PIB grande, logo são considerados como países em processo de desenvolvimento ou emergentes, mesmo enfrentando diversos problemas sociais, como a desigualdade, grandes bolsões de pobreza e alta concentração de renda. 
Analisando por este ângulo, entende-se o interesse governamental de sair por aí bradando feitos e ascensões sociais fora da realidade, estabelecendo novos conceitos sociais, com isso estabelece novas linhas de consumo, a tentativa de incorporação de novos hábitos, de forma a levar a acreditar que o Brasil possui um mercado consumidor robusto, atraente, mais sofisticado e urbanizado, demandando não só quantidade, mas também qualidade no consumo. 
Aí fica sub-entendido o conceito dado a nova classe média. 
São por estes feitos, pelas previsões em sua grande maioria furadas, sem que tenham a paciência e o cuidado de se munirem de dados técnicos consistentes e pelas alquimias laboratoriais, que a classe dos economistas anda tão desacreditada e desprestigiada pela sociedade.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A ETERNA LUTA PELA TERRA PELOS SEM TERRAS

A reforma agrária é um tema que por mais que nossos governantes queiram evitar, porém, ela estará sempre na ordem do dia daqueles que necessitam da terra para produzir e gerar riqueza para sua família e ao país. 
Por mais que as elites queiram esconder e a grande mídia procure criar fatos fantasiosos e mentirosos, no entanto, todos têm o dever de reconhecer a importância dos movimentos sociais que têm empunhado esta bandeira de luta e buscam incansavelmente fazer com que a reforma agrária um dia possa acontecer em nosso País. 
A luta desses movimentos é uma luta legítima e necessária. Ela é legitima porque temos milhares de famílias que vivem e moram no campo e lá tem buscado espaçospara produzirem e trabalhar. É necessária porque a disputa por terra no Brasil é uma realidade e a distribuição dessas terras é imprescindível, não só para que alcancemos o desenvolvimento agrícola, mas também para que possam da sua contribuição para a redução da migração rural e da favelização de nossas cidades. Portanto, criminalizar os movimentos que lutam pela reforma agrária, é uma contribuição negativa dos seus autores, que buscam com suas campanhas elaboradas de forma suja e mesquinha, impor à sociedade através principalmente da mídia, estabelecer fatos, meias verdades e mentiras visando descaracterizar a justeza da causa. Com isto apenas estão prestando um desserviço ao País. 
Procuram transformar a justeza da causa e a luta pelos direitos em mais um crime, como se lutar pelos seus direitos e defender os interesses dos mais necessitados fosse um ato ilícito. 
O Censo Agropecuário realizado pelo IBGE em 2009 demonstra ser o Brasil o país com a maior concentração fundiária do mundo. Os dados estão lá para serem comprovados, onde cerca de 46 mil pessoas detêm 43% das áreas agricultáveis. Em contrapartida, mais da metade da população possui menos de 3% das terras. Estão aí as causas do país possuir cerca de 75% da população do campo analfabeta, trazendo como conseqüência, este bolsão de pobreza que se verifica na zona rural. Junte-se a isto, o fato de que a elas não lhes é dada às condições mínimas de terem as suas necessidades básicas atendidas, em razão da exclusão a que estão submetidas. 
O resultado desta situação perversa é o surgimento de movimentos sociais que procuram defender os direitos constitucionais que deveriam ser garantidos pelos nossos dirigentes e políticos. 
Deveria o governo federal garantir a desapropriação para fins de reforma agrária de todo imóvel rural que não cumpra a sua função social, conforme arts. 184, 185 e 186 da CF. Estaria assim dando o primeiro passo para desenvolvimento no campo. 
Seria preciso ainda que os nossos gestores entendessem que, entregar uma área de terra para o plantio, não significa efetivamente que está efetivando uma reforma agrária e contribuindo para acabar com o bolsão de miséria que reina no campo. É importante que ao entregar o pedaço de terra, este venha acoplado a diversas outras ações realizadas em conjunto, para que a Reforma possa efetivamente se realizar. 
Te
Teria que ser estabelecido um programa de desenvolvimento educacional voltada para os assentados, uma política de investimentos e financiamentos ao pequeno produtor rural e lhes ser garantida a comercialização, como forma de lhes garantir uma participação equilibrada no mercado. 
E não adianta dizer que é impossível, pois todos sabem que os empresários do agronegócio, os usineiros e as multinacionais sempre receberam e continuam usufruindo benefícios fiscais e subvenções econômicas, dadas pelo Estado. Sempre tiveram e continuam tendo acesso ao dinheiro público com a maior facilidade, mesmo boicotando a política econômica e desviando os recursos obtidos da produção. 
Assim sendo, não venham os senhores moralistas e oportunistas a serviço daqueles, procurarem criminalizar os movimentos sociais e ong’s por usarem dos mesmos meios de repasses de numerário público. 
Ora, se aqueles tem o direito, estes não são impedidos, devendo a eles ser concebido o princípio da igualdade em seu sentido material, ou seja, tratando igualmente as pessoas que estejam em situação de igualdade, e desigualmente as pessoas que estão em situação desigual. 
Diante desta desigualdade gritante, temos observado que os Movimentos Sociais e as Organizações Populares têm alcançado um nível de evolução respeitável na direção de assumir o fortalecimento da sociedade em face da ausência do Estado, buscando confrontar com a situação que aí está em busca dos seus direitos e em defesa da cidadania. Apesar de, também, reconhecer que nesses movimentos tem surgido "lideranças" que se aproveitam da sua condição e tem desvirtuado a função social e os inetresses dos trabalhadores. Principalmente aqueles que enveredaram para a política.
É importante que todos reflitam, se o Brasil que se diz em franco desenvolvimento, hoje a 5ª maior economia do mundo, é justo em pleno século 21, se ver nas suas cidades e principalmente no campo uma sociedade de miseráveis? Será que a isto poderíamos chamar de uma sociedade de cidadãos? Tenho plena consciência que não e nem pode sê–la. 
Porém, toda esta situação se dá, em razão da brutal concentração de renda e as desigualdades regionais, que levam desrespeito ao ser humano, principalmente pelos grandes empreendimentos e empresas agrícolas levando para o campo a fome, a miséria e falta de educação, entre tantos outros males que tem causado á sociedade, e tudo isto por culpa do Estado, que nunca se faz presente, exceto quando há um grande clamor, quando timidamente aparece com políticas compensatórias, mas nunca com a solução, pois teme mexer nas elites empresariais. 
Enfim, o sofrimento e a deprimente trajetória daqueles que lutam pelo direito a terra é uma questão tão séria, que deveria proporcionar que os organismos dos Direitos Humanos saíssem em sua defesa independente da sua natureza, seu fundamento e base legal, pois o direito a terra são Direitos Naturais e históricos, devendo todos se unirem para buscarem os meios mais seguro para garanti–los, e impedir que elas sejam continuamente violadas, mesmo após solenes declarações daqueles que continuamente tem infringido. O governo e as elites.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

VIOLENCIA: suas causas e soluções


Desde que passamos a conviver e a ser vítimas da falta de segurança em que nos encontramos muito se tem discutido de como resolver o problema. 
Alguns melhores aquinhoados financeiramente têm buscado investir em sistemas de vigilância eletrônica dos mais modernos, em segurança pessoal armada, blindar o carro ou portas e janelas de casa com vidros a prova de bala, etc. 
Os menos bafejados financeiramente tem buscado se proteger, vivendo como presidiário, residindo em casas com muros cercados por telas elétricas e com portas e janelas fechadas com grades. 
Quanto aos cidadãos comuns, trabalhadores e donas de casa, jovens e idosos, moradores das periferias da cidade, estes vivem em uma situação que diria vexatória, quase sem solução, pois são assaltados nos ônibus, nas ruas, nos bairros, todos esperando contar com a proteção Divina. 
Isto tudo sem falar nas drogas, que está se transformando em uma guerra, e quem tem saído derrotado é o povo. 
Vivemos em comunidades, que em lugar de se transformarem em redutos de convívio familiar, hoje os moradores viraram reféns do uso desenfreado de bebidas e de drogas pesadas atingindo em cheio principalmente os jovens, que por falta de espaços e áreas de lazer e sem perspectiva de progresso social e econômico, tem buscado neste caminho a fuga da falta de ideais. 
E o que é pior. A fim de demonstrar serviço para sociedade, a nossa polícia, que deveria ser responsável pela segurança e pela legalidade dos atos, tem efetuado ações ilegais e até inconstitucionais, fazendo com que a justiça não acate muitas dessas ações, contribuindo para que a sociedade passe a acreditar e ter a sensação de impunidade, alimentado por ditos populares como “o crime compensa” ou “não adianta prender que o bandido sempre acaba solto”. 
Mas enfim, por que isto está acontecendo? Será por culpa do nosso modelo educacional público falido? O problema está na deformação moral nas famílias? Na grande concentração de renda que impera em nosso País, que tem impedido uma distribuição mais igual das condições de vida à população? Estará na falta de oportunidades para os jovens? 
Afinal, onde residirá o problema da violência, que alcançou um estágio altíssimo, onde o número de mortes se contabilizados ultrapassam muitas guerras? 
E o que é pior, a cada dia tem atingido mais a nossa juventude. Eles estão morrendo absurdamente. Existirá solução? 
É chegada a hora de sairmos do muro das lamentações e partirmos para ações práticas e buscas de soluções que amenizem a situação. 
Devemos buscar respostas concretas e duradouras de enfrentamento da violência, já que está comprovado que só a polícia não está sendo capaz de contê-la. 
Devemos nos conscientizar que não se faz defesa social apenas com polícia na rua, apesar de necessário e que se faça presente até ostensivamente. 
Temos que ter consciência que, o contingente policial em todos os Estados deste País além de reduzido demonstra não estarem preparados para enfrentar os novos modelos de violência que a cada dia se inova. Além de serem mal remunerados, muitos tendo inclusive de conviver parede e meia com marginais, não estão devidamente treinados. 
Deveríamos sim, iniciar uma campanha de construção de uma sociedade do diálogo e da tolerância, se desejamos realmente diminuir a violência. 
Que a sociedade pressione os governos para que as escolas funcionem a contento, os postos de saúde e hospitais públicos ofereçam um atendimento que não humilhe quem deles necessitam, a iluminação pública seja de qualidade, o transporte coletivo seja acessível a todos e com conforto. 
Enfim, que os serviços públicos e essenciais funcionem bem e voltadas para o atendimento da comunidade. 
Enquanto os serviços públicos estão capengando, os nossos jovens estão por aí perambulando, sem atividades, sem nenhuma diversão ou atividade educativa, vivendo na ociosidade. 
As escolas continuam fechadas nos finais de semana quando deveriam ser transformadas em equipamentos sociais, para uso da coletividade. 
Isto acontecendo, estaríamos oferecendo condições e atividades, principalmente nos bairros populares e nas periferias, melhorando o convívio social e a relação interpessoal nas comunidades. 
Sem diversão, ociosos e sem ter o que fazer os nossos jovens, principalmente, passam a ser presas fáceis da delinqüência e da criminalidade. 
O Brasil possui leis suficientes capazes de levar o País a excelente patamar de desenvolvimento, melhorando a qualidade de vida das pessoas, desde que essas leis sejam efetivamente aplicadas para todos. 
Porém, vivemos em uma nação, onde tudo ou quase tudo é resolvido na base dos acertos às escondidas ou da influência política ou econômica. Se tiver alguma "influência", tudo se resolve e os objetivos são facilmente alcançados, tais como: cargos públicos, saúde de qualidade, ajuda da polícia, cobertura do judiciário, e por aí vai... 
Este é o País em que vivemos.  E este é um dos fatores geradores de violência. 
Devemos pressionar o Congresso Nacional para que tomem medidas reais e eficazes para o combate e resolver o problema da violência, já que todos sabem que os nossos Congressistas só funcionam na base de muita pressão, do clamor público. 
Tem que acabar este cancro da progressão da pena, onde o criminoso sabe que por maior que seja apenado, só cumprirá no máximo 08 anos. Basta aparentar um ótimo comportamento. 
Ora, não queria ser punido, que tivesse um bom comportamento quando estava convivendo em sociedade. Isto tem gerado um estímulo à violência. 
Devemos sim, aumentar o tempo máximo da pena e julgar os culpados com mais rigor, independente da classe social, pois ao que se sabe, a Lei foi feita para todos, coisa que não parece em nosso País. Faça-se um levantamento das pessoas que estão nos presídios ou que foram julgadas. Veremos que só tem pobres, pretos e ladrões de galinhas. As elites são minoria e só estão lá talvez pela comoção do crime cometido. 
É fundamental resolver os problemas relacionados com as questões da educação pública, enfrentando de frente, acabando com os discursos demagógicos e colocando em prática de fato e não com enganações, onde os professores fingem que ensinam e os alunos que aprendem. 
Só quem perde com isso é a nação e a população pobre deste País, que terá uma massa fácil de ser manipulada e sem perspectiva de um futuro melhor. 
É esta educação oferecida, que hoje colhemos o apagão de mão de obra em diversos setores da economia e pagamos caro pelo alto índice de violência que reina. 
Acorda Brasil.