quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

GESTÃO DO ESTADO: uma questão de competência.


A boa gestão pública é uma questão de competência e está a exigir um amplo processo de transformação, na medida em que já não mais se aceita o sistema tradicional utilizado, que tem como referencial a negociata de cargos públicos, como método de acomodação dos interesses de setores políticos.
Este é um modelo que, diante de qualquer turbulência, tem demonstrado a visível fragilidade da gestão pública, submetida aos interesses e controle político, cujos interesses muitas vezes se confrontam com os interesses da sociedade.
Não pretendo ousar a apresentar um modelo pronto e acabado que seja capaz de servir de balizamento à gestão pública, no entanto, discutir conceitos e competências de forma a vir balizar a administração pública, é o um objetivo. Não ouso ser o dono da verdade, como muitos estudiosos e consultores, mas tenho a humildade de dizer que como muitos deles também posso contribuir para a discussão, até porque parte de minha vida foi no serviço público.
Um dos grandes desafios na administração pública brasileira, talvez o maior, é aumentar a capacidade de gerar políticas públicas, que atendam as necessidades da sua população, principalmente se considerarmos a alta taxa tributária imposta ao povo brasileiro. Para que este desafio seja enfrentado, torna-se necessário o aperfeiçoamento permanente dos servidores públicos, qualificando-os e dando-lhes a oportunidade a ascender aos cargos de comando, hoje existente e criado para servir de moeda de troca com partidos políticos, como forma de cooptar para a base de apoio. Este modelo existente atualmente tem sido o grande responsável pela ineficiência que se tem observado em relação à melhoria da qualidade dos serviços públicos, cujos indicados demonstram completa falta de compromisso, estando ali para servir ao padrinho ou ao partido que o colocou. Alguns são tão despreparados que sequer comparecem regularmente ao setor, com medo de serem desmacarados.
Este modelo é uma das veias da corrupção e do desvio do dinheiro público.
Assim, preparar o servidor não atende apenas uma demanda interna, mas torna-se uma necessidade imperativa como forma de ampliar a competitividade do País, de forma que assegure um desenvolvimento sustentável e menos desigual entre regiões.
Apesar dos argumentos neoclássicos em relação ao papel do Estado, porém, podemos afirmar que uma economia só poderá ser considerada dinâmica, quando houver um equilíbrio entre o público e o privado, ou seja, ambos os setores possuirem um desempenho econômico e o funcionamento confiável da administração pública de forma que o setor privado possa está no mesmo nível. Isto significa afirmar que uma economia para alcançar um maior nível, não depende unicamente do setor privado, mas também da eficiência de seu setor público.
Sabemos que o Brasil a partir da década de 90 obteve alguns avanços na melhoria e no aperfeiçoamento da máquina pública, porém, os esforços até agora despendidos, não tem sido maior em razão da ingerência política, que tem se utilizado dos cargos públicos para transformá-los em negociatas para apoios eventuais e pontuais de decisões de governo.
Diante disso, observam-se diversos gargalos que precisam ser superados, sob pena de vivermos continuamente em desenvolvimento.
Entre os gargalos, o “custo Brasil” precisa ser encarado de frente, mas não unicamente pelo viés do trabalhador, mas principalmente, pela alta carga tributária imposta a nossa produção e ao consumidor. Outros problemas também tem que serem enfrentados, tais como os causados pela ineficiência das autoridades portuárias; deve-se atacar os efeitos negativos da elevada burocracia estabelecida pelas “autoridades” para concessão de licenças para funcionamento ou extinção de empresas, criando dificuldades, quem sabe para obter vantagens; entre um série enorme de outros. Todos estes problemas se somam a nossa frágil infra-estrutura, que tem como resultado os baixíssimos investimentos governamentais, sobretudo em áreas estratégicas.
Mas e aí! Resolvido estes problemas, enfrentada estas dificuldades, teríamos alcançado a excelência na administração pública? Lógico que não, pois esta é uma questão que vem sendo discutida não de agora. E deve continuar sendo discutida por muito tempo, diante do atual modelo de gestão, que prioriza o segmento político em detrimento aos interesses maior do País.
Apesar das gigantescas dificuldades detectadas na máquina pública, porém a prática garante ser possível se obter significativas melhorias, desde que os gestores se conscientizem da necessidade de mudar o modelo hoje predominante.
Para que isto ocorra será necessária a mudança de hábito, de mentalidade, de estrutura, de comportamento e de regra. Assim ocorrendo, com certeza em curto prazo terá objetivamente melhorado o padrão de qualidade dos serviços públicos. Desde que aqueles que temporariamente assumirem a gestão extirpem o hábito de utilizar dos cargos disponíveis para se servirem deles como moeda de troca para futuros apoios.
Mas não devemos ser apenas sonhadores e, mesmo que alcancemos êxito na questão localizada, persistirá na administração pública uma enorme dissonância entre o mundo real e o prometido por nossos gestores, os quais passam para nossa população uma imagem negativa em relação aos serviços prestados, considerados quase que por unanimidade como de péssima qualidade e alto custo financeiro e social.
Por trás de toda irracionalidade e da ineficiência da máquina pública, existem outros fatores que interferem na sua funcionalidade, que é claramente sentida por qualquer observador com o mínimo de conhecimento técnico.
Esta ineficiência tem como uma das causas, a necessidade de dominação criada através das relações de poder, nem sempre às claras, muitas delas com elevado teor de envolvimento político, os quais vêem impregnados por interesses de ordem pessoal e ou material, tratando de forma desiguais as pessoas ou grupos de interesses, e, onde normalmente só quem tem a perder é a maioria da população, principalmente aquelas que estão na base da pirâmide social.
Esta é a crua realidade da administração pública brasileira e está a exigir uma mudança efetiva nesta relação espúria.
E que não venham jogar a responsabilidade e culpa no servidor público, estes são os menos culpados, aliás, tal qual a maioria da população, também são vítimas, em razão de uma relação que tem marcado o Estado, através dos seus gestores, por um conluio político praticado entre os três Poderes, cujo envolvimento tem engessado burocraticamente o Estado, impedindo o acesso do cidadão comum aos serviços essenciais, ocasionada pela pouca capacidade gerencial.
Portanto, urge a necessidade de que sejam procedidas mudanças na capacidade gerencial do Estado, que passa pela significa valorização do servidor, de forma efetiva e não apenas nos discursos de ponta de esquina, oferecendo as condições de melhoria da qualidade e da eficiência dos serviços oferecidos, acabando a nefasta prática do bilhetinho político, empreendendo técnicas organizacionais e de planejamento que evite o desperdício e o superfaturamento de obras.
Mudar não apenas no segmento do funcionalismo, mas mudança significa que o gestor deve olhar para a administração com outros olhos, bem diferente de como é olhado nos dias atuais, onde tudo é gestado e pensado sobre a ótica do é “dando que se recebe”. Mudar seria priorizar a população, principalmente a de baixa renda, em todos os seus projetos, não priorizar apenas as elites ou os segmentos mais abastados da economia.
Falar assim parece fácil, mas não é, pois mudar o viés da administração pública é como diz o sertanejo, é mexer num vespeiro. E para que a administração pública brasileira venha de fato dar um salto de qualidade e que passe a ser um dos fatores de riqueza e de vantagem competitiva torna-se imprescindível investir nos servidores.
Aí está o fator crítico. Pois investir no servidor você estaria qualificando-o e ao qualificá-lo direta ou indiretamente se estaria transformando a administração pública em um serviço profissionalizado composto por servidores altamente capacitados.
E isto iria de encontro dos interesses de nossos atuais políticos.
Apenas para ter uma idéia, no Brasil de hoje temos 38 ministérios. Será que haveria necessidade desta quantidade enorme, ou os ministérios foram criados com o único objetivo de acomodar as insatisfações dos partidos aliados? A quantidade é tão grande, que se a presidente resolver atender 01 ministro a cada dia, nesta ordem haverá quem irá levar quase 60 dias para ser atendido.
Este modelo está esgotado e só demonstra a ineficiência da maioria dos ministérios e por tabela nos Estados. Uns por não despachar com a presidente, outros por falta de recursos, pois de tão subdividido as funções, que não sobra dinheiro sequer para pagar o Gabinete Ministerial.
Diante de tamanha quantidade de ministérios, estamos assistir diariamente escândalos sobre escândalos de desvios de recursos. E não adianta blindar os envolvidos, em razão do padrinho ou do partido que o indicou, pois haverá o momento em que terá que se optar entre a lisura e o roubo, entre aquele que deseja servir ou ali está para se servir.
Esta forma de gerir o Estado chega ao extremo. Na Bahia para atender as insatisfações de partido aliado, o Governador criou uma Secretaria de Estado para cuidar unicamente dos presídios, que antes funcionava como um Departamento na Secretaria de Justiça. Mesmo depois de criada ninguém sabe ninguém viu para que serve. Com isto são milhões de recursos públicos jogados fora. Enquanto o servidor é tratado a pão e água.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

OS NÚMEROS NÃO MENTEM. APENAS CONFIRMAM


O analista é visto pelos criticados e seus seguidores, como pessoa intransigente até radical. Um ser incapaz de perdoar as mínimas falhas, principalmente quando esta análise se refere a classe política. No entanto, os fatos demonstram ser a própria classe política, os responsáveis pela produção de fatos suficientes para não serem perdoados, ou para que as críticas sejam feitas, sem que nenhum argumento possa vir justificar as falhas e os erros que cometem diuturnamente, sem o mínimo pudor.
Tenho criticado a muitos anos, o modelo administrativo implantado na Bahia e de tabela, em alguns estados nordestinos, privilegiando a propaganda mentirosa e enganosa, em lugar de gestarem políticas públicas que atenda os interesses da maioria, principalmente a classe mais carente da sociedade, diante da situação de penúria em que vivem, mais do que qualquer outro segmento social, necessitam do amparo e do aconchego dos braços dos governantes de plantão. Para tanto, devem ser elaboradas políticas públicas voltadas para a solução das desigualdades sociais, em lugar de só o verem quando necessitam dos votos e, após eleitos, apenas se preocupam em se perpetuarem no Poder, diante disto, tratam de governar com os olhos voltados para atender os interesses das classes dominantes. Infelizmente na Bahia, este modelo está se sobrepondo e vem se perpetuando, independente daquele que esteja no Poder.
A Bahia de hoje se situa entre as seis maiores economias do Brasil, porém, o que se tem visto, é que esta riqueza não tem sido distribuída equânimente entre todos, muito pelo contrário, o que se tem observado é que a classe dos miseráveis no Estado, só tem aumentado nos últimos anos, cujo número de famílias situadas na linha da miséria, derruba todos argumentos e propagandas oficiais de que na Bahia tudo vai bem.
Dados oficiais divulgados no final de 2011 vêm apenas certificar o nível de pobreza que está submetida milhões de famílias baianas, as quais têm sobrevivido à custa Governo Federal, através do Programa Bolsa Família, cujo programa serve apenas para balizar o grau de miséria em que se encontra a população do Estado.
Apenas para recordar, durante a campanha eleitoral para o primeiro mandato do atual governador, o mesmo prometia que, com recursos do tesouro do Estado, aumentaria o valor do Programa, cuja promessa jamais saiu do papel ou dos discursos das promessas demagógicas.
Apesar do comprovado poderio econômico do Estado, pode-se afirmar que o modelo e a forma administrativa da Bahia continuam tão ruins e ultrapassados quanto o era no mal fadado e negro período em que o carlismo tinha sob aos seus pés o controle do Poder. A Bahia maravilhosa e cheia de encantos só é vista e encontrada nas propagandas institucionais, que tal qual o modelo carlista, de tanto repetirem a mentira, passa a soar nos ouvidos como verdade, chegando a “convencer” a alguns.
Posso ser considerado intransigente, mas não consigo entender ou compreender como um Estado que está entre os mais ricos do País, seus governantes podem se vangloriar ou até mesmo se orgulhar de sua administração quando este mesmo Estado é o campeão nacional em famílias incluídas no Programa Bolsa Família, ficando a frente de Estados bem mais pobres que o nosso, como o Piauí e Maranhão, por exemplo.
Digo sem medo de errar, para um governante o que deveria servir de orgulho, era que em seu Estado nenhuma família precisasse sobreviver com uma esmola de pouco mais de R$ 100,00 por mês, fruto de políticas públicas voltadas para atender a essas famílias com geração de emprego e renda.
Para isto deveria existir o Governo e para este fim deveriam ser direcionados os impostos coercitivamente arrecadados.
Tecnicamente. o Programa Bolsa Família serve de parâmetro para medir o grau de miséria de uma população e, quanto maior o número de famílias incluídas, mais se observa quanto às políticas públicas estão sendo mal executadas e dirigidas, voltadas unicamente para atender aos mesmos, ou seja, aqueles que sempre se serviram do Estado para se manterem no nível em que encontram.
Logo, se a Bahia é o Estado campeão em famílias beneficiadas com o Programa, então se entende que apesar da aparente riqueza, é ainda um Estado onde a miséria e a fome campeiam e, sua população na grande maioria, não viu ou recebeu os benefícios tão decantados nas propagandas oficiais.
É triste ter que reconhecer, mas a Bahia sexta economia do Brasil é a mesma Bahia campeã da miséria.
Diante dos fatos, só podemos concluir que há algo de errado na administração deste patrimônio que é a Bahia, pois com certeza esta não é a BAHIA DE TODOS, que os marketeiros de plantão tentam demonstrar, está muito mais paras a BAHIA PARA POUCOS.
Para aqueles que a toda hora se colocam de plantão em defesa do atual modelo administrativo, procurando imputar aos seus críticos adjetivos pejorativos, trago como argumento os dados divulgados pelo IPEA, entidade administrada pelo Governo Federal, portanto aliado ao Governo baiano. Não são dados manipulados por quem faz oposição. São dados oficiais.
Segundo o IPEA, a Bahia entra em 2012, como o Estado campeão de famílias incluídas no Programa Bolsa Família, com cerca de 1.753.000 de participantes, que se multiplicado pela média de 04 pessoas por família, então cerca de 7.000.000 de pessoas na linha da miséria, ou seja, mais da metade da sua população. O segundo colocado possui 1.210.000 famílias beneficiadas. .
Estes dados servem apenas para confirmar o quanto o governo tem mentido para a população, mostrando em suas propagandas uma Bahia que não chega para mais de 7.000.000 de baianos, que conseguem sobreviver com pouco mais de R$ 100,00 por família, ou seja, pouco mais de R$ 25,00 por pessoa.
Esta é a realidade que o IPEA nos mostra e diante destes fatos só nos resta implorar: ACORDA GOVERNADOR, a Bahia pede socorro, pois no mapa da pobreza continua sendo a campeã, com maiores carências de serviços essenciais e de políticas públicas voltadas para os mais necessitados.
E não é só este o título que o Estado da Bahia arrebata. Concorre ainda a outros títulos que em nada traria orgulho para qualquer governante.
Em relação à saúde pública, perde para o pequenino Estado de Sergipe em quantidade de médicos que atendem pelo SUS. Enquanto lá, Estado reconhecidamente muito mais pobre do que a Bahia, possui 4,2 médicos para mil/hab., aqui, no Estado virtual da beleza e da felicidade, temos 2,3 médicos por mil/hab., cujos números nos deixa empatado em penúltimo lugar com Mato Grosso, Piauí, Amazonas e Acre. Ganhamos apenas para o Maranhão do clã Sarney, com 1,3 médicos.
Estes são os dados que o IPEA nos mostra. Com base nestes números, fica claro que não há má vontade daqueles que críticam ao atual governo. Já se passaram cinco anos sob sua administração e a Bahia continua com os péssimos índices sociais da era carlista, o que vem apenas confirmar que temos um governo preocupado em atender unicamente as necessidades de uma minoria. Esta é a realidade, infelizmente. Não tem propaganda que desminta.
Em relação à Educação, mais uma vez a Bahia demonstra que nada mudou, apesar, repito, de tentarem mentirosamente e até criminosamente através da propaganda oficial de manipularem dados na tentativa de querer mostrar o contrário. Em relação à freqüência escolar, apenas 88,2 das crianças e jovens de 06 a 14 anos freqüentam a escola. Neste índice segundo o IPEA a Bahia ficou no quarto pior lugar. Chegamos a perder para o Piauí. Quanto ao ensino médio, mais uma vergonha, ficamos em 12º lugar, com 51,3% de freqüência.
Observe: somos a sexta economia do País, mas nos índices sociais, não conseguimos obter o mesmo desempenho dos índices econômicos. Aliás, não chegamos nem perto, exceto se compararmos de baixo para cima. Alguma coisa está errada, não acham?
Portanto, diante de índices sociais tão baixos, ficamos sem entender e queremos até compreender, o porquê de tanto investimentos de parte do Governo do Estado em propaganda, que fogem da realidade do nosso cotidiano, como mostra o IPEA.
Até entenderíamos, por ser o Estado mais rico da região, mas com o título duramente conquistado, de campeões da miséria, comprovados pelo número de famílias beneficiadas com a Bolsa Família, não dá para entender.. E olha que esses números deveriam envergonhar qualquer gestor público que tenha o mínimo de vergonha na cara. Assim os investimentos em propaganda, teriam melhor apilcabilidade se direcionados para se buscar uma solução para os problemas sociais que a miséria traz no seu bojo. Não buscar camuflar com propaganda enganosa.
Tudo isto sem falar no problema da segurança pública, onde você anda no interior do Estado e se depara com o clima de insegurança, com cidades sem qualquer soldado ou no máximo 01 a 02 militares para garantir a segurança urbana e rural do município, ou até mesmo, viajar por estradas e se deparar com postos das policias estaduais fechados ou abandonados, em uma época que a violência está a campear.
Portanto não há má vontade ou intransigência. Os números estão aí à espera de um desmentido, se é que há argumentos que desmintam.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

NADA MUDOU, NEM SEQUER SE TRANSFORMOU. TUDO É CONTINUISMO – parte 2

Dando continuidade à análise referente ao modelo administrativo reinante após os 16 anos de domínio carlista, se é que alguém tem coragem de dizer que acabou, se observa que vivemos em um estado caótico, basicamente motivado pela incompetência, a negligência e a imperícia dos nossos dirigentes políticos, cujo Estado foi e continua sendo dominado pelo mesmo grupo que há anos se apoderou da máquina pública, e não largam o osso, seja o governante quem for.
No interior da Bahia circula um ditado de que na administração pública “o coronel é sempre da mesma tropa”.
Em razão deste domínio secular, observa-se um sistema desonesto e desigual de blindagem e proteção dessas pessoas pelos agentes políticos, que para não o prejudicarem, ou seja, perderem a mamata em que se encontram, aderem ao governo de plantão, e sob o manto da mentirosa governabilidade, o gestor cede às pressões e faz do cargo público, o jogo das negociatas, que tanto tem prejudicado a população, já que estas pessoas estão ali para servirem ao seu chefe como cabos eleitorais e não à população.
Aliado a este processo, assiste-se a vigência de uma filosofia de gestão pública que não procura contemplar as necessidades da população e sim as necessidades daqueles que estão em sua volta. Tudo isto com um único objetivo, colocar a máquina pública a serviço de uma minoria na Bahia e de privilegiar através da máquina de poder, uma pequena máfia de exploradores do Estado.
Enfim, a Bahia tem um governo que exige exageradamente do seu povo, o espolia através da escorcha tributária, mas oferece muito pouco ou quase nada em contrapartida.
Em pleno século 21, assistimos o mesmo quadro político se revezando no Poder, são os mesmos e velhos políticos que ainda administram o Estado como os antigos coronéis, e com a mesma filosofia, “dinheiro em uma mão e chibata na outra”. Continuam tão arrogantes quanto preguiçosos, pois nada tem para mostrar como competência, a não ser a prepotência como filosofia.
A população não vê um projeto elaborado e bem coordenado voltado para a construção de melhorias na “qualidade de vida” do povo. Não se observa ações planejadas de coordenação ordenada nas áreas de saúde, educação, cultura, segurança, moradia, entre outras.
Tudo é na base do improviso quando não, copiado. São gestores sem a mínima criatividade e competência.
Não se vê a existência de grupos multidisciplinares trabalhando e elaborando projetos que visem melhorar as políticas públicas e suas ações e efeitos. Muito pelo contrário, o que se nota são ações que visam apenas perseguir e ou prejudicar a população, principalmente os servidores públicos.
Não se observa no âmbito de qualquer Secretaria estudos e projetos sérios, de longo prazo, para reestruturação e racionalização dos serviços públicos, que objetivem não só incentivar o seu quadro funcional, mas também voltado para a melhoria da qualidade de vida dos baianos.
O que existem são ações pontuais. Quando os fatos ocorrem, aí saem em busca do prejuízo. Não se preocupam com a prevenção. Mas pelo nível da equipe, não se pode esperar algo melhor.
Não temos um governo que pense no povo em primeiro lugar. Que priorize e discuta com as comunidades as suas necessidades. Temos sim um governo, que pensa em se perpetuar no Poder, e dentro desta meta vende a alma a Deus e ao diabo. Aí é onde está a governabilidade. O Poder pelo Poder.
Apesar dos líderes políticos aliados viverem apregoando que hoje a Bahia vive sob um regime republicano, na prática o que se vê são atitudes verdadeiramente ditatoriais, bem ao estilo carlista de governar.
Exemplos não faltam para comprovar. Senão vejamos: sem dialogar com a população, o governador do estado impôs ao povo baiano o horário de verão, visando atender apenas ao segmento empresarial. Pesquisas comprovavam que cerca de 75% da população era contra.
Sem discutir com os servidores públicos, os maiores interessados em ter um plano de saúde com qualidade, utilizou-se da maioria parlamentar que possui, e impôs mudanças no Plano de Saúde (o PLANSERV), onde além de significativo aumento na contribuição, trouxe no seu bojo limitações para sua utilização. Como se o servidor adoecesse por que gosta?
Por último, ao fim do ano de 2011, já nas vésperas do recesso parlamentar envia à Assembleia Legislativa, para ser votado em regime de urgência Projeto de Lei que traz diversos prejuízos ao Meio Ambiente, que mutila o Conselho Estadual do Meio Ambiente, cujo projeto foi considerado por todos os ambientalistas um verdadeiro retrocesso.
Estes e outras dezenas de exemplos existem para comprovar as decisões na contramão da maioria dos baianos. Será que é a isto eles chamam o estilo republicano de governar?
O descaso com os cidadãos é muito grande e pode ser facilmente comprovado. Basta observar os índices Sociais, onde a Bahia sempre patina entre os últimos lugares. Como sempre só tem perdido para o Maranhão e Piauí. E isto é assustador para uma economia que se coloca entre as 6 maiores do País.
Qualquer um que andar pelo interior da Bahia verá a situação de abandono que o Estado se encontra. Apenas algumas maquiagens aqui, outras ali, mas solução de longo prazo para os problemas, estes estão sempre em segundo plano.
O dinheiro que Estado tem gastado em propagandas para mostrar uma Bahia que não existe, se aplicados corretamente, geraria muito mais bem estar para a população, do que servir unicamente para inflar o ego do Gestor de Plantão.
Ninguém nasce Governador, está Governador e tudo passa e só depois é que se vê a realidade dos fatos. A herança maldita deixada.
Sem uma fiscalização feita pela imprensa, o governo baiano julga-se acima do bem o do mal, desta forma acha que não precisa dar satisfações a sociedade.
E que é pior, se queremos viajar para clarear as ideias, temos que pagar caro, através de rodovias pedagiadas, onde o buraco e falta de conservação é o que mais se vê. A população está se cansando de passar horas e mais horas nas praças de pedágio, para depois ter que trafegar em estradas completamente esburacadas, sem a mínima segurança e sem que o governo dê uma resposta eficaz à população. É só omissão, quando se trata do bem estar da população. Isto sem falar nas suspeitas que circula pelo Estado em relação aos verdadeiros proprietários destas concessionárias.
Existe um ditado que diz: “há governantes que ficam conhecidos por construir estradas, já outros por loteá-las”. Este é o caso da Bahia, cuja população está assistindo o controle das estradas serem loteadas de pedágios fazendo a festa daqueles que os apoiaram.
Hoje só não pagamos pedágio nos centros urbanos. Por enquanto, pois já há quem acene para a instituição das zonas azuis em diversos municípios, que nada mais é que o pedágio urbano. Mas ninguém ouve falar na extinção da CIDE (criada para manutenção das rodovias) ou do IPVA. Afinal o consumidor que se lixe, o estado quer arrecadar.
Para completar o quadro, resolveram fazer ressurgir das cinzas o mais aplicado aluno carlista e colocaram-no como vice-governador, além de lhe entregar a principal Secretaria Estadual. A de maior visibilidade para o homem do interior. Logo àquele, que é o único nome que a direita carcomida baiana tem, com densidade eleitoral significativa e capaz de agregar em torno de si todos aqueles que querem ver o retorno às suas mãos, o controle do Estado.
Resolveu o governador criar cobra, para no futuro vir a morder o próprio PT.
Ou alguém com o mínimo de lucidez ainda acredita que o vice – governador de posse do segundo maior partido do estado não é candidato a Governador em 2014? Se acreditar que não, então você deve também acreditar em Papai Noel, ou que criança quem traz é a cegonha.
Portanto, os baianos e você que no seu Estado sofre diariamente em razão da péssima administração que possui, precisa urgentemente revisar seus conceitos políticos, se reeducar e se mobiliza para ser agente das mudanças que o seu Estado exige.
Depende de você para salvar o que restou do seu Estado e comece por 2012.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

NADA MUDOU, NEM SEQUER SE TRANSFORMOU. TUDO É CONTINUISMO – parte 1


Chegamos 2012. Você está satisfeito com a administração de seu Estado? As promessas estão sendo cumpridas? Ou você, como a grande maioria dos eleitores, está decepcionado com o governo que tem? Ou como os baianos, que por falta de opção votou pela continuidade, hoje se encontram em um beco sem saída, diante de uma administração, que chega a ser um misto de continuísmo do modelo anterior somado a insegurança, sofrimento humano e de promessas não cumpridas, cujas ações, obras e belezas só são vistas nas propagandas oficiais. Infelizmente.
A decepção que o baiano tem sentido, não tem sido demonstrado por atos nas ruas, até porque a população não se encontra organizada, e os sindicatos e entidades estudantis que poderiam está exercendo este papel, foram adquiridos pelo governo, através de bons empregos e salários para os líderes nada fazerem.
A situação está chegando a tal ponto que muitos já não suportam viver na Bahia, pois não tem assistido o retorno dos altíssimos impostos que lhe são impositivamente retirados.
Não queremos afirmar que a Bahia está um caos completo, pois seria impossível alguém superar os desmandos dos governos carlistas, mas que estamos mal, isto é incontestável, no que se refere ao modelo de governar, onde tudo não passa de ficção.
A situação é tão vexatória que o governo faz propaganda até quanto à geração de emprego, porém, você sai às ruas, olha em volta e ver leva e mais leva de mendigos e jovens desempregados, ou entrando no mundo das drogas e da criminalidade por falta de opção. Onde está a oportunidade de trabalho gerada? Discursam dizendo que não estão devidamente preparados por falta de uma qualificação educacional e técnica. Mas quem é o responsável para oferecer educação pública de qualidade, que os qualifiquem tecnicamente. O Governo e são eles mesmos que fazem tal afirmativa.
O servidor público continua massacrado, fruto de uma política salarial perversa, sendo obrigados a recorrer a agiotas, que estão sempre de plantão em cada secretaria ou órgão público estadual, seja na capital ou no interior do Estado. Diante desta situação, quem tem sofrido é a população, pois não ver garantido o mínimo de eficiência nos serviços públicos. É um funcionalismo desestimulado e descrente dos seus governantes, que muito prometeu e nada deu.
A cada dia, este servidor, por falta de estímulos, muitos perseguidos pelos chefetes colocados nos cambalachos políticos do adesismo, ver o serviço público se deteriorar. É um servidor eternamente desrespeitado nos seus mínimos direitos. A situação chegou ao ponto, que nem se aposentar o servidor pode, pois o processo chega a levar anos nas gavetas daqueles que teriam a obrigação de liberá-lo automaticamente.
Precisa para qualquer coisa de ter um padrinho político, senão as coisas não andam. O que será que mudou?
Este é o modelo que vigora na Bahia, que nada mais é que o continuísmo dos 16 anos do carlismo no Poder. Nada mudou. Nem a propaganda oficial, sempre vendendo ilusões e fora da realidade do dia a dia do seu povo.
A imprensa, com quem a população poderia contar, esta amordaçada, em parte comprada pelas generosas verbas oficiais, perdendo a imparcialidade e o seu caráter de bem informar, além de ter esquecido totalmente o seu papel investigativo, onde o jornalismo se impõe ante os desmandos administrativos e desvios de recursos públicos.
Diante desta omissão jornalística, o que se vê na Bahia, é que parece tudo está uma maravilha, uma beleza. Ninguém neste Estado rouba, já observaram? Mas, em surdina, muitos estão se locupletando. Só o tempo mostrará. Será que alguém teria coragem de comparar a declaração de bens de quando entrou no governo e como está hoje? Todos sabem que a Bahia é um dos Estados que pior remunera o seu quadro de pessoal, perde apenas para o Maranhão. Então não dá para entender como estas pessoas conseguiram em pouco mais de 5 anos chegarem ao patamar em que estão? Fica a dúvida no ar.
E a educação pública? Aquela educação que deveria ser oferecida de forma a melhor capacitar a nossa juventude, para que pudessem entrar no mercado de trabalho. Esta se encontra pedindo socorro. Por falta de uma remuneração digna e condições de trabalho que ofereçam aos professores e alunos o mínimo de dignidade e respeito aos direitos humanos, os docentes fingem que ensinam, e os nossos pobres alunos que aprendem. E depois ficam a reclamar que não há mão de obra qualificada. Claro, com a educação que lhe é oferecida, só pode dá nisto. E agora ainda impuseram aos professores mais um castigo, nem a licença premio pode gozar, pois terá que ter 60 anos, o que significa que só irá gozar depois de aposentado. Se não existisse a Portaria publicada no diário oficial, pensaria que era piada.
É assim que propagam respeitar os direitos adquiridos. Do jeito que a coisa está indo, não demora os servidores públicos começarem a sentir saudades dos carrascos Paulo Souto e Cesar Borges. Será que eram felizes e não sabiam? O pior é se esta saudade começar a ser sentida pela população.
Enquanto a educação está pedindo socorro, a saúde pública caminha na mesma direção. Os hospitais e postos de saúde só funcionam dignamente quando há visitas oficiais. Terminada, tudo volta ao normal, com pacientes atendidos em macas ou em lençóis estendidos no chão dos corredores, por falta de leitos, isto quando dão sorte de ter o atendimento médico.
A educação e a saúde no Estado da Bahia são de fazer dó. E no seu Estado como está? Torço para que não tenha a Bahia como modelo, pois o modelo implantado tem demonstrado ser completamente ineficiente e ineficaz.
Mas se você abrir os jornais ou olhar a propaganda oficial, a Bahia é um Oasis de felicidade neste deserto chamado Brasil. Pena que as benesses só estejam nas mãos de uma minoria, para a qual o governo tem seus olhares.
A Bahia hoje é um Estado que não oferece segurança, esta se dá em razão do total sucateamento do sistema de Segurança Pública. Lógico que a culpa não é só do Governo atual, e sim um acúmulo sucessivo de vários governos anteriores, que relegaram a segurança a um plano secundário. Deixaram de investir e capacitar os seus profissionais e o resultado são o caos que hoje impera. Imaginam que apenas a aquisição de viaturas é o suficiente. Paga mal os agentes da lei e ainda fomenta a rivalidade entre policiais civis e militares. Não tendo uma visão nem projeto e ou planejamento sobre a segurança pública, o governo incentiva indiretamente os empreendimentos de segurança particular.
Portanto, mal pagos, mal aparelhados e mal administrados, sem encontrar estímulos para bem exercer a função, os policiais são o retrato da desmotivação. O pouco da Segurança Pública que temos é fruto do esforço pessoal de alguns policiais (militares e civis) ainda honestos e dedicados, que arriscam a vida para proteger o cidadão.
Não existem pesquisas que forneçam as explicações que os baianos tanto procuram, mas com certeza hoje, se pudessem, mais da metade da população deixariam o nosso Estado em busca de um lugar mais seguro.
Mas este caos não se resume apenas a educação, saúde e segurança pública. Muito pelo contrário, está disseminado por todas as Secretarias Estaduais, onde nada é feito de forma a corrigir os erros encontrados e dá novos rumos ao Estado.
Temos hoje a bela capital baiana completamente abandonada e o interior do Estado à deriva, sem políticas públicas que incentivem a geração de emprego e renda, o que tem levado com que principalmente os jovens, sejam obrigados a ter que sair das suas cidades em busca de oportunidades nos grandes centros urbanos. Em lugar de oferecer soluções, criam mais problemas, pois estes centros também não estão preparados para receberem esta leva de desempregados, com isto oferece oportunidades para a criminalidade e o tráfico de drogas.
Como se vê, a situação não está nada boa por aqui. E aí em seu Estado, como está?