A origem do escândalo de
corrupção que atinge a Petrobras pode ser a Lei 9.478/97, idealizada pelo
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e por seu ex-genro David Zylberstajn,
que presidiu a Agência Nacional do Petróleo.
Conhecida como “Lei do
Petróleo”, a 9.478/97 abriu o mercado brasileiro a firmas internacionais e, em
compensação, permitiu que a Petrobras adotasse regras mais flexíveis para
contratar bens e serviços.
A partir daquele ano, a empresa
foi dispensa da Lei de Licitações, a duríssima 8.666, e ganhou poderes para
contratar de forma simplificada – em muitos casos, até por meio de
carta-convite.
Ontem, no Congresso Nacional, o
secretário de Fiscalização de Obras para a Área de Energia do Tribunal de
Contas da União (TCU), Rafael Jardim Cavalcante, afirmou que a estatal
petrolífera realizou a maior parte das contratações diretas de bens entre os
anos de 2011 e 2014 sem licitação.
“Não temos ainda números
definitivos, mas nos últimos quatro anos eventualmente em bens a Petrobras
talvez tenha contratado entre R$60 bilhões e R$70 bilhões. Levantamentos
preliminares, e peço a paciência e a compreensão sobre a higidez desse número,
apontam que de 60% a mais de 70%, dessas contratações de bens são feitas sem
licitação. Para avaliar, antes do certo e errado, qual é o risco em termos de
boa governança corporativo dessa prática e dessa previsão legal?”, questionou.
Quando a lei foi adotada, no
governo FHC, dizia-se que a estatal precisava de maior flexibilidade para
concorrer com firmas internacionais. O presidente escolhido para comandar a
empresa, Henri Philippe Reichstul, orgulhava-se de dizer que geria a Petrobras
como uma empresa privada e fez vários negócios que, hoje são objeto de
contestação judicial – como uma polêmica troca de ativos com a espanhola
Repsol, assinada no apagar das luzes do governo FHC.
No governo Lula, a Petrobras
viveu seu maior ciclo de investimentos. O gerente-executivo Pedro Barusco, hoje
conhecido como o corrupto de US$100 milhões, teve poderes para contratar nada
menos que R$15 bilhões em sondas e plataformas que foram fretadas à Petrobras pelo
grupo Schahin.
Em 2010, a facilidade com que a
Petrobras contratava, sem licitações, foi questionada junto ao Supremo Tribunal
Federal. Com parecer do então advogado Luís Roberto Barros, hoje ministro do
STF, a Petrobras continuou livre da lei de licitações, numa decisão que teve
voto favorável do ministro Dias Toffoli.
FHC hoje se diz envergonhado
com o que ocorreu na Petrobras, mas ele talvez tenha sido um dos responsáveis
pelo surgimento de Barusco na empresa.
Autor: Gilmar
Dantas
Um comentário:
Não sei oque é pior! o PT ou vocês...
que tal criarem um pouco de vergonha na cara e realmente falarem a verdade, entretanto a verdade não extorque dinheiro de politico! não é?
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