É tamanho o descrédito dos partidos políticos que
eles desistiram de proclamar suas virtudes. Ao contrário, dedicam-se a
demonstrar que os outros chafurdam em ainda maiores vícios. Nesse contexto,
nesse indiscutível contexto, fica imensamente favorecida a vida de quem está no
poder. Ali, as facilidades voam em jatinhos militares devidamente decorados
para os prazeres da vida civil. Ali, roda a ciranda em torno do Erário, que
abre portas na hora certa para alegria dos folgazões. Ali há dinheiro,
empregos, poder, honrarias, favores. E tudo isso, no tempo devido, vira
mercadoria ou moeda eleitoral.
"E a oposição?", indagará o leitor atento
à relevância política deste ano de 2014. Ora, a oposição é aquele pequeno
reduto onde só ficam os que não se deixaram seduzir pelo que de mais atraente
existe nas tentações do poder. No Brasil destes anos constrangedores, só é
oposição quem faz muita questão de sê-lo. O poder tem do bom e do melhor para
todos os seus. A oposição é trincheira de poucos e mal apetrechados
combatentes.
Quem acompanha a política nacional com
interesse cívico sabe, também, que o PT muito pouco pode apresentar como
resultado positivo de suas três administrações que não provenha de políticas
que antes condenou e, posteriormente, adotou. Mas, convenhamos: isso não serve
para estabelecer diferenças. Bem ao contrário. A estratégia oposicionista
precisa ser outra. Para vencer o desequilíbrio estabelecido entre as forças do
governo e as da oposição é preciso identificar e apontar ao juízo soberano dos
eleitores certos abismos que as separam. A contribuição que trago nestas linhas
é uma lista de pautas, de condutas e de políticas pelas quais esse rio de águas
turvas chamado Partido dos Trabalhadores ganha corpo com seus afluentes pela margem
esquerda e pela margem direita. Elas me levam ao que chamo de a pergunta certa:
qual o partido brasileiro que se identifica com as seguintes políticas,
condutas e pautas?
Marco regulatório da imprensa; marco civil da
internet; PLC 122 (da "homofobia") e seus disparates; imposição do
"politicamente correto" e da novilíngua; confabulações do Foro de São
Paulo; apoio e refúgio a terroristas (Cesar Battisti é apenas um dos casos);
captura e devolução a Fidel dos boxeadores cubanos; apoio aos governos
comunistas de Cuba, Venezuela e Bolívia; incondicional afeição a qualquer
patife adversário do Ocidente; homenagens e nomes de ruas para líderes
comunistas; memorial para Luiz Carlos Prestes; apoio explícito a companheiros
condenados pela justiça por graves crimes; verdadeira fobia por presídios e
órgãos de segurança, resultando em gravíssima instabilidade social; absoluta e
incondicional dedicação aos direitos humanos dos bandidos; empenho em inibir a
ação armada das instituições policiais; dedicação à causa do desarmamento dos
cidadãos; recusa à redução da maioridade penal; criação do MST e apoio às suas
truculentas invasões de propriedades rurais; apoio a invasões no meio urbano e
a políticas que restringem o direito de propriedade; cobertura às estripulias
imobiliárias dos quilombolas; avanços do Código Florestal contra o direito de
propriedade; expansão das reservas indígenas sobre áreas de lavoura; mudança,
para pior, do Estatuto do Índio; supressão de símbolos religiosos em locais
públicos; lei da palmada; apoio à legalização do aborto; políticas de gênero;
kit gay nas escolas; apoio à parada gay, à marcha das vadias e à marcha pela
maconha; leis de cotas raciais; uso de livros didáticos para doutrinação
ideológica; fim da lei de anistia e manipulação da História; aparelhamento da
administração pública e dos órgãos de Estado pelos partidos do governo; e mais
recentemente, defesa dos rolezinhos e suas perturbações em locais de comércio.
Examine bem a lista acima e depois me diga se não é
urgente espantar, pela força do voto, esse mau agouro político que lança
sortilégios sobre nossa sociedade e sobre a democracia brasileira.
Autor: Percival
Puggina
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