sábado, 29 de setembro de 2012

CONTINUISMO OU MUDANÇA, EIS A GRANDE QUESTÃO.

Nada é mais nefasto para um Estado, à perpetuação no Poder de apenas uma única corrente política ou de um único partido no seu comando. 
Os exemplos estão aí para mostrar que a longevidade só tem causado males para as Nações que optaram por este modelo, independente se o sistema é socialista ou capitalista. Sua transformação só se dá após verdadeiros banhos de sangue e depois de dizimar grande parte da população. 
A alternância do Poder pela eleição é sempre mais salutar e esta é uma característica dos regimes democráticos. 
Estamos nos aproximando de mais um período eleitoral, estas municipais e, lembramos-nos do Parágrafo Único da Constituição Brasileira que diz: “Todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”, pelo menos assim deveria, direta ou indiretamente, através dos representantes eleitos livre e soberanamente, nos termos constitucionais, pois esta é a verdadeira essência da soberania popular. 
No entanto, observando a realidade da maioria dos municípios brasileiros, da para sentir claramente o quanto estamos carentes de novas lideranças, cujos líderes estejam comprometidos com os princípios básicos da gestão pública, homens éticos e com competência técnica, além da sinceridade de propósitos. 
Não se tem visto esta renovação nem nos municípios e muito menos nos partidos políticos. 
O que se vê é a repetição de velhas “lideranças oligarcas”, se apresentando como salvadores da pátria - coisa que não o fizeram quando estavam com o Poder -, em sua grande maioria ultrapassada, com os mesmos vícios na forma de pensar e de fazer política. Infelizmente, esta é a nossa realidade. 
São os mesmos que procuram se alternar no Poder, infelizmente, através de articulações que envolvem sempre as mesmas pessoas, com uma única preocupação, a continuidade do domínio ou a retomada do tesouro, tesouro este que se chama o Poder Municipal. 
Somado a este “sonho” une-se alguns aliados candidatos ao legislativo, cujo interesse maior é se apossar dos cargos do executivo, através de familiares e cabos eleitorais, além da eterna e renhida disputa de quem melhor irá servir de capacho aos interesses do prefeito de plantão. 
Dificilmente assiste a discussão e a formulação de políticas públicas voltadas ao bem estar da população carente, exceto promessas vãs com o único objetivo de angariar votos. 
São candidatos ao legislativo, mais preocupados em obscuras coligações, que tem como meta aplainar os caminhos que os levarão obter a vitória ou o de conseguir o maior número possível de cadeiras para o partido, com isto, aumentar o poder de barganha junto ao executivo na conquista dos cargos públicos. 
Estão muito mais preocupados com os cargos e como servirão ao “senhor feudal” de plantão, do que servir realmente ao povo, conforme foram eleitos e como se apresentavam na hora de pedir os votos. Portanto, estamos em 2012, ano das eleições municipais e nada melhor que aproveitarmos deste momento para que todos juntos façam uma profunda reflexão sobre o que temos e que queremos, e comecemos a trabalhar em busca de mudanças reais. 
E nada melhor do que com o nosso voto possamos iniciar um processo para oxigenar a administração pública, dando uma demonstração de alternância de Poder. 
Não devemos aceitar ou até mesmo pactuar com a continuidade ou o continuísmo, principalmente quando sabemos que este continuísmo está buscando a perpetuação das elites políticas, subvertendo do exercício da cidadania e, ferindo completamente as bases dos princípios democráticos. 
E exemplos não faltam e testemunhados dos males que o continuísmo ocasionam. 
Observem os escândalos que tem ocorrido a nível do governo federal, agora imaginem os males que a continuidade ocasiona, principalmente a nível municipal, local onde florescem os problemas sociais os quais alcançam dimensões imagináveis. 
É no município onde problemas com atendimentos em hospitais públicos, postos de saúdes e hospitais conveniados com o SUS mais se refletem, onde há o império do bilhetinho político. É lá onde a especulação imobiliária impera e os gestores fazem vista grossa. 
É no município onde a população enfrenta os problemas com o trânsito e se depara com um serviço de transporte coletivo caótico, sem a mínima qualidade, em função de um modelo arcaico. 
É lá onde os moradores recebe uma educação pública colocada sua disposição em petição de miséria e onde os problemas sociais se acumulam dia após dia, sem que administração pública acene com uma solução, exceto obras faraônicas que tem um único objetivo: privilegiar a grupos e segmentos dos interesses políticos daqueles que estão com O PODER. 
E a CONTINUIDADE é a grande responsável pelo descalabro que tem ocorrido naqueles municípios em que seus moradores optaram por este modelo. 
Ao escolher pela continuidade, a sociedade está referendando as ações daqueles que no Poder, permitiram que a incompetência trouxesse uma solução para resolver os problemas do trânsito caótico e a falta de infraestrutura no transporte público, sem contar os outros inúmeros problemas, entre eles o péssimo atendimento dos serviços de saúde; da educação de baixa qualidade ofertada, dos problemas sociais que se acumulam, da oferta de submoradias e obras superfluas que privilegiam apenas determinados grupos e segmentos e seus interesses políticos, para que se mantenha no comando do Poder. 
Ao votar lembre-se que o seu município é entre tantos outros, uma cidade privilegiada e abençoada, por possuir uma localização estratégica e cheio de riquezas naturais, que só os nossos dirigentes políticos não enxergam. 
Que você reside em uma localidade que possui um patrimônio histórico a ser preservado e com enorme vocação para o empreendedorismo. 
Portanto reeleger ou retroceder ao passado seria o melhor, ou devemos buscar algo novo e que se identifique com seus ideais seria melhor? 
Pense, a arma está em suas mãos.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

SERÁ QUE O BRASIL FOI DESCOBERTO PELO PT?

Vivemos hoje uma situação no mínimo intrigante, em relação ao quadro político no País. Somos invadidos diariamente em nossos lares, pelo rádio e TV, por um programa eleitoral, onde se vê de tudo, menos a VERDADE e o COMPROMISO COM A ÉTICA E VALORES MORAIS. 
Anda somos obrigados durante o ano a engolir programas partidários, onde a legenda se apresenta como a solução dos males do País e, quando investigamos seus dirigentes e parlamentares, vemos que na prática agem ao contrário do que pregam. São homens envolvidos em todo tipo de mutreta, desde a corrupção, desvio de recursos publico, compra e venda de emendas, fisiologistas, aéticos, entre tantas outras. 
Porém, o que tem mais chamado à atenção e o mais intrigante é o PT. 
Jamais havia presenciado um partido político utilizar de forma tão despudorada e se vangloriar tanto de feitos os quais não foi o seu mentor ou que não realizou, nem sequer planejou. Chega ser ridículo o papel que exercem e não se envergonham de enganar a população, achando que já não basta o Mensalão, ainda usam de todos os artifícios para convencer que o País só existe porque o PT está no Poder. Só faltam dizer que o Brasil foi descoberto por ele. 
A desfaçatez é tamanha que no seu último programa no rádio e na TV, chamaram para si o papel de marco zero. Até a estabilização da economia teria sido obra do PT. E olha que todo mundo sabe que o partido voltou contra o Plano Real, como voltou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e todos e qualquer ato que fosse oralizante. 
Hoje colhem os efeitos de politicas estruturantes de governos anteriores e das quais foram radicalmente contrários, mas se acham no direito de afirmarem terem sido unicamente eles que mudaram o País. 
Se voltarmos no tempo, veremos que o PT desde a sua fundação tinha como objetivo mudar o Brasil, não sei se para pior ou melhor. Seu programa para as eleições de 2002 tinha como título "a ruptura necessária", onde anunciava que assumindo o poder faria uma gestão onde prometia "uma ruptura com o atual modelo econômico, fundado na abertura e na desregulação radicais da economia nacional e na consequente subordinação de sua dinâmica aos interesses e humores do capital financeiro globalizado". 
Na proposta apresentada a sociedade, o programa propunha: “controles na entrada de capitais estrangeiros, mudanças na captação de recursos externos pelos bancos e a denúncia do acordo com o FMI, entre outros. Uma reforma tributária taxaria as grandes fortunas”. Entre outras ações que divergiam ao extremo da política econômica em vigor a época. 
Mas como todo sonho, uma hora temos que acordar, e o sonho de ruptura pregado por alguns “radicais” do PT tevê fim com “A Carta ao Povo Brasileiro” lançada em 22 de junho de 2002. Aí se deu o começo do fim dos sonhos e dos ideais. 
Nela, Lula apresentava propostas onde defendia "um projeto nacional alternativo", mas mudava o tom quando dava garantia as elites econômicas que o PT no poder iria "respeitar aos contratos e obrigações do país". E foi mais além, que o superávit primário seria preservado "para impedir que a dívida interna aumente e destrua a confiança na capacidade do governo de honrar os seus compromissos". 
As ilusões econômicas daqueles que ainda acreditavam no PT morreram quando Lula colocou um banqueiro para presidir o Banco Central. Como consequência, já primeiro mês, foram elevadas a taxa de juros e a meta de superávit primário. 
Tudo o que o PT tachava de neoliberal passava a praticar com Lula na presidência. 
A política econômica de FHC foi mantida. Com base nos programas e políticas estruturantes planejadas por seus antecessores, Lula conseguiu colocar o País em destaque, utilizando-se das mudanças anteriores ocorridas, ampliando assim, o potencial de crescimento da economia, a qual teve ao seu favor os ventos favoráveis da economia mundial à época. 
Diante disso, foi possível manter e ampliar os programas sociais em sua grande maioria herdados, mas que o partido se nega reconhecer. 
Ao descobrir que a popularidade dependia diretamente do controle da inflação reforçou a autonomia do Banco Central, passando então a ser visto com outro olhar pelos países ricos e emergentes, fruto do carisma e da sua simpatia, começaram a considera-lo um líder de esquerda moderado, defensor da democracia e do modelo e da ordem econômica vigente. 
Ora, como não pode negar a colaboração dos antecessores, hoje o PT utiliza como alternativa, a eterna tentativa de desconstruir de forma sistemática e sem desfaçatez as realizações de governos anteriores, procurando assim, convencer a população que o Brasil passou a existir depois da ascensão do partido ao Poder. 
Politicamente no Brasil nada mudou, quem mudou foi o PT, que agora é, em todos os sentidos, um partido igual aos outros, como prova, ao chegar ao Poder utilizou de todos os mecanismos praticados pelos demais e, diante da eterna desculpa da governabilidade, atraiu para si legendas que antes abominava, formou uma coalizão que incluiu partidos políticos e figuras conhecidas no cenário político nacional que o PT sempre rejeitou e lutou contra. 
Diante do quadro que aí está, podemos dizer sem medo de errar que foi o tempo em que o PT era considerado um partido de trabalhadores. Até soa como normal ouvir o Aloísio Mercadante dizer que não negocia com grevistas. Logo o PT que surgiu das greves dos operários. 
Lógico que ao incorporar aliados e até consultores políticos como Sarney, Collor de Melo, Maluf, Renan Calheiros, Jucá, Jader Barbalho entre tantos outros caciques políticos, com história que nada de orgulho traz a quem as lê, não se poderia esperar que mudanças radicais iriam ocorrer, no modo de agir e pensar. 
Assim aquele partido que trazia para a população a esperança se tornou a mesmice de todos e quando todos acreditavam que aquelas raposas políticas fossem alijadas, surpreendentemente foram incorporados, passando a imagem para a sociedade que para governar deles não poderiam abdicar. 
E ao entender que para governar havia a necessidade de possuir uma base sólida no congresso e dialogar com os outros partidos, independente de se encontrar com o Poder, aí o PT mostrou a verdadeira face. 
Para formar uma base sólida, começou o projeto é dando que se recebe, com o loteamento dos cargos públicos e a atração de políticos que até então ninguém imaginava. O PT passou a conviver e a figurar ao lado daqueles que sempre criticavam, os quais eram taxados como políticos sem escrúpulos. José Sarney se tornou aliado, Fernando Collor, Roberto Jefferson, Jader Barbalho e Renan Calheiros, Maluf, Michel Temer que hoje é vice-presidente, passaram a ser companheiros. Diante de tão ilustres companhias os próprios partidários viraram figuras célebres da corrupção. 
Ao final de tudo, chegamos a uma conclusão. Nem as raposas políticas mudaram, passaram a ser menos desonestas, nem o PT era aquilo que afirmava. Tudo foi uma questão de escolha entre governar com eles ou governa com o povo. 
O resultado disso tudo é que a maioria da população passou a ver a política e o político sobre outro olhar, trazendo com isto mudanças radicais no modo de pensar. O povão passou a entender que em política todos iguais são iguais, independente da cor partidária.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A QUESTÃO DA COMPETÊNCIA

O maior desafio dos gestores públicos brasileiros, é a dificuldade para alcançar um maior o equilíbrio nas ações e políticas públicas que objetivem atender as demandas da sociedade. 
Esta tem sido uma tarefa difícil de ser alcançada, diante do atual modelo de gestão, que visa atender prioritariamente as demandas políticas, em lugar de atender as necessidades da população, cujo modelo foi construído ao longo dos anos e efetivamente executado pelo governo Lula, cuja cartilha continua sendo seguida pela sua sucessora,  onde se prioriza políticas públicas voltadas unicamente para o ambiente privado e ou político. 
Este tem sido um modelo onde a ineficiência governamental tem sido muito grande,  colocando o Estado a serviço do capital privado, e jamais voltado em administrar o bem público para o público. 
O que a sociedade tem observado é a dificuldade do governo em encontrar uma solução que vise atender as demandas e aos interesses da população, principalmente a mais carente. 
Entretanto, toda essa dificuldade traz como conseqüência, uma clara sinalização para maiores reflexões acerca dos instrumentos necessários que sinalizem para dotar a população de condições para encontrar o melhor caminho para alcançar o seu bem estar. 
E este desafio para ser enfrentado começa por oferecer as condições técnicas e materiais para dotar a engrenagem estatal de velocidade apropriada para atender com eficiência os anseios da população, e que sejam capazes de produzir os serviços demandados no tempo e no volume pedido. 
Seria importante que o serviço público estivesse se utilizando de ferramentas e tecnologias de gestão de vanguarda, de forma que pudesse contribuir e ser agente indutor capaz de poder acelerar o desenvolvimento econômico e social, propiciando a sociedade condições para que possa vir a conquistar um melhor patamar de vida para a população. 
Desta forma, utilizar do que há de mais moderno em termo de modelo de gestão é uma oportunidade que se abre para o gestor de diminuir o vácuo gerencial em que o país está inserido, cujo vácuo se dá pela não adoção de um padrão de gestão de excelência. 
 Em comentários anteriores abordamos que a questão da gestão do Estado brasileiro é uma questão de competência.
E afinal o que seria competência? 
Claro que ao tentarmos responder esta indagação estaremos correndo o risco de atender as expectativas de uns e frustrar de outros, pois temos plena consciência ser este um terreno onde ocorre uma diversidade enorme de interpretações e de interesses que está em jogo. E discutir competência, principalmente quando se trata da gestão pública, que envolve pessoas e interesses de toda ordem, desde as mais simples necessidades aos escusos interesses do jogo político, não é tarefa fácil. 
Neste jogo estariam os interesses dos servidores, sempre desprestigiados quanto aos aspectos nebulosos sobre a gestão de pessoas, tais como: carreira profissional; desenvolvimento de carreira; achatamento salarial e da estrutura organizacional; análise de desempenho e potencial; eqüidade salarial; dimensionamento de quadro; ingerência política; entre tantos outros. 
Porém, resumindo, competência seria o conjunto de qualificações ou características preconizáveis que permitem a alguma pessoa ter desempenho superior em certo trabalho ou situação. A competência pode ser prevista ou estruturada, de modo que se estabeleça um conjunto qualificador ideal, para que a pessoa apresente uma realização superior em seu trabalho. Esta seria a definição mais aceita desenvolvida por alguns estudiosos, na sua maioria de origem americana e desenvolveram seus trabalhos durante os anos 70 e 80, tendo como principais expoentes McClelland e Dailey (1972), Boyatzis (1982) e Spencer e Spencer (1993). 
Portanto, em frente desta abordagem, podemos afirmar que diante do quadro atual da gestão de pessoal do setor público, este resumo de conceito de competência fica comprometido a partir dos fatores externos a administração pública e dos ruídos internos causados pela ingerência de outros interesses que não o bem estar da população. 
Com semelhante tratamento dado pelos gestores, seria exigir do servidor, que este, diante do quadro de ingerência e de interferência aliado a insegurança funcional por viver sob constante ameaça do Poder Político, consiga demonstrar competência como esta de fato requer, ou seja, um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionados, que possam afetar ou interferir de forma positiva em alguma tarefa, papel ou responsabilidade por ele assumida, e que possam ser aferidos, já que tais predicados são susceptíveis de melhor capacitação pelo treinamento e desenvolvimento, que dificilmente obtém ou lhes é oferecido. 
Por incrível que pareça, a situação chegou a tal ponto que o Estado capacita os servidores chamados de cargo de confiança, que são cargos temporários e de vida curta no serviço público, pois ali estão por indicação política, em detrimento àqueles servidores efetivados. 
Desta forma, o que esperar do futuro do Estado brasileiro? 
Portanto quando falamos em competência, estamos querendo que este parâmetro chegue a todo o corpo de servidores, tanto federal, como estadual e municipal, para que assim a população possa ser bem servida e ter um atendimento a altura da escorcha tributária a que está submetida. 
Quando se exige competência do servidor, esta deve incluir valores como traços de personalidades e estilos pessoais; habilidades para o exercício da função e que sejam estabelecidos programas pelos setores de recursos humanos, se é que existem no serviço público, que apontem a necessidade de focar o desempenho e não insistir em mudar a personalidade das pessoas, já que todos sabem que embora elas influenciem, porém, não são susceptíveis de serem desenvolvidas através de treinamento. Seria importante que todos estivessem conscientizados que competência é a condição dada da pessoa colocar em prática o que se sabe ou o que aprendeu, cujo aprendizado pode ter se dado nos bancos escolares, na academia ou em um determinado contexto, marcado geralmente pelas relações de trabalho, cultura da organização, imprevistos, limitações de tempo e recursos, etc. 
Porém, diante do quadro que hoje se assiste da administração pública brasileira, cada dia fica mais difícil ao servidor de carreira poder demonstrar ou agir com competência, já que convive em um ambiente de confronto profissional, entre o que é certo e o que deve agradar ao político “dono” da área, ficando muitas vezes não só limitados, mais impedidos de usarem seus pontos fortes diante das constantes ameaças a que estão submetidos. 
Ora, todos sabem que o ser humano reage quando está sob ameaça. E ninguém vive com a cabeça sob a guilhotina como o servidor público, a maioria desrespeitada em relação à ascensão a níveis mais altos de carreiras, pois estes estão reservados para os apadrinhados políticos, o que desqualifica enormemente a gestão pública, pois os escolhidos são sempre os mais despreparados para a função, porém os mais preparados para servir de capacho para o chefe político e de intermediário para as falcatruas, superfaturamento de obras e desvio dos recursos públicos. 
Nisto eles são mestres, coisa que o competente não conseguiu desenvolver. 
Ao desvincular a competência, o amadurecimento profissional, o conhecimento e a compreensão do serviço público como essencial para a sociedade, como parâmetros para a ascensão profissional e assumir os cargos de comando, o gestor público estará dando a sua contribuição para cada vez mais desqualificar este serviço tão essencial à comunidade e, como conseqüência levar para o servidor o sentimento de arrependimento, de mal – estar, de desequilíbrio na tomada de posições, provocando ainda um quadro de ansiedade medo e perplexidade além da sensação de aborrecimento, frustração e decepção. 
Diante disto o que se pode esperar de um quadro de pessoal que tem no gestor uma pessoa que a todo o momento o desqualifica e não cumpre o mínimo que lhe foi prometido? Assim, torna-se difícil exigir competência, quando o gestor não está interessado em medir a competência do apadrinhado político.

sábado, 1 de setembro de 2012

FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS: um modelo de corrupção.

Muitos têm caracterizado o financiamento de campanha como fator de grande influência do capital na distorção no resultado final das eleições, onde o dinheiro tem sido gerador da desigualdade de oportunidades e que é essencial que a disputa seja feita de forma igual entre os candidatos.
O abuso do poder econômico nas eleições tem como reflexo e é traduzido pelos atos de corrupção praticados, com a utilização do caixa dois, favorecimento de doadores de campanha nas negociatas com o Poder, dentre outros. Somado a tudo, ainda deve ser levado em consideração, que diante das grandes somas arrecadadas, muitas vezes sem a mínima dificuldade, alguns se aproveitam e desviam os recursos obtidos em benefício próprio. somando ao seu patrimonio pessoal. Exemplos não faltam em Feira de Santana e depois se apesentam posandocomo honestos. 
São ladrões como outro qualquer. 
Sabemos ser uma campanha política no Brasil muito cara, para isto, os partidos necessitam de dinheiro não só para manter suas bases, necessidade de custearem seus gastos além de investir nas campanhas eleitorais buscando ocupar as vagas e os cargos políticos, aumentando assim seus espaços na sociedade. 
Mas daí, aos gastos estratosféricos que alguns fazem, há uma distancia muito grande. 
Campanha eleitoral hoje em dia é sinônimo de grandes arrecadações; e elevados custos, dando a entender ao eleitor que quem fala é o dinheiro na hora de votar. 
Com investimentos astronômicos, não só por parte do partido político, mas, também, pelo comitê eleitoral do candidato, o que tem ensejado uma série enorme de escândalos, levando ao desprestígio junto a população, da classe política e dos respectivos partidos. 
Em razão desta desigualdade, o que gera uma anomalia em relação a escolha, já que normalmente o império financeiro tem levado a melhor, e nem sempre este domínio é feito através da escolha do melhor, é que se torna cada vez mais urgente que seja debatido e discutido o financiamento de campanha em nosso País. 
Não temos um modelo ideal a ser seguido, mas é certo que, o que hoje vigora tem distorcido o resultado das eleições, o que não é salutar nas democracias modernas. 
Se não há um modelo ideal, então que sejam seguidas as experiências já bem sucedidas, evitando aquelas que comprovadamente foram negativas, de forma que o adotado contribua para a evolução e para a qualidade do bom funcionamento da democracia.
É importante uma reforma no modelo de financiamento de campanhas políticas em nosso País, onde hoje predomina o sistema misto, cujas contribuições privadas superam em muito os fundos públicos, daí, sendo esta a fonte dos escândalos de corrupção, do financiamento ilegal, da existência do caixa dois, abuso de poder econômico, dentre uma série interminável de outras falcatruas. 
É fundamental uma reforma que vise coibir tais atos perniciosos ao sistema eleitoral brasileiro, dando maior transparência, mais credibilidade e legitimidade à democracia. 
Deve ser perseguido um modelo que fomente uma disputa mais igualitária, livre e transparente, onde a escolha se dê no campo das ideias, diferente do que ocorre hoje, onde o que impera é o poder do dinheiro. 
A mudança trará com certeza, maior credibilidade e gerará junto à população uma maior confiança em relação aa agremiações políticas, hoje vistas como clientelistas e organizações criadas para acomodar e esconder as mazelas políticas que tem ocorrido. 
Deve ser feita uma reforma, que estabeleça critérios claros e punições severas, de forma que imponha uma competição eleitoral limpa e transparente,fazendo valer os direitos e os princípios fundamentais e democráticos estabelecidos pela Constituição. 
Para que a democracia seja plenamente respeitada, onde impere a ética, a moralidade, legalidade e a lisura nas eleições, é fundamental que se chegue a um melhor sistema eleitoral do que o atual vigente, que proporcione uma eleição competitiva e igualitária; um sistema de aplicação dos recursos transparente, mediante o fortalecimento do controle popular e uma divulgação acessível a todos. 
Que se reduza a interferência do capital no sistema e procedimentos eleitorais e que haja um efetivo e rigoroso combate ao tráfico de influências, a corrupção política e o caixa dois; que os investimentos sejam voltados para o fortalecimento dos partidos políticos, acabando com o personalismo que hoje reina. 
Aliado ao financiamento de campanha, deve ser buscado o fortalecimento partidário, acabando com os partidos de aluguel, valorizando a fidelidade partidária, ficando estabelecido que o mandato é do partido e que o candidato deve assim respeitar a vontade popular. 
E a primeira lição sobre a fidelidade foi dada pelo Judiciário ao Legislativo em diversos julgamentos. Cabe aprofundá-la e os nossos parlamentares começarem a fazer o dever de casa. 
Nos últimos anos temos assistidos diversos escândalos em relação a utilização do caixa-dois, prática disseminada em todos os partidos políticos, como forma de justificar os gastos ilegais, cujos episódios tem servido de reflexão por parte da sociedade e trazido para a discussão propostas em relação ao financiamento das campanhas eleitorais. 
Alguns têm defendido o financiamento “exclusivo” público, neutralizando qualquer iniciativa de financiamento por particulares. 
Esta é uma proposta no mínimo arriscada, pois nada garante o fim do caixa-dois. 
Justificam os seus defensores que sendo uma única fonte de financiamento, haveria controle quanto aos recursos empregados, ocorreria uma democratização da distribuição de recursos públicos, o que garantiria aos candidatos igualdade de condições para divulgação das propostas. 
Lamentavelmente, vivemos em um País, onde por incrível que pareça, leis e normas proibitivas, passam a serem estímulos a fraude e condutas criminosas, cuja “regra geral” vale para a proibição do financiamento privado de campanhas. 
Pergunto: e o que inibiria se houver apenas financiamento público? 
Por mais que se crie legislação que tente coibir fraudes, mais os envolvidos no processo demonstram incrível criatividade e encontram meios mirabolantes de burlar as normas. 
Seria possível se pensar em estabelecer um limite de gastos, mas aí ficaria a pergunta: criativos como são nossos políticos, não encontrariam outras saídas? 
Sabe-se que as campanhas eleitorais hoje em dia são planejadas como se fosse um investimento empresarial, com custos astronômicos, inclusive incompatíveis com as condições financeiras do candidato, com jogadas de marketing visando seduzir o eleitor, sem a mínina preocupação em discutir as questões políticas e ou administrativas. 
O que devemos esperar de uma campanha eleitoral, é que sejam promovidos discussões e debates que tratem dos problemas existentes nas comunidades e suas soluções possíveis. 
Como resultado, exige-se mais transparência e menos corrupção. 
No entanto, a interferência do poder econômico nos resultados eleitorais de nosso país tem sido uma fonte de preocupação de parte da sociedade, cujos recursos captados em sua grande maioria de origem duvidosa e até suspeita, sendo necessário que controles severos e rigorosos sejam observados, para tanto é fundamental a participação da sociedade nesta fiscalização de forma efetiva, sob pena de continuarmos assistindo e vivenciando escândalos e mais escândalos de desvios de recursos públicos, como forma de recompensar aqueles que os financiaram.