Nada é mais nefasto para um Estado, à perpetuação no Poder de apenas uma única corrente política ou de um único partido no seu comando.
Os exemplos estão aí para mostrar que a longevidade só tem causado males para as Nações que optaram por este modelo, independente se o sistema é socialista ou capitalista. Sua transformação só se dá após verdadeiros banhos de sangue e depois de dizimar grande parte da população.
A alternância do Poder pela eleição é sempre mais salutar e esta é uma característica dos regimes democráticos.
Estamos nos aproximando de mais um período eleitoral, estas municipais e, lembramos-nos do Parágrafo Único da Constituição Brasileira que diz: “Todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”, pelo menos assim deveria, direta ou indiretamente, através dos representantes eleitos livre e soberanamente, nos termos constitucionais, pois esta é a verdadeira essência da soberania popular.
No entanto, observando a realidade da maioria dos municípios brasileiros, da para
sentir claramente o quanto estamos carentes de novas lideranças, cujos líderes
estejam comprometidos com os princípios básicos da gestão pública, homens éticos e com competência técnica, além da sinceridade de propósitos.
Não se tem visto esta renovação nem nos municípios e muito menos nos partidos
políticos.
O que se vê é a repetição de velhas “lideranças oligarcas”, se apresentando como
salvadores da pátria - coisa que não o fizeram quando estavam com o Poder -, em
sua grande maioria ultrapassada, com os mesmos vícios na forma de pensar e de
fazer política.
Infelizmente, esta é a nossa realidade.
São os mesmos que procuram se alternar no Poder, infelizmente, através de articulações que envolvem sempre as mesmas pessoas, com uma única preocupação, a continuidade do domínio ou a retomada do tesouro,
tesouro este que se chama o Poder Municipal.
Somado a este “sonho” une-se
alguns aliados candidatos ao legislativo, cujo interesse maior é se apossar dos
cargos do executivo, através de familiares e cabos eleitorais, além da eterna e
renhida disputa de quem melhor irá servir de capacho aos interesses do prefeito
de plantão.
Dificilmente assiste a discussão e a formulação de políticas públicas voltadas ao bem estar da população carente, exceto promessas vãs com o único objetivo de angariar
votos.
São candidatos ao legislativo, mais preocupados em obscuras coligações, que tem
como meta aplainar os caminhos que os levarão obter a vitória ou o de conseguir o maior número possível de cadeiras para o partido, com isto, aumentar o poder de barganha junto ao executivo na conquista dos cargos públicos.
Estão muito mais preocupados com os cargos e como servirão ao “senhor feudal” de plantão, do que servir realmente ao povo, conforme foram eleitos e como se apresentavam na hora de pedir os votos.
Portanto, estamos em 2012, ano das eleições municipais e nada melhor que aproveitarmos deste momento para que todos juntos façam uma profunda reflexão sobre o que temos e que queremos, e comecemos a trabalhar em busca de mudanças reais.
E nada melhor do que com o nosso voto possamos iniciar um processo para oxigenar
a administração pública, dando uma demonstração de alternância de Poder.
Não devemos aceitar ou até mesmo pactuar com a continuidade ou o continuísmo,
principalmente quando sabemos que este continuísmo está buscando a perpetuação das elites políticas, subvertendo do exercício da cidadania e, ferindo completamente as bases dos princípios democráticos.
E exemplos não faltam e testemunhados dos males que o continuísmo ocasionam.
Observem os escândalos que tem ocorrido a nível do governo federal, agora imaginem os
males que a continuidade ocasiona, principalmente a nível municipal, local onde florescem os problemas sociais os quais alcançam dimensões imagináveis.
É no município onde problemas com atendimentos em hospitais públicos, postos de
saúdes e hospitais conveniados com o SUS mais se refletem, onde há o império do
bilhetinho político. É lá onde a especulação imobiliária impera e os gestores
fazem vista grossa.
É no município onde a população enfrenta os problemas com o trânsito e se depara
com um serviço de transporte coletivo caótico, sem a mínima qualidade, em função de um modelo arcaico.
É lá onde os moradores recebe uma educação pública colocada sua disposição em petição de miséria e onde os problemas sociais se acumulam dia após dia, sem que administração pública acene com uma solução, exceto obras faraônicas que tem um único objetivo: privilegiar a grupos e segmentos dos interesses políticos daqueles que estão com O PODER.
E a CONTINUIDADE é a grande responsável pelo descalabro que tem ocorrido naqueles municípios em que seus moradores optaram por este modelo.
Ao escolher pela continuidade, a sociedade está referendando as ações daqueles que no Poder, permitiram que a incompetência trouxesse uma solução para resolver
os problemas do trânsito caótico e a falta de infraestrutura no transporte
público, sem contar os outros inúmeros problemas, entre eles o péssimo
atendimento dos serviços de saúde; da educação de baixa qualidade ofertada, dos problemas sociais que se acumulam, da oferta de submoradias e obras superfluas que privilegiam apenas determinados grupos e segmentos e seus interesses políticos, para que se mantenha no comando do Poder.
Ao votar lembre-se que o seu município é entre tantos outros, uma cidade
privilegiada e abençoada, por possuir uma localização estratégica e cheio de riquezas naturais, que só os nossos dirigentes políticos não enxergam.
Que você reside em uma localidade que possui um patrimônio histórico a ser preservado e com enorme vocação para o empreendedorismo.
Portanto reeleger ou retroceder ao passado seria o melhor, ou devemos buscar algo novo e que se identifique com seus ideais seria melhor?
Pense, a arma está em suas mãos.