Neste comentário relatarei a experiência vivida como assessor parlamentar em Feira de Santana, cuja função assumida a convite de um vereador e relacionamento pessoal a partir dia em que fui contatado. Antes só o conhecia de nome.
Não é nosso objetivo relatar ou detalhar fatos que mostram como a arte de fazer política hoje em dia é literalmente jogada no lixo, através do jogo sujo dos conchavos e acordos suspeitos e mal intencionados. Não temos como objetivo citar nomes dos que fazem do trampolim político a arte da falcatrua e dos cargos públicos o elevador para obter status social e ou financeiro, fazendo todas as artimanhas para desviar os minguados recursos públicos, cujos autores deveriam está algemados ou residindo em qualquer presídio estadual e não se apresentando como candidatos nas próximas eleições, pintando de bom moço e de bem intencionado.
Pretendo aproveitar do espaço, para com a experiência adquirida analisar o papel de um gabinete e sua assessoria no desenvolvimento e crescimento do mandato parlamentar, consciente das injunções e indicações que não tem como objetivo transformar o serviço público em atividade voltada para o bem estar da população, mas sim, em uma relação incestuosa, onde o ego político fala mais alto, através de indicações ou seleção de pessoas que não primam pela honradez e decência. São, em alguns casos, nomeações de homens que não suportariam uma mínima investigação policial. São pessoas (é claro que é uma minoria) que tem no trambique o seu modus operandi e até falsificadores são acobertados pelos ditos políticos de plantão. A tudo isto, as pessoas honradas e éticas são submetidas ao aceitarem contribuir com a aquele “líder”, sendo assim obrigada a viver, conviver e assistir. com todo tipo de pessoas. E o pior, ter que engolir sem condições mudar a situação, pois este é o comportamento da grande maioria dos homens público. Infelizmente.
Parece que foi ontem, no entanto, já se passaram 03 anos.
De início relutei em aceitar o convite, movido por fatores que ate hoje considero fundamentais: 1) a remuneração que não faz jus a tarefa que deveria ser assumida, para quem quer exercer bem a função e com qualidade; 2) a formação da equipe, através de critérios no mínimo suspeitos, por que entendia que uma assessoria deveria ser composta não apenas por aqueles que participaram da campanha ou puxa sacos e sim por pessoas que tivessem compromisso com o mandato e competência técnica para exercê-la; 3) por não acreditar na seriedade das propostas e dos ideais defendidos pelo partido que o edil é filiado e; 4) por ultimo, por entender que em todas as funções que exerci, sempre primei por fazer o melhor e vestir a camisa da atividade exercida, e acreditava como ainda acredito que o ambiente político não permite isto, pois neste meio as pessoas são promovidas e reconhecidas não pela competência ou pelo mérito, mas pelo grau de puxa-saquismo e aquele que mais sabe mentir e enganar tanto aos colegas como aos eleitores.
Apesar destas relutâncias, influenciado por familiares e amigos terminei aceitando a viver esta experiência, que me trouxe mais dissabores que alegrias, mais decepções do que realizações, mais desgaste do que vitórias. Porém, reconheço que foi uma experiência que serviu, não para engrandecer meu currículo, muito pelo contrário, mas para conhecer o quanto é podre o ambiente político pelo lado de dentro, o quanto existe de mentira e falsidade neste meio. Foi uma experiência que me levou a entender o comportamento do homem político no seu dia a dia e me deixou ainda mais cético em relação a esta classe e compreender o quanto o homem é capaz de transformar um ambiente que deveria está voltado para realizar o bem estar da população, em um local onde o império da mentira e falsidade é quem norteia o seu dia a dia.
Ao aceitar viver a experiência, acreditava que por serem representantes do povo em uma cidade com mais de 600.000 habitantes, lá encontraria um ambiente onde o respeito ao próximo reinasse e que o setor de trabalho fosse um local onde imperava os conceitos mínimos organizacionais e cada pessoa tivesse as suas funções bem definidas e delineadas, até porque pela importância do município no cenário nacional, entendia como ainda entendo que ali seria a Casa e o local propício para que o homem político comece a se preparar para no futuro, quem sabe, vir a sonhar mais alto, como inclusive, assumir os destinos da administração da cidade.
Ledo engano.
Os gabinetes são formados sem exigir daqueles que vão exercer os cargos, a mínima qualificação técnica, apenas são nomeados para servirem de Office boys de luxo ou moleques de recado do vereador. Não se vê a mínima organização em relação ao seu funcionamento.
E não adianta exigir, pois ao parlamentar ou não interessa ou são tão incompetentes e despreparados que não entendem a importância de um trabalho em equipe e um mínimo de organização.
Fico a imaginar a nossa cidade governada por um desses homens.
Não se observa em qualquer gabinete reuniões de equipe e desta com o parlamentar buscando fazer uma avaliação dos trabalhos realizados e do desempenho do vereador em plenário e ou nas visitas as comunidades. Tudo é feito na base do improviso ou contando com o envolvimento e esforço pessoal de um ou outro.
E isto ocorre na 33ª cidade do País. Imagine nos municípios menores? E este mal não é só em Feira de Santana, em contatos com assessores de outras cidades do porte similar, inclusive da própria Assembléia Legislativa, sentimos que as dificuldades são as mesmas, que o desrespeito é igual para se exercer bem a função de assessor parlamentar.
Em Feira de Santana cada Gabinete tem 09 assessores, em um espaço que mal cabe 02, porém na realidade você só vê freqüentando o ambiente de trabalho no máximo 03, sem que haja um revezamento. Ninguém da notícia dos outros seis. São sempre os mesmos a carregar as pedras, entra ano e sai ano, passando uma imagem para a sociedade que o vereador só tem aquelas pessoas. O restante da equipe nunca aparece ou quando aparece é em busca de algum serviço disponível no gabinete para ser utilizado em proveito próprio. Alguns são até desconhecidos daqueles que estão lá todos os dias. Quando se identificam os encarregados de carregar as pedras chegam a tomar susto.
É dinheiro público jogado fora, pois se não há necessidade porque então nomeá-los? Não seria melhor ter uma equipe pequena, porém qualificada e melhor remunerada? Alíás, a experiência me faz concluir, que em Feira de Santana, para que o Gabinete Parlamentar funcione bem bastaria 04 assessores (um de comunicação, dois políticos e um técnico), com funções estabelecidas e critérios técnicos exigidos para o cargo, com uma remuneração justa. Os demais são dispensáveis.
Outro fator grave observado nestes 03 anos de convivência, é que as pessoas, principalmente as assessorias de comunicação e política, não conseguem entender que o produto final do trabalho do político não é o seu nome, não é a sua imagem física, esta não é a sua marca. Não conseguem estes profissionais entender que a MARCA do político é o trabalho desenvolvido, são os projetos e principalmente os requerimentos apresentados. Aí é onde reside o diferencial e é isto que o eleitor espera após eleito. O fruto do seu trabalho. Se bem explorado a população irá ligar e enaltecer o político, caso contrário enecerrará o mandato e passará despercebido. Será mais um entre tantos que ali passaram.
Você não vê de parte destes assesores e profissionais, o empenho e a competência de transformar o resultado final do trabalho executado em fatos políticos que façam com que a sociedade tome conhecimento do exato papel do legislador. Para que ele está ali.
Não conseguem convencer aos jornalistas das diversas mídias ou criar situações e fatos políticos que os sensibilizem levar o tema para discussão da sociedade.
A população nunca está bem informada e alimentada sobre a relevância do projeto que virou lei e ou do requerimento que foi rejeitado, de forma a cobrar ou constranger o Executivo para cumprir e fazer sem cumprido.
Pelo contrário, estas assessorias procuram apenas massagear o ego do homem político, como se este continuasse ainda em campanha para se eleger. Não entendem que o político encontra-se em outro estágio. O de produzir, e esta é que a matéria prima que a sociedade quer conhecer.
É preciso que se entenda que a sociedade irá reconhecê-lo pelo que fez não pelo nome que carrega.
Esta falha observada não se dá pela incompetência profissional, principalmente dos assessores de comunicação, pelo contrário, os profissionais com quem convivi são pessoas de alto nível, mas isto ocorre por falta de integração nas equipes, por falta de reuniões, por falta de planejamento, de discussão, debates internos e do não estabelecimento de rumos e metas.
São gabinetes onde ocorre tudo, menos reuniões de trabalho.
Diante desta gritante falha, passei a entender porque muitas pessoas que não costumam freqüentar as galerias chamam os vereadores de sangues sugas da sociedade. A comunicação é falha, cheia de ruídos.
Em relação a nossa experiência específica, vivida ao longo destes três anos, posso dizer que busquei ter uma convivência respeitosa com os demais colegas e que freqüentavam o mesmo ambiente. Procurei dentro das limitações de todo ser humano, dá minha contribuição para o crescimento do grupo ou daqueles que demonstraram interesse e compromisso com o mandato.
Exerci o cargo como técnico, dando a minha colaboração na criação, elaboração e adaptação de projetos de leis, dos quais quase uma centena virou leis e foram sancionadas ou promulgadas. Contribui com a elaboração de centenas de requerimentos e indicações. Estes últimos por solicitação das comunidades muitos frutos de reuniões que me vi obrigado a participar, pois assim exigia o cargo se queríamos exercê-lo bem e fazer com que o vereador pudesse se sobressair entre os demais pares.
Pois acreditava como ainda acredito. que este é o papel de um assessor, está sempre presente nos locais que o vereador não possa está. Aliás, e quem deveria executar a função seria o assessor político, hoje intitulado Chefe de Gabinete.
Posso afirmar que ao longo destes três anos tive mais decepções do que alegrias.
Primeiro porque apesar do gabinete ter em seu quadro nove assessores, com a exceção de um ou dois, jamais os demais apresentaram qualquer demanda da sociedade. Ou corria atrás ou não existia projetos ou requerimentos a ser apresentado. Dos mais de duzentos projetos de leis elaborados e apresentados, contei com a sugestão, solicitação e ou participação de menos de 10% dos demais membros, aí incluindo o próprio vereador. Da mesma forma podemos contabilizar a participação dos demais nos requerimentos e indicações. O mesmo percentual.
Segundo que, apesar de leis pioneiras aprovadas e diversos requerimentos importantes apresentados, alguns aprovados outros rejeitados, jamais vimos o resultado final repercutir junto a sociedade, em função da falha de comunicação entre o gabinete e a imprensa, que não teve a capacidade técnica de transformar os projetos e requerimentos em fatos políticos importantes de forma que viéssemos pautar as empresas jornalísticas e estas dá o devido destaque, mostrando assim para a sociedade a importância do parlamentar e da sua equipe para a comunidade.
Depois, por não termos sido competentes e eficientes o suficiente para transformar o resultado final do trabalho parlamentar em assunto do dia a ser tratado pela imprensa. Muito pelo contrário, nenhum projeto, requerimento ou indicação foi capitalizado politicamente.
Pioneiramente foram aprovadas diversas Leis, apenas como exemplo citarei duas, que hoje são aplicadas em centenas de municípios do Brasil, e em nossa cidade a sociedade desconhece o autor, que foram: a que “pune pessoas que mantém criadouros dos mosquitos da dengue” e a que “proíbe o acesso de pessoas portando capacetes em locais públicos e privados". São leis importantes e fundamentais, que não tiveram a mínima repercussão junto à imprensa e a sociedade. Que nunca foram capitalizadas politicamente e que a sociedade desconhece. Não houve uma articulação política e um trabalho junto aos órgãos de comunicação visando captar politicamente este feito.
Como estas,dezenas de outras Leis e principalmente de Requerimentos que é a maior razão de ser da atividade parlamentar, ficaram na vala comum. Se aprovados saiam como nota de rodapé, quando rejeitados sequer era discutido o mérito, para que a sociedade tomasse conhecimento e viesse constranger a maioria.
E olha que é através do Requerimento que o vereador exerce a sua maior função como parlamentar o de fiscalizar o executivo. Nada repercutiu, exceto quando o jornalista presente às sessões e por iniciativa própria definia o tema como interessante e dava a repercussão que considerava que devia ser dada, em seu jornal, no seu programa de rádio ou em seu blog.
Nada era ou foi utilizado de forma a mostrar para a sociedade a eficiência do trabalho.
Foram exercícios de cidadania jogados fora, por falta de uma melhor articulação entre a assessoria de comunicação e assessoria política e a imprensa local. Nada a ver quanto qualidade técnica dos profissionais dessas assessorias, mas talvez por desconhecerem o jogo e a técnica política, não entenderam que a marca do político é o seu trabalho e não seu nome.
Portanto, se perdeu tempo sem que fosse dado conhecimento a sociedade das constantes cobranças e do papel fiscalizador exercido.
Como estas há um sem número de falhas que se não corrigidas, a tendência é o nível a cada dia cair. As vantagens e alegrias foram tão poucas que não vale a pena ser citada, é preciso apenas serem vividas e lembradas interiormente.
Não digo que em razão da decepção jamais me disporei a exercer novamente esta atividade. Claro que não. Estarei mais que nunca disponível para colaborar, certo que é através da política que poderemos um dia efetuar mudanças significativas em benefício da sociedade, principalmente para os mais pobres.
Mas ao aceitar no futuro novos convites, será necessário que muitos dos erros observados hoje não sejam repetidos, sob pena de termos mais uma decepção.
Não é nosso objetivo relatar ou detalhar fatos que mostram como a arte de fazer política hoje em dia é literalmente jogada no lixo, através do jogo sujo dos conchavos e acordos suspeitos e mal intencionados. Não temos como objetivo citar nomes dos que fazem do trampolim político a arte da falcatrua e dos cargos públicos o elevador para obter status social e ou financeiro, fazendo todas as artimanhas para desviar os minguados recursos públicos, cujos autores deveriam está algemados ou residindo em qualquer presídio estadual e não se apresentando como candidatos nas próximas eleições, pintando de bom moço e de bem intencionado.
Pretendo aproveitar do espaço, para com a experiência adquirida analisar o papel de um gabinete e sua assessoria no desenvolvimento e crescimento do mandato parlamentar, consciente das injunções e indicações que não tem como objetivo transformar o serviço público em atividade voltada para o bem estar da população, mas sim, em uma relação incestuosa, onde o ego político fala mais alto, através de indicações ou seleção de pessoas que não primam pela honradez e decência. São, em alguns casos, nomeações de homens que não suportariam uma mínima investigação policial. São pessoas (é claro que é uma minoria) que tem no trambique o seu modus operandi e até falsificadores são acobertados pelos ditos políticos de plantão. A tudo isto, as pessoas honradas e éticas são submetidas ao aceitarem contribuir com a aquele “líder”, sendo assim obrigada a viver, conviver e assistir. com todo tipo de pessoas. E o pior, ter que engolir sem condições mudar a situação, pois este é o comportamento da grande maioria dos homens público. Infelizmente.
Parece que foi ontem, no entanto, já se passaram 03 anos.
De início relutei em aceitar o convite, movido por fatores que ate hoje considero fundamentais: 1) a remuneração que não faz jus a tarefa que deveria ser assumida, para quem quer exercer bem a função e com qualidade; 2) a formação da equipe, através de critérios no mínimo suspeitos, por que entendia que uma assessoria deveria ser composta não apenas por aqueles que participaram da campanha ou puxa sacos e sim por pessoas que tivessem compromisso com o mandato e competência técnica para exercê-la; 3) por não acreditar na seriedade das propostas e dos ideais defendidos pelo partido que o edil é filiado e; 4) por ultimo, por entender que em todas as funções que exerci, sempre primei por fazer o melhor e vestir a camisa da atividade exercida, e acreditava como ainda acredito que o ambiente político não permite isto, pois neste meio as pessoas são promovidas e reconhecidas não pela competência ou pelo mérito, mas pelo grau de puxa-saquismo e aquele que mais sabe mentir e enganar tanto aos colegas como aos eleitores.
Apesar destas relutâncias, influenciado por familiares e amigos terminei aceitando a viver esta experiência, que me trouxe mais dissabores que alegrias, mais decepções do que realizações, mais desgaste do que vitórias. Porém, reconheço que foi uma experiência que serviu, não para engrandecer meu currículo, muito pelo contrário, mas para conhecer o quanto é podre o ambiente político pelo lado de dentro, o quanto existe de mentira e falsidade neste meio. Foi uma experiência que me levou a entender o comportamento do homem político no seu dia a dia e me deixou ainda mais cético em relação a esta classe e compreender o quanto o homem é capaz de transformar um ambiente que deveria está voltado para realizar o bem estar da população, em um local onde o império da mentira e falsidade é quem norteia o seu dia a dia.
Ao aceitar viver a experiência, acreditava que por serem representantes do povo em uma cidade com mais de 600.000 habitantes, lá encontraria um ambiente onde o respeito ao próximo reinasse e que o setor de trabalho fosse um local onde imperava os conceitos mínimos organizacionais e cada pessoa tivesse as suas funções bem definidas e delineadas, até porque pela importância do município no cenário nacional, entendia como ainda entendo que ali seria a Casa e o local propício para que o homem político comece a se preparar para no futuro, quem sabe, vir a sonhar mais alto, como inclusive, assumir os destinos da administração da cidade.
Ledo engano.
Os gabinetes são formados sem exigir daqueles que vão exercer os cargos, a mínima qualificação técnica, apenas são nomeados para servirem de Office boys de luxo ou moleques de recado do vereador. Não se vê a mínima organização em relação ao seu funcionamento.
E não adianta exigir, pois ao parlamentar ou não interessa ou são tão incompetentes e despreparados que não entendem a importância de um trabalho em equipe e um mínimo de organização.
Fico a imaginar a nossa cidade governada por um desses homens.
Não se observa em qualquer gabinete reuniões de equipe e desta com o parlamentar buscando fazer uma avaliação dos trabalhos realizados e do desempenho do vereador em plenário e ou nas visitas as comunidades. Tudo é feito na base do improviso ou contando com o envolvimento e esforço pessoal de um ou outro.
E isto ocorre na 33ª cidade do País. Imagine nos municípios menores? E este mal não é só em Feira de Santana, em contatos com assessores de outras cidades do porte similar, inclusive da própria Assembléia Legislativa, sentimos que as dificuldades são as mesmas, que o desrespeito é igual para se exercer bem a função de assessor parlamentar.
Em Feira de Santana cada Gabinete tem 09 assessores, em um espaço que mal cabe 02, porém na realidade você só vê freqüentando o ambiente de trabalho no máximo 03, sem que haja um revezamento. Ninguém da notícia dos outros seis. São sempre os mesmos a carregar as pedras, entra ano e sai ano, passando uma imagem para a sociedade que o vereador só tem aquelas pessoas. O restante da equipe nunca aparece ou quando aparece é em busca de algum serviço disponível no gabinete para ser utilizado em proveito próprio. Alguns são até desconhecidos daqueles que estão lá todos os dias. Quando se identificam os encarregados de carregar as pedras chegam a tomar susto.
É dinheiro público jogado fora, pois se não há necessidade porque então nomeá-los? Não seria melhor ter uma equipe pequena, porém qualificada e melhor remunerada? Alíás, a experiência me faz concluir, que em Feira de Santana, para que o Gabinete Parlamentar funcione bem bastaria 04 assessores (um de comunicação, dois políticos e um técnico), com funções estabelecidas e critérios técnicos exigidos para o cargo, com uma remuneração justa. Os demais são dispensáveis.
Outro fator grave observado nestes 03 anos de convivência, é que as pessoas, principalmente as assessorias de comunicação e política, não conseguem entender que o produto final do trabalho do político não é o seu nome, não é a sua imagem física, esta não é a sua marca. Não conseguem estes profissionais entender que a MARCA do político é o trabalho desenvolvido, são os projetos e principalmente os requerimentos apresentados. Aí é onde reside o diferencial e é isto que o eleitor espera após eleito. O fruto do seu trabalho. Se bem explorado a população irá ligar e enaltecer o político, caso contrário enecerrará o mandato e passará despercebido. Será mais um entre tantos que ali passaram.
Você não vê de parte destes assesores e profissionais, o empenho e a competência de transformar o resultado final do trabalho executado em fatos políticos que façam com que a sociedade tome conhecimento do exato papel do legislador. Para que ele está ali.
Não conseguem convencer aos jornalistas das diversas mídias ou criar situações e fatos políticos que os sensibilizem levar o tema para discussão da sociedade.
A população nunca está bem informada e alimentada sobre a relevância do projeto que virou lei e ou do requerimento que foi rejeitado, de forma a cobrar ou constranger o Executivo para cumprir e fazer sem cumprido.
Pelo contrário, estas assessorias procuram apenas massagear o ego do homem político, como se este continuasse ainda em campanha para se eleger. Não entendem que o político encontra-se em outro estágio. O de produzir, e esta é que a matéria prima que a sociedade quer conhecer.
É preciso que se entenda que a sociedade irá reconhecê-lo pelo que fez não pelo nome que carrega.
Esta falha observada não se dá pela incompetência profissional, principalmente dos assessores de comunicação, pelo contrário, os profissionais com quem convivi são pessoas de alto nível, mas isto ocorre por falta de integração nas equipes, por falta de reuniões, por falta de planejamento, de discussão, debates internos e do não estabelecimento de rumos e metas.
São gabinetes onde ocorre tudo, menos reuniões de trabalho.
Diante desta gritante falha, passei a entender porque muitas pessoas que não costumam freqüentar as galerias chamam os vereadores de sangues sugas da sociedade. A comunicação é falha, cheia de ruídos.
Em relação a nossa experiência específica, vivida ao longo destes três anos, posso dizer que busquei ter uma convivência respeitosa com os demais colegas e que freqüentavam o mesmo ambiente. Procurei dentro das limitações de todo ser humano, dá minha contribuição para o crescimento do grupo ou daqueles que demonstraram interesse e compromisso com o mandato.
Exerci o cargo como técnico, dando a minha colaboração na criação, elaboração e adaptação de projetos de leis, dos quais quase uma centena virou leis e foram sancionadas ou promulgadas. Contribui com a elaboração de centenas de requerimentos e indicações. Estes últimos por solicitação das comunidades muitos frutos de reuniões que me vi obrigado a participar, pois assim exigia o cargo se queríamos exercê-lo bem e fazer com que o vereador pudesse se sobressair entre os demais pares.
Pois acreditava como ainda acredito. que este é o papel de um assessor, está sempre presente nos locais que o vereador não possa está. Aliás, e quem deveria executar a função seria o assessor político, hoje intitulado Chefe de Gabinete.
Posso afirmar que ao longo destes três anos tive mais decepções do que alegrias.
Primeiro porque apesar do gabinete ter em seu quadro nove assessores, com a exceção de um ou dois, jamais os demais apresentaram qualquer demanda da sociedade. Ou corria atrás ou não existia projetos ou requerimentos a ser apresentado. Dos mais de duzentos projetos de leis elaborados e apresentados, contei com a sugestão, solicitação e ou participação de menos de 10% dos demais membros, aí incluindo o próprio vereador. Da mesma forma podemos contabilizar a participação dos demais nos requerimentos e indicações. O mesmo percentual.
Segundo que, apesar de leis pioneiras aprovadas e diversos requerimentos importantes apresentados, alguns aprovados outros rejeitados, jamais vimos o resultado final repercutir junto a sociedade, em função da falha de comunicação entre o gabinete e a imprensa, que não teve a capacidade técnica de transformar os projetos e requerimentos em fatos políticos importantes de forma que viéssemos pautar as empresas jornalísticas e estas dá o devido destaque, mostrando assim para a sociedade a importância do parlamentar e da sua equipe para a comunidade.
Depois, por não termos sido competentes e eficientes o suficiente para transformar o resultado final do trabalho parlamentar em assunto do dia a ser tratado pela imprensa. Muito pelo contrário, nenhum projeto, requerimento ou indicação foi capitalizado politicamente.
Pioneiramente foram aprovadas diversas Leis, apenas como exemplo citarei duas, que hoje são aplicadas em centenas de municípios do Brasil, e em nossa cidade a sociedade desconhece o autor, que foram: a que “pune pessoas que mantém criadouros dos mosquitos da dengue” e a que “proíbe o acesso de pessoas portando capacetes em locais públicos e privados". São leis importantes e fundamentais, que não tiveram a mínima repercussão junto à imprensa e a sociedade. Que nunca foram capitalizadas politicamente e que a sociedade desconhece. Não houve uma articulação política e um trabalho junto aos órgãos de comunicação visando captar politicamente este feito.
Como estas,dezenas de outras Leis e principalmente de Requerimentos que é a maior razão de ser da atividade parlamentar, ficaram na vala comum. Se aprovados saiam como nota de rodapé, quando rejeitados sequer era discutido o mérito, para que a sociedade tomasse conhecimento e viesse constranger a maioria.
E olha que é através do Requerimento que o vereador exerce a sua maior função como parlamentar o de fiscalizar o executivo. Nada repercutiu, exceto quando o jornalista presente às sessões e por iniciativa própria definia o tema como interessante e dava a repercussão que considerava que devia ser dada, em seu jornal, no seu programa de rádio ou em seu blog.
Nada era ou foi utilizado de forma a mostrar para a sociedade a eficiência do trabalho.
Foram exercícios de cidadania jogados fora, por falta de uma melhor articulação entre a assessoria de comunicação e assessoria política e a imprensa local. Nada a ver quanto qualidade técnica dos profissionais dessas assessorias, mas talvez por desconhecerem o jogo e a técnica política, não entenderam que a marca do político é o seu trabalho e não seu nome.
Portanto, se perdeu tempo sem que fosse dado conhecimento a sociedade das constantes cobranças e do papel fiscalizador exercido.
Como estas há um sem número de falhas que se não corrigidas, a tendência é o nível a cada dia cair. As vantagens e alegrias foram tão poucas que não vale a pena ser citada, é preciso apenas serem vividas e lembradas interiormente.
Não digo que em razão da decepção jamais me disporei a exercer novamente esta atividade. Claro que não. Estarei mais que nunca disponível para colaborar, certo que é através da política que poderemos um dia efetuar mudanças significativas em benefício da sociedade, principalmente para os mais pobres.
Mas ao aceitar no futuro novos convites, será necessário que muitos dos erros observados hoje não sejam repetidos, sob pena de termos mais uma decepção.
4 comentários:
rancklin, aprecio bastante estes textos enviados por você, valeu...
Um grande abraço,
"O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski
é o juíz mais pilantra e corrupto do judiciário brasileiro.
Mandou interromper uma investigação onde juizes são acusados de receber R$700.000,00 de auxílio moradia (ah! ele também recebeu...).
Atualmente está tentando adiar o processo do mensalão até que os crimes prescrevam.
Ajude a combater a corrupção no Brasil, divulgue.
Creio que um dos grandes problemas do Brasil seja exatamente essa sensação de impunidade que campeia entre nossos políticos, permitindo que alguns espertalhões, usando e abusando da “Lei de Gerson”, possam fazer tudo aquilo que aparentemente é proibido, agindo como se tivessem a total e absoluta sensação de estão imunes aos rigores da Lei.
Está de parabéns, Francklin. Texto real, simples e destaca a grande ferida brasileira, que é o descaso com o povo. Falta sensibilidade, honestidade e vontade dos políticos para mudar a realidade brasileira. Pouco se importam se tal comunidade precisa disso ou daquilo. Eles querem voto. Assim eles podem, no periodo minimo de 4 anos, mamar a custa do dinheiro público. Isso é muito vergonhoso e decepcionante.
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