quinta-feira, 29 de março de 2012

TRAIÇÃO É AÇÃO DE MAU CARÁTER: seu prêmio é o ostracismo.

Pretendemos abordar um tema, pelo qual a maioria das pessoas já enfrentou, e quem não passou por este dissabor deve se preparar pois a qualquer momento pode vir a ocorrer. A traição e a sua relação traidor x traído.
O que machuca numa traição, não é o fato de ser traído, mas a decepção que você sente por ter partido de onde você menos esperava. É não ter o valor reconhecido por aquele(a) que dedicou seus esforços e atenção e com quem sempre honrou a palavra empenhada, seja em que área for, amorosa, profissional ou de amizade. Dói não receber o que pensava que merecia principalmente da pessoa com a qual você mantinha uma relação de confiança e que fez desta relação um esforço para que ela viesse a crescer na sua atividade ou vida profissional.
No fundo, no fundo, a confiança que depositamos nas pessoas, diante dos atos de traição, não deixa de ser uma ilusão pessoal, cuja consequência só é percebida muito tarde. Aquela imagem construída e a relação de respeito em que você acreditava se desmorona, principalmente quando percebe que valorizou excessivamente o outro, ou seja, cria-se uma imagem e um respeito muito maior do que ela fazia por merecer. De repente, você percebe o quanto a confiança que depositou foi prejudicial para o seu crescimento interior e pessoal, que aquela imagem nada representa em relação a nós mesmos.
Mas não deixa de ser uma decepcionante experiência. Principalmente quando você se dedica a uma causa que não é sua, mas daquele que construiu a pseudo relação de amizade e com esforço e dedicação deu sua contribuição para que ela atingisse os seus sonhos, indo além dos objetivos traçados.
O mínimo que se espera é respeito e reciprocidade e jamais ser apunhalada por trás, através de atos e ações tramadas na calada das noites, feita às escondidas.
Não sei se o simples fato de ser traído pode ser considerado como um único ato de decepção, mas tenho certeza que a configuração da traição é um sentimento que o traído carregará pelo resto da vida. Um sentimento de ingratidão e desconsideração por tudo que você realizou. Ser enganado é uma coisa, mas ser traído é um sentimento que machuca e a partir da dor todo o respeito e consideração que o traído tinha pelo traidor desce ladeira abaixo. E o pior é ser traído em favor de pessoas que tem na arte da mentira, falsidade, fofoca e calúnia, as suas armas para sobreviver e buscar levar vantagens. Aí a dor aumenta.
Todos têm direito a uma segunda chance, mas ao traidor esta regra não deve ser observada. Uma segunda chance não deve ser permitida. Não existe valores humanos que faça alguém perdoar uma traição. Traz a sensação que você perdeu algo de inestimável importância, um bem precioso, que, aliás, não deixa de ser uma verdade, pois a decepção causada pela traição traz um sabor de fel e a sensação de perda de algo que você não sabe valorar. É como ver sumir no ar como fumaça aquela imagem de confiança que você idealizou, de forma a ser obrigada a renegar toda aquela convivência.
O traidor contumaz se utiliza de armas que o atrai. Normalmente são até cortês, se apresenta com fala mansa, busca se aproximar de todos e a todos mimar, como forma de adquirir a confiança, que depois de adquirida procura colher dados que possam ser manipulados e transformados a seu bel prazer, retransmitindo-o de forma que a ele traga vantagens, mesmo que a transforme em mentira ou fofoca. É um ser humano, se assim pode ser chamado, que carece de princípios morais e manifesta na sua conduta significativa dose de egoísmo aliado à completa ausência de sentimentos e formação familiar. Seria um monstro transvestido de ser humano que busca apenas alcançar o seu objetivo sem se importar com os seus semelhantes, manifestando um grande desprezo pelo próximo desde que a sua meta seja alcançada.
Pior é saber que o traído é abatido sem o menor sentimento, sem lhe ser dado a oportunidade de defesa, demonstrando o traidor que nunca teve e jamais terá caráter. Demonstra o traidor ser um animal insensível, buscando atingir o próximo com o objetivo de alcançar a “felicidade pessoal”, cuja felicidade com certeza não terá longa vida, uma vez que por maior que seja a sua capacidade de camuflar-se, cedo ou tarde, a verdade se manifesta com sérias consequências para os traidores.
Como diz o poeta, a traição é como coceira: basta começar, aí para acabar dá trabalho, e uma vez cometido traz como consequências transformar o traidor no mais desprezível dos seres humanos, pois ele passa a fazer da traição o seu modo de viver.
Dizer que o traidor é um ser sem caráter, é chover no molhado, e a sua punição futura deveria, ao ser desmascarado, ser expurgado do convívio social. A tendência é rapidamente cair no OSTRACISMO.
Na vida tudo que acontece se pode aceitar e até remediar. As pessoas podem entender, esquecer ou até mesmo perdoar ações que venha ferir, menos o ato vergonhoso e deprimente de uma traição, porque a traição de alguém é algo muito negativo e também inesperado, e traz como resultado uma profunda decepção.
Decepção esta ocasionada em três atos: o primeiro, porque nunca se espera ser traído, ao contrário, sempre se pensa que isto só acontece com os outros; o segundo, porque normalmente a traição sempre envolve pessoas que estão próximas, tão próximas que chegamos a considerar como amigos; e o terceiro, porque ela ocorre sempre de forma vil e traiçoeira, e aqueles que a executam como todo ser humano covarde não tem coragem de fazer de frente, olho no olho, cara a cara, muito pelo contrário, como todo covarde age apunhalando pelas costas ou tramando as escondida.
Todos nós erramos. Como seres humanos somos passíveis de erros, e temos a consciência que ninguém está livre de cometer deslizes, mas com certeza onde impera a sinceridade e homens de caráter a traição não tem lugar, ela só reina entre pessoas fracas, sem ética, covardes, mentirosas e, sobretudo sem o mínimo caráter.
Lembro-me de uma frase ouvida de uma vereadora de Feira de Santana, que em um dos seus raros apartes, saiu com esta pérola: “COMO MULHER USO SAIA, MAS GARANTO A SAIA QUE USO MUITO MAIS DO QUE MUITOS QUE SE DIZEM HOMENS AQUI, QUE NÃO GARANTEM AS CALÇAS QUE VESTEM”. Guardei esta frase ao ouvi-la e sinto que ela se encaixa muito bem naqueles que cotidianamente praticam a traição e a carapuça que cai bem naqueles que na calada das noites está sempre tramando para passar a perna no outro. Eles não se garantem e nem garantem as calças que vestem.
O ato de trair é tão vil, que aqueles que passam a vida urdindo tramas para se dá bem mesmo que prejudique o outro, transforma este conluio em um ambiente de total falta de confiança.
Um não confia no outro, pois teme que a próxima bola da vez seja ele.
Além do mais o TRAIDOR, carregará esta pecha para o resto de sua vida, e por mais que pratique ações visando corrigir a traição praticada, jamais irá reconquistar a confiança do traído e de todos aqueles que tomaram conhecimento. O fim do traidor é o OSTRACISMO, perdendo a confiança dos traídos e logo será abandonado por aqueles que o ajudaram a praticar a traição.
Seria importante que as pessoas entendessem que a liberdade de expressão existe exatamente para proteger aqueles que têm coragem e honram as calças que vestem, falando olho no olho, de defender suas ideias cara a cara, mesmo que esta seja minoritária. Ação bem diferente daqueles que maquinam na calada das noites, covardes que são, porque só admitem receber elogios, mesmo que esses sejam tão falsos ou mentirosos quanto eles.
Não sei se há uma característica marcante no traidor, mas um fato é bem visível, são pessoas que pregam o inverso do que fazem no seu cotidiano. São pessoas que discursam em defesa da moralidade, condenam o desvio dos recursos públicos, defendem a família e a juventude, mas no seu dia a dia, nas suas relações mais íntimas costumam conviver e valorizar exatamente as pessoas que estão na contramão dos seus discursos até inflamado, agindo e praticando tudo ao contrário que prega.
É assim que ocorre com a maioria dos traidores.
Mas existe um alento para todos aqueles que um dia foi ou se sentiu traído: NUNCA SE PREOCUPE SE ALGUEM ALGUM DIA NO AFÃ DE QUERER SE DÁ BEM O APUNHALOU PELAS COSTAS. ESTA É UMA EVIDÊNCIA BEM CLARA QUE VOCÊ CONTINUA E CONTINUARÁ SEMPRE A SUA FRENTE.

sexta-feira, 23 de março de 2012

APROVEITADORES COMO “GESTORES” DA SAUDE PÚBLICA


Diante dos recentes escândalos, posso afirmar com plena convicção que a questão do SUS não é de falta de recursos e sim de gestão, diante da utilização como moeda de troca eleitoreira através da entrega dos cargos a aproveitadores, aventureiros e mal intencionados e em sua maioria profissionalmente despreparada, frutos das negociatas escusas em busca de apoios políticos.
Os escândalos que a todo o momento se assiste de formação de quadrilhas para roubar o SUS, é fruto desta prática que há muito deveria ser extirpada. Estes ladrões deveriam ser enquadrados nos crimes hediondos, pois o resultado de suas rapinagens tem levado muita gente a morrer nos corredores dos hospitais públicos.
No entanto, não sentimos em nossos gestores eleitos a mínima preocupação em torno dos princípios do SUS, cujos princípios têm como meta produzir saúde ou reduzir os danos à saúde das pessoas. Pelo contrário, com a eterna desculpa de falta de recursos, que todos sabemos ser mais uma mentira oficial entre tantas outras no que se refere à saúde pública, estão apenas interessados na obtenção de receitas, sem se preocupar em fechar os ralos dos desvios dos recursos e do suborno, sem apresentar para sociedade, projetos ou planos que visem fomentar a melhoria da oferta dos serviços oferecidos.
Veem a saúde publica unicamente pela rubrica da receita, e não tem a menor sensibilidade no que se refere à melhoria do atendimento. Claro, seus familiares com certeza jamais irão se utilizar dos serviços hospitalares oferecidos pelo SUS, em função da péssima qualidade, ocasionados principalmente por gestores incompetentes e mal intencionados.
Sempre ouvimos discursos reclamando da “eterna” falta de recursos para melhorar o atendimento do SUS, porém, jamais ouvimos uma voz sequer afirmar que os problemas da saúde pública estão nos responsáveis por sua gestão.
Lógico que dificilmente ouviremos, porque os criadores jamais irão querer assumir a responsabilidade dos monstros gerados com suas indicações e apadrinhamentos para gerir o Programa.
Não se observa a implantação de estratégias visando à qualidade da prestação de serviços. O que se vê são modelos de gestão ultrapassada, com uma visão unicamente politiqueira assistencialista. Nenhuma ação ou projeto é apresentado que equacione os problemas do setor, que se arrastam há décadas.
Não há a mínima preocupação com a prevenção, o que se tem implantado é um modelo preocupado unicamente com o atendimento do problema, que por sinal é um modelo “caríssimo”, sem buscar resolver ir a fundo para atacar as suas causas.
Se quisermos melhor qualificar o SUS, são urgente e necessário que sejam colocados gestores com formação técnica e academicamente qualificados, selecionados entre os funcionários de carreira, altamente preparados, escolhidos não através da indicação política, mas pelo seu potencial técnico e qualidade profissional e que possuam na sua formação a admiração e o respeito pelo Programa. Só com profissionais assim qualificados, teríamos condições de reverter o atual modelo de gestão e poder oferecer mais dignidade e atenção às pessoas que necessitam do atendimento da saúde pública.
Reconhecemos no entanto, que o Sistema Único de Saúde é o maior avanço social conquistado. Graças a ele, 100% da população brasileira têm contado com os serviços públicos de saúde, mesmo que sem a qualidade compatível com os impostos pagos pelo contribuinte. 85% da população tem acesso à saúde, consultas, exames, medicamentos, internações, cirurgias e diversos tratamentos e, os 15% restante, recebem o benefício direta ou indiretamente, através de atividades de Saúde Pública, tais como, campanhas de vacinas (crianças, idosos, adultos), saúde animal (controle das zoonoses), além das ações de controle e fiscalização nos portos, aeroportos, supermercados, clinicas, hospitais ou consultórios, bem como na fiscalização da água de abastecimento, dos alimentos, medicamentos e produtos hospitalares, entre outros serviços prestados.
Apesar de toda sua importância e relevância, o que se assiste é uma queda significativa nos investimentos para o setor por parte dos governos, seja federal, estadual e municipal, de forma mal intencionada, com isto causando o aprofundamento da crise na saúde pública, somada a falta de sensibilidade da equipe econômica em ampliar verbas para o setor.
Temos dinheiro para tudo que se imagina, menos para a saúde. A roubalheira está aí a olho nu. Depois que inventaram contratações emergenciais, quase não se vê uma concorrência pública que você possa denominar de séria. É dispensa de licitação para tudo, demonstrando que o Estado não tem planejamento. Aliás, há planejamento sim, para roubar o erário público. Aí tudo é bem planejado e organizado. Existe até equipes multidisciplinares para tal.
Há milhões para construir estádios para a Copa e obras faraônicas para a Olimpíada, cujas obras mal começaram e já vemos pipocar claramente o seu superfaturamento; temos recursos para obras megalomaníacas que nunca são concluídas; mas quando se fala em saúde pública, aí a coisa pega.
A mesma situação é percebida nos estados e municípios, onde se abate uma verdadeira apatia frente aos problemas de atendimento da saúde pública, cuja inércia e incompetência dos seus gestores são vista nos detalhes mais simples, como a manutenção de equipamentos que servem para efetuar exames de alta relevância. São tomógrafos e mamógrafos quebrados; equipamentos de raios X que não funcionam. Chegamos ao cúmulo de ver paciente serem atendidos no chão por falta de macas. Imaginem o resto.
Não se busca soluções para as dificuldades. Não se conhece equipes multidisciplinares estruturadas que visem apresentar soluções. Pelo contrário, o que se vê são a montagem de grupos para os desvios dos recursos públicos, cujos recursos existentes eles ainda tem coragem de dizerem serem insuficientes.
Seria importante, que toda a sociedade fizesse um pacto pela saúde pública, e
estivesse convencida da fundamental importância do SUS, não só relação aos pobres, mas para a população com um todo, e que todos unidos, procurassem não só reabilitar o Programa, mas oferecer garantias para que a sua gestão seja eficiente e de qualidade, organizando o sistema de saúde, de forma que o atendimento seja abrangente, igualitário e ágil, sem a burocracia que hoje reina, onde criam dificuldades, talvez para obter facilidades.
A sociedade precisa acordar urgentemente e se unir para exigir que sejam apresentadas alternativas que qualifiquem o Programa e que venha tirar o SUS da UTI em que se encontra.
Sabe-se que, quando o tema é saúde pública em nosso País, já se transformou em norma, a mistura entre o público e o privado. A população brasileira criativa como é, por não acreditar no SUS e ao mesmo tempo por não ter nenhuma confiança nos planos de saúde privados, os quais também prestam péssimo serviço para a sociedade com a conivência da Agência Nacional de Saúde a quem caberia fiscalizar e fazer o sistema privado funcionar em benefício do seu associado, criou o sistema misto de atendimento, ou seja, quem pode fica com os dois. Consulta faz com médico dos SUS, porém, realiza os exames em laboratórios privados. Utiliza os médicos dos planos de saúde e adquire os medicamentos na Farmácia Popular ou busca nos Postos de Saúde. E assim vai, procura se utilizar daquele sistema que mais lhe convém. Esta é a realidade.
Portanto, a sociedade precisa mais do que nunca está unida para cobrar o acesso à saúde pública de qualidade. Mas para que isto possa ocorrer, é necessário que investimentos sejam feitos e que os gestores entendam que às ações de saúde exigem combinar estratégias para ampliar o financiamento e melhorar a gestão. E para que isto ocorra é fundamental que acabemos com a ingerência política.
Torna-se necessário os cuidados com as instalações físicas dos hospitais e postos de saúde, em sua grande maioria em estado precário e sujo, dando uma aparência de abandono ou de falta de administração. Que nas suas instalações sejam colocadas à disposição da população equipamentos de última geração e que a eles sejam dadas as devidas manutenção, e não como ocorre hoje, com equipamentos arcaicos ou quebrados, e alguns até adquiridos, mas deixam de ser instalados por falta de espaço físico ou de profissional capacitado para operá-lo. E quando resolvem construir o espaço, aí passa a ser uma nova fonte de desvio de recursos. Deve os gestores estabelecer ações que impeçam o desaparecimento ou desvio dos recursos ou que escoem pelo ralo da corrupção.
Tomar estas medidas, é mais que um dever, é uma obrigação.
Já passou da hora dos responsáveis pela gestão do SUS de rever os conceitos e as regras existentes hoje, criando novas alternativas de forma que assim, possamos rebobinar o Programa, não só com o objetivo de viabilizar a entrada de novas receitas, mas administrar e bem as que hoje existem, estabelecendo novas e reais alternativas e dando novos rumos ao Programa e, punindo exemplarmente aqueles que se desviarem dos rumos traçados.
Se há dúvidas que caminho seguir ou sobre para onde ir, compete aos nossos gestores se cercarem de profissionais competentes e comprometidos com a qualidade dos serviços e com a saúde pública da população brasileira. Se deixarmos de correr atrás dos políticos ou não permitir que estes interfiram na sua gestão, com certeza em um prazo não muito distante teremos condições de propiciar à saúde os cuidados com qualidade e menores custos.
Não se pode é permitir que o político, por ser aliado ao Governo de plantão, utilize desta aliança para desviar as finalidades dos equipamentos da saúde pública em proveito próprio, como se vê nos dias atuais. São ambulâncias paradas ou abandonadas nos pátios dos hospitais; outras levadas para ficar a disposição de políticos que patrocinam eventos. Desvios de medicamentos das farmácias hospitalares e ou os postos de saúde sem que ocorra qualquer punição. Leitos de UTI’s sem utilização, reservados para uso de familiares de políticos quando necessitarem. Atendimentos médicos, cirurgias e ou internamentos hospitalares que só acontecem através do famoso bilhetinho. Médico e paramédicos que não comparecem aos seus plantões ou deles se ausentam sem que nenhuma punição ocorra, porque é apadrinhado.
Por último e mais graves, são os gestores de unidades indicados por conchavos políticos, que em lugar de procurarem administrar para população estão ali a serviço de quem o indicou, desta forma, trazendo mais problemas para a gestão dos serviços de saúde pública no País.
Deve a população urgentemente exigir a mudança de comportamento e que seja imposta uma atitude de equidistância dos agentes políticos da sua gestão e que os interesses econômicos e políticos – partidários sejam definitivamente afastado da política nacional de saúde.
O que não pode é a situação continuar como está, ou seja, a população usuária do SUS ficar entregue à própria sorte ou ter que se submeter aos caprichos do político de plantão, para ter um atendimento sofrível. O que não é justo é o cidadão contribuinte ter que se humilhar aos pés do político, para poder ter o acesso ao atendimento em postos de saúde ou na rede hospitalar do SUS. Logo ele que é o único financiador do sistema, através dos impostos que paga.

quinta-feira, 15 de março de 2012

POLÍTICA: ARTE DE SERVIR OU TRAPACEAR?


Aprende-se nos bancos escolares que política é a ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados, ou seja, Política seria a arte de governar os povos e que cabe ao homem, como animal político por natureza e ser pensante racional, fazer com que esta arte seja direcionada para os interesses da coletividade, visando alcançar seu principal objetivo que é criar uma relação de amizade, bem estar e de boa convivência entre os seus cidadãos.
Isto na teoria, por que na prática o que se assiste é a sucessão de uma infinidade de erros políticos, em sua grande maioria praticada de forma intencional que, uma vez cometidos, tornam-se princípios e a continuação do fazer política para alcançar outros meios e objetivos, que não àquele de servir a sociedade.
Nos dias atuais, temos observado ter se tornado um erro muito comum da maioria da população, acreditar que aqueles que mais fazem barulho ou a “lamentarem-se” em favor do público ou dos menos favorecidos, sejam os que mais estão preocupados com o seu bem-estar. Pelo contrário, muitos desses fazem do estardalhaço o meio encontrado para obter as benesses que só o executivo pode lhes conceder.
A forma atual como é praticada a arte política, observa-se claramente que esta abandonou a moral e a ética deixando de ser a arte do possível. O que mais se tem visto em nossos homens públicos é que deixaram de viver para a política, passando a viver da política, para isto, tem se utilizado da trapaça, má fé e duplicidade dos seus atos, procurando assim se dar bem, cuja prática, infelizmente, tem sido usual e tem sido este o caráter predominante da maioria daqueles que fazem política em nosso País.
Reconhecemos que errar é humano, mas os erros praticados pelos políticos não podem e não devem ser perdoados, porque a sua prática é planejada e realizada de forma consciente e deliberada, tramadas em luxuosos gabinetes - empresariais e ou ministerais -, cercados de todas as garantías, sempre se servindo da máxima “que é dando que se recebe”.
Seria muito bom que os agentes políticos, em sua maioria, tivessem na sua formação o mínimo de caráter para que pudessem ser respeitados, permanecendo coerentes com o seu ideario político, sem nunca abandonar a orientação e as idéias partidárias. Diferente do que vemos nos días atuais, onde mesmo antes de ter seu nome aprovado pela convenção partidária, já começam a fazer negociatas, tramando contra o próprio partido, onde na calada da noite e ás escondidas apoia o candidato ao executivo adversario. E exemplos temos muito.
Infelizmente, o que se tem assistido é a prodominância da má fé e da falta de respeito para com a sociedade por nossos homens públicos, onde a ética e a moral deixou de ser observada e a bússola na hora de fazer política.
Atualmente, a experiencia tem comprovado através das ações diárias, que está ficando difícil encontrar um político que se utilize de métodos criteriosos e honestos no seu relacionamento com o público, a coisa chegou a tal ponto, que se assiste em algumas rodas, afirmativas que este tipo de homem é tão inconcebível no ambiente político quanto você encontrar um assaltante honesto.
Será que a nossa democracia está nos levando para esta encruzilhada?
Interesante observar, que apesar dos belos discursos durante as campanhas eleitorais, o objetivo traçado por aqueles que conquistam o Poder, não é a busca do bem - estar da população, principalmente das camadas mais pobres da sociedade e sim, gestar políticas e ações que tratem de limitar o ser humano, domesticando-o, de forma que o torne submisso, subjugando-o aos seus interesses. Por isso, a péssima educação pública oferecida aos nossos jovens pobres e da periferia.
E exemplos não nos tem faltado. Ontem foram os direitos trabalhistas e sindicais, criados como uma benesse daqueles que sempre dominaram o Poder, hoje são as ações e programas ditos sociais, todos utilizados com um único objetivo: manipular e subjugar a vontade da sociedade.
E há ainda aqueles que ousam se regozijar pelos Governos que tem ou soltam foguetes quando ocorrem mudanças, acreditando que serão olhados de forma diferente. Quanto engano, como diz o ditado popular, apenas trocamos as coleiras.<
Na verdade não passam de tolos, pois não entendem ou não enxergam que nada muda, apenas os nomes ou a sigla partidária. Vejam a nível nacional se os nomes não são os mesmos que figuram em volta ou que permanecem no controle do Poder? O projeto é o mesmo. A manutenção e perpetuação do Poder pelo Poder, haja vista que todos atualmente que fazem política, não o fazem com a intenção de bem servir e sim, de se servirem, pois como homens públicos não passam de egoístas e insensíveis.
Já dizia Lao-Tsé: "A política dos governantes sábios consiste em esvaziar a mente dos homens e encher-lhes o estômago. Um povo que sabe demais é difícil de governar. Aqueles que julgam promover o bem-estar de uma nação, espalhando nela a instrução, enganam-se e arruínam a nação. Manter o povo na ignorância: eis o caminho da salvação."
Entendeu agora por que a educação em nosso País é tão “valorizada”?
E esta tem sido a máxima das nossas elites políticas e que tão bem as utilizam no seu dia a dia, ou seja, não querem ter pela frente um povo que possa enfrentá-lo no conhecimento ou em condições de exigir seus direitos e praticar a cidadania. Quando se apercebem que alguém ousa ameaçar a sua posição, seja no conhecimento técnico-teórico, no prestígio, no dinheiro ou no poder, trata de os destruírem, porque se assim não agir, tem a certeza que será destruído.
Seria importante que a população tomasse consciencia que, o ente Governo nada mais é que um monstro frio e insensível e que aqueles que dele se apoderam, são dirigentes que mentem fríamente e cinicamente, sem o mínimo pudor e a menor sensibilidade, e esta mentira sai de sua boca de forma sarcástica, quando dizem que ali estão se sacrificando para representar o povo.
Quanta mentira. Lá estão sim, representando os intereses das elites, daqueles que os financiaram e aos seus próprios interesses.
A coisa está chegando a tal ponto, que está cada vez mais difícil diferenciar na política brasileira, aqueles homens considerados capazes, daqueles capazes de tudo e de qualquer coisa.
Há quem diga que fazer política é uma arte, onde o ator principal, o político, deve ter a capacidade suficiente para retirar dinheiro dos ricos e de arrancar votos dos pobres e depois de eleito, dá as costas para o último e esnobar o primeiro, sem ficar seus inimigos, já que encerrada as eleições ele já começa a pensar na próxima.
Esta forma de pensar é que faz a grande diferença entre o político e o estadista. Este, pensa nas próximas gerações, enquanto o político só pensa na próxima eleição. Este último é a espécie que predomina no nosso meio político. Me aponte um estadista entre eles se for capaz?
Está na hora de acabar com a máxima que “a política é a arte de governar com o máximo de promesas e o mínimo de realizações”. É preciso que aqueles que se propõem a fazer política entendam que esta é uma arte que deve ser exercida em todas as suas dimensões e essência, personificando as preocupações comuns e expressando as decisões de modo a atender as necessidades da maioria, visando aglutinar as vontades em prol dos mais necessitados, nem que para isto seja necessário sacrifícios.
Em um País bem governado, seus dirigentes teriam vergonha da pobreza e não sairia por aí se vangloriando de Programas Sociais que distribui migalhas. Já em um país mal governado, os agentes políticos se vangloriam da riqueza concentrada em uma minoria, sem que as benessses do seu desenvolvimento econômico, seja distribuída de forma igualitária.

domingo, 11 de março de 2012

O PREÇO DA IMPUNIDADE É O CRESCIMENTO DA CORRUPÇÃO


Costumamos afirmar que o Poder Judiciário brasileiro, tem andado na contramão das aspirações da população. Assim tem agido em centenas de decisões, mais recentemente em relação à Ficha Limpa, isto sem contar na falta de julgamento e ou proteção dada em casos de corrupção com o dinheiro público.
Para aumentar o seu desprezo com a população, mais uma tentativa foi orquestrada que vai de frente com o que pensa a maioria dos brasileiros, ao tentar limitar as ações do CNJ, Conselho criado para fiscalizar as suas ações, mas como ultimamente estava pegando no pé de parte dos magistrados corruptos, o jeito encontrado foi tentar reduzir o seu campo de atuação. Graças Deus o bom senso imperou no Supremo, apesar de sua divisão.
Todos os dias a sociedade é sacudida com novas denúncias contra políticos que não tem primado pelo zelo com o erário e honrado com sua função. Muitos envolvidos em desvios de conduta e com o dinheiro destinado principalmente a saúde e a merenda escolar.
São homens que tem cometidos crimes que poderiam ser considerados como hediondos, ao deixarem os alunos sem a merenda escolar e ou pessoas morrerem em filas de espera na saúde pública. E não vemos nenhuma punição exemplar, que deixe o sentimento para a população que o crime não compensa. O nosso Judiciário contra esses não tem agido com o mesmo rigor como o faz com o ladrão de galinha ou pé-de-chinelo.
Muito pelo contrário, a sensação que se tem é que ser honesto não compensa.
Visite um presídio e verá, que exceto os traficantes, todos que lá estão são de origem pobre, a maioria de negros e de analfabetos. Os brancos e ricos continuam por aí, soltos, impunes, frequentando as mesmas rodas sociais que a maioria dos membros do judiciário frequenta.
Está na hora do nosso Judiciário dá uma resposta não só para a corregedora do CNJ, mas e principalmente para a população. Pois não é possível que só advogados dos marginais de colarinho branco tenham a competência para ver as brechas jurídicas que os beneficiam, enquanto os advogados dos pobres não têm capacidade ou não conseguem encontrar as mesmas brechas, já que no Judiciário, cada decisão depende da interpretação dada ao artigo da Lei por cada julgador. Tanto o é, que para o mesmo crime, cada juiz apena de forma diferente.
Quase que diariamente somos surpreendidos, com acusações das mais diversas, envolvendo políticos, cujos processos chegam a levar 13 anos, como no caso Parintins no Amazonas, quando o prefeito à época roubou R$ 4,3 milhões, dinheiro suficiente para alimentar 16 mil alunos durante dois anos e só agora os processo começou a andar. Segundo os promotores do caso as chances de punição são mínimas. O ex-prefeito, hoje próximo aos 70 anos, não corre risco de prisão. Sem o risco de uma punição, pode envelhecer confortavelmente batalhando nos tribunais, se usar o arsenal de recursos judiciais disponível para a defesa, já que dinheiro ele possui surrupiado dos cofres públicos.
Como este caso, sabe-se que existem aproximadamente 15 mil casos similares em andamento no Judiciário, sendo 7.607 nos tribunais federais e superiores e outros oito mil nas cortes estaduais.
São ações cíveis para reparação ao Estado, em sua grande maioria por conduta desonesta na função pública, levando ao enriquecimento ilícito. São os conhecidos e famosos processos por "improbidade administrativa".
Como envolvem homens de grande penetração social, os julgamentos desse tipo de crime são poucos ou quase não ocorrem: em 2010 apenas 1,1 mil tiveram os seus julgamentos concluídos com sentenças definitivas. Segundo o CNJ, os juízes ficam mais tempo analisando recursos e apelações.
Diante da situação ocasionada pelo excesso de apelação, tornam-se muito mais difíceis de concluir os casos de corrupção e lavagem de dinheiro, em geral indissociáveis quando a fraude é contra o Estado.
O problema chegou a tal ponto que são raros os processos encerrados em menos de uma década, com sentença definitiva. Enquanto isto o País está as e vangloriar ter ultrapassado o Reino Unido como economia mundial, porém, quando se fala em judiciário andamos na contramão das nações mais ricas do mundo. Apenas para citar um exemplo, nos EUA, onde fraude contra o Estado a sentença pode sair em menos de um ano. Enquanto isso em 2010, os tribunais brasileiros produziram apenas 416 sentenças definitivas em crimes de corrupção e 547 sentenças em casos de lavagem de dinheiro, marca que corresponde a 10% da média anual da Justiça americana.
Portanto é esta morosidade, que deixa transparecer um clima de impunidade, onde somos muito mais parecidos com Ruanda, na África ou Vanatu, na Melanésia, do que a 6ª economia mundial. Aliás, não podemos sequer nos comparar aos vizinhos sul-americanos como o Chile ou Uruguai.
Diante desta morosidade, a gente começa a ouvir nos corredores do Legislativo e do Judiciário que corrupção não passa de mito, cuja afirmativa começa tomar as ruas.
Porém, é importante que esta pseudo afirmativa seja rapidamente desmentida. Se assim o fosse, não existiriam 5.354 processos criminais por corrupção tramitando nos tribunais superiores, federais e estaduais. Se compararmos com o número de servidores existente nas três esferas do Poder, onde existem cerca de dez milhões de funcionários públicos, significa dizer que temos um processo para cada grupo de 2000. O que falta é agilidade na sa conclusão e a devida punição.
Interessante é que a maioria dos processos tem inicio nas Justiças estaduais e sempre tem como réu ocupante de cargos comissionados ou indicados pelo padrinho político da administração pública ou por políticos, reflexo do predomínio de uma política que é dando que se recebe, onde os homens públicos confundem o patrimônio público com o privado e não vê as punições acontecerem, estimulando-os ainda mais. Estão naquela de “farinha pouca meu pirão primeiro”.
Conforme se ouve nos corredores dos tribunais brasileiros: é quase impossível, um processo condenatório envolvendo crimes do colarinho branco chegar ao fim no Brasil. Um “bom” advogado pode protelar, por dez ou vinte anos, uma sentença condenatória. E este procedimento normalmente beneficia justamente os criminosos engravatados, já que só eles podem pagar os melhores advogados — não é o criminoso comum, estes coitados, tem sempre os julgamentos acelerados. Até como forma de compensar e tentar passar para a sociedade que a justiça está agindo e sendo feita.
Os registros estão aí para comprovar. Nunca, em tempo algum, se assistiu tanta corrupção, sem que punições exemplares e na mesma proporção sejam tomadas. Quando muito algumas demissões do serviço público ou do cargo que exercia, que passado os primeiros dias e entrando no esquecimento, logo estão retornando a novos cargos alçados por novos padrinhos políticos.
Portanto, a sociedade clama por medidas punitivas e que o judiciário se engaje nesta luta de moralidade, fazendo o seu papel, que é de respeito e obediência ás leis deste País. Certamente que haverá muito trabalho, mas será necessário que algo seja feito para mudar a percepção coletiva de impunidade.

segunda-feira, 5 de março de 2012

NEPOTISMO: UM EXEMPLO DE FALTA DE VERGONHA


O terno nepotismo é conhecido pelo povão com outra linguagem, tais como: pistolão, quem indica (QI), padrinho político, favoritismo, preferência, proteção, entre outros. Popularmente, nepotismo significa emprego de parente no serviço público, sem passar pelo concurso, conforme estabelece a Constituição Federal.
Este é um hábito antigo, e tem como criador a Igreja Católica, que na Idade Média, período em que possuía forte interferência e domínio sobre o poder político, os papas tinham como costume nomear parentes para exercer função de comando e outras atividades de gestão tanto na Igreja como fora dela.
Daí, a palavra NEPOTISMO, que significa “a autoridade exercida pelos parentes dos papas empregados na administração eclesiástica”.
Hoje, esta prática evoluiu, saindo do âmbito restrito da Igreja, passando para a política e gestão pública, cujo modelo é muito comum no Brasil, principalmente no Nordeste, onde se instalou a dinastia dos coronéis políticos, que estendia seus domínios ao interior do Estado, através dos currais eleitorais. Diante da “demonstração” de força eleitoral de cada “coronel”, criou-se, então, o costume que se transformou em hábito entre os políticos, de nomearem seus parentes para desempenharem atividades no setor público, independente da capacidade técnica e profissional do apadrinhado.
Esta é uma prática muito comum nas prefeituras interioranas e nos governos estaduais, sob o surrado argumento de que o cargo seria de confiança, logo os gestores se acham no direito e no dever de nomear seus familiares, para exercer os principais cargos públicos. Ou seja, constroem um duto para transferir o dinheiro público entre os familiares.
Mesmo com ações do Ministério Público visando combater esta excrescência nos dias atuais, nossos homens públicos têm demonstrado o quanto são criativos quando se refere defender seus interesses e para fugirem daquilo que eles “consideram perseguição”, criaram o chamado NEPOTISMO CRUZADO, que nada mais é que a troca de favores, ou seja, um gestor atende solicitação de outro para empregar parentes do amigo no Poder por ele gerido e vice versa, evitando, assim, ser tachado de nepotista.
Esta prática no governo da Bahia é vista de forma escancarada na Secretaria de Administração do Estado, quando se observa o loteamento dos cargos ali disponíveis distribuídos entre parentes oriundos do Judiciário, que por sinal é o órgão de origem do titular daquela Secretaria. É um escândalo tão grande que deveria ser apurado.
Lastimavelmente, é desta fora que muito dos cargos nos governos estaduais e municipais são preenchidos, quando os seus gestores sob a eterna e mentirosa desculpa da governabilidade, distribuí aos políticos as funções disponíveis para efetuarem as suas indicações favorecendo invariavelmente aos seus familiares e amigos os quais, geralmente, são ou se tornam seus cabos eleitorais. Infelizmente, essas pessoas ao se apossarem da função, não o fazem no interesse de servir ao público e sim, irão para lá para servir a quem lhe apadrinhou. Esta é a prática que temos visto.
Vejamos o exemplo dos Ministérios. Cada partido político da base alinhada é dono de certo números de ministérios e de cargos. Faça o que fizer, basta ver os escândalos diários que tem ocorrido nos dias atuais, à maioria visando beneficiar o partido proprietário do lugar, sai o titular, mas o partido continua indicando. Esta é uma prática moderna de apadrinhamento, o que demonstra que o modelo atual da gestão pública está falido.
Não dá para admitir que a presidente tenha cota de Ministério. É uma inversão de valores, pois os cargos deveriam ser de livre nomeação do eleito, sem a pressão daqueles que só vivem e sobrevivem se estiverem mamando nas tetas do Poder.
O mesmo que ocorre nos Ministérios, acontece com as Secretarias e Órgãos Públicos Estaduais e Municipais. Aqueles que apresentam maior número de eleitos nas suas respectivas Casas Legislativos são quem tem mais influência para se utilizar da máquina pública, cujas indicações em sua maioria, não primam pela competência. Aliás, competência é um item muito raro nessas indicações, e uma qualificação que nossos políticos odeiam.
Pergunta-se: que mal há o político usar da sua influência, para indicar alguém para um cargo público? Lógico que se analisarmos pelo lado político, seria até interessante, pois se quem indica é alguém eleito ou pretende concorrer a cargo eletivo, o gestor com este ato “poderá” ter mais uma sob seu “domínio” e com certeza um futuro cabo eleitoral.
Porém, pelo ângulo da qualidade do serviço e entendendo que quase sempre pessoa indicada é um familiar – do gestor, do político ou um cabo eleitoral -, em sua maioria tecnicamente despreparada para assumir a função ocupada, com isto apenas querem demonstrar força e poder, tem sido muito ruim. Na sua grande maioria estas indicações trazem como consequência, o desconhecimento da função para a qual foi nomeado, realizando atendimento ao público de forma precária, sem qualquer compromisso com o cargo, até porque se acha protegido politicamente, estando ali para atender as pessoas pela amizade, simpatia ou pela indicação do padrinho político, etc.
Esta tem sido uma prática que só tem trazido enormes males ao serviço público brasileiro. E exemplos não têm faltado diariamente.
Somado a tudo isto, temos a desqualificação do serviço público, uma vez que não sendo submetida ao concurso para a vaga indicada, que seria o acesso correto, pois, além de dá oportunidade igual para todos, com certeza quem iria assumir seria uma pessoa mais qualificada e melhor preparada, a sua indicação não é respaldado pelo merecimento técnico.
E mais absurdo ainda, é saber que em muitos casos, aos indicados sequer são solicitados o currículo para conhecimento de suas qualificações e de sua capacidade para o cargo indicado. É um verdadeiro escândalo.
Deste modo, a sociedade tem sofrido as conseqüências do nepotismo, seja direto ou cruzado.
O nepotismo deve ser visto pela sociedade, não somente pelo ângulo da falta de ética, da moralidade, improbidade ou dignidade, mas também com uma falta de vergonha dos nossos governantes. Este é um tipo de imoralidade que infelizmente tem proliferado na gestão pública em nosso País, de norte a sul, de leste a oeste.
Ao preferir um parente, amigo ou cabo eleitoral em detrimento de alguém mais qualificado, o gestor público ou político, demonstra para a população, que ali está não para defender os interesses da sociedade, mas os seus interesses, não fazendo merecer os votos recebidos.
Eles até poderiam indicar, desde que obedecessem ao critério da escolha por servidores de carreira, e que optassem pelo melhor. Parodiando o homem do campo, este tipo de político é tão egoísta que, se pudessem, até os seus gatos, cães e papagaios também receberiam algum cargo.
A situação é tão ridícula, que a indicação de cargos de confiança, que segundo a constituição deveria ser ocupado preferencialmente por funcionários de carreira, profissionais concursados, preparados, é feito sem o mínimo critério, gerando desconfiança junto à população, uma vez que muitos desses cargos sequer são acompanhados de qualquer função. Apenas para exemplificar, existe órgão que todo a sua equipe é quase toda composta de cargos de confiança, onde, por exemplo, o chefe dos fiscais, não tem quem fiscalizar, o chefe do almoxarifado, não tem almoxarifado, etc. Aí pergunto: onde está a Lei de Responsabilidade Fiscal?
Apenas para ilustrar, cito os argumentos utilizados pelo ex-presidente da Câmara Federal, o ex-deputado Severino Cavalcanti, ao requerer um cargo público para um seu parente: “Eu asseguro que é um bom sujeito. É da minha família”. Não é emocionante, quem se negaria a atender o pleito de uma pessoa que demonstra tantas qualidades para o cargo. Imagine que este político é hoje prefeito de uma cidade pernambucana chamada João Alfredo. Será que utiliza estes mesmos critérios para escolher os seus assessores?
Lamentável é constatar que este método está enraizando na “cultura” ou ignorância do eleitor, onde a grande maioria considera normal esta prática nefasta, que só tem servido para canalizar os recursos públicos para os cofres familiar dos nossos políticos.
Seria excelente para a sociedade, se os quadros de servidores públicos, aí incluídos os cargos de confiança fossem preenchidos unicamente por funcionários de carreira, concursados, pessoas idôneas e capazes suficientes para gerar o desenvolvimento. Ao optar pelo nepotismo, o gestor está abrindo mão da qualidade, do desenvolvimento e do progresso, para o seu Estado ou Município, já que, se os seus parentes realmente fossem competentes e qualificados, teriam se submetidos a concursos públicos e já estaria empregado em algum setor estatal ou privado, e não mendigando colocações.
Triste ainda é observar, que este cancro já chegou ao Judiciário brasileiro.
A Polícia Federal em uma de suas operações flagrou a nomeação de assessor de um deputado em Brasília, um filho de um desembargador com uma juíza. E pasmem, na função que exercia, o “ilustre assessor” intermediava a venda de habeas-corpus utilizando o nome dos pais para fins ilícitos. Este é o famoso NEPOTISMO CRUZADO, que os nossos magistrados no Brasil afora se utiliza de forma descarada, principalmente se o político tem telhado de vidro.
Como castigo, se é que pode ser considerada punição, alguém perder a função e continuar recebendo o mesmo salário que recebia como se estivesse exercendo o cargo, o desembargador e a juíza foram condenados à aposentadoria compulsória pelo tráfico de influência.
Apesar de o nepotismo ser expressamente proibido desde 1996, inclusive com o STF aprovando uma Súmula Vinculante que impede esta prática, porém, muito dos nossos gestores insistem em criar subterfúgios que possibilitem nomear para os cargos de confiança e ou assessorias, esposas, irmãos, filhos, sogras, tios, primos e outros parentes, sem que nada de punição lhes sejam impostas.
Afinal, para que servem os Tribunais de Contas e os Ministérios Públicos que permitem que esta excrescência continue imperando nos Estados e Municípios brasileiros?