segunda-feira, 11 de julho de 2011

NÃO HÁ LUGAR PARA SEGREDOS


Hoje, após o evento da globalização nada tem acontecido neste mundo que as pessoas quase que instantaneamente não tomem conhecimento. Foi o tempo em que a privacidade era respeitada e que as coisas eram mantidas em segredo.
Desta forma, é imperioso que todos tomem os devidos cuidados, pois hoje em dia não ha mais lugar para privacidade e muito menos para segredos
Em política, cujo meio vive do jogo sujo encoberto sobre o manto da mentira e do segredo, este tem sido o segmento que mais tem sofrido diante da tecnologia da informação e da democratização ao seu acesso, onde nada tem acontecido sem que as pessoas tomem conhecimento do que acontece. Rapidamente você acessa as redes sociais e de pronto está tudo lá. E o que procuram dizer os políticos quando a bomba estoura. Procura descaracterizar a notícia como fofoca ou boatos para denegrir a informação. Ninguém assume o fato, até que sejam feitas as devidas investigações e a comprovação da notícia. Aí a população já esqueceu como tudo começou.
Onde quero chegar, quando afirmamos que no mundo atual não há lugar para segredos ou até mesmo mentiras que logo são descobertas. Apesar da grande imprensa não ter dado o destaque merecido, até pelo papel importante que desempenhou no enfrentamento à ditadura e na redemocratização deste País, porém quero destacar a importância de VLADIMIR PALMEIRA, não só no cenário político nacional, mas também pelo papel assumido para a consolidação do PT como partido político e que, se hoje está no Poder, com certeza Vladimir Palmeira deu significativa contribuição, pela sua decisão de se desligar do PT.
E o que tem a ver a saída de Vladimir, com o título deste comentário, se com certeza com esta sua decisão tem muito mais a perder o PT, cujo partido ver a cada dia se afastar lideranças que junto a sociedade os tem como exemplo de conduta ética e moral. E Vladimir Palmeira é um destes exemplos. É para exemplificar que por mais que queiramos, hoje não há mais espaço para decisões que tragam no seu bojo o interesse de esconder a verdade.
Interessante que, ao se dirigir ao partido na sua carta de desfiliação, o então atuante militante afirma que sai do partido não por divergências políticas fundamentais, reconhecendo que sempre foi minoritário no partido, como também que sempre esteve mais à esquerda da linha oficial, porém, mesmo nestas circunstâncias, estes não seriam motivos que o levaria a deixar o partido.
Mas então o que levaria este homem que contribuiu significativamente para o surgimento do PT se afastar dos seus quadros, já que mesmo diante das divergências conseguia conviver com os companheiros?
Na sua carta ele esclarece os graves motivos que o fizeram abandonar o PT. Diz um dos trechos: “No entanto, a volta ao partido de Delúbio Soares, justamente expulso no ano de 2005, me impede de continuar nele. Pela questão moral, pela questão política, pela questão orgânica”.
E, como disse no início de nosso artigo, nos tempos atuais não há lugar para segredos e em razão disto, reproduzo o restante da correspondência enviada por Vladimir Palmeira ao Diretório do PT no Rio de Janeiro: “Pela questão moral porque é evidente que houve corrupção: Não se pode acreditar que um empresário qualquer começasse a distribuir dinheiro grátis para o partido. Exigiria retribuição, em que esfera fosse. O procurador federal alega que são recursos oriundos de empresas públicas, sendo matéria agora do STF. Mas alguma retribuição seria, ou a ordem do sistema capitalista estaria virada pelo avesso”.
“Pela questão política porque o PT assumiu um compromisso com a sociedade, quando apareceram as denúncias: o compromisso de punir. E sustentamos que punimos. Punição limitada, na opinião dos petistas do Rio de Janeiro, que por seu DR pediram mais dureza, ao mesmo tempo em que apontavam o caminho da Constituinte exclusiva para a reforma política imprescindível. Punição limitada repito, mas efetiva”.
“Pela questão orgânica, porque o ex-tesoureiro não só agiu ilegalmente com relação à sociedade, mas violou todas as normas de convivência partidária, ao agir à revelia da Executiva Nacional e do Diretório Nacional.
"A volta de Delúbio faz com que todos se pareçam iguais e que, absolvendo-o, o DN esteja, de fato, se absolvendo. Ou, mais propriamente, se condenando, ao deixar transparecer que são todos iguais. Já tinha definido que sairia caso o ex-tesoureiro voltasse. Mas, em primeiro lugar, tive que advertir amigos e companheiros mais próximos, sob pena de lhes causar embaraços. Por outro lado, o governo Dilma entrou em crise, em função das acusações contra Palocci. Sanada a crise, comunicados os companheiros, posso, afinal, lhe entregar esta carta.
“Mando um abraço para você e para todos os que, dentro do PT, lutam por uma sociedade mais justa”.
Portanto, a saída de Vladimir Palmeira coloca de forma bem claro o caminho escolhido e a ser seguido pelo PT e este caminho por mais que a cúpula do partido queira escamotear, diante dos fatos que tem ocorrido na vida deste partido deixa bem claro, que a verdade sempre aparece e irá aparecer.
Este caminho está bastante claro, quando na Bahia o Governo Wagner apesar de ter obtido a primeira vitória, no primeiro turno, resolveu ressuscitar e trazer para o seu lado o que há de pior do carlismo para assessorá-lo a governar. Achou pouco o que já tinha e arrebanhou o mais lídimo representante do carlismo, para ser seu vice, aquele de quem ACM tinha especial admiração, pois tal qual o chefe sempre foi hábil na prática do “dinheiro na mão e chibata na outra”, cuja prática nunca esqueceu e a faz uso diário. Quem duvidar pergunte aqueles que com ele tem contato, da forma como são tratados.
E como a verdade não que se calar, acabo de receber um Boletim da Bancada do PT de São Paulo, onde informa que: “sob protesto, a Bancada do PT na Assembléia aprovou projeto do Executivo que não oferece ganhos reais aos trabalhadores da educação do Estado de São Paulo”.
Desta forma, gostaria o servidor público do Estado da Bahia, que a bancada do PT tivesse a mesma atitude em relação ao Governo Wagner, que vem praticando uma política de arrocho salarial contra todas as categorias dos servidores públicos, levando-os ao endividamento e ao desestímulo, dando continuidade a mesma política perversa praticada pelo carlismo ao longo dos 16 anos que comandou o Estado.
Portanto é muito cômodo gritar e protestar e defender os servidores quando se é oposição. O difícil é manter esta posição quando é situação. Isto os servidores públicos baianos estão assistindo. Quando oposição, o PT/Bahia incentivava greves reivindicatórias, como situação, suspende os salários dos professores com 15 dias de paralisação. Quando oposição criticava o achatamento salarial, o não pagamento da URV, da insalubridade, hoje no Poder, a situação continua a mesma, ou seja, pratica o maior arrocho salarial, não recompondo os salários pelo menos nos mesmos índices do salário mínimo; o Plano de Saúde dos servidores tem os serviços reduzidos e a cada dia atende mal; apesar de ter criado uma tal Lei de reestruturação do plano de carreira, porém não funciona, pois os principais artigos não foram regulamentados e não há avanço na carreira dos técnicos; o auxílio alimentação tem valores de 2007; não pagou a URV (compromisso de campanha ainda no primeiro mandato) e nem paga insalubridade; atrasa processos de aposentadoria ocorrendo casos de levar mais de um ano em secretarias e órgãos que outrora não levava mais de 60dias; entre outras barbaridades praticadas contra o funcionalismo público, barbaridades estas que eram muito comuns na época do domínio carlismo.
Portanto, por mais que queiramos esconder, a verdade sempre virá à tona.

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