segunda-feira, 23 de maio de 2011

COMUNICAR COM QUALIDADE PARA SOBREVIVER


Já dizia o Velho Guerreiro Chacrinha: quem não se comunica se trumbica”.
Assim sendo é importante que seja feita uma análise do importante papel da comunicação no desenvolvimento e na afirmação do processo político.
Temos o dever de reconhecer o quanto tem sido fundamental para a consolidação democrática, principalmente nos municípios (onde em alguns ainda impera o coronelismo), a utilização da boa comunicação. Os nossos comunicólogos têm exercido papel significativo na construção da cidadania e na participação da sociedade civil no processo de redemocratização de nosso País.
Todos que sobreviveram ao período negro da ditadura sabem o quanto foi difícil construir uma democracia. Se considerarmos a pluralidade de idéias e objetivos presentes no seio da sociedade, cheia de contradições entre a prática e o discurso, aí sim, é que poderemos entender o papel da comunicação na afirmação de uma sociedade democrática.
Portanto, o acesso à informação é o requisito básico para a socialização da comunicação e o pré – requisito para passar à sociedade sem os “espetáculos” criados pela grande mídia e muito comum em alguns segmentos, principalmente na área política e ou de defender os interesses mercadológicos e políticos momentâneos.
O desenvolvimento dos meios de comunicação, principalmente a partir do séc. XX contribuiu para modificar o ambiente político. Este desenvolvimento trouxe significativo impacto no contato entre líderes e liderados e o político e sua base. Ampliou a relação dos cidadãos com as questões públicas, transformando esta relação em novas exigências.
Tudo isto provocado pela evolução tecnológica da comunicação.
O grande problema está na dúvida do quanto e até onde a comunicação é valorizada ou tem influência para o setor político e nas suas decisões. Tem sido muito comum, isto a gente observa nos municípios de pequeno e médio porte principalmente, que a força da comunicação apenas é utilizada nos momentos de crise. Seria importante que os gestores públicos entendessem a comunicação como um meio para interagir com a comunidade externa de forma que os resultados e o feedback sejam positivos.
Por incrível que pareça, apesar de vivermos em pleno séc. XXI, em diversos municípios, a administração pública sequer possui uma assessoria de comunicação e em outros que a possuem não lhes é dada a mínima estrutura e em seu quadro não possui profissionais capacitados e com a mínima formação acadêmica que respondam pelo setor. A situação é tão rídicula, que muitos gestores acreditam que simplesmente colocar uma pessoa apenas por ter algum trânsito com a mídia, está com o problema resolvido. Pelo contrário, na maioria das vezes apenas ampliam o problema, em função da incapacidade técnica destas pessoas para enfrentar e apresentar solução para os problemas inerentes à comunicação, como veículo de enfrentamento e para a transformação da situação perante a sociedade.
Portanto, investir em uma assessoria de comunicação, com profissionais capacitados e com formação acadêmica, significa ter um setor não apenas para divulgar as ações municipais, mas, também, capacitar e qualificar a administração pública com profissionais os quais por possuírem conhecimento técnico e acadêmico estão aptos para nos momentos de instabilidade política e ou crises administrativas institucionais, apresentar caminhos e soluções para os problemas que para leigos podem até ser intransponível.
Cabe a este profissional e sua equipe, agirem antes e durante a crise, para tanto, deve ser dado a ele as condições materiais mínimas para que possam desempenhar as suas funções e fazer a comunicação funcionar.
Como seria bom que o gestor público entendesse que uma assessoria de comunicação não se resume a um mero organismo de interlocução entre o setor público e a imprensa local. Que ela é muito mais que isto. Que os nossos agentes políticos a entendessem como um elo fundamental para traçar uma política eficiente de informação entre as ações públicas e políticas e a comunidade de forma que esta chegue à sociedade sem os ruídos e interferências comuns do ambiente político.
Porém, para que possa alcançar seus objetivos, torna-se necessário que o administrador lhes dê importância e as condições para desempenhar o trabalho. E que trabalho, pois a administração como um todo não deve esperar a crise se instalar para traçar um plano. A comunicação deve fazer parte da agenda de qualquer gestor.
Porém uma assessoria só é muito pouco. É necessário que lhes seja dado o suporte de uma agência de publicidade ao seu lado, para que, juntos, falando a mesma linguagem, ações sejam planejadas visando levar à comunidade as informações que esta precisa tomar conhecimento.
Conhecemos gestões municipais que são um desastre, mas por possuir e valorizar a sua comunicação e esta ter a o seu lado uma agência, passa para a comunidade imagens positivas que a leva a crer ser intriga da oposição as críticas. Enquanto outras, cujos gestores poderiam servir de exemplo, mas por falta de uma boa comunicação a sociedade os tem como péssimos administradores.
Obviamente, que a comunidade deposita confiança naquela gestão que sabe se comunicar e a sua qualidade está diretamente associada à qualidade da informação recebida.
Não deve o gestor associar a comunicação, apenas como solução para os problemas políticos, ou mesmo utilizá-la quando seus interesses são atingidos. É preciso que entenda da importância da participação do profissional de comunicação em todas as decisões que envolvam interesses da comunidade e deixar de lado aquela visão da que a assessoria de comunicação só deva participar de um pacote de ações que já vem pronto, sem que dela tenha participado.
Muitas boas ações deixam de chegar ao conhecimento público ou de ser bem executada pela falta de bons conselhos de profissionais da área de comunicação, e muitas vezes a eles só são destinados o papel de remediar o mal depois de acontecido.
É preciso que o administrador público entenda que a imagem institucional é tão importante quanto uma marca empresarial. Aos olhos do eleitor as prefeituras possuem uma história, associada aos destinos da cidade e que as medidas tomadas irá influenciar na vida de todos que residem no município.
Desta forma, o gestor público tem que ter a compreensão da importância da relação da comunicação no campo político e administrativo, como também, do seu papel na arte de informar bem para que a população tenha o entendimento correto do funcionamento da política e da máquina pública, sem a interferência dos “penetras” que perturbam a atividade e a arte de fazer política.
Reconhecer a importância da assessoria de comunicação e os efeitos positivos que ela transmite são significativos, principalmente se considerarmos ser a seara política um ambiente permanentemente sobre tensão e que necessita sofrer intervenção que possa neutralizar os efeitos negativos. E ninguém melhor preparado e capacitado que o profissional em comunicação o qual fará o diferencial no momento de informar.
Não deve o homem político imaginar que os efeitos da informação sobre os agentes políticos são uniformes, muito pelo contrário, tem que entender que cada caso é um novo caso e a influência dos meios de comunicação é diferenciada de acordo com a posição dos agentes no campo político.
Portanto, fortalecer a assessoria de comunicação, capacitando-a e qualificando-a é fazer o diferencial como gestor público. E ter ao seu lado uma agencia de publicidade idônea e competente como forma de sustentação e suporte para divulgação de suas ações é transformar a administração pública em uma gestão moderna e antenada com os novos tempos.

Um comentário:

Anônimo disse...

O PLATÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS ENTREVISTA DOCENTE CORRETOR DE REDAÇÃO


O senhor trabalha em universidade pública e participa corrigindo redações. O quê o senhor acha de ensinar errado?
- Veja bem. Nós só temos algo próximo de 5 mil vagas e precisamos, para haver alguma lucratividade, de uns 50 mil candidatos. Se todos tivessem um conhecimento médio em linguagem seria impossível corrigir tantas provas, exigindo uma quantidade imensa de pessoas quando queremos até que os ganhos disto sejam apenas para uma meia dúzia. E mesmo que o sistema pague um extra fabuloso, enquanto de cada 100 redações mais de 90% zerando logo na primeira frase, fica tudo maravilhoso.

Como o senhor também trabalha formando docente, você induz que esses ensinem tal qual indica a professora no seu livro?
- Com certeza!!! Até, como já mostrei, para que fique mais fácil ganharmos um extra sem muito esforço. Além disto, o que temos na rede pública são aluno sem a mínima condições de aprender nada e a única coisa a se fazer é ensinar o que esses já sabem.

Mas, como o senhor tem tanta certeza de que os seus alunos não serão também docente da rede privada?
- Quem quer isso vai estudando por fora e não espera, até porque já sabe que não terá. Além do mais, na rede privada tem quem exija e fique vigiando tudo que ele faz na sala de aula. Já na pública, é só fechar a porta e fazer o quiser e como quiser, sem que deva qualquer satisfação a seu ninguém. Bastando, obviamente, que tenha certas amizades e não se meta, fora elogiar, no que os demais estão fazendo.


O senhor não acha tudo isso uma perversidade contra o povo?
- Absolutamente não!! Isso sempre se fez e em todas as disciplinas e ninguém nunca disse nada. De fato, os que foram nomeados no tempo da ditadura, a qual expulsou e perseguiu docente indesejável, gente que até fugiu deixando os alunos sem aula, salvo raras, exceções o general escolheu para nomear sem concurso exatamente quem fosse capaz de promover tais coisas, já que queria evitar que, se rede pública fosse mediamente letrada, a guerra para ingressar na universidade publica, os excedentes, seria terrível. Posto que, pobre é bicho metido e o fato de não haver alojamento, comida, livro e haver campus de universidade pública que só para se deslocar entre blocos de aulas precisa ter carro, por isso a ditadura fez onde foi possível cidades universitárias, mesmo assim, nem todo deixa de persistir fazer curso em universidade pública.