sexta-feira, 25 de setembro de 2009

FATOS QUE JUSTIFICAM A CPI DOS RURALISTAS


Segundo reportagens publicadas pela Repórter Brasil, fundamentadas em meses de investigação, relativo ao Projeto Agrícola Campos Lindos, no Nordeste do Tocantins, a 491 km de Palmas,demonstra ter sido um projeto montado para favorecer unicamente os políticos daquele Estado, como a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), a mesma senadora que recentemente protocolou o pedido de uma CPI para o MST, e de empresas do agronegócio, como as multinacionais da soja, trazendo em conseqüência mais pobreza para os já pobres moradores da região.
Procuraremos demonstrar estas maracutaias financiadas com o dinheiro público, tomando como base as reportagens da Repórter Brasil, a começar pelo valor da área equivalente a um campo de futebol adquirido por menos de R$ 8,00. Quem não gostaria deste benefício? Porém só tiveram estes privilégios os políticos do Tocantins, tendo a frente a Senadora e empresas do agronegócio, enquanto isso, a população pobre residente na região não tiveram direito ao mesmo milagre, a não ser passarem fome e viverem na rua da amargura. Dados da reportagem mostram Campos Lindos, que fica na divisa com o Maranhão, como campeã estadual de exportações, tendo como principal produto a soja. O poderio da soja na região é tão surpreendente que a cada US$ 10 exportados pelo Tocantins, US$ 8 dizem respeito a esta cultura. Esse resultado teve sua mola propulsora a partir do Projeto Agrícola Campos Lindos, instalado a partir do final dos anos 1990 Importante esclarecer que o Projeto ora citado, vem sofrendo contestações judiciais quanto aos resultados dos processos detitulação pública, não teve licença ambientalpara se instalar, foi palco de trabalho escravo e desalojou famílias tradicionais que hoje padecem com índices vergonhosos de pobreza. E a senadora se auto intitula de arauto da moralidade pública.
Apesar da propaganda do agronegócio procurar associar à prosperidade a expansão da cultura da soja, porém, escondem os problemas socioambientais vinculados à atividade. Mesmo com o título de campeã em exportação, Campos Lindos também ostenta o título, segundo o IBGE, de primeiro posto absoluto entre todos os municípios do país no Mapa de Pobreza e Desigualdade, divulgado no final do ano passado. O mesmo IBGE, órgão oficial que mede a produção, analisou os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003 comparando-o ao Censo 2000, revelando dados estarrecedores, tais como: que 84% da população de Campos Lindos vivem na pobreza, sendo que destes, 62,4% dos moradores estão na extrema indigência, ou seja, não ingerem o mínimo de calorias diárias para sobreviver .
Para entender como se deu a maracutaia, voltemos um pouco a 1999, quando foi realizada a seleção dos 47 felizes contemplados para o Projeto Agrícola Campos Lindos.
A seleção, por incrível que pareça, foi realizada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (Faet), tendo o apoio da Companhia de Promoção Agrícola (Campo), cuja organização fora fundada em 1978, fruto do acordo entre consórcios para a implantação do Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados (Prodecer), em parceria com o Banco do Brasil e com cooperativas de produtores.
Sem a menor cerimônia, os representantes da Federação, cuja presidente à época era a hoje senadora Kátia Abreu, e da Campo se autobeneficiaram com o Projeto. A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), atualmente à frente da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e seu irmão, Luiz Alfredo Abreu, cada um ficou com um lote de 1,2 mil hectares, já o presidente da Campo, Emiliano Botelho, foi premiado com um lote de 1,7 mil hectares e pessoas próximas a ambos, também foram agraciadas com lotes, com áreas parecidas.
A relação dos beneficiados, conforme apurado, cuja premiação se deu no governo Siqueira Campos é estarrecedora. Inclui o ex-ministro da Agricultura do governo Itamar Franco, Dejandir Dalpasquale, que presidiu a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), e Tiago Turra, filho de outro ex-ministro da Agricultura (Francisco Turra, do governo Fernando Henrique Cardoso). Segundo declarações públicas dada por Tiago Turra, ele não chegou a se apossar do terreno. Tem ainda, Casildo Maldaner, ex-senador e ex-governador de Santa Catarina pelo PMDB, o brigadeiro Adyr da Silva, ex-presidente da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), e uma série de políticos da região, tais como José Wellington Martins Belarmino, de Pedro Afonso (TO), e Jonas Demito, de Balsas (MA). Também não ficaram de fora os grandes produtores e personalidades públicas do Sul do país,como João Carlos Di Domenico e Vilibaldo Erich Schmid, de Campos Novos (SC) e de Minas Gerais, João Benício Cardoso e Eurípedes Tobias, de Paracatu (MG). Além destes ainda consta da relação dos felizardos, outro dois pesos pesados: Assuero Doca Veronez, atual presidente da Comissão de Meio Ambiente da CNA e dirigente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faec), e o empresário Carlos Alberto de Sá, de Brasília (DF), dono da Voetur, agência de turismo. Portanto, só este fato já se justificaria uma CPI para investigar os ruralistas brasileiros.
Mas, após ler as últimas notícias vindas dos ruralistas, é que entendemos o porquê da CPI do MST, com base em matéria de uma revista sem o menor conceito, cujas matérias jornalísticas não serviram de argumentos ou provas para desbancar o presidente do Senado José Sarney, segundo o famigerado Conselho de Ética.
Senão vejamos: Ruralistas querem propor ao governo nova renegociação de dívidas calculadas em R$ 130 BILHÕES. Para tanto a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados se reuniu para discutir o endividamento do setor rural brasileiro que chega a R$ 130 bilhões e mais de 100 mil ruralistas estão inadimplentes. Segundo o Dep. Fed. do PP Rio Grande do Sul Luiz Carlos Heinze, em 1995, a dívida era R$ 23 bilhões e hoje estamos com R$ 130 bilhões.
Interessante é qu a pouco mais de um ano, o governo lançou um pacote de renegociação de R$ 75 bilhões das dívidas agrícolas Então está claro que o interesse não é MST e sim pressionar o governo para mais esta doação dos nossos impostos, para que sobrem mais recursos para o financiamento da campanha eleitoral no próximo ano, pois só sabem fazer política com recursos oficiais.
Onde está a competência destes produtores rurais que desfilam de carrões, moram em verdadeiras mansões, possuem apartamentos em Miami, sendo a maioria dos recursos desviados das tetas dos bancos oficiais, quando não pagam o que devem. Não são os exemplos de homens preparados para produzirem , não se proclamam o suprassumo da honestidade? Garanto que se o governo tivesse o peito de cobrar o que é devido e destinasse a metade para a reforma agrária, nossa produção triplicaria e geraríamos emprego e renda e teríamos uma população mais sadia e feliz. Seria importante que o governo não se acovardasse e se rendesse a mais esta chantagem dos ruralistas, representados pela senadora e pelo deputado federal que representa Goiás e os peitassem de frente como tem feito o MST.
Portanto como vemos, os dados que ora apresentamos justificariam plenamente uma CPI dos ruralistas. E olha que só foram dois dados se formos investigar a fundo muito mais podres surgirão desta classe que apenas mama das tetas dos bancos oficiais e pouco retribuem para a população de nosso País.O que temem os nossos Congressistas que comungam com estes sugadores do erário público?

Um comentário:

Francklin Sá disse...

Lott comenta
É a velha história. Soja segura o PIB e necessita de muita terra para
ser cultivda. Minifundios fora.
Quanto à pobreza, ela é parte integrante do curral eleitoral.
Se não acredita em mim, veja o que diz o Lula e o Lulla.
Vai em anexo.
Um abraço.