Em cúpula islâmica, chanceler do Irã
convoca países muçulmanos a romperem relações com Israel
Em discurso, Hossein
Amir-Abdollahian exortou países islâmicos que mantêm relações econômicas e
diplomáticas com Tel Aviv a romperem esses laços para forçar Israel a
"cessar o genocídio" na Faixa de Gaza.
O ministro das
Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, convocou países
muçulmanos que têm relações diplomáticas e econômicas com Israel a romperem
esses laços e promoverem um boicote comercial e relativo à venda de armas para
o país.
As declarações do
chanceler foram dadas em discurso na 15ª edição da cúpula da Organização para a
Cooperação Islâmica (OCI), realizada no sábado (4), em Banjul, capital da
Gâmbia, e replicadas na íntegra neste domingo (5) pela agência iraniana Tasnim.
Segundo Abdollahian, o
objetivo é forçar Tel Aviv a cessar os crimes cometidos na ofensiva na Faixa de
Gaza.
"Gostaria de
sublinhar a necessidade de reforçar a unidade e a solidariedade dos países
islâmicos mais do que nunca para cessar o genocídio, vários tipos de crimes do
regime sionista e a necessidade de enviar ajuda humanitária imediata,
suficiente e sem entraves para Gaza", disse o chanceler.
Ele afirmou que o
papel desempenhado pelos governos islâmicos nesse momento de crise "ficará
registrado na história" e destacou que o corte de relações diplomáticas é
uma ferramenta importante para pressionar países.
"Não há dúvida de
que o corte das relações diplomáticas e econômicas e o embargo de armas e
comércio é uma ferramenta importante para pôr termo ao genocídio de Israel em
Gaza e aos seus crimes na Cisjordânia e em Al-Quds Al-Sharif [termo utilizado para
designar a cidade de Jerusalém]. Agradecemos sinceramente aos governos e países
muçulmanos e amantes da liberdade que tomaram medidas nesse sentido",
disse o chanceler.
Além do total
cessar-fogo em Gaza, Abdollahian listou como objetivo do boicote a retirada
imediata, completa e incondicional de todas as forças militares de Israel e
seus equipamentos de Gaza e uma garantia internacional para o regresso seguro
das pessoas residentes do enclave.
"Para concluir,
gostaria de sublinhar que o ataque terrorista levado a cabo pelo regime
sionista contra a Embaixada da República Islâmica do Irã em Damasco revelou
mais uma vez a verdadeira face do regime terrorista de Israel. A República
Islâmica do Irã teve de recorrer ao exercício do seu direito de defesa legítima
e, depois de ficar decepcionada com o papel do Conselho de Segurança da ONU
como elemento de dissuasão, no sábado, 13 de abril, deu uma resposta militar
mínima e limitada a Israel", afirmou Abdollahian.
"É claro que
advertimos em voz alta que, no caso de qualquer novo aventureirismo por parte
do regime israelense contra os nossos interesses dentro ou fora do Irã, a nossa
próxima reação contra Israel será ao nível máximo, imediata e fará com que o regime
se arrependa completamente das suas desventuras. Essa é uma decisão
irreversivelmente imutável", complementou.
¨ Militares de Israel instam palestinos a iniciar evacuação de
Rafah, diz mídia israelense
Segundo a Army Radio,
as tropas israelenses estão encorajando os palestinos de Rafah a se deslocar
para Khan Yunis e Al-Mawasi em preparação para um ataque militar.
As Forças Armadas de
Israel começaram a evacuar os civis palestinos da cidade de Rafah ante ameaça
de ataque à cidade no sul de Gaza, relatou na segunda-feira (6) a Rádio do
Exército israelense.
Os militares
israelenses pediram aos palestinos nas partes orientais de Rafah que se
mudassem para uma "área humanitária" próxima. Segundo a rádio, as
evacuações estavam concentradas em alguns distritos periféricos de Rafah, de
onde as pessoas seriam levadas para zonas de tendas nas proximidades de Khan
Yunis e Al-Mawasi.
Em um comunicado, os
militares disseram que cartazes, mensagens de texto, telefonemas e anúncios na
mídia seriam usados para "incentivar [...] o movimento gradual de civis
nas áreas especificadas".
Israel, que desenvolve
uma ação militar na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, após um ataque inicial
do Hamas, afirma que Rafah abriga milhares de combatentes do movimento
palestino e que a vitória é impossível sem tomar a cidade.
No entanto, com mais
de um milhão de palestinos desalojados refugiados em Rafah, além de mais de
30.000 mortos e quase 80.000 feridos no total, organizações internacionais e
até vários países ocidentais têm expressado preocupação com as consequências de
tal operação militar.
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EUA suspendem a venda de armas a Israel; decisão preocupa gestão Netanyahu
Segundo o portal
Axios, autoridades do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu, estão tentando entender por que o carregamento de armas foi retido
por Washignton.
Os Estados Unidos
suspenderam o fornecimento de munições a Israel pela primeira vez desde o
ataque do grupo palestino Hamas a Israel em 7 de outubro. A informação foi
veiculada pelo portal Axios, que citou como fonte duas autoridades israelenses
não identificadas.
"Autoridades
israelenses disseram que o fornecimento de munição a Israel foi interrompido na
semana passada", informou o portal.
Segundo a publicação,
a decisão despertou sérias preocupações dentro do governo do primeiro-ministro
Benjamin Netanyahu, e autoridades vêm tentando entender por que o carregamento
foi retido.
O artigo lembra que o
presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta duras críticas dentro de seu país por
conta do apoio a Israel em sua ofensiva na Faixa de Gaza. Em fevereiro,
Washington pediu a Tel Aviv garantias de que as armas fornecidas pelos EUA
estariam sendo utilizadas no enclave em consonância com as leis de direito
internacional. Em março, o governo israelense enviou uma carta de garantias ao
governo americano.
O texto também
enfatiza que a gestão Biden está "altamente preocupada" com os planos
de Netanyahu para lançar uma ofensiva contra a cidade de Rafah, no sul de Gaza,
onde se encontram abrigados pelo menos 1,4 milhão de palestinos deslocados pela
ofensiva.
Neste domingo, em
discurso por ocasião do Dia em Memória ao Holocausto, Netanyahu alfinetou o
governo dos EUA, sem citar nomes diretamente.
"No terrível
Holocausto, houve grandes líderes mundiais que permaneceram de braços cruzados;
portanto, a primeira lição do Holocausto é: se não nos defendermos, ninguém nos
defenderá. E se precisarmos ficar sozinhos, ficaremos sozinhos", disse Netanyahu.
De acordo com o portal
Axios, citando as duas fontes israelenses, na quarta-feira passada (1º), o
secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visitou Israel e teve uma
conversa "difícil" com Netanyahu sobre a possível operação israelense
em Rafah.
"Blinken disse a
Netanyahu durante a reunião que uma grande operação militar em Rafah levaria os
EUA a se oporem publicamente e teria um impacto negativo nas relações
EUA-Israel", diz a publlicação.
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FDI atacam complexo da ONU na Palestina
As Forças de Defesa de
Israel (FDI) disseram, neste domingo (5), que atacaram um complexo da Agência
das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no
Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês) no centro de Gaza.
Segundo as FDI, o que
motivou a investida foi que, supostamente, o local abrigaria um centro de
comando e controle do Hamas usado para atacar as forças israelenses, segundo
declaração publicada na plataforma de mídia social X (antigo Twitter).
"Um centro de
comando e controle do Hamas localizado no centro de Gaza, em um local ativo da
UNRWA, foi precisamente atingido por caças da FAI [Força Aérea de Israel]. O
local serviu como palco para vários ataques às tropas das FDI e a esforços de distribuição
de ajuda humanitária, bem como uma instalação de fornecimento de armas para
terroristas do Hamas. O Hamas posicionou intencionalmente o centro de comando e
controle nesse local para colocar em risco os civis de Gaza que ali se
refugiavam", disse o comunicado israelense.
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Ataque do Hamas provoca baixas em Israel
Pelo menos três
soldados israelenses foram mortos e outros nove ficaram feridos no domingo em
um ataque de morteiro do Hamas, disse o Exército israelense.
As FDI informaram, via
comunicado, que cerca de dez morteiros foram disparados da cidade de Rafah, no
sul da Faixa de Gaza, na passagem Kerem Shalom, entre o enclave palestino e
Israel. O Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque. Segundo o comunicado,
aviões de guerra israelenses, em retaliação, atingiram o lançador de onde os
projéteis foram disparados e uma estrutura militar localizada na área.
¨ Polícia israelense confisca equipamentos da
Al Jazeera
Ao anunciar a medida,
Benjamin Netanyahu chama a emissora de "canal de incitação". Al
Jazeera repudia ação e diz que a supressão da imprensa livre "constitui
uma violação ao direito internacional e humanitário".
O governo israelense
baniu neste domingo (5) a transmissão da emissora catari Al Jazeera no país. O
anúncio foi dado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em
postagem na rede social X (antigo Twitter), na qual classificou a emissora como
um "canal de incitação".
"Meu governo
decidiu por unanimidade: o canal de incitação Al Jazeera será fechado em
Israel", esceveu Netanyahu.
As medidas aprovadas
pelo governo israelense incluem o fechamento dos escritórios do canal em
Israel, o confisco de equipamentos de transmissão, o bloqueio da transmissão
das reportagens do canal, a remoção do canal da televisão a cabo e via satélite
e o bloqueio dos sites da emissora.
Após o anúncio, a
polícia israelense fez buscas no escritório da Al Jazeera em Jerusalém e
confiscou equipamentos.
A Al Jazeera repudiou
a decisão do governo Netanyahu, afirmando que o fechamento é um "ato
criminoso" e alertando que a supressão da imprensa livre no país
"constitui uma violação ao direito internacional e humanitário".
"A Al Jazeera
Media Network condena e denuncia veementemente esse ato criminoso que viola os
direitos humanos e o direito básico de acesso à informação. A Al Jazeera afirma
o seu direito de continuar a fornecer notícias e informações ao seu público global
tal como garantido pelas convenções internacionais", afirmou a rede em
comunicado.
"A supressão da
imprensa livre por Israel para encobrir os seus crimes, matando e prendendo
jornalistas, não nos impedirá de cumprir o nosso dever", acrecentou o
comunicado, citando também o número de jornalistas mortos na Faixa de Gaza, que
ultrapassou 140.
Fonte: Sputnik Brasil
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