quarta-feira, 27 de abril de 2011

A FORÇA DOS POBRES: para refletir



Descontando a euforia e o ufanismo simbólico daqueles que nos governam e querem nos fazer crer que em um passe de mágica deixamos de ser um País subdesenvolvido, mesmo sem ter conseguido acabar com a leva de milhões de pobres e indigentes, passamos a posar de “desenvolvido” é importante que se faça um balanço, diante desta euforia que tem acometido os nossos “bravos” políticos, cuja problemática de sofrimentos, fracassos e lutas tem abatido grande parte da população, que não vê chegar aos seus lares os resultados apregoados pelas elites políticas e econômicas.
Não têm a população pobre e desempregada deste País, recebido sequer os sinais os sinais deste desenvolvimento. O que eles têm visto na realidade é um duro e árduo caminho de lutas e batalhas em defesa dos seus direitos, quase nunca reconhecidos, cujos rumos não tem sido fácil serem traçados, diante do desconhecimento histórico dos nossos dirigentes e das leviandades praticadas pelas elites.
Continuamos a assistir a população pobre continuar cada vez mais sendo explorada, alguns inclusive levados ao cativeiro, trabalhando como mão – de – obra escrava, sem que nada aconteça aos seus exploradores. Este tipo de exploração em nosso País é o que mais tem avançado.
Ser pobre neste País que se diz em desenvolvimento é pagar um preço muito alto, é viver eternamente martirizado. É como se tivessem cometido um erro imperdoável, nem mesmo com o aprendizado e as experiências próprias adquiridas, lhes é proibido triunfar.
Diante desta situação hoje imposta pela globalização, cujo projeto principal é a manutenção dos status quo, é fundamental que as classes populares e os marginalizados iniciem um processo de organização da forma que, montado em um projeto, passem a criar alternativa, desencadeando lutas, que tragam esperanças de dias melhores, desafiando o pessimismo que hoje se abate, e, aqueles que, por se encontrarem no topo da pirâmide social, tratam aqueles que estão abaixo, com atitudes e ações que deprimem e estabelecem a situação como um destino que não pode e não deve ser mudado.
Entretanto, é importante que a população pobre e aqueles que a sociedade excluiu do seu convívio se conscientizem que dependem deles e unicamente deles, mudar a marcha desta história, organizando-se e desencadeando lutas, de forma que, seja possível retomarem o pulso da história, para que só assim, possam derrubar os muros da opressão a que estão submetidos, e, retomarem à vida, construindo uma marcha irreversível de renovação e esperança, para a construção de dias melhores, libertando-se, nem que para isto alguns tenham que se sacrificar.
Sabemos que as elites ao menos sinal de ameaça, conseguem em um passe de mágica se unir e saírem em defesa da manutenção dos seus status. Eles que são minoria, conseguem dominar a maioria pobre, chegando muitas vezes a imputarem a culpa dos erros e desmandos que eles secularmente tem cometido diariamente. Oprimem e reprimem os movimentos sociais diuturnamente, os quais, muitos não esboçam qualquer reação, outros tem procurado resistir, mas são facilmente domados. Enquanto eles criam e recriam constantemente suas organizações, forjam novos líderes, tudo em nome da manutenção do Poder, seja político ou econômico, em detrimento dos interesses maiores, que seria o bem estar de todos. Isto eles fazem sem quaisquer vacilações e a massa pobre acata mansamente sem demonstrar qualquer reação ou indignação.
Está na hora de mudar.
É chegada a hora, pois, daqueles que, desde que este País foi descoberto, sempre foram tratados com menosprezo e que sempre foram colocados ao lado da nossa história, de começar a reagir e passar a fazer o papel principal deste filme. Está na hora da massa, deste contingente de mais de 120 milhões de pessoas pobres, se unirem deixarem de ser coadjuvantes e passarem a ser o centro da nossa história. Está na hora de se organizarem e passarem a ser inseridas, não só nas políticas públicas que venham lhes beneficiar, mas também, comer parte significativa do bolo econômico produzido pelo País, cuja divisão infelizmente a eles só tem cabido as migalhas.
E para que consigam mais justiça social e econômica, torna-se necessário a sua inserção, não apenas no imaginário, mas que aconteça na prática cotidiana, longe dos discursos politiqueiros, distante dos gabinetes palacianos, onde só ocorrem e escorrem as negociatas, mas nos seu dia a dia, nas ruas visíveis para todos, onde sejam redefinidas ações e práticas visando a redução da carga de miséria e da exploração que hoje impera neste “Brasil Desenvolvido” e que somente o pobre está submetido. Que lhes sejam dadas as condições para que possam vislumbrar um caminho seguro a seguir, onde existam metas objetivas a serem alcançadas.
Não queremos aqui incitar à baderna e muito menos ações ilegais ou ilegítimas, queremos sim, ver renascer em nossa população pobre o espírito da efervescência, da vida, da criatividade, das reflexões, cujo espírito é propagador da coragem, da luta e da defesa da vida e dos direitos humanos.
Não devemos passar por fracassados, covardes e nem tampouco devemos nos silenciar diante do grande abismo criado entre o número pequeno que compõe as elites e a grande maioria de pobres e indigentes existentes em nosso País, cujo fosso não traz alguma esperança de dias melhores, apesar dos velhos e batidos discursos que visam silencias a grande maioria, com propostas que servem apenas para acovardar as massas, através de “soluções viáveis” sem fundamentos e ausência de qualquer objetivo.
Sabemos que o caminho a ser vencido é longo, que as dificuldades são muitas, mas temos a certeza que as sementes em diversos segmentos já foram lançadas, alguns frutos têm sido colhidos, vide movimentos como o MST, Sem Tetos, etc.; sabemos que novos obstáculos serão colocados, mas também temos a consciência que o terreno precisa ser arado e semeado, para que possamos em um futuro próximo darmos passos firmes e seguros, audaciosos e ousados, objetivando mais justiça social, melhor distribuição de renda, maiores salários, mais oportunidades com geração de emprego e renda.
Longe de desistir, sabemos que, unidos e organizados poderemos refletir melhor e lutar por causas que tragam dias melhores para a população pobre e oprimida deste País, que se considera desenvolvido, mas que infelizmente só tem gerado oportunidades e benefícios para uma minoria.
E esta má distribuição, que é mais uma forma de opressão estabelecida pelas elites, truncam o direito à vida das pessoas, gera conflitos sociais e traz a morte antes do tempo, crime cometido contra a dignidade humana, aliado a ser mais uma forma de dominação, em virtude da brutal exploração a que está submetida a população pobre brasileira. É, portanto, MORRER ANTES DO TEMPO.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A SAUDE PUBLICA QUE MERECEMOS


Passado o calor eleitoral, onde as promessas se eternizam entre todos os candidatos em “defesa” da melhoria dos serviços de saúde pública prestados à população, fica ainda mais claro, a importância da união de todos e a responsabilidade da sociedade em defesa do atendimento de qualidade à saúde daqueles que recorrem ao serviço de saúde publica. Todos precisam abraçar esta causa, pois é um sonho de todos brasileiros. Porém, o que se ver nos dias atuais, é uma saúde publica de péssima qualidade, beirando ao colapso total, apesar dos “eternos” desmentidos de nossos dirigentes. Claro, eles não precisam e nem se utilizam desses serviços. Nem eles nem os familiares. São hospitais construídos sem condições de operar, muitos inaugurados a toque de caixa, apenas com o objetivo de render votos ou para dar uma satisfação ao eleitorado, muitos funcionando sem médicos, enfermeiras, sem medicamentos, ou mesmo sem leitos ou uma simples maca; os existentes totalmente sucateados e alguns sem as mínimas condições de funcionamento, diante da situação de precariedade e da falta de manutenção e conservação. Alguns funcionam como verdadeiros matadouros, se me permitem o termo. Diante desta situação ficamos a perguntar: afinal de quem será a culpa? Quem será o responsável por tanto descaso e falta de comprometimento? Pagamos talvez a mais elevada carga tributária do planeta, cujo maior escorchado é exatamente a classe pobre, pois não possui as condições e os artifícios de transferir para terceiros os impostos que são seus. Afinal, para onde está indo este dinheiro? E ainda falam em ressuscitar o famigerado imposto do cheque, que serviu para tudo menos para a saúde. Com certeza estão à procura de mais uma fonte que servirá para desvios dos recursos públicos e enriquecimento de políticos e empresários gananciosos que não tem compromisso com o bem estar da população. E onde está à contrapartida do Estado diante da escorcha tributária praticada contra a população? Será que deixam de investir nas necessidades básicas da população por acharem que o dinheiro é pouco, com isto poderá prejudicar as suas mordomias e regalias? Nesta hora então, a qualidade de vida da população vá para o ralo, pois a eleição já passou? No entanto, eles, os governantes e políticos, coitados, “inocentes” os grandes sacrificados se acham merecedores de grandes mordomias, tais como, direito a viagens, combustível dentre outras regalias, por conta do nosso dinheiro, além de se alto concederem altos salários e algo a mais. Porém, em relação à saúde pública é fundamental que medidas sejam tomadas para o aumento do seu financiamento, não com a imposição de novo imposto, pois já pagamos impostos suficientes para termos uma saúde de qualidade, questão de prioridade. Mas que fique claro, o aumento do financiamento pelo setor público por si só não servira de garantias quanto à melhoria na sua qualidade. O que irá nos garantir a melhoria dos serviços é um financiamento bem direcionado e adequado do sistema, aliado a um controle tanto por parte do Poder Público como pela sociedade para que não ocorram os desvios dos recursos e das suas finalidades, prática está que já se tornou comum na grande maioria de nossos municípios. Basta ver as páginas policiais dos nossos jornais. Se conseguirmos aumentar o financiamento e impedir a roubalheira, com certeza paulatinamente chegaremos lá. Porém, não dá para falar em melhoria dos serviços prestados na área da saúde pública, se nas suas discussões não estiverem inseridas todos que direta ou indiretamente, estão envolvidos com a saúde pública. E aí entraria, não só os profissionais e gestores, mas também a sociedade representada por Associações de Moradores, Sindicatos e ONG’s, transferindo para todos a discussão e apresentação de propostas que venham viabilizar de forma efetiva as condições da melhoria do ambiente de trabalho e do atendimento. Apesar de a todo o momento ouvirmos desculpas buscando justificar o injustificável pelo Ministério, Secretarias Estaduais e Municipais da Saúde (que no Brasil deveria se chamar da DOENÇA) em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil, medido anualmente, o qual está muito aquém das possibilidades do país diante dos elevados impostos pagos por todos nós, torna-se necessários a união de todos, para uma atuação concreta e possamos obter significativos avanços nas áreas sociais. Este é um desafio que a sociedade precisa urgentemente assumir, debater e trazer para a mesa das suas discussões a gestão da saúde pública. Esta deve ser uma bandeira, que deve ser levantada por todos e suas discussões não devem conter preconceitos ou ideologias, tendo em vista ser uma luta de todos e para todos, a busca da a assistência e o atendimento de qualidade à saúde da população é uma obrigação e dever do Estado, e que por falta de ações da sociedade ele tem se omitido. Independente de quem esteja no Poder cabe a nós fiscalizar, interagir, debater e cobrar, de forma que possam ser garantido para todos a melhoria e a qualidade do atendimento. O que não podemos mais admitir é o estado terminal que a saúde pública se encontra, e nós, os contribuintes, aquele que a cada minuto é escorchado com o crescente número de impostos, ficarmos de braços cruzados assistindo os desmandos cometidos pelos que se intitulam “gestores” e aceitarmos e as desculpas esfarrapadas ditas diariamente, sem que se observe qualquer ação ou medidas efetivas serem tomadas para reverter a situação, ou que ao menos traga alguma esperança do restabelecimento da moralidade par o setor. Torna-se urgente que, no âmbito dos municípios sejam criadas Comissões interdisciplinar de Saúde, contando com a participação dos profissionais que diretamente ou indiretamente atendem à Saúde Pública e membros da comunidade, representados por associações de moradores ou ong’s, cujas reuniões regulares, pelo menos uma cada trimestre, devem ser prescindidas de audiências públicas, contando com a participação dos moradores, de forma que as múltiplas questões que envolvem os médicos e paramédicos e o paciente sejam discutidas e buscadas as soluções. Este seria um dos caminhos a ser trilhado na busca de uma saúde mais qualificada. Muitos desafios nos aguardam e outros estão por vir, mas é importante e fundamental o amadurecimento, não só da classe médica e paramédica, mas também da comunidade, cujo amadurecimento traga avanços políticos, técnicos, estruturais de forma que os frutos deste amadurecimento e destes avanços possam efetivamente ser colhidos pela sociedade.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

PROPAGANDA OFICIAL: engana que eu (não) gosto.


A questão da saúde pública está a exigir medidas efetivas que tragam solução, e estas com certeza passam longe da propaganda enganosa que nos empurram goela a dentro, mostrando uma a realidade quando a situação é bem diferente. Na verdade são mentiras oficiais, para justificar a inoperância no setor.
Segundo a Teoria Nazista, a qual tem sido bem utilizada por nossos gestores públicos, uma mentira quando repetida várias vezes, pode se tornar uma verdade e ou levar a população a acreditar. O que deveriam nossos governantes fazer, se é que estão preocupados com o bem estar da população, era aplicar os recursos desta propaganda enganosa, que não são poucos, e utilizá-los a fim de melhorar a gestão e a qualidade dos serviços prestados.
Na Bahia, cujo slogan oficial é “a Bahia de Todos”, porém, o que se vê na saúde é uma “Bahia Excludente”, onde ao pobre não é oferecido um atendimento que no mínimo respeite a dignidade humana. O que existe é um serviço que humilha e que enxovalha aquele que dela precisa.
Para quem conhece a realidade, dá a entender que na Bahia o atual governo vive no mundo da lua ou administra outro Estado, já que não consegue enxergar o caos hoje reinante neste e em outros setores.
Claro, o que hoje ocorre não é fruto ou de responsabilidade exclusiva do atual governo. Temos a convicção que tudo faz parte de um somatório de (dês)governos seguidos que a Bahia viveu, principalmente no 16 anos de desmandos do carlismo, onde imperou a lei da chibata e do servilismo ao coronel de plantão. Porém, não se admite, que ações e medidas não sejam tomadas visando reverter o quadro. Não se admite que não sejam executadas políticas que venham a reduzir o problema e que, por omissão, se dê continuidade ao caos recebido. Será que foi este o discurso para ser eleito e re-eleito?
Com dados divulgados pela imprensa, em uma pequena viagem pela Bahia, podemos ver a realidade do estado terminal da saúde publica baiana, que, para quem não a conhece e acredita na propaganda oficial, irá se chocar com a situação, bem diferente daquelas que com certeza são passadas pelos assessores puxa sacos e políticos próximos ao “Chefe”, os quais querem apenas agradá-lo com o objetivo de obter benefícios próprios.
Não vamos aqui discutir a situação do Hospital Geral do Estado e da rede pública de Salvador, até porque é uma realidade próxima do “Chefe” e aí não tem como eles dourarem a pílula, ainda mais que a esposa foi enfermeira do serviço público e conhece a realidade.
E que não venham culpar os heróis que trabalham na saúde pública baiana, o que espero que os nossos dirigentes também assim pensem, pois com os salários que o servidor público baiano percebe, principalmente aqueles que cuidam da vida humana, e com as condições materiais que lhes são dadas, eles tem tirado leite de pedra.
Mostraremos a realidade do interior da Bahia, que é tão feia ou até pior da que ocorre na capital, até por que a imprensa é menos ativa e domesticada pelos gestores municipais, através do erário público, a maior fonte de receita dessas empresas, e, portanto, não muito preocupada em denunciar o descalabro que ocorre no setor.
Em Eunápolis, o Hospital Regional inaugurado em 2010, portanto novinho em folha, tem sido alvo de todo tipo de crítica da população daquela micro-região. É um equipamento novo e bonito. Apesar de uma maciça propaganda oficial, muito bem elaborada, mas com o único objetivo de afagar o ego do “Chefe”, pois as imagens não tem a ousadia de entrar na Unidade Hospitalar e mostrar o que realmente ocorre lá dentro e como está funcionando, o que demonstra o desserviço para a sociedade e serve apenas para enganar aos desavisados.
Diferente da propaganda, apesar da bela e imponência das suas instalações, é um hospital superlotado, tal como ocorre nos demais hospitais públicos do Estado, em razão de serem unidades subdimensionadas e já nascem sem condições de atender a demanda regional. Lá, há um número insuficiente de médicos, para-médicos e de leitos, além de diversas especialidades sem especialistas para oferecer o atendimento, levando os seus corredores a ficar abarrotada de doentes a espera de um socorro.
Já em Barreiras, outra região em franco desenvolvimento, maior pólo nordestino de produção de soja, mais uma vez, para não fugir do lugar comum, a população se depara com o descaso com que a saúde pública é tratada. O chamado Hospital do Oeste convive com o eterno e vicioso crime da superlotação, com pacientes sendo atendidos nos corredores, ocasionado por falta de médicos e leitos. E este não é um problema recente, vem se arrastando a longos anos e a única solução apontada pela Secretaria de Saúde do Estado, quando a situação chega ao extremo, é enviar equipe de técnicos para elaborar um diagnóstico, que acredito se o Sr. Secretário tivesse o cuidado de lê-los veria que todos apresentam o mesmo problemas e as mesmas soluções. Mas isto não geraria um efeito político e deixaria de “passar para a população a preocupação do dirigente com os seus cidadãos”, cuja solução nunca sai do papel. Não passa de fogos de artifícios. Pronto, diagnóstico feito, diárias pagas, as soluções estão colocadas e aí, o que será feito? Nada, como sempre, jogaram para a torcida.
Na bela Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia e outro pólo econômico significativo e que atende uma vasta macro-região, terra onde nasceu politicamente o atual Secretário de Saúde da Bahia, esperava-se encontrar um serviço de referência. Mas o que se vê ocorrer no hospital geral é o mesmo descalabro que ocorre nos demais, uma unidade superlotada e com número insuficiente de pessoal para atender a demanda.
Por fim Feira de Santana, a trigésima primeira cidade do Brasil e entre as 70 maiores economia do País, sofre os mesmos dramas que as demais cidades do interior baiano. Tem um Hospital Regional que oferece para a sociedade uma impressão de descalabro. Em lugar de serviço, presta muito mais um desserviço para quem dele necessita. São corredores abarrotados de pacientes, muitos inclusive no chão, sem a devida atenção e recebendo um tratamento que sequer é dispensado a animais irracionais, quanto mais a seres humanos. A situação é de tal proporção, que as macas da SAMU chegam a ficar retidas por mais de 08 horas, porque o hospital não possui macas para receber os pacientes transportados por aquele serviço, que tem sido fundamental para salvar vidas.
Esta é a realidade da saúde pública da Bahia, a qual com certeza são bem diferentes daquela propagada pelo governo pelo rádio e televisão. E olha que já estamos no quinto ano do atual governo e nada, mas nada mesmo mudou em relação ao passado, exceto empanturrar a mídia com propaganda enganosa.
Está na hora de se tomar medidas realmente que tragam soluções, tais como, estudos técnicos para redimensionar a necessidade de capacidade, ampliando as Unidades visando o pleno atendimento da população da região; acabar com a ingerência política, que chega ao extremo de tirar a única UTI móvel do Hospital Regional de Feira de Santana, para ficar de plantão em uma festa particular distante mais de 100 kms.; contratar através de concursos público médico e paramédicos, pagando salários dignos e na quantidade necessária; não permitir que a estrutura da Secretaria de Saúde seja colocada a dispor para eleger deputado, como ocorreu recentemente.
Enfim oferecer condições para que a cada visita do governador ou do secretário a direção ter que se virar para esconder os pacientes, chegando a transferir para outras unidades particulares ou conveniadas com o SUS como forma de maquiar a realidade vivida pela população.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Cidades Planejadas: PDDU é a solução possível


As grandes cidades brasileiras vêm enfrentando sérios problemas, diante das ocupações urbanas feitas de forma desordenada e contando com a conivência, quando não com a omissão do Poder Público, que mesmo com ferramentas legais para intervir, tem se omitido diante do problema, pensando apenas nos votos que poderia vir a perder, sem a mínima preocupação com a qualidade de serviços a ser prestado e muito menos nas demandas que por certo advirão de serviços essenciais. E o que é mais sério, muito destes municípios sequer possui o seu Plano Diretor e aqueles que dizem possuir está tão desatualizados que não tem a mínima serventia.
Portanto, em pleno século XXI é chegado o momento de todos começarmos a nos preocupar e passar a nos concentrarmos na busca de soluções para a cidade que se quer, independente do Gestor Público, que está preocupado com o supérfluo e não com propostas estruturantes para os seus municípios. Está na hora da sociedade começar a entender e valorizar a importância do seu município possuir um Plano Diretor e permanentemente atualizado, conforme preconiza o Estatuto da Cidade, que este ano completa 10 anos de editado.
Torna-se necessário, no entanto, que rompamos com os fundamentos daqueles que buscam obstruir propostas que considerem ou busquem soluções do destino de centenas ou milhares de famílias sem teto e que hoje moram e constroem seus barracos em ocupações, por falta ações do Poder Público, os quais diante da omissão, procuram espaços em áreas disponíveis, independente da qualidade de vida que terão e ou mesmo da falta de ordenamento e ou agressões ambientais que causarão.
A omissão do Poder Público, comprovadamente tem sido o grande responsável e a ele devemos imputar toda responsabilidade e culpa.
Desta forma, cabe ao Gestor procurar encontrar soluções objetivas para o problema, porém, é preciso que tenham a clareza do papel que deverá assumir no processo das discussões.
Os problemas urbanos das nossas cidades são graves e não é momento de se perder tempo com pequenas soluções ou ações que apenas venham remediar a situação. Chega de desculpas e de discussões intermináveis que nada somam para atender à demanda que as cidades estão exigindo, diante de sua ocupação desordenada, hoje em situação de risco em decorrência da ameaça que esta ocupação traz para o futuro.
Olha que o problema do êxodo rural está sendo minimizado, através de políticas públicas a nível federal de apoio, incentivo e fortalecimento da agricultura familiar, que diante dos resultados positivos tem prendido os homens, principalmente os jovens na zona rural, diante da perspectiva de geração de emprego e renda, senão a situação estaria muito pior. Espero que no futuro, os nossos governantes continuem investindo neste e em outros programas sociais voltados para as famílias do campo, que assim, estará não só garantindo alimentação para a população das cidades, mas estaria garantindo a fixação do homem na zona rural.
Voltando ao problema das ocupações urbanas, todos envolvidos nesta problemática, devem estar atentos que nenhuma solução deve estar separada dos verdadeiros interesses das famílias, sejam sem-teto, invasores ou sobre qualquer outro título e que vivem nas comunidades ameaçadas. Assim, o principal objetivo será apresentar propostas que tragam soluções para os problemas atuais e que entre elas não esteja o despejo como solução, mas que se busquem alternativas do Poder Público se fazer presente na comunidade através da prestação dos serviços essenciais e fundamentais e de responsabilidade seja do Estado ou do Município e projete a cidade para o futuro, evitando que novas ocupações desordenadas sejam feitas ou realizadas.
É bom que lembremos que estamos tratando com vidas, entre elas crianças e idosos e devemos dar a estas pessoas garantias de um futuro menos ingrato do que já tem hoje.
Desta forma, ao se buscar as soluções, o trabalho deve ser desenvolvido tendo a solidariedade como meta principal e difundido entre todos, sem intransigência, dialogando com a sociedade, informando-a da situação e procurar agregar de forma que as soluções sejam mais abrangentes possíveis.
Diante da omissão bastante visível do Poder Público, principalmente dos seus gestores, acredito ser necessário que a sociedade deva ser chamada a se envolver na questão e na busca das soluções eficazes para os seus problemas, cujos problemas são de todos que nelas residem.
É passado o momento das nossas autoridades eleitas de possuírem a grandeza de tomar para si a responsabilidade da formulação de políticas públicas na busca de soluções negociada, pacífica e inteligente com a sociedade e centradas no Planejamento. E só através do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU constantemente atualizado, esta meta pode ser alcançada objetivamente.
É importante que os nossos gestores tenham senso de responsabilidade e que não administrem as suas cidades na base do improviso, e se assim optar irá permitir que as prioridades sejam estabelecidas pelos segmentos empresariais e ou pela indústria da construção civil os segmentos que deitam e rolam na estrutura municipal. Não será decisão do município e sim a partir de projetos que visam benefícios e lucros elaborados por e para aquele segmento, deixando desta forma que o Poder Público tenha o direito e o dever de optar pelo melhor para os seus cidadãos. Serão projetos empresariais que irão sobrepor sobre os interesses da cidade.
Ao estabelecer o seu PDDU, lá deverá está previsto todas as alternativas de desenvolvimento para o município, estabelecerá critérios para a expansão habitacional, definirá locais onde poderão ser instaladas as indústrias que nela quiserem se implantar; sinalizará para o setor de serviços, que poderá definir o perfil da comunidade a ser atendida, além de estabelecer prioridades para o Poder Público se fazer presente na comunidade, oferecendo os serviços a que todos tem direito,principalmente naquelas áreas cuja vocação urbanística seja eminentemente residencial.
Outro fator importante e fundamental que demonstra a importância do PDDU está na apresentação da solução definitiva para acabar com a especulação imobiliária que hoje existe nas cidades.
Porém, o mais significativo resultado para a cidade com o Plano Direto de Desenvolvimento Urbano será o reflexo positivo nas finanças públicas, não só no que se refere a receita, mas principalmente na sua aplicação, o qual será feito de forma planejada e orientada evitando desperdícios ou sobreposição de obras e de prestação de serviços, trazendo significativos aspectos positivos que por certo refletirá no aumento de obras estruturantes e na prestação de serviços com mais qualidade a custos significativamente bem mais reduzido, do que quando se administra de improviso como o tem feito quase todos os nossos gestores públicos. Ou seja, só fazem depois que o mal acontece. E aí o custo é bem maior.
Portanto, diante da insensibilidade dos gestores públicos em implantarem e ou atualizarem os seus PDDU’s é fundamental que a sociedade seja alertada e de forma organizada trace ações coordenadas que venham a pressionar o Poder Público a cumprir o seu papel fundamental, que é o de oferecer à cidade um Plano Diretor, que servirá de roteiro para que decisões sejam tomadas e que na sua elaboração e discussão, o mesmo seja construído envolvendo toda sociedade e que fruto de um consenso e de soluções negociadas coletivamente.
Na realidade o que todos queremos é uma cidade planejada, organizada, bem administrada, onde caibam todos e todas!