Fatal
Model: plataformas de acompanhantes podem patrocinar clubes de futebol?
Identificada
como a maior página de acompanhantes do Brasil, a marca Fatal Model se tornou
imagem constante no futebol e na televisão.
A
publicidade da empresa pode ser vista nos campos de futebol durante a exibição
de jogos do Campeonato Brasileiro e até de amistosos da Seleção Brasileira. A
marca é também a maior patrocinadora da Série B – seis times estampam a Fatal
Model em suas camisas.
Só
em 2024, a Fatal Model pretende somar mais de 33 horas de exibição publicitária
de sua marca – que remete a uma borboleta ou dois corações – em jogos de
futebol.
O
investimento em patrocínio tem, ao mesmo tempo, ampliado a popularidade do site
e os questionamentos sobre a promoção de um site de conteúdo adulto em
transmissões assistidas por crianças.
Quem
digita Fatal Model no buscador consegue chegar, com apenas dois cliques, em
fotos e vídeos explícitos (leia mais abaixo). A plataforma oferece mais de 35
mil anúncios ativos de profissionais que oferecem trabalho sexual.
A
Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que integra o Ministério da
Justiça e Segurança Pública, considera que a veiculação da propaganda do site
de acompanhantes nesse contexto constitui publicidade inadequada -
especialmente para os consumidores mais vulneráveis, como crianças e
adolescentes.
Como
os programas esportivos transmitidos pela TV aberta e por assinatura não têm
classificação indicativa, não há aviso ou recomendação para que menores de
idade não acompanhem a programação.
Em
setembro, a Senacon notificou e pediu esclarecimentos à Confederação Brasileira
de Futebol (CBF) e à administração do estádio que recebeu um dos jogos durante
os quais propagandas da Fatal Model e de sites de apostas esportivas foram
exibidas.
Os
questionamentos em relação às bets foram levados adiante pelo governo, que
emitiu um despacho para que esses sites suspendam, em todo o território
nacional, qualquer publicidade de apostas para crianças e adolescentes.
No
entanto, nenhuma determinação foi tomada em relação às publicidades do site
Fatal Model.
Nesse
ínterim, o tema se tornou alvo de pelo menos dois processos envolvendo os
Ministérios Público da Bahia, do Alagoas e de São Paulo, e uma denúncia foi
aberta no Ministério Público Federal (MPF).
Especialistas
em direito do consumidor e psicologia infantil ouvidos pela reportagem também
concordam que as publicidades da plataforma em horários com classificação
indicativa livre ferem as leis do direito do consumidor e podem ser
prejudiciais ao desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Em
nota enviada à reportagem, a Fatal Model afirmou que sua equipe de marketing
tem como foco a exposição de marca. "Não tem como foco a conversão de
clientes. É por conta disso que os patrocínios em placas publicitárias e
camisas de clubes possuem como foco a logo da Fatal Model - sem links ou QR
Codes."
A
plataforma disse também que toda a sua publicidade "está alinhada com as
normativas expedidas pelo CONAR", o Conselho Nacional Autorregulamentação
Publicitária. (Leia mais sobre o posicionamento da empresa ao longo do texto)
• Anúncios no futebol
A
plataforma de anúncios de acompanhantes Fatal Model começou a patrocinar
grandes times de futebol de forma fixa no início de 2023. Desde então já
estendeu sua parceria para pelo menos outros nove times brasileiros.
Atualmente,
o logotipo do site está estampado na camisa de sete equipes no país: Esporte
Clube Vitória, Ponte Preta, Vila Nova Futebol Clube, Amazonas Futebol Clube,
Paysandu Sport Club, Clube de Regatas Brasil e Brusque Futebol Clube. Todos os
clubes participam da série A ou B do Campeonato Brasileiro.
A
Fatal Model também patrocina os campeonatos carioca e gaúcho de futebol, expôs
sua marca em amistosos da Seleção Brasileira e na Supercopa do Brasil e fechou
contratos com as seleções feminina e masculina de futsal brasileira em jogos ao
longo de 2024.
A
plataforma ainda fecha contratos para exibir sua marca nas laterais do campo
durante diversos outros jogos das séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Segundo
a própria Fatal Model, até o final do ano, mais de 600 jogos no Brasil terão
algum tipo de propaganda da marca, totalizando mais de 33 horas de exposição do
site de acompanhantes no contexto esportivo.
O
logotipo da plataforma, que aparece nas camisetas dos times patrocinados e em
telões de LED localizados ao lado dos campos, se resume ao nome da marca e um
desenho que representa uma borboleta.
Ao
pesquisar o nome Fatal Model no Google, o site da empresa é o primeiro
resultado. O filtro SafeSearch do buscador - que ajuda a gerenciar a exibição
de conteúdo explícito, como imagens de violência e links para pornografia - é
automaticamente ativado.
Já
na página inicial da plataforma, há um aviso sobre a presença de conteúdo
explícito destinado a adultos.
Após
apertar o botão que demonstra consentimento sobre o conteúdo, o usuário pode
acessar, com apenas mais um clique, fotografias e vídeos de mulheres e homens
nus, além de informações detalhadas sobre os serviços oferecidos por cada um
dos acompanhantes, com termos obscenos.
A
plataforma, que tem como um de seus logos “respeito, segurança e dignidade”, se
define como “o maior site de acompanhantes do Brasil”.
Os
profissionais que anunciam por ali pagam para ter seu perfil valorizado ou
melhor ranqueado nas buscas. A empresa afirma realizar rigorosa verificação de
documentos, usar autenticação facial e outras medidas para evitar fraudes e
golpes e garantir a segurança dos acompanhantes.
Em
posicionamento enviado à reportagem, a Fatal Model reforçou o fato de que, ao
acessar o seu site, o usuário receberá um anúncio alertando que o conteúdo lá
disposto é direcionado exclusivamente para adultos.
"Se
o indivíduo acessa a plataforma sem ter idade para tal ou se utiliza de
cadastro de terceiro, quem pratica a ilicitude é o próprio usuário, ou trata-se
de omissão do responsável que possui o dever de ter cuidado, zelo e proteção
com um menor de idade", disse a empresa em nota.
A
companhia afirmou ainda que a profissão de acompanhante é reconhecida desde
2002 pelo Ministério do Trabalho e que a Fatal Model "é uma plataforma de
anúncios de profissionais do sexo e, por limitar-se apenas a este fim
publicitário, trata-se de uma empresa 100% legal".
S'e
comparada a uma empresa mais tradicional, pode ser relacionada com um jornal,
espaço no qual através dos classificados acompanhantes também podem realizar
seus anúncios. A diferença, contudo, está nas dezenas de mecanismos de
segurança implementados pelo robusto time de tecnologia da Fatal Model, que
supera a casa de 150 profissionais apenas neste setor."
• O que dizem os clubes
patrocinados
A
BBC Brasil também procurou todos os times brasileiros que são patrocinados
atualmente pela Fatal Model para prestarem esclarecimentos.
Em
nota, o Clube de Regatas Brasil afirmou que a marca patrocina diversas equipes
de outros estados, além de campeonatos oficiais da CBF, e que a publicidade
está dentro da legalidade e não prejudica ninguém.
Já
o Vila Nova Futebol Clube afirmou entender a sua responsabilidade diante de
diversos públicos, especialmente crianças e adolescentes.
“Diante
disso, o Vila Nova está sempre comprometido em respeitar todas as normas e
legislações vigentes, bem como em colaborar com as autoridades para que o
esporte continue sendo um ambiente seguro e adequado para todos os públicos”,
disse o clube em nota.
A
Ponte Preta afirmou não tratar “de assuntos relacionados aos patrocinadores” e
o Amazonas Futebol Clube preferiu não se pronunciar.
A
BBC Brasil não recebeu retorno do Esporte Clube Vitória, Paysandu Sport Club e
Brusque Futebol Clube até o fechamento desta reportagem.
• O que diz o governo?
Em
entrevista à BBC Brasil, o secretário nacional do Consumidor afirmou ser claro
na sua visão que as propagandas da Fatal Model não deveriam ser exibidas em
eventos esportivos acompanhados por grande número de menores de idade.
“Nós
sabemos hoje que boa parte do público que acompanha um jogo de futebol é de
crianças e adolescentes”, diz Wadih Damous, que afirma ainda que as
publicidades vinculadas ao esporte servem como “um convite dos ídolos do
futebol para que se ingresse no site” promovido e constituem uma violação ao
Código do Consumidor.
O
código, em seu artigo 36, estabelece que é abusiva, dentre outras, "a
publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência,
explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e
experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de
induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua
saúde ou segurança".
Por
tudo isso, a Senacon pediu, no final de setembro, explicações à CBF e o
Engenhão sobre a exibição de propagandas não só da Fatal Model, como também de
sites de apostas e bebidas alcoólicas durante um jogo do Campeonato Brasileiro.
O
órgão disse ter recebido as respostas sobre seus questionamentos no início de
outubro. Mas segundo Damous, pontos importantes ficaram de fora dos
esclarecimentos e novos pedidos de explicação seriam enviados.
“A
CBF entendeu que está tudo dentro dos seus padrões legais”, disse o secretário
à BBC no início de outubro. “Mas na resposta ela não menciona nenhuma vez o
Código de Defesa do Consumidor, que por se tratar de uma lei especial se
sobrepõe a qualquer outra, inclusive, obviamente, aos regulamentos da CBF.”
Segundo
Wadih Damous, a Confederação Brasileira de Futebol citou em sua resposta que a
prostituição foi reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil
como uma ocupação, o que justificaria a atuação da plataforma. O argumento é o
mesmo citado em nota da Fatal Model à BBC Brasil.
No
Brasil, a prostituição em si não é considerada um delito. O que é crime é
favorecer a prática ou manter e operar um estabelecimento onde se obtenha lucro
com a exploração sexual comercial.
Mas
de acordo com o chefe da Senacon, o fato da Fatal Model não infringir a
legislação brasileira com seus serviços não significa que as publicidades da
marca devem ser dirigidas a crianças e adolescentes nos jogos de futebol.
No
Brasil, além da Senacon, o Procon e o Conar (Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária) também costumam se envolver em casos
relacionados à publicidade e aos direitos do consumidor.
Procon
e Senacon têm o poder de notificar e aplicar multas às empresas, se julgar
necessário. Já o Conar pode apenas sugerir a suspensão ou alteração de anúncios
publicitários (leia mais sobre a atuação do órgão no caso a seguir).
Durante
a entrevista concedida à BBC Brasil em outubro, Wadih Damous afirmou que a
secretaria daria continuidade aos questionamentos e monitoraria o tema mais de
perto.
“A
partir do momento que tivermos, com base nas respostas, um quadro definido, aí
nós vamos começar a atuar, se for o caso, de maneira coercitiva, de acordo com
as nossas atribuições e nossas competências legais”, disse.
Posteriormente,
em novembro, a Senacon determinou a suspensão de qualquer propaganda de jogos
de apostas para crianças e adolescentes em uma determinação publicada no Diário
Oficial da União (DOU).
A
ordem foi publicada em medida cautelar que vale em todo território nacional e
estabeleceu multa de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento.
As
publicidades das bets, como são chamadas as apostas esportivas, também se
tornaram tema de controvérsia e críticas no futebol brasileiro recentemente, já
que muitos times também são patrocinados por empresas de jogos online.
Nesse
caso, a lei que regulamentou o funcionamento das bets proibiu o acesso a esses
serviços por menores de idade, mas não impunha proibições ou faixas de horário
para as propagandas dos jogos serem exibidas, como ocorre com bebidas e
cigarros.
Antes
da Senacon, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia anunciado as regras
previstas em uma portaria do governo federal que vedam a publicidade de sites
de aposta voltada a crianças e adolescentes.
Nas
semanas seguintes à entrevista com o secretário nacional do Consumidor, a
reportagem voltou a procurar a Senacon para questionar sobre avanços
específicos relacionados às propagandas da Fatal Model, mas não recebeu
respostas.
A
BBC Brasil também procurou a CBF em busca de um posicionamento, mas não obteve
resposta até o fechamento desta reportagem.
• Denúncias
A
Senacon não foi o único órgão a se manifestar sobre o caso. No início de
novembro, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) emitiu uma
recomendação ao Clube de Regatas Brasil (CRB) para suspender o patrocínio da
Fatal Model.
Segundo
o órgão, tal medida seria necessária para evitar exposição a conteúdo
inapropriado para crianças e adolescentes, conforme previstos nos artigos 253 e
257 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Os
artigos citados tratam da necessidade de indicar os limites de idade para
anúncios de espetáculos e representações e do descumprimento das regras sobre
mensagens pornográficas ou obscenas.
O
MPAL afirma em sua decisão, porém, que em caso de manutenção do contrato,
providências deverão ser tomadas para garantir que a divulgação desse
patrocinador seja limitada a materiais promocionais destinados exclusivamente
ao público adulto.
Os
promotores de Justiça responsáveis deram cinco dias para que o CRB informasse
sobre as medidas adotadas em resposta à recomendação. À BBC Brasil, o clube
afirmou que responderia dentro do prazo, mas disse acreditar que o patrocínio
acontece “dentro da legalidade e não prejudica ninguém”.
Em
nota, o CRB afirmou que “entende que o patrocinador, que também já estampou sua
marca na camisa do Clube na temporada 2023, patrocina diversas equipes de
outros estados, além de campeonatos oficiais da CBF, como o próprio Campeonato
Brasileiro Série B, está dentro da legalidade e não prejudica ninguém com a
publicidade do mesmo.”
Em
abril, também foram endereçadas representações ao Ministério Público Federal
(MPF), ao Conselho Nacional de Autorregulamentação (Conar) e ao Procon do Rio
de Janeiro em relação à exibição de publicidade da Fatal Model em jogos do
Vitória Futebol Clube.
O
advogado responsável pelas representações, Antonio Rodrigo Machado, argumenta
que seu objetivo com a representação foi provocar reflexão sobre a legalidade
de anúncios de prostituição.
“A
publicidade para cigarro ou bebidas alcoólicas têm limites, mas a publicidade
de um site destinado a profissionais do sexo não tem limites? Foi esse
questionamento que quis levar aos órgãos públicos”, diz.
Nos
documentos, Machado argumenta que a Constituição Federal estabelece a proteção
integral da criança e do adolescente contra qualquer tratamento que ofenda a
sua dignidade.
O
advogado também cita o artigo 17 do ECA, que garante “inviolabilidade da
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação
da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos
espaços e objetos pessoais”
“Ao
pesquisar o site, em dois cliques uma criança pode ver cenas de homens e
mulheres nus, em posições extremamente explícitas”, diz.
O
assunto torna-se ainda mais sensível quando, no início da partida, crianças
acompanham os jogadores dentro de campo vestindo as camisas com o logotipo da
Fatal Model, completa.
Segundo
Machado, o Procon não respondeu aos seus pedidos de esclarecimento. O Conar
afirmou estar incapacitado de realizar uma análise sobre a queixa, já que o
caso já estaria em análise pelo Ministério Público, além de não ter competência
para exame da regularidade de termos de contrato de patrocínio.
Já
o MPF encaminhou a representação ao Ministério Público da Bahia, Estado onde
está localizada a sede do Vitória.
Mas
o MP da Bahia rejeitou os argumentos apresentados e a notícia de fato foi
indeferida. Em seu posicionamento, a procuradora designada afirmou que “não
foram apresentados elementos que ensejassem a configuração de violações de
direitos de crianças e adolescentes”.
Segundo
a decisão, não haveria desrespeito ao ECA, às resoluções do Conselho Nacional
dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre publicidade e à
Constituição.
Em
nota, a Fatal Model afirmou que tal decisão atesta "a legalidade das ações
da empresa relacionadas à exposição da marca".
"Ainda
que respaldada por autoridade competente, a Fatal Model é ciente de que o tema
ainda desperta dúvidas em uma sociedade que ainda não conseguiu superar sequer
a diversidade de gênero e racial."
Depois
disso, o MPF foi acionado por outros autores sobre a mesma questão, entre eles
o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) e o portal ICL Notícias.
As
denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público do Estado de São Paulo e foi
instaurada uma apuração cível, segundo o próprio MP.
“Neste
procedimento, já foram enviados ofícios para pedir informações mais detalhadas
a órgãos como Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Ministério dos
Esportes. O prazo para resposta está em andamento”, disse o órgão à BBC Brasil.
• ‘Violência contra as
crianças’
A
psicóloga infantil Ana Olmos, consultora do programa Criança e Consumo, explica
que crianças e adolescentes ainda não possuem uma estrutura mental
completamente desenvolvida e, portanto, não estão prontas para interpretar
informações complexas tal qual o conceito de um serviço de acompanhantes.
“Mesmo
para crianças de 11 ou 12 anos, que normalmente já têm a capacidade de pensar
de forma abstrata e desenvolver um pensamento hipotético dedutivo, o tema da
exploração de mulheres e o entendimento sobre o que significa ser uma
acompanhante é complexo demais”, diz.
“Para
mim é uma agressão, uma violência contra as crianças que assistem aos jogos.”
Segundo
a especialista, uma exposição precoce a essas temáticas podem levar a criança a
criar concepções equivocadas. “Associações com objetificação da mulher ou venda
do corpo podem reforçar na criança uma visão misógina e preconceituosa”,
afirma.
Olmos
afirma ainda que, apesar do logotipo da empresa exibido nos campos de futebol e
nas camisas das equipes não fazer qualquer menção ao tipo de serviço prestado,
muitas crianças têm fácil acesso à internet e podem ficar naturalmente curiosas
para pesquisar do que se trata.
Leia
a nota completa da Fatal Model enviada à reportagem:
"Em
face do questionamento relacionado à publicidade e os patrocínios da Fatal
Model no futebol, cumpre ressaltar que pareceres que precedem a notificação do
Senacon atestam a legalidade das ações da empresa relacionadas à exposição da
marca.
Para
embasar tal argumento, nos remetemos ao dia 16 de abril de 2024, quando um
torcedor do Bahia ingressou com representação no Ministério Público
questionando a publicidade da Fatal Model no futebol. Notificada em 14 de junho
pelo Ministério Público da Bahia, a Fatal Model apresentou suas explicações.
Assim, em 19 de agosto do mesmo ano, a Promotora da Infância e Juventude de
Salvador acatou a resposta da empresa, entendendo que não existem danos a
crianças e adolescentes tampouco publicidade abusiva.
Ainda
que respaldada por autoridade competente, a Fatal Model é ciente de que o tema
ainda desperta dúvidas em uma sociedade que ainda não conseguiu superar sequer
a diversidade de gênero e racial. Assim, estende-se no presente posicionamento
para contextualizar pontos importantes relacionados ao próprio segmento.
Primeiro:
a profissão de acompanhante é reconhecida desde 2002 pelo Ministério do
Trabalho. Segundo: a Fatal Model é uma plataforma de anúncios de profissionais
do sexo e, por limitar-se apenas a este fim publicitário, trata-se de uma
empresa 100% legal. Se comparada a uma empresa mais tradicional, pode ser
relacionada com um jornal, espaço no qual através dos classificados
acompanhantes também podem realizar seus anúncios. A diferença, contudo, está
nas dezenas de mecanismos de segurança implementados pelo robusto time de
tecnologia da Fatal Model, que supera a casa de 150 profissionais apenas neste
setor.
No
que tange à publicidade no futebol, a equipe de marketing da Fatal Model tem
como foco o branding, a exposição de marca. Não tem como foco a conversão de
clientes. É por conta disso que os patrocínios em placas publicitárias e
camisas de clubes possuem como foco a logo da Fatal Model - sem links ou QR
Codes.
Vale
acrescentar que toda publicidade realizada pela Fatal Model está alinhada com
as normativas expedidas pelo CONAR.
Ainda
assim, mesmo que uma pessoa seja impactada por publicidade da empresa durante
um jogo de futebol e busque acessar o site, esta receberá um anúncio alertando
que o conteúdo lá disposto é direcionado exclusivamente para adultos. Se o
indivíduo acessa a plataforma sem ter idade para tal ou se utiliza de cadastro
de terceiro, quem pratica a ilicitude é o próprio usuário, ou trata-se de
omissão do responsável que possui o dever de ter cuidado, zelo e proteção com
um menor de idade.
No
entendimento da Fatal Model, e por todo o exposto, compreendemos que filmes e
novelas exibidos em rede nacional podem ser prejudiciais à formação dos menores
de idade, com exibição de cenas contendo cigarros, bebidas alcoólicas,
simulação de cenas de sexo, desentendimentos entre familiares, violência,
estímulo ao consumo, etc. Assim como músicas e vídeos em redes sociais, que
trazem conteúdos explícitos, sem qualquer barreira, e poderiam ser motivos mais
plausíveis neste tipo de debate. Aqui, cabe destacar uma pesquisa do NIC.Br,
que aponta que 88% das crianças e adolescentes possuem perfis em redes sociais,
contrariando a faixa etária mínima permitida para tal cadastro (13 anos).
A
Fatal Model se coloca à disposição para esclarecer outras dúvidas. Ao mesmo
tempo, compreende que exerce papel disruptivo na atual sociedade, derrubando
estigmas e defendendo uma classe de mais de um milhão de pessoas - só no Brasil
- historicamente marginalizada."
Fonte:
BBC News Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário