Mitos e
verdades sobre a gordura abdominal e como combatê-la
Perder
aquela ‘barriguinha’ insistente é uma das metas mais buscadas pelos brasileiros
com a chegada do verão. Mas o acúmulo de gordura abdominal vai além de uma
questão estética: ele pode ter impactos significativos para a saúde, aumentando
o risco de doenças cardíacas e metabólicas, como hipertensão arterial e
diabetes.
O
g1 conversou com especialistas para entender os principais mitos sobre a
gordura abdominal e como combatê-la de forma eficaz.
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Mas antes, é importante entender que há dois diferentes tipos de gordura que se
alojam na região:
➡️ Gordura subcutânea: É a gordura localizada logo abaixo da pele
e está presente em várias partes do corpo, como coxas, braços e, também, na
região abdominal. Embora não esteja diretamente associada a problemas de saúde
graves, seu excesso pode contribuir para o aumento do peso corporal e para o
surgimento do que muitas pessoas chamam de "pochete".
➡️ Gordura visceral: É a gordura localizada entre os órgãos
internos, como fígado, pâncreas e intestinos. Diferente da gordura subcutânea,
está ligado ao desenvolvimento de doenças metabólicas, como hipertensão e
diabetes tipo 2. Ela forma uma "barriga dura", ou o que se costuma
chamar de "barriga de chope", que não dobra como a gordura subcutânea
e é mais difícil de perder.
Como
e onde a gordura será acumulada depende de fatores hormonais, genéticos e de
estilo de vida.
"Existem
famílias que acumulam gordura no corpo todo e outras que acumulam
predominantemente na região central. E os hormônios femininos, por exemplo,
promovem um formato com mais quadril e coxas, protegendo um pouco contra a
gordura visceral", explicou ao g1 Maria Edna de Melo, Endocrinologista do
Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
“Mas
um vilão, amplamente reconhecido, é o álcool. O consumo de álcool provoca uma
mudança na distribuição de gordura, elevando o acúmulo central".
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Como perder a barriga?
Nosso
corpo acumula gordura quando ingerimos mais calorias do que conseguimos gastar
no dia a dia, explica a especialista. Esse excedente de calorias é armazenado,
e, dependendo da predisposição genética ou hormonal de cada pessoa, a barriga
se torna o principal "depósito".
⚖️ Para perder barriga, é preciso seguir o caminho aposto e
consumir menos calorias do que se gasta, criando o chamado déficit calórico.
"Para
isso, é importante ficar atento, principalmente à alimentação. Controlar o
estímulo, ou seja, evitar ficar muito exposto a alimentos ultraprocessados,
açúcar. Se o alimento está disponível, a gente acaba comendo", afirma
Maria Edna de Melo.
Manter
uma rotina saudável, com exercícios físicos constantes, também colabora
positivamente para o equilíbrio na balança.
"Um
dos erros mais comuns é acreditar que apenas a restrição alimentar será
suficiente para reduzir a gordura corporal de maneira saudável. De fato, com o
tempo, a gordura pode diminuir, mas a musculatura também é afetada",
explica ao g1 Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Israelita Albert Einstein.
"Isso
pode levar a um desequilíbrio, fazendo com que o percentual de gordura do corpo
permaneça semelhante ao que era antes. Por isso, a prática regular de atividade
física deve ser constante em nossa vida, aliada a uma alimentação equilibrada,
rica em grãos e vegetais, com menos gordura saturada e menos sal”.
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Mitos e verdades sobre a gordura abdominal
Os
especialistas consultados pelo g1 esclareceram frases comuns associadas a perda
de gordura na região abdominal. Confira:
🫃 “É mais difícil emagrecer na barriga do que em outras regiões”
Na
verdade, não é bem assim. Embora a gordura abdominal seja considerada mais
prejudicial à saúde do que a gordura distribuída pelo corpo, ela tende a ser
reduzida mais rapidamente durante o processo de emagrecimento.
“Quando
perdemos peso, a gordura abdominal é a primeira a ser eliminada porque possui
uma atividade lipolítica (processo de quebra de lipídios ou gorduras no
organismo) mais elevada e sensível do que a que se concentra em regiões como
coxas ou quadril”, explica Maria Edna de Melo, do HC.
📅 “É possível prever em quanto tempo eu vou perder a barriga”
Desconfie
de dietas milagrosas que prometes o desaparecimento quase instantâneo da
gordura abdominal. Na verdade, cada indivíduo responde de um jeito ao
emagrecimento.
"Vai
depender muito, por exemplo, de como que está a alimentação da pessoa, se ela
tem um basal maior [capacidade maior de queimar calorias em repouso] e, claro,
do peso inicial. Para uma pessoa de perder 100 kg, perder 7kg é uma coisa. Já
para alguém que tem 70 kg ,7kg é 10% do peso, é bem diferente e mais difícil”,
explica a especialista.
🏋️♀️ “Fazer abdominais ajuda a emagrecer”
Abdominal
não faz perder barriga diretamente, só ajuda a melhorar a musculatura do
abdômen. Mas, ele é, claro, parte da rotina de exercício que vai contribuir
para uma vida mais saudável.
“Atividade
física deve ser parte da rotina diária. Eu costumo dizer que existe um tripé
fundamental: atividade física, boa alimentação e higiene — tanto pessoal quanto
mental. Se seguimos essas três bases, temos uma chance muito maior de levar uma
vida saudável e de nos mantermos afastados de diversas doenças associadas”,
explica o nutrólogo Celso Cukier.
⚠️ Mas atenção: para ver resultado no emagrecimento, é essencial
que a prática de exercício físico seja consistente e realizada com a
intensidade adequada.
“Muitas
pessoas acreditam que uma simples caminhada será suficiente, mas o gasto
calórico que ela proporciona é relativamente baixo. Por exemplo, se alguém
caminha por uma hora e, ao voltar, consome um pão com manteiga, essa pessoa precisaria
caminhar por mais meia hora apenas para compensar esse alimento”, afirma Maria
Edna de Melo, do HC.
😴 “Dormir mal engorda”
A
privação de sono pode contribuir para o ganho de peso, pois altera os ritmos
hormonais do corpo.
“Por
exemplo, quem sofre de apneia do sono, condição frequentemente associada ao
aumento de gordura visceral, tende a apresentar níveis elevados de cortisol. O
cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, favorece o acúmulo de gordura,
especialmente na região visceral", conclui a endocrinologista.
Fonte:
g1
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