terça-feira, 3 de setembro de 2024


 

Organismos bentônicos: o que são e importância

Organismos bentônicos vivem em associação com o fundo de ambientes aquáticos, podendo ser séssil (fixado ao fundo) ou errante (desloca-se sobre o fundo). Os bentos sésseis são representados por algas macroscópicas e animais como celenterados e vermes. Os bentos errantes, por sua vez, são constituídos por crustáceos, equinodermos e moluscos. Geralmente, as fontes de alimento dos animais bentônicos são cadáveres e detritos orgânicos, embora existam representantes carnívoros que caçam ativamente suas presas.

As espécies bentônicas variam muito de uma área para outra, sendo influenciadas por uma série de fatores ambientais. Em substratos não consolidados, como aqueles formados por areia, é possível observar uma maior presença de organismos escavadores. Enquanto que organismos fixados tendem a viver nos substratos rochosos. Dentre as principais comunidades bentônicas, pode-se citar costões rochosos, estuários, mangues, recifes de corais e oceano profundo.

<><> Ecossistemas marinhos

Os mares e oceanos cobrem mais de 75% da superfície terrestre. As profundidades que variam de alguns metros nas regiões litorâneas, a mais 11 quilômetros nas zonas mais profundas. Um dos aspectos mais importantes dos ecossistemas marinhos é sua grande estabilidade e homogeneidade no que se refere à composição química e temperatura. A salinidade dos mares é cerca de 3,5 g/L de sais, com predominância de cloreto de sódio (NaCl).

Os ecossistemas marinhos podem se distinguir em dois grandes domínios marinhos:

                                         Um relativo ao fundo, o domínio bentônico;

                                         Outro relativo às massas d’água, o domínio pelágico;

 A luz consegue penetrar no mar até a profundidade máxima de 200 metros, estabelecendo o que se denomina de zona fótica.

Na metade superior desta zona iluminada vive o fitoplâncton marinho, formado por algas e bactérias fotossintetizantes. Elas produzem praticamente todo alimento necessário à manutenção da vida nos mares. Essa zona também é rica em plâncton não fotossintetizante e em grandes cardumes de peixes.

A região que se estende dos 200 metros aos 2 mil metros de profundidade é a região batial. Suas águas são frias e pobres em fauna. Os peixes, moluscos e alguns outros animais que vivem nessa zona são sustentados por matéria orgânica proveniente da superfície.

Mais abaixo encontra-se a região abissal, que se estende dos 2 mil metros aos 6 mil metros de profundidade. Nela encontram-se poucas espécies, que chamam atenção por suas características exóticas, como peixes bentônicos bioluminescentes (por ação dos pirossomas) e lulas gigantes. A região mais profunda dos oceanos, abaixo dos 6 mil metros, é conhecida como região hadal. Sua fauna ainda é pouco conhecida, é constituída principalmente por esponjas e moluscos.

<><> Qual a diferença entre nécton, plâncton e bentos?

O organismo planctônico possui baixa ou nenhuma capacidade de locomoção. Diferentemente do organismo bentônico, que ocupa fundos aquáticos e pode ser de vida livre ou sésseis. Dessa forma, esses organismos, subdivididos em fitoplâncton e zooplâncton, são transportados horizontalmente pelas correntes de água.

Já o organismo nectônico é capaz de se deslocar de forma ativa no ambiente aquático. Mas, ao contrário dos bentos, não habita ambientes de substratos sólidos.

<><> Classificação e exemplos de organismos bentônicos

De acordo com a sua forma de alimentação, os organismos bentônicos podem ser classificados em dois grandes grupos. O primeiro deles, chamado de fitobentos, é composto por organismos autótrofos, como algas. Em comparação com os outros seres bentônicos, esses organismos vivem em locais mais rasos e de águas claras. Isso porque dependem da luz para realizarem a fotossíntese.

O outro grupo, conhecido como zoobentos, é constituído por organismos heterótrofos, ou seja, que não produzem seu próprio alimento e precisam se alimentar de outros seres para obter energia. Conforme as suas características, esses organismos ainda podem ser divididos em microbentos, mesobentos e macrobentos. Crustáceos como camarões e caranguejos são exemplos de macroinvertebrados bentônicos. Também são exemplos de bentos os pepinos do mar, recifes de coral e estrelas-do-mar.

<><> Importância dos organismos bentônicos

O bentos é de extrema importância para os ecossistemas marinhos. Nesses ambientes, os fitobentos garantem a disponibilidade de oxigênio e nutrientes, enquanto os zoobentos atuam no processo de decomposição de matéria orgânica. Ainda, todos os seres bentônicos participam da cadeia alimentar aquática, sendo alguns responsáveis pelo revolvimento do sedimento no fundo.

Além de sua importância ecológica, os organismos bentônicos são frequentemente utilizados como bioindicadores da qualidade do ambiente. Isso porque existem muitas espécies sésseis e que se locomovem pouco. Isso faz com que sofram mais impactos do que outras capazes de nadar ativamente. Esse mesmo fator também contribui para uma maior facilidade de coleta de dados, facilitando as pesquisas.

<><> Impactos humanos no organismo bentônico

As comunidades bentônicas sofrem impactos diariamente decorrentes de atividades humanas. As principais ameaças a esses ecossistemas são:

                                         Aquicultura

                                         Pesca

                                         Expansão de áreas urbanas e turismo

                                         Poluição

                                         Redução dos recursos hídricos

                                         Corte de madeira de manguezais

                                         Mudanças climáticas

Além disso, as invasões biológicas ocasionadas pelo rafting plástico tendem a afetar a biodiversidade bentônica das zonas costeiras. Por isso, elas devem ser preservadas e protegidas por meio de políticas públicas, já que apresentam grande importância para os seres vivos em geral.

 

                                         Fonte de alimento para peixes, plâncton se transforma em ingrediente da alta culinária

O conhecido vilão Plâncton, do seriado de animação infantil Bob Esponja, que sempre tenta roubar a receita do hambúrguer de siri do personagem principal, agora também vai virar um ingrediente culinário. O jornal britânico Metro publicou, no início de agosto de 2013, matéria sobre a visita do chefe de gastronomia espanhol Ángel León à Inglaterra, e que trazia consigo receitas envolvendo plâncton.

Dono de um restaurante com estrela Michelin, o Aponiente – em parceria com o chefe português Nuno Mendes, León preparou um cardápio de “sabores do mar” para o restaurante do colega, também premiado com a estrela, localizado na cidade de Londres, de nome Viajante. O menu inclui um cocktail com 60ml de Gin Mare, água tônica 1724, plânctons desidratados, tomilho limão, além de um risoto de plâncton e arroz de plâncton com molho alioli e tartar.

O site espanhol La voz digital reporta que, apaixonado pelo mar, León teve a ideia de colocar na panela esse pequeno ser quando visitou as instalações do instituto de ensino médio Sancti Petri de San Fernando, onde há cursos de Aquicultura. Em sua visita, ele se reteve aos tubos que continham plânctons marinhos, os quais servem de alimentos para peixes. A partir daí, a imaginação do gastrônomo foi longe.

E para além da experiência gastronômica, o chefe do mar afirma que os plânctons são saudáveis, pois contêm propriedades antioxidantes.  E ele ainda descreve minuciosamente que o plâncton possui um gosto aveludado e seco quando não misturado com líquidos. Já quando é banhado em água, adquire textura de seda, é oleoso e elegante, sutilmente pungente ao nariz, e, ao final, deixa um longo gosto na boca.

O mundo da gastronomia pode nos surpreender, mas será que estamos preparados para comer de tudo? E no Brasil? Será que o plâncton faria sucesso? Bem, contanto que dentro de uma dieta saudável, por que não?

 

Fonte: eCycle


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