terça-feira, 25 de abril de 2023

Ninguém deu aos EUA o direito de falar em nome de toda a comunidade mundial, diz Lavrov

O ministro das Relações Exteriores da Rússia falou perante uma sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre multilateralismo efetivo e a defesa dos princípios da Carta da ONU.

Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, disse nesta segunda-feira (24) que a minoria ocidental deveria se comportar decentemente e respeitar os outros membros da comunidade mundial.

"Vamos ser diretos: ninguém permitiu que a minoria ocidental falasse em nome de toda a humanidade", disse Lavrov, falando em reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre multilateralismo efetivo e a defesa dos princípios da Carta da ONU.

"Temos que nos comportar decentemente e respeitar todos os membros da comunidade internacional", sublinhou o ministro.

Segundo Lavrov, os EUA escolheram o caminho de destruição da globalização.

"Em uma tentativa desesperada de afirmar seu domínio através da punição dos desobedientes, os EUA têm se empenhado em destruir a globalização, que durante anos exaltaram como um bem supremo de toda a humanidade, que servia o sistema multilateral da economia mundial", apontou.

Conforme declarou, "Washington e o resto do Ocidente que se lhe submeteu invocam suas 'regras' sempre que precisam justificar movimentos ilegítimos contra aqueles que traçam suas políticas de acordo com o direito internacional e se recusam a seguir os interesses egoístas do 'bilhão de ouro'", em referência à população dos países mais ricos.

"Os discordantes ficam na lista negra de acordo com o princípio: quem não está conosco está contra nós", sublinhou o alto responsável.

·         Situação internacional da Ucrânia

O diplomata instou a comunidade internacional a não ver a questão ucraniana sem o seu contexto geopolítico, e sugeriu que o multilateralismo "pressupõe o respeito pela Carta das Nações Unidas em todos os seus princípios inter-relacionados".

O regime nazista de Kiev não pode ser visto como representando os interesses da região de Donbass depois que a população local recusou reconhecer o golpe de Estado sangrento de fevereiro de 2014, continuou Sergei Lavrov, citando o exemplo dos sérvios do Kosovo, aos quais a União Europeia prometeu a autonomia, da mesma forma que a Alemanha e a França o fizeram para Donbass.

Tensões internacionais

"Mais uma vez, como no período da Guerra Fria, chegamos a uma linha perigosa, e talvez ainda mais perigosa. A situação é exacerbada pela perda de fé no multilateralismo, quando a agressão financeira e econômica ocidental destrói os benefícios da globalização, quando os EUA e seus aliados abandonam a diplomacia e exigem que as relações sejam resolvidas 'no campo de batalha'."

"Tudo isso dentro dos muros da ONU, que foi criada para evitar os horrores da guerra. As vozes de forças responsáveis e sensatas, os apelos por sabedoria política e o renascimento de uma cultura de diálogo estão sendo abafados por aqueles que escolheram minar os princípios fundamentais da comunicação interestatal", notou ele, instando ao "retorno às raízes", com respeito aos propósitos e princípios da Carta da ONU "em toda a sua diversidade e interconexão".

O ministro das Relações Exteriores vê o destacamento de forças significativas de Washington e aliados para a Ásia-Pacífico como outro ataque ao multilateralismo.

"Os EUA e seus aliados estão agora empregando forças consideráveis para minar o multilateralismo na Ásia-Pacífico, onde um sistema aberto e bem-sucedido de cooperação econômica e de segurança foi desenvolvido por décadas em torno da ASEAN", mencionou Lavrov, falando sobre a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês).

O chanceler disse que esse sistema de cooperação permitiu abordagens consensuais que se adequavam tanto aos dez membros da ASEAN quanto a seus parceiros de diálogo, incluindo a Rússia, China, EUA, Índia, Japão, Austrália e Coreia do Sul, garantindo um verdadeiro multilateralismo inclusivo.

"Ao apresentar sua 'Estratégia do Indo-Pacífico', Washington escolheu romper essa arquitetura de consenso estabelecida", assumiu o ministro das Relações Exteriores russo.

 

Ø  EUA se preparam discretamente para o fracasso da contraofensiva na Ucrânia, diz mídia

 

Os Estados Unidos estão se preparando silenciosamente para a possibilidade de que a esperada contraofensiva da Ucrânia não alcance seus objetivos, um cenário que encorajaria os críticos em casa e no exterior, informou o Politico nesta segunda-feira (24).

O governo Biden está preocupado com o fato de que, caso a operação produza resultados limitados, ela vai provocar uma reação tanto dos campos hawkish quanto dovish — condutas econômicas ligadas à política monetária e têm implicações no controle da inflação e desemprego —, diz a matéria, citando funcionários do governo não identificados.

Um lado criticaria os EUA por não fornecer a Kiev mísseis de longo alcance, caças e mais defesas aéreas, enquanto o outro insistiria na futilidade das tentativas de armar Kiev, acrescentou o relatório.

Funcionários dos EUA também alertaram a Ucrânia sobre os perigos de estender demais suas ambições e sobrecarregar suas tropas — o mesmo aviso que o governo Biden deu ao ex-governo afegão quando o Talibã (grupo sob sanções da ONU por atividades terroristas) fez avanços em todo o país durante a retirada militar dos EUA em 2021.

No início deste mês, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, disse ao The Hill que Kiev poderia lançar uma contraofensiva ainda neste verão (Hemisfério Norte). Mais tarde, ele disse que a ofensiva começaria em breve. A mídia dos EUA informou que a operação estava marcada para 30 de abril.

Na semana passada, a Foreign Policy informou, citando um legislador ucraniano, que a Ucrânia esperava lançar a ofensiva em abril, mas a escassez de armas atrasou indefinidamente.

·         Kiev reconhece que parte das operações militares da Ucrânia é controlada pelos EUA

As autoridades ucranianas admitem privadamente que uma série de operações militares estão sob controle dos EUA, de acordo com o Washington Post.

"Autoridades ucranianas já há muito tempo declaram privadamente que os Estados Unidos têm controle de fato sobre algumas operações militares", observa o artigo.

Nota-se também que Kiev "como regra não dispara seus avançados sistemas de foguetes fornecidos pelos EUA sem confirmação ou coordenadas fornecidas por militares dos EUA de uma base na Europa, para garantir a precisão dos ataques e conservar a artilharia".

A Rússia enviou uma nota aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que os países da Aliança Atlântica estão "brincando com o fogo" ao fornecerem armas para a Ucrânia.

 

Ø  EUA forçarão Zelensky a ceder territórios à Rússia no verão europeu, acredita analista

 

O presidente ucraniano Vladimir Zelensky terá que enfrentar a perda de território, pois a ofensiva de primavera e verão europeus terminará em fracasso, escreveu o especialista militar britânico Sean Bell em um artigo para a Sky News.

"O maior desafio para Vladimir Zelensky é aceitar a cedência de território. É aqui que vai prevalecer a diplomacia norte-americana", diz o artigo.

De acordo com o analista, os diplomatas dos EUA vão tentar convencer o líder ucraniano a dar esse passo difícil para concluir um acordo de paz.

Bell está convencido de que as Forças Armadas ucranianas não têm força suficiente para capturar e manter novas posições: qualquer ataque vai esgotar seus suprimentos e as colocaria em uma posição extremamente vulnerável.

Na opinião do especialista, o Exército ucraniano vai efetuar um ataque, mas no final do verão terá perdido sua capacidade de conduzir hostilidades – esta será a condição ideal para as negociações.

·         O que se sabe da contraofensiva ucraniana?

Como a Reuters informou anteriormente, Kiev preparou oito brigadas de assalto da chamada guarda ofensiva.

Especialistas russos estimam o número dessas tropas em cerca de 200.000 homens.

A iminente contraofensiva das Forças Armadas ucranianas tem sido anunciada repetidamente, tanto em Kiev como no Ocidente.

Segundo o ministro da Defesa ucraniano Aleksei Reznikov, a ofensiva pode começar quando o período da lama da primavera europeia terminar.

Especialistas militares e políticos ucranianos e ocidentais citaram repetidamente a região de Zaporozhie como um dos alvos do ataque, a fim de se alcançar a costa do mar de Azov para cortar o corredor terrestre para a Crimeia.

Esta região, assim como outras, afirmou repetidamente que se preparou para qualquer ação por parte da Ucrânia.

 

Ø  Taiwan discute com EUA acumulação de estoques de armas na região, diz premiê

 

O primeiro-ministro da ilha, Chen Chien-jen, confirmou que Taipé está em discussões com Washington sobre uma possível acumulação de armas norte-americanas na região, relata o South China Morning Post.

"Taipé está em conversações com Washington sobre a possível construção de estoques de armas na região para dar à ilha acesso às armas necessárias para combater Pequim no caso de um conflito entre os dois lados do estreito", diz o artigo.

Segundo o jornal, especialistas militares locais estão preocupados que a construção de um grande armazém na ilha vá aumentar ainda mais as tensões entre a China continental e Taiwan.

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro disse que, apesar das discussões, é mais importante para Taiwan ter sua própria capacidade militar.

"Devemos insistir que a República da China [título oficial de Taiwan] e a República Popular da China [título oficial de Pequim] não estão sujeitas uma à outra", cita o artigo Chen Chien-jen.

Isto veio no contexto da visita a Taiwan do governador do estado norte-americano da Virgínia e seu encontro com a presidente da ilha Tsai Ing-wen.

Durante a reunião foi discutida a cooperação econômica e empresarial. A presidente agradeceu ao governador por sua assistência e pela recente abertura do escritório comercial do estado na ilha.

A situação em torno de Taiwan se agravou significativamente após a visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Nancy Pelosi à ilha no início de agosto.

A China, que considera a ilha uma de suas províncias, condenou a visita de Pelosi, vendo-a como um ato de apoio dos EUA ao separatismo de Taiwan, e conduziu exercícios militares em larga escala.

As relações oficiais entre o governo central da China e sua província insular se romperam em 1949, após as forças derrotadas do Kuomintang lideradas por Chiang Kai-shek terem se mudado para Taiwan no final da guerra civil contra o Partido Comunista Chinês.

Os contatos comerciais e informais entre a ilha e a China continental foram retomados no final dos anos 80. Desde o início dos anos 90, os dois lados têm estado em contato só através de organizações não governamentais.

 

Ø  Ocidente é incapaz de satisfazer 'apetite insaciável' da Ucrânia por armas, diz mídia

 

O jornal The New York Times revelou que Washington e seus aliados não são capazes de fornecer armas suficientes ao regime de Kiev para sua contraofensiva contra a Rússia.

De acordo com a mídia, os documentos vazados revelaram não apenas lacunas no arsenal da Ucrânia, como também as lutas dos aliados ocidentais para cumprir com as entregas prometidas de tanques e outros sistemas de armas.

Os planejadores militares norte-americanos calcularam que as forças de Kiev precisariam de 253 tanques para seu próximo ataque contra os russos.

Até o final de fevereiro, reuniram 200 unidades, porém muitas delas não eram o que a Ucrânia queria, sendo que apenas 60 unidades eram de fabricação ocidental, como Kiev havia solicitado.

Os 140 tanques restantes eram veículos de combate da época soviética.

Além disso, a mídia destaca o apetite insaciável da Ucrânia por projéteis de 155 milímetros, gastando uma enorme quantidade deles em questão de dias.

"Os fabricantes de munições dos EUA e Europa dizem que levará anos para atender a demanda", ressalta a mídia.

Kiev também segue pressionando o Ocidente por caças, especialmente, os F-16 dos EUA, cujo fornecimento segue vetado pela administração Biden.

Por sua vez, os EUA ofereceram pequenas bombas de alta precisão com alcance aproximado de 150 quilômetros que podem ser disparadas pelos lançadores Himars ou M270.

Também há diversos outros equipamentos prometidos pelos países ocidentais, mas estes não estão conseguindo atender a alta demanda por parte dos ucranianos, já que o regime de Kiev gasta rapidamente os "brinquedos" recebidos, com sua insaciável sede por armas.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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