Chile é nova fronteira de oportunidades para empresas exportadoras baianas
Em
2022, o comércio bilateral entre Brasil e Chile fechou com um recorde de US$ 14
bilhões, um crescimento de 18% em relação a 2021. Terceiro principal parceiro
comercial do Brasil e sexto destino das exportações brasileiras no mundo, o
Chile desponta com um mercado potencial para os exportadores baianos.
Os
números promissores refletem a consolidação das relações comerciais entre os
dois países, mas também os efeitos da assinatura, em 2022, do Acordo Comercial
Brasil-Chile. O acordo reduziu barreiras tarifárias e regulamentares no
comércio entre os dois países e abriu novas possibilidades de intercâmbio
comercial.
Foi
com o objetivo de detalhar o potencial desta agenda bilateral e apresentar as
principais oportunidades de negócios entre a Bahia e o Chile que foi realizado
esta semana, no auditório do Sebrae-Bahia, em Salvador, o seminário Oportunidades
de Negócios Bahia-Chile. Com foco nas pequenas empresas, o evento procurou
trazer números e o que é que a Bahia tem que pode despertar o interesse do
consumidor chileno.
ORIGEM
BAHIA
Um
dos pontos altos do seminário foi a apresentação de um estudo sobre o mercado
chileno de alimentos e bebidas, contratado pelo CIN/FIEB e o Sebrae-Bahia. A
consultora María González, da VSV Euroglobal, detalhou as principais tendências
e perfil de consumo da população chilena, em especial, o interesse por produtos
que têm no DNA o apelo saudável, responsabilidade social e ambiental.
Na
Bahia, produtos de origem como café, cachaça, cacau e chocolate (cultivo
bean-to-bar e tree-to-bar) despontam como os mais promissores para desbravar o
mercado chileno. O empresário Pedro Caetano Magalhães Neto, proprietário da VAR
chocolates, empresa de Ibirataia, no sul da Bahia, que produz chocolate
tree-to-bar, participou do seminário para entender melhor o potencial de
mercado do Chile.
“Nossa
empresa já exporta a amêndoa de cacau e agora está em busca de novos mercados
para o chocolate. Temos 28 produtos, entre barras, drageados e pasta de avelã,
que utilizam na produção tree-to-bar, com 100% da mão de obra local. Estamos em
busca de um mercado que queira um produto bem-acabado, com história e outros
valores agregados”, explicou.
Patrícia
Orrico, gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias
do Estado da Bahia (CIN-FIEB) destaca que este é o principal potencial da
Bahia. “Temos um apelo importante para os produtos de origem e o Projeto Origem
Bahia, do CIN e do Sebrae BA, visa justamente reunir cadeias produtivas de
maior valor agregado em função da origem e qualidade”, explicou. Ela ressaltou
que todos os palestrantes foram unânimes sobre o diferencial de origem, o que
torna o Chile um mercado importante para a Bahia.
PARCERIA
A
FIEB conta com a parceria do Sebrae-Ba, por meio da coordenação de Mercado e
Internacionalização. Esta interação entre as duas entidades permite a
construção de projetos conjuntos e convênios, que são replicados nas regionais
do Sebrae espalhados pelo interior, facilitando o acesso dos pequenos
empresários a estas iniciativas. “A FIEB é um grande parceiro para maior
aproximação com entidades como Apex e Secom, mas também para facilitar os
trâmites e os acesso à internacionalização de micro e pequenas empresas”,
complementou o coordenador Leonardo Teles.
O
seminário Oportunidades de Negócios entre a Bahia e o Chile foi realizado pelo
CIN, em parceria com o Sebrae-Ba e o apoio da Confederação Nacional da
Indústria (CNI) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (ApexBrasil).
Participaram
da abertura, Humberto Martins, presidente da FAEB e do Conselho Diretor
Estadual do Sebrae Bahia, o vice-presidente e presidente do Conselho de
Comércio Exterior da FIEB, Ângelo Calmon de Sá Jr., e, representando a
Confederação Nacional da Industria (CNI), Constanza Negri Biasutti, gerente de
Comércio e Integração Internacional.
O
“Acordo Comercial Brasil-Chile como vetor de fortalecimento das relações de
negócios entre os dois países” foi o tema discutido pelo chefe do Setor
Econômico, Comercial e do Agronegócio da Embaixada do Brasil no Chile, Felipe
Neves; por Marcus Gabriel da Silva, analista de Comércio e Integração Internacional
da CNI e Selma Nunes, vice-Presidente da Câmara Chilena-Brasileira de Comércio,
Santiago – Chile.
Os
empresários interessados podem conferir as palestras, que detalham as
principais características do mercado chileno e seus diferenciais, bem como as
oportunidades, devem acessar o YouTube do Sebrae-Bahia.
Mercado aumenta projeção para crescimento
da economia em 2023
A
previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este
ano subiu de 0,9% para 0,96%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (24),
pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os
principais indicadores econômicos.
Para
o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e
serviços produzidos no país) é crescimento de 1,41%. Em 2025 e 2026, o mercado
financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.
A
previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
considerada a inflação oficial do país, também subiu, de 6,01% para 6,04% neste
ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,18%. Para 2025 e 2026, as
previsões são de 4%, para os dois anos.
A
estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser
perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é
3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima
ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o
BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A
projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta
prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual.
Em
março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda. Ainda assim,
puxado pelo aumento dos preços dos combustíveis, o IPCA ficou em 0,71%, segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é
inferior à taxa de fevereiro, de 0,84%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,65%,
abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.
Taxa de juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano
passado, e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse
patamar.
Para
o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao
ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano.
Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao
ano, respectivamente.
O
patamar da Selic é motivo de divergência entre o governo federal e o Banco
Central. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a
demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos
encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também
podem dificultar a expansão da economia.
Quando
o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
A
expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,20 para o fim deste ano. Para
o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.
Fonte:
Tribuna da Bahia/Agencia Brasil
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