quarta-feira, 26 de abril de 2023


 Chile é nova fronteira de oportunidades para empresas exportadoras baianas

Em 2022, o comércio bilateral entre Brasil e Chile fechou com um recorde de US$ 14 bilhões, um crescimento de 18% em relação a 2021. Terceiro principal parceiro comercial do Brasil e sexto destino das exportações brasileiras no mundo, o Chile desponta com um mercado potencial para os exportadores baianos.

Os números promissores refletem a consolidação das relações comerciais entre os dois países, mas também os efeitos da assinatura, em 2022, do Acordo Comercial Brasil-Chile. O acordo reduziu barreiras tarifárias e regulamentares no comércio entre os dois países e abriu novas possibilidades de intercâmbio comercial.

Foi com o objetivo de detalhar o potencial desta agenda bilateral e apresentar as principais oportunidades de negócios entre a Bahia e o Chile que foi realizado esta semana, no auditório do Sebrae-Bahia, em Salvador, o seminário Oportunidades de Negócios Bahia-Chile. Com foco nas pequenas empresas, o evento procurou trazer números e o que é que a Bahia tem que pode despertar o interesse do consumidor chileno.

ORIGEM BAHIA

Um dos pontos altos do seminário foi a apresentação de um estudo sobre o mercado chileno de alimentos e bebidas, contratado pelo CIN/FIEB e o Sebrae-Bahia. A consultora María González, da VSV Euroglobal, detalhou as principais tendências e perfil de consumo da população chilena, em especial, o interesse por produtos que têm no DNA o apelo saudável, responsabilidade social e ambiental.

Na Bahia, produtos de origem como café, cachaça, cacau e chocolate (cultivo bean-to-bar e tree-to-bar) despontam como os mais promissores para desbravar o mercado chileno. O empresário Pedro Caetano Magalhães Neto, proprietário da VAR chocolates, empresa de Ibirataia, no sul da Bahia, que produz chocolate tree-to-bar, participou do seminário para entender melhor o potencial de mercado do Chile.

“Nossa empresa já exporta a amêndoa de cacau e agora está em busca de novos mercados para o chocolate. Temos 28 produtos, entre barras, drageados e pasta de avelã, que utilizam na produção tree-to-bar, com 100% da mão de obra local. Estamos em busca de um mercado que queira um produto bem-acabado, com história e outros valores agregados”, explicou.

Patrícia Orrico, gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (CIN-FIEB) destaca que este é o principal potencial da Bahia. “Temos um apelo importante para os produtos de origem e o Projeto Origem Bahia, do CIN e do Sebrae BA, visa justamente reunir cadeias produtivas de maior valor agregado em função da origem e qualidade”, explicou. Ela ressaltou que todos os palestrantes foram unânimes sobre o diferencial de origem, o que torna o Chile um mercado importante para a Bahia.

PARCERIA

A FIEB conta com a parceria do Sebrae-Ba, por meio da coordenação de Mercado e Internacionalização. Esta interação entre as duas entidades permite a construção de projetos conjuntos e convênios, que são replicados nas regionais do Sebrae espalhados pelo interior, facilitando o acesso dos pequenos empresários a estas iniciativas. “A FIEB é um grande parceiro para maior aproximação com entidades como Apex e Secom, mas também para facilitar os trâmites e os acesso à internacionalização de micro e pequenas empresas”, complementou o coordenador Leonardo Teles.

O seminário Oportunidades de Negócios entre a Bahia e o Chile foi realizado pelo CIN, em parceria com o Sebrae-Ba e o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Participaram da abertura, Humberto Martins, presidente da FAEB e do Conselho Diretor Estadual do Sebrae Bahia, o vice-presidente e presidente do Conselho de Comércio Exterior da FIEB, Ângelo Calmon de Sá Jr., e, representando a Confederação Nacional da Industria (CNI), Constanza Negri Biasutti, gerente de Comércio e Integração Internacional.

O “Acordo Comercial Brasil-Chile como vetor de fortalecimento das relações de negócios entre os dois países” foi o tema discutido pelo chefe do Setor Econômico, Comercial e do Agronegócio da Embaixada do Brasil no Chile, Felipe Neves; por Marcus Gabriel da Silva, analista de Comércio e Integração Internacional da CNI e Selma Nunes, vice-Presidente da Câmara Chilena-Brasileira de Comércio, Santiago – Chile.

Os empresários interessados podem conferir as palestras, que detalham as principais características do mercado chileno e seus diferenciais, bem como as oportunidades, devem acessar o YouTube do Sebrae-Bahia.

 

       Mercado aumenta projeção para crescimento da economia em 2023

 

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 0,9% para 0,96%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (24), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) é crescimento de 1,41%. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.

A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, também subiu, de 6,01% para 6,04% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,18%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4%, para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda. Ainda assim, puxado pelo aumento dos preços dos combustíveis, o IPCA ficou em 0,71%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de fevereiro, de 0,84%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,65%, abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.

       Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado, e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

O patamar da Selic é motivo de divergência entre o governo federal e o Banco Central. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,20 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.

 

Fonte: Tribuna da Bahia/Agencia Brasil

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